"O que você acha que teria acontecido se o reino do sol não tivesse sido extinguido?"

Me perdi em pensamentos tentando imaginar como seria, mas nada me dizia que isso seria possível... Talvez porque até aqui tudo já estava predestinado a acontecer, mesmo eu odiando o fato de existir o "acaso" e o "destino", nada nega que o que vivi até aqui, era pra ter acontecido e eu era mais que escolhido para me tornar o rei do reino do sol, eu era o legítimo herdeiro do...

Secret Kingdom

☀️🌙

Me acordei com mamãe me chamando, eu não queria acordar, queria continuar dormindo, estava cedo certo? Aposto que o sol nem tinha sido levantado ainda, porém eu também sabia que iríamos partir desde cedo para o reino da lua.

Papai e mamãe me disseram que eu iria conhecer alguém muito importante indo até o reino da lua e que eu tinha que me portar como um verdadeiro príncipe e cavaleiro, pois iria conhecer o príncipe Park Jimin que assim como eu, futuramente iria se tornar rei do reino dele, mamãe me disse que ele era um ano mais velho que eu então ele deve ter... Seus... 6 anos? Acho que sim! Estou me esforçando para aprender matemática! Então deve estar certo!

— Acorde meu amor, Yoongi hyung vai dar bainho em você! Tem que estar cheiroso e limpinho para conhecer o príncipe! — Minha mãe acariciava meus cabelos tentando me despertar, porém isso apenas me dava vontade de adormecer ainda mais.

— O Min-Yuk vai ir conosco também?... — Me sento na cama ainda com os olhinhos miúdos de sono.

— Claro que vai meu amor... Tem que ter alguém para vigiar você! Seu lobinho. peralta! — Ela aperta minhas bochechas com um grande sorriso, tão radiante como seus cabelos dourados iluminados pelos primeiros raios de sol que queriam aparecer no horizonte.

— Injusto o Min-Yuk ter que me vigiar! Ele é mais novo que eu! Deveria ser o contrário!

— O Min-Yuk vai ficar triste ouvindo isso Jungkook... Ele já decidiu que quer ser igual o papai Taehyung dele com o seu pai, quer ser seu guarda costas real! Vai mesmo tirar o sonho dele assim?

Yoongi hyung assim como uma parte dos empregados mais próximos de meus pais não usavam de formalidades ao se tratar comigo, eu preferia assim, não gostava de me sentir superior aos outros apenas porque nasci do meu papai e minha mãe, foi tudo pura sorte! Podia ter sido qualquer um!

— Não! Não! Não! O Min-Yuk vai chorar! Não gosto de ver o Min-Yuk chorando! Ele é meu melhor amigo!

— Você ouviu o Yoongi, agora vá com ele tomar banho e se arrumar, depois que comer iremos partir em viagem meu amor, caso se sentir muito cansado mamãe deixa você dormir no colo, tudo bem?...

Mamãe era muito gentil e sempre estava sorrindo e iluminando o dia de todos com os quais ela conversava, mamãe também me disse que essa viagem não era apenas para eu conhecer o príncipe, mas também porque ela e a rainha da lua são muito amigas e disse que estava preocupada com ela.

Mamãe não me disse o porquê de estar preocupada com a rainha da lua, porém pude perceber que ela estava triste enquanto mencionava outra rainha, eu não gostava de ver mamãe triste, eu ficava chateado também!...

Após eu tomar meu banho com a ajuda de Yoongi hyung, eu comi junto com Min-Yuk e alguns empregados, papai e mamãe gostavam de me deixar almoçar com eles para que eu adquirisse empatia e humildade, coisas essências para quando eu me tornasse um rei.

Demorou um pouco até que fôssemos para a carruagem em direção ao reino da lua, aproveitei a demora e brinquei com Min-Yuk, corremos por quase todo o castelo brincando de pega-pega e esconde-esconde, quase deixamos Yoongi hyung louco procurando por nós, além de fazer ele correr atrás da gente, porém ele se cansava rápido, acho que ele está se tornando um idoso...

Como mamãe havia deixado, eu acabei adormecendo no colo dela e do papai, mamãe havia ficado "brava" comigo por ter me desajeitado um pouco enquanto brincava, papai apenas ria da sujeira das minhas roupas como sempre fazia quanto eu fazia minhas artes.

Papai acabou levando um sermão da mamãe por rir do meu estado, o papai mais que todos apoiava minhas artes e até as vezes quando tinha tempo brincava comigo em seu escritório, as folhas e os pergaminhos voavam para todos os lados quando fingiamos que éramos pássaros de grande porte voando sobre nosso mundo a procura de tesouros e lugares inexplorados! Era simplesmente divertido.

A viagem até o reino da lua levaria alguns dias pelo o que papai explicou, porém com contagem do tempo eu não era bom mesmo me esforçando na matemática, o que fazia tudo parecer tedioso se não fosse por Min-Yuk que havia vindo junto.

Quando chegamos no reino da lua, mamãe me veste com algumas roupas mais quentinhas que ao menos cobrissem meus braços e pernas já que a temperatura da região era mais úmida e um pouco mais fria, em compensação enquanto andávamos pela pista central até o castelo, os moradores nos ofereceram muitas frutas que não tínhamos acesso no reino do sol, todas eram muito gostosas e tinham um sabor incrível, poderia as comer para sempre! A minha fruta favorita foi a *maxeira.

*Maxeira - Maçã na tradução do mundo híbrido para o mundo humano, (Algumas frutas e plantas têm outro nome no mundo híbrido).

Na frente do castelo da lua, fomos recebidos por alguns empregados que tocaram música para nós, além de apresentarem alguns números de malabares, foi divertido, mas diferente, esperava encontrar a família real logo de cara como costumamos fazer no nosso reino, recebemos as pessoas na porta para se sentirem mais acolhidas e em casa, por que é tão diferente?

— Cadê o rei e a rainha mamãe?... — Chamo a atenção da mesma puxando uma parte do vestido que a mesma vestia.

— Eles estão nos aguardando lá dentro querido...

— Mas por que não nos receberam aqui?... — Vejo a expressão da mesma se tornar inquieta, se abaixando a minha altura e me sussurrando algo.

— Olhe... As coisas aqui nesse reino funcionam de forma diferente meu amor... Não estranhe caso eles lhe olhem feio ou de forma superior... Apenas seja sempre gentil, educado e bem agradecido com o que lhe oferecerem entendeu?...

— Tá bom...

Eu estava definitivamente assustado, além de tudo parecer maior que eu, as pessoas pareciam serem frias, mesmo que com toda aquela recepção, não dava para sentir que transmitiam algo, estavam apenas cumprindo com o seu dever, certamente eu não queria me tornar um rei assim...

Adentramos as portas do castelo, após caminharmos pelo pátio que era enfeitado por uma grama bem aparada e um caminho de pedras até a enorme porta de madeira, parecia a madeira mais resistente do mundo!

Ela se abre junto com um grande estrondo pelo seu tamanho e peso e logo podemos ver a família real, cada um sentado em seu respectivo lugar, o rei a esquerda, a rainha a direita em um trono menor e ao lado da rainha um trono ainda menor, do príncipe, porém havia algo a mais que também não tinha em meu reino.

Ao lado direito do rei, havia uma outra moça, não era a rainha, pois a mesma sempre permanece ao lado esquerdo do rei e também não era o seu guarda real, pois ele sempre fica mais atrás da cadeira do rei em sua direita, quem diabos era aquela moça e porque ela era tão importante ao ponto de se sentar ao lado do soberano?...

Yoongi hyung que estava atrás de mim me instiga a continuar andando, colocando as mãos em minhas costas, para que eu acompanhasse meus pais, logo eu continuo andando com eles ao lado de minha mãe, que estava ao lado esquerdo de meu pai e o tio Taehyung que estava ao lado direito de meu pai, um pouco mais para trás.

Nós paramos um pouco distante das escadas do trono e então fazemos uma pequena reverência com a cabeça, inclinando sutilmente o corpo para frente em sinal de respeito aos soberanos a nossa frente.

Após melhorarmos nossa postura eu paro para observar melhor todos os membros ali sentados, suas expressões eram sombrias, quase inexpressivos, até mesmo o príncipe tinha um olhar perdido, quase morto, ficava me perguntando se em algum momento ele sorria.

Quando percebo me pego olhando para ele tempo suficiente para chamar sua atenção, quando nossos olhos se encontram vejo um brilho surgir no olhar do mesmo, seus olhos tinham ganhado cor e vida, sua expressão era de espanto, ele era muito bonito.

Sinto uma conexão com o olhar do mesmo, o que me faz sentir estranho, meu coração estava fazendo tumtum muito rápido e estava difícil de respirar, era confuso, mas eu não conseguia parar de olhá-lo, será que esse é o poder dele por ser alguém da família real? Sinto-me como se estivesse sonhando sobre nuvens, como se não ouvesse chão em meus pés, de repente me sinto tonto e desvio de seu olhar.

— Está tudo bem majestade?... — Yoongi se abaixa ao meu lado, tocando minha testa, eu apenas confirmo com a cabeça olhando mais uma vez para o príncipe.

O olhar do mesmo havia voltado a ser sombrio e parecia até mesmo de desgosto, ele apertava os punhos do trono dele com força, talvez contendo uma ação impulsiva enquanto olhava para mim com raiva.

A mãe dele pode perceber e então cochichou algo que eu não e ninguém ali podíamos ouvir e ele pareceu ter se acalmado, o rei lunar pareceu confuso, porém decidiu ignorar a situação e se levantou vindo ao nosso encontro.

— Meus amigos! Quanto tempo! Temos muitas coisas a discutir não? Como vão? — O rei Park abraça meu pai e aperta a mão de minha mãe, deixando um beijo nas costas da mesma.

— Não nos vemos desde o nascimento de Jungkook... Criar uma criança certamente nos tomou bastante tempo, embora estivéssemos preparados não imaginávamos o quão isso mudaria nossas vidas, mas claro e com certeza pra melhor! — Meu pai olha a mamãe e a toca a nuca, deixando um beijo na testa da mesma que sorri e logo me olha.

— Venha Jungkook, o rei que lhe ver melhor! — Ela estende a mão dela e então logo eu andando um pouco mais próximo do rei ele se abaixa me olhando sorrindo, seu sorriso era estranho.

— Jeon... Jungkook, certo?

— S-sim, majestade... E o senhor... É o rei Park Ji-Hyun, certo? — Eu sílabo lentamente o nome do rei por achar estranha a pronuncia, porém acho que pareço engraçado, pois o mesmo ri com minha fala.

— Olhe só Min-Joo, ele sabe perfeitamente quem eu sou! — Ele se vira para a rainha e logo volta a me olhar. — Você é um garoto muito esperto não? O que mais sabe sobre nosso reino?

— A-ahn... — Olho mamãe e ela assente levemente com a cabeça para que eu responda. — A estação prevalente é o outono... Vocês possuem as melhores frutas do nosso país e são muito habilidosos na montaria também... Possuem o vinho de melhor qualidade. A flor do reino de vocês é o Lírio-da-paz e vocês preservam muito a lealdade e são muito respeitados por todos do reino, principalmente pelos seus empregados e suditos mais próximos... — Falo calmamente tentando lembrar de tudo que havia estudado sobre o reino.

— Estou realmente impressionado, queria eu ter um filho que me desse tanto orgulho assim, vocês não tem do que se envergonharem rainha e rei Jeon... — Ele se levanta os olhando nos olhos, logo minha mãe recai o olhar sobre o príncipe que abaixou o olhar ao ouvir as palavras dura do rei.

— Eu imagino que seu filho, o príncipe Park também tenha muitas qualidades majestade... Porém ainda é muito novo para se destacar tanto em algo... Ele é muito bonito, se for um ômega será muito respeitado e terá muitos alfas para cortejá-lo, se ele for um alfa, tenho certeza que vai ser muito bom em lutas, ele parece ser determinado e tem garra!

— Que suas palavras sejam ouvidas pelos deuses, mas esse aí... Só me traz desgosto e problemas, deve ter a quem puxar... — O tom imposto é rude e ele olha para a rainha que encolhe os ombros perante as palavras do marido. — Mas enfim, por que não tomamos um chá enquanto as crianças andam pelo castelo? Tenho certeza que Jungkook tem muita curiosidade sobre nosso reino.

Na verdade por tudo o que já havia visto, eu não tinha curiosidade alguma, só queria voltar para meu reino o quanto antes, todos ali me davam medo e pareciam querer sair guerreando espadas para ver quem era mais superior a quem.

— Seokjin, por favor acompanhe meu filho juntamente com a dama de honra dele para passearem pelo castelo... — A rainha da lua pede.

— Na verdade Min-Joo, me sentiria mais a vontade se Yoongi ficasse comigo, ele trouxe o filho dele, Kim Min-Yuk, ele vigiará meu filho em seu lugar... Espero que não se importe... — Minha mãe se pronuncia e apenas vejo a amiga dela assentir sem se contrapor.

— Venham crianças, o titio Jin vai ficar de olho em vocês viu? — Seokjin sorri para nós, porém recebe um olhar fuzilante do rei e logo se corrige. — Ahn... Por aqui majestades... Min-Yuk...

Os reis vão na frente, logo atrás acompanhados pelas rainhas e logo após aquela moça desconhecida que estava sentada ao lado direito do rei, o tempo todo em silêncio.

Eu andava com o príncipe da lua pelos corredores, ele apenas caminhava olhando para frente em completo silêncio, Min-Yuk e Seokjin hyung andavam atrás da gente, também em silêncio.

Eu estava ficando incomodado com aquele clima todo, a áurea do reino da lua em si é diferente e completamente desconfortável, numa tentativa de puxar assunto, início uma conversa.

— Então... Você é o príncipe Park Jimin... Não é?... — Ele para de andar subitamente me olhando feio.

— Talvez você não seja tão inteligente quanto papai falou... Isso não é óbvio?! — Que grosseiro...

— D-desculpa... Eu... Só...

— Estava tentando puxar assunto? Pois não tente! Nada que sair da sua boca será bom!

— Jimin! Não seja grosseiro com o príncipe Jungkook! Cadê seus modos?! — A dama de honra da rainha Min-Joo o repreende.

— Eu não tô nem aí pra esse solariano metido! Você deve estar muito feliz que meu pai gostou de você não é? Você deve realmente ser muito feliz por ter pais tão legais quanto os seus!

— Jimin!! — Exclama Seokjin, fazendo com que nós parassemos de andar e um silêncio se estabalecesse entre nós.

Fico parado o olhando, completamente em choque, eu não sabia o quanto as palavras do rei havia o afetado, pelo jeito ele não gostava nenhum pouco da nossa presença em seu reino.

Antes que alguém dissesse mais algo, Jimin sai correndo deixando Seokjin com as mãos atadas entre ir atrás do príncipe ou ficar comigo, pois se o rei visse o filho chorando iria sobrar para ele, entre outro lado, se eu me perdesse iria sobrar igualmente para Jin.

Eu sem gostar nenhum um pouco daquela situação corro atrás de Jimin, o mais rápido que eu podia, deixando Min-Yuk que me chama e Seokjin para trás.

Min-Yuk até tenta me alcançar, porém eu por ser mais velho era mais rápido que o mesmo, ele facilmente tropeçava nas próprias pernas enquanto corria, com isso, ouço apenas seu choro por ter caído no chão em minhas costas, Seokjin o ajudaria então ele ficaria bem.

Após correr e correr pelos corredores eu acabo encontrando o pátio do castelo, era cheio de rosas vermelhas, rosas e laranjas, Jimin estava abaixado em frente à um balanço de madeira do jardim, chorando.

Eu me aproximo lentamente do loiro e toco seu ombro, ele me olha por cima mesmo e então retira minha mão bruscamente, caindo sentado no chão de frente para mim. Eu me abaixo preocupado oferecendo minha mão.

— Você está bem? Se machucou? — Ele bate na minha mão e então eu a recuo.

— Sai daqui! Você só é mais um lobo idiota qualquer! Você nunca entenderia como é viver na minha pele! Você acha que sabe alguma coisa sobre o reino da lua? Não sabe nadica de nada! Seu feio! Bobo!

Eu não conseguia entender o porquê do mesmo ser tão revoltado, o que aconteceu para que ele fosse assim? Não era possível que isso tenha sido apenas por minha família e eu termos vindo para cá...

— O que aconteceu? Por que você está agindo assim? Minha família ou eu fizemos algo errado? Não queria que tivéssemos vindo para cá?...

— ... Sua família é perfeita... Você não tem do que reclamar! Meus pais vivem brigando e meu pai vive tornando a vida da minha mãe um inferno desde que ela conheceu a alma gêmea dela! Eu ia ter um irmãozinho... Mas... Desde tudo isso eu e ela temos que aturar aquela mulher nojenta e esnobe! Se achando alguma coisa só por ser uma acompanhante do meu pai! Eu tenho nojo dela, tenho nojo dele, tenho nojo de todo mundo! Todo mundo é tão egoísta... Eu odeio! Eu odeio! EU ODEIO TODOS!

O real poder do príncipe é posto a mostra, seu corpo todo cria chamas azuis, eu me assusto caindo para trás, o fogo parecia uma proteção, era assustador, a intensidade do mesmo era conforme as emoções do príncipe.

Eu não pensei em nada a não ser em querer o proteger, usei do meu poder e então o protegi, o protegi da maneira que podia, da maneira que conseguia.

Usei a terra das flores, do chão, até os mínimos grãos de poeira e construí uma redoma ao nosso redor, uma redoma em que só ficássemos eu e ele, uma proteção nossa contra o mundo, contra todos.

Jimin chorava de soluçar, eu me arrisco e tento o tocar, o fogo de uma forma misteriosa não me afeta e eu seguro seus punhos fechados que tentavam miseravelmente limpar as lágrimas insistentes.

Quando ele sente meu toque, ele sobressalta, se surpreendendo com meu ato, acho que todos que tentavam o tocar quando estava assim, acabavam se machucando e era explicado o porquê.

Em pouco tempo ele percebe o que havia acontecido e então as chamas diminuem até se tornarem nulas, fazendo com que ficássemos em um completo escuro, ele cria uma pequena na mão livre e então me olha, aparentemente calmo, porém receoso dessa forma se pronunciando.

— Você... Você sabe que somos destinados certo?...

— O-o quê?...

— Seu besta... Somos almas gêmeas Jungkook! Estamos destinados a ficarmos juntos! Você não percebeu? — Nego com a cabeça. — Quando você me olhou na sala do trono... Foi selado ali nosso destino... Você também sentiu não foi?...

Eu havia estudado muito pouco sobre almas gêmeas, as ligações, as marcas e principalmente sobre o destino, pois nada disso era de meu interesse, mas mamãe havia me explicado que quando eu encontrasse minha alma gêmea, tudo a minha volta iria sumir e eu só enxergaria aquela pessoa, eu talvez sentiria uma energia grande dentro de mim e meu coração faria tumtum de uma forma que eu não estava acostumado.

Nem mesmo quando eu corria poderia ser comparado, ela também me disse que eu me sentiria mais leve que uma pena e que esqueceria de tudo no momento em que visse minha alma gêmea a qual meu lobo escolheu, ela disse que eu sentiria uma vontade irracional de proteger essa pessoa além de tudo e que ela me faria sentir coisas que eu não entenderia, me deixaria confuso.

E sim, Jimin, o príncipe da lua, era essa pessoa e eu sabia exatamente do que ele estava falando, não tinha como negar.

— S-sim... Eu... Eu vi o meu mundo em você... Eu só vi você... Eu só vejo você... — Eu levanto meu olhar, o olhando nos olhos.

— Estou feliz que seja você Jungkook... Vamos ser melhores amigos tá bom?! — Ele me mostra o mindinho, o que indicava uma promessa, eu então sorrio bobo e entrelaço meu mindinho com o dele.

Eu estava perdido demais olhando nossos dedos laçados que nem ao menos percebi quando Jimin sela meus lábios aos dele, sua atitude me pegou tão desprevenido que acabo perdendo o controle do meu poder, fazendo com que a terra caísse sobre nossas cabeças, nos sujando por inteiros.

— Jimin! Jungkook! Majestades! Céus! Não façam mais isso!

— Jungkook! — Min-Yuk vinha correndo mancando logo atrás de Jin, vendo a cena de eu e Jimin cobertos de terra.

— Blé, blé, blé! Que nojo! Acho que comi terra nhe... — Jimin resmungava do gosto da terra.

Eu ainda estava parado sentado sobre minhas pernas o olhando completamente perdido tentando raciocinar o que havia acontecido, será que isso se chama desmaiar?

— V-venha cá majestade... Eu irei trocar suas roupas imediatamente! — Seokjin pega Jimin no colo saindo apressado dali.

— Você tá bem Jungkook?... — Min-Yuk se aproxima de mim se abaixando ao meu lado.

— Min-Yuk... Seus pais se beijam?...

— Que? Sim, credo, é nojento, mas por quê?...

— Meus pais também se beijam... Isso quer dizer que... EU E O JIMIN VAMOS TER UM FILHO?! MIN-YUK O QUE EU FAÇO? EU NEM APRENDI A LER EM JAPONÊS AINDA! COMO VOU CUIDAR DE UM FILHO?!

— Do que você está falando Jungkook?! Você está estranho!!

— Eu tô ferrado Min-Yuk... O pai do Jimin vai me matar... Pera e se eu que?... E agora?!

— Hahaha... Você é engraçado Jungkook-ssi!

Após uma tarde de desespero da minha parte, nos chamam para jantar, eu não havia visto Jimin até a hora do jantar, ele estava ainda mais bonito, eu estava com vergonha do que havia acontecido, eu sequer tinha entendido ou visto direito o que aconteceu, só queria sumir dali.

Ao parar para notar melhor, minha mãe e a rainha Park estavam com uma expressão de tristeza no rosto, eu não entendia o porquê, mas algo me dizia que tinha haver com aquela mulher, que novamente estava sentada ao lado do rei, com um sorriso cínico nos lábios, como sempre.

Após jantarmos fomos para nossos quartos, pois logo partiriamos pela manhã de volta para nosso reino, por eu não conseguir dormir, vou até a parte do quarto da mamãe e do papai e acordo a mamãe que por algum motivo já estava acordada.

Ela me faz sinal para eu ficar em silêncio e então andamos pelos corredores conversando até que eu tivesse sono.

— Mamãe... Aquela moça é acompanhante do rei Park?... — Vejo um espanto esboçado no rosto de minha mãe.

— S-sim meu filho, ela é... Por quê?...

— Por que ela é acompanhante dele? Eles são almas gêmeas, mas por causa da rainha Park ser casada com ele, ele não quer se separar dela?...

— É... É mais complicado do que parece meu amor... Mas digamos que aquela moça seja uma segunda rainha entende?...

— Oh... Eles se beijam também?...

— Sim Gguk...

— Mas... Isso não é errado?... Ele não deveria beijar somente a rainha Park?

— Deveria querido... Mas como eu disse... As coisas são mais complicadas do que parecem... Não pense nisso tudo bem?... — Ela acaricia meus cabelos, embora me pedisse para não pensar, não conseguia parar e logo pergunto.

— Se o rei beija aquela moça, então eles vão ter um filhote, não é mamãe?!

— O-oi querido? Que história é essa? Jungkook?... Da onde você tirou isso?

— É que... É que o príncipe Jimin...

— Ele quem te falou isso?

— Ele me beijou a boca do Kook mamãe... Agora a gente vai ter filhotinhos... — Digo receoso me sentindo culpado.

— Gguk!... — Seu tom foi de surpresa, logo ela se abaixa a minha altura, tocando meu queixo para que eu a olhasse. — Por que ele fez isso?... Você se sentiu incomodado meu amor?

— Não! Eu... Não entendi direito... Mas... A gente tem uma ligação mamãe! Igual você tinha dito! Eu e o Jimin somos igual você e o papai! Ou que nem o Yoongi hyung e o tio Taehyung!

— Ah...

Os olhos de minha mãe se estalam, talvez ela não esperasse por algo assim por eu ainda ser muito novo, talvez isso nem tivesse que ter acontecido certo?...

— Fiz... Algo errado mamãe?...

— Não meu amor... Você não fez nada errado... — Ela me abraça. — Amar nunca é errado Jungkook... O amor é lindo em todas as suas plenitudes... Não se preocupe com isso...

— O que eu faço agora?... Eu não posso ter um filhote mamãe, tenho que aprender a ler japonês ainda e treinar com espadas, eu nem sei me defender direito sem o tio Taehyung!

— Sim, você não pode ter filhotes agora meu amor, mas não porque você beijou o Jimin ou ele te beijou e sim porque você é muito novo Gguk! Você só vai ter filhotes quando for crescido! Não se preocupe com isso agora... Você nem sequer sabe se é alfa ou ômega neném...

— Eu não quero ficar gravidinho...

— Oh céus Jungkook... — Ela ri. — Já disse para não pensar mais sobre isso! Mas não quero ver você beijando o príncipe Jimin de novo viu? Vocês são muito novos para isso também!

— Mas e se ele me beijar?

— Diga que eu não permiti que fizessem isso e que se se repetir eu irei falar com a mãe dele! Ok?

— Tá bom! — Eu a abraço.

— Eu te amo meu filho lindo...

— Eu também te amo mamãe...

☀️🌙

(5 anos depois...)

Era uma noite chuvosa, o céu inteiro estava coberto por nuvens brancas, raios e trovões partiam o azul celeste, era uma noite triste, acho que a mãe natureza estava triste.

Me acordo no meio da noite com uma correria pelos corredores, me levanto e desço até a entrada do castelo, vejo mamãe falando com um mensageiro, porém ele não veio entregar carta alguma apenas dar uma notícia, quando percebo mamãe desaba ao chão em lágrimas.

Eu me assusto com sua atitude inesperada, mamãe nunca demonstrou fraqueza ou estar triste ao ponto de perder força em suas pernas e desabar daquele jeito, eu corro até a mesma e me abaixo ao seu lado ela me abraça sem nem ao menos pensar duas vezes, eu não sabia o que estava acontecendo, mas a abraço de volta.

— Meus pêsames majestades... — Ele acena com o chapéu logo se retirando.

Aquelas palavras foram o suficiente para eu entender o que havia acontecido, a rainha da lua havia morrido, eu não sabia como ou o porquê, mas eu já podia imaginar pelo o quê teria sido.

Uma semana após a morte da mãe de Jimin, decidimos os visitar, depois da última visita que fizemos aos Park quando eu tinha 5 anos, resolvemos fazer visitas anuais ao invés de mandarmos cartas ou pedir para que a natureza os avisasse sobre medidas reais, nisso eu via Jimin e brincávamos juntos, nos aproximamos mais também e as vezes montavamos planejamentos de como seria o nosso futuro, o príncipe da lua parece ser bastante do tipo sonhador.

Ele falava sobre construirmos um único castelo no centro de nosso país e criar estradas principais que ligasse os quatro cantos de nosso mundo como um só a partir do nosso castelo, como um ponto central e guia, absurdo... Mas é divertido imaginar assim.

Porém dessa vez quando o visitei ele não falava nada, não imaginava e nem planejava nada, apenas me abraçava e chorava, seu choro era estridente, ele se sentia sozinho, por mais que tivesse Jin e Namjoon para o cuidarem, não era a mesma coisa sem sua mãe, já era óbvio que o rei Park não gostava nenhum pouco do loiro e não me surpreende já que ele o vê apenas como o fruto de uma mulher que uma vez o traiu, talvez ele espere que Jimin faça o mesmo no futuro...

Não ficamos muitos dias a nossa estadia era pra ser de cinco dias, porém por algum motivo ficamos apenas dois, mamãe parecia furiosa e estava muito estressada, então acabamos voltando mais cedo.

Quando chegamos em casa descubro que na verdade a mãe de Jimin não havia morrido por causas naturais e sim que o rei Park havia a matado por tentar traí-lo novamente, a rainha Park Min-Joo planejava fugir com sua alma gêmea, pois a distância e a negação da ligação entre ambos estavam os matando lentamente, lembro-me de Jimin me dizer em uma de suas cartas o quão doente sua mãe estava e que estava preocupado com ela.

Sua morte foi por causa que ela foi descoberta, o plano era perfeito, mas certamente aquela mulher ao lado do rei deve ter a vigiado e a dedurado, soube também que em meio a nossa viagem o alfa que amava a rainha havia se suicidado, pois não aguentou a notícia de sua morte.

Em meio a essas notícias senti medo, senti o medo de uma história parecida acontecer comigo e com Jimin, sei que somos almas gêmeas, mas e se o pai de Jimin o obrigar a se casar com outra pessoa?

Sei que papai e mamãe nunca fariam isso comigo, principalmente mamãe que já sabe que eu e Jimin nos escolhemos, porém o rei Park não parece ser do tipo compreensivo e muito menos ligar para os sentimentos de Jimin, se ele já foi capaz de matar a própria esposa o que poderá ser capaz de fazer com Jimin?

Acabo passando a noite toda em claro pensando nas possibilidades e impossibilidades do meu futuro com Jimin e a influência que o pai dele tinha sobre isso, eu até mesmo já estava aceitando aos poucos a ideia de ser um ômega, Jimin sempre foi muito mais corajoso e audacioso que eu... Céus... Que bagunça... Como Jimin deve se sentir com tudo isso? Ele estava com uma aparecia horrível, assim como quando eu o conheci, que as coisas melhorem e essa fase passe logo...

☀️🌙

(7 anos depois...)

Eu estava ansioso por esse dia, contei meses, semana, dias, horas e minutos por ele, era o dia em que Jimin faria 18 anos, é uma data que mesmo que não sejamos completamente adultos, somos mostrados a sociedade para o que viemos a esse mundo e como Jimin é um príncipe, essa data é ainda mais especial!

Li algo uma vez em algum livro sobre o mundo humano que essa festa era comemorada quando o humano completava 15 anos, porém era mais comum para garotas, que era um momento antes da fase adulta em que festejamos um pouco de nossa juventude antes das responsabilidades de uma pessoa madura.

Recebi um convite todo bordado com purpurina de ouro, além de uma fita dourada, a carta era branca e era selada com a flor do reino da lua, indicando que foi o rei quem selou os convites, ou o próprio príncipe, eu abro a carta com um pouco de dificuldade por causa do selo de cera, quase rasgo a carta no processo pela ansiedade.

Retiro o conteúdo de dentro e vejo um convite escrito a mão, pelo visto pelo próprio Jimin, convidando pessoas a irem a sua festa, terá banquete, baile, além de um comunicado real pelo rei e pelo próprio príncipe, junto com a carta tinha uma pequena pétala de um lírio branco.

Eu abraço a carta e saio correndo pelos corredores comemorando, os empregados me olham rindo, certamente devem me achar um pouco louco, mas e quem liga? Eu iria ao baile realizado e planejado por nada mais nem nada menos que Park Jimin! O amor da minha vida, eu poderia ter minha primeira dança com ele e quem sabe finalmente pedir ele em namoro? Já temos idade o suficiente para isso, mamãe que me desculpe, mas eu não aguento mais esperar!

— Min-Yuk! Min-Yuk veja! Veja! Park Jimin me escreveu uma carta me convidando para um baile!

Eu dou a carta para o mesmo que larga seus equipamentos de batalha, provavelmente ele estava treinando com o pai dele, treinamos juntos as vezes, mas ele se irrita por eu trapacear usando meu poder para encher os olhos dele de terra, fazer o quê? Está a disposição então é para ser usado!

Ele lê a carta meticulosamente, como se pudesse conter algum perigo ali que fosse me machucar, eu reviro os olhos por essa atitude dele, mas espero inqueito por uma resposta.

— É só um convite formal para uma festa Jungkook, o que tem demais nisso? Ele enviou essa mesma carta para todo mundo! — Ele me devolve a carta, a batendo contra meu peito, não dando a mínima.

— M-mas... Foi ele mesmo quem escreveu! Nem todas as cartas que ele me escrevia era ele quem escrevia! Pois tinha todo um processo de segurança e blá-blá-blá...

— Legal Jungkook, tanto faz, isso é problema seu. — Ele parecia estressado, será que Taehyung havia brigado com o mesmo?

— Aconteceu algo Min-Yuk?... Desculpe, mas... Você está um pouco estranho...

— ... Não é nada... Eu só... Perdi para meu pai de novo! Eu nunca vou superá-lo! Ele é o melhor guerreiro do reino! Se eu não o superar nunca vou conseguir te proteger! Inferno... — Ele xinga baixinho em respeito a mim, eu me aproximo e toco seu ombro.

— Min-Yuk... Você não precisa estar me protegendo sempre... Somos melhores amigos! Eu posso me proteger sozinh-

— E pra que eu sirvo então?! Se você pode fazer tudo sozinho pra que eu sirvo? Pra te observar? Ser sua sombra pra sempre?! Eu tô cansado disso! E pra variar você vive se gabando que vai se casar com aquele princepezinho arrogante e metido! — Quando ele percebe que falou demais ele demonstra espanto logo abaixa a cabeça mordendo o lábio e sai a passos rápidos dali.

— Por que ele está assim?...

Eu ando cabisbaixo pelo castelo após ter ouvido as palavras duras de Min-Yuk até ver Yoongi hyung em um quarto costurando uma roupa um tanto quanto incomum.

— O que é isso hyung?...

— Céus Jungkook! — Ele deixa algumas coisas caírem pelo chão, junto com elas uma folha com um esquema da roupa que o mesmo estava costurando.

— Que roupa é essa?... Parece um vestido?... Para quem é hyung?...

— P-pra ninguém Jungkook, o que está fazendo aqui? Cadê o Min-Yuk?

— Deve ter ido banhar, ele acabou de sair do treino com o tio Taehyung... Olhe! Jimin me enviou esse convite, para sua festa de 18 anos! — Entrego a carta para Yoongi.

— Céus... Eu não vou a muito tempo em uma festa... Bom, isso fazem o que? 4 anos? A última festa que fomos foi do príncipe Kitsune do Norte, o tal do Jung Hoseok, quando ele completou os 18 anos dele...

— Ele não parava de olhar para você e para o Taehyung hyung, vocês deviam estar bonitos!

— Você acha? Quer dizer... Ahn, você quer que eu costure sua roupa para essa festa?

— Em troca... Você quer que eu te leve como minha dama de honra, certo?

— Bem... Alguém tem que ficar de olho no Min-Yuk, certo?

— Hyung... Eu sei que você quer muito ir... Porém... A festa do príncipe Jung foi mais formal, tenho certeza que o Jimin não vai planejar nada assim e vai ter apenas gente da minha idade e da idade de Min-Yuk! Vai ser meio... "Paga mico"

— Que expressão é essa?

— Ando lendo bastante sobre o mundo humano... De alguma forma me chama muito a atenção algumas coisas de lá... É tão misterioso... São cheios de códigos, principalmente alguns que são uns pontos e uns traços... Não entendo de jeito nenhum!

— Você deveria era melhorar sua pronuncia no japonês se quer tanto se casar com o príncipe Park! Se o rei lhe exigir um discurso todo em japonês o que você vai fazer?

— Ah... Eu peço ajuda para o Jimin?!

— E se não puder pedir ajuda pro seu namoradinho?

— Guinho! Falando nisso!

— A não Jungkook, nem venha e não me chame assim! Moleque!

— Eu quero pedir o Ji em namoro na festa dele... Mas eu não sei o que eu faço...

— Sua mãe sabe disso?

— Deixa de coisa! Ela não precisa saber!

— Tu vai me arrumar encrenca Jungkook... Não quero participar disso...

— Poxa! Por favor! Me dá uma ajudinha! Como o Taehyung te pediu em namoro? Ou em casamento? Qualquer coisa ajuda!

— Ahhh tá bom! Mas se você falar sobre isso pra mais alguém ou até mesmo pro Min-Yuk...

— Não vou! Prometo!

Fazemos juramento de dedinho.

— Bom garoto! O que você precisa saber é...

[...]

☀️🌙

Eu vou alguns dias mais cedo para o castelo de Jimin por causa da distancia, acabo chegando um dia antes, o reino todo estava de pernas para o ar, Namjoon corria feito louco de um lado para outro, Seokjin estava afastado dos serviços dele como dama de honra, pois havia ganhado seu filhote recentemente, Eunwoo era seu nome, ele era particularmente uma gracinha, muito fofo.

Logo percebo que não era apenas Namjoon, mas Jimin também não conseguia parar para me dar atenção, eu nem sequer ganhei um beijinho de boas vindas, me senti completamente ignorado ali, porém ver aquilo tudo estava me deixando aflito e então logo comecei a ajudar alguns empregados com a decoração e a organização do salão principal, eu havia entrado poucas vezes ali, porém sempre que entrava ficava tentado em tocar o piano de cauda branco que dava uma vista linda para o jardim do castelo, quem sabe no baile seria minha chance?

Eu dormi um pouco depois do almoço e depois voltei a ajudar os empregados a dar os retoques finais, as comidas e o resto das coisas chegariam pela madrugada, porém eles dariam conta sozinhos, ao cair do dia, eu finalmente posso descansar, tomo um banho e visto roupas leves de linho e saio a andar pelo corredor do castelo.

— Você trabalhou muito hoje meu jovem, é uma honra tê-lo tão cedo antes da festa. — O rei Park cruza caminho comigo me elogiando.

— Não é nada majestade... Apenas estava ajudando alguns empregados...

— Eles nem devem terem lhe agradecido... Sinto muito pela incompetência deles... Da próxima vez contratarei mais serviçais para que você não tenha que sujar suas mãos com essas escórias. — Ele dá um sorriso falso e sai me deixando boquiaberto.

Eu já sabia que o tratamento da família real lunar com os empregados tinha uma grande diferença hierárquica, porém eu não sabia que era ao nível de híbridos normais serem chamados de lixo como se não fossem nada.

Em meu reino todos tem seu devido valor e somos gratos por trabalharem para nós, pois há coisas que não conseguimos fazer sozinhos, eu até compreendia o fato de não quererem que se juntassem a mesa na hora das refeições, nem sempre os empregados conseguem manter uma boa higiene, mas isso era demais e eu certamente não gostava nenhum pouco.

Eu apenas suspiro e vou dar uma última olhada no salão antes de voltar a dormir para não desregular de meu horário como um solar.

O salão estava vazio e silencioso além de escuro, eu acendo alguns lampiões que eram a gás e então vou andando até o piano, me sento no banco do mesmo e abro sua tampa, vejo as teclas em preto e branco e me sinto encantado pelo mesmo eu toco sutilmente uma tecla a ouvindo ecoar por todo o salão, logo sorrio e então começo a tocar uma música, além de cantá-la.

Crio um mundo só para mim naquele espaço, mesmo que houvesse gente ouvindo do lado de fora eu não me importava, aquele era uma das poucas vezes em que me sentia em paz no reino da lua, sem sentir que estão me julgando pelo meu status ou que estão me vigiando pelas minhas costas, naquele momento apenas estou sendo eu e somente eu, como eu queria, como eu podia.

Quando eu ia continuar a música eu ouço a porta do salão ser aberta e então paro imediatamente de cantar a música, mesmo que fosse qualquer empregado, eu não queria levar bronca e parecer sem modos, "seja sempre gentil, educado e agradecido."

— Eu pensei ter ouvido um ser angelical cantando aqui, por isso precisava ver com meus próprios olhos... Interrompi?... — Jimin estava com um grande sorriso nos lábios o que faziam seus olhos quase fecharem, simplesmente lindo.

— A-ah... Não... Tá tudo bem... Eu só... Bem... Sempre achei o piano bonito e... Nunca vi ninguém tocando nele então... Apenas quis... Experimentar... — Digo tímido enquanto Jimin se aproximava de mim, cruzando o salão em minha direção.

Ele se senta ao meu lado no banco me olhando perto, muito, MUITO perto... Eu conseguia ver o universo em seus olhos de tão próximo que estávamos.

Embora já tivéssemos estado próximos assim antes era estranho, eu me sentia estranho, mais inquieto que o normal, não sei se era por saber que ele estava ainda mais próximo de se tornar um adulto ou se era por ele estar ainda mais bonito que o normal, talvez essa última parte seja só coisa da minha cabeça, Jimin sempre foi bonito, mas parecia mais que nunca agora...

— Eu... Posso tocar?...

— O-oi?! O quê? — Me surpreendo com sua pergunta inesperada.

— Piano... O piano Jungkook! Céus... O que você estava pensando? — Ele sorri em meio a um bufar incrédulo, eu não posso deixar de ficar sem jeito por ter parecido idiota a sua pergunta, aliás o que mais ele poderia querer tocar?...

Como eu imaginava Jimin é muito habilidoso com seus dedos, cada tecla carregava um sentimento e uma incrível habilidade com aquelas teclas pretas e brancas, que em sua presença pareciam tomar cor.

Em breve ele começa a cantar, não posso me sentir mais do que encantado por sua voz, já tinha o ouvisto cantando em acapella, porém com um instrumental tão lindo quanto o piano, sua voz se tornava mais que angelical, se tornava divina, Jimin era um ser divinamente perfeito aos meus olhos, não tinha como eu desmentir isso.

Quando paro para prestar melhor a atenção na letra da música ao invés de Jimin, me encontro sorrindo besta, não havia dúvidas, eu estava completamente apaixonado pelo príncipe da lua e não importava se era destino ou não, era o que eu sentia, era o que eu sabia, era o que eu via, era o que eu vivia e estava vivendo naquele momento eu hoje eu o aceitaria com todo o meu ser, para sempre.

Ele para de tocar aos poucos, suavizando a voz até ela se tornar inexistente e então tira as mãos das teclas e me olha, seu olhar era profundo e sincero, eu nunca o tinha visto assim, por um momento me sinto nervoso, meu interior está agitado e eu não sei o que fazer, apenas fico imóvel o observando da mesma forma.

— Eu te amo Jungkook... Eu te amo mais que tudo nesse mundo e se existem outros universos, outra realidade, eu tenho certeza que eu te amo em cada uma delas... Porque... — Ele pega em minhas mãos, abaixando o olhar para as mesmas, as acariciando. — Eu estou disposto a dar tudo o que eu tenho por isso, por nós, eu estou disposto a qualquer coisa para te ter comigo e para te fazer e se tornar meu... Você... Consegue compreender isso certo?...

Eu apenas concordo com um balançar de cabeça, eu estava chocado demais com tudo que o mesmo disse, o mais velho sem dúvidas alguma era melhor com palavras do que eu, por mais que eu estude e leia eu nunca chegarei aos pés dele quanto a isso...

— Amanhã a noite... Quando eu irei falar, logo após meu pai, eu irei agradecer a todos por terem vindo e irei ditar meus sentimentos por você... Eu... Espero que não se importe...

— Não! Não- E-eu não me importo! Não, de jeito nenhum... Eu... É... É o que eu mais quero Jimin... — Dessa vez eu que seguro uma de suas mãos, me inclinando um pouco em sua direção. — Eu... Gostaria de esperar até amanhã, mas... Esse momento é mais que perfeito...

Eu abaixo meu olhar suspiro, Jimin embora não tivesse muita paciência ele me espera juntar forçar para falar.

— Park Jimin... Você aceita namor-

Antes que eu pudesse continuar com meu pedido, Jimin me interrompe com um beijo,  eu fecho meus olhos aproveitando melhor a situação, pela primeira vez posso experimentar do gosto dos lábios de Jimin com cautela e exatidão.

O mesmo tinha gosto da minha fruta favorita, seus lábios eram macios e perfeitos para chupar e principalmente para morder.

O mais velho acaba intensificando um pouco mais o beijo, me pedindo passagem com a língua, eu timidamente deixo nossas línguas se encontrarem, apenas um sutil toque das duas faz com que eu sinta meu corpo receber uma descarga elétrica de adrenalina percorrer pelas minhas veias, minha temperatura gradualmente também aumenta e instintivamente seguro e aperto a cintura de Jimin, ela se encaixava de forma sublime em minhas mãos.

Eu sinto o arfar de Jimin contra minha boca pelo aperto que eu desfiro na cintura do mesmo, em uma atitude meio que irracional, Jimin sobe em meu colo, deixando minha boca para explorar a extremidade de meu pescoço, eu aperto suas coxas instintivamente pelo estímulo que o mesmo me diferia, a que ponto de impudor estávamos chegando? Qualquer um poderia chegar e entrar ali, como eu reagiria se fôssemos pegos?

Não conseguia pensar direito, apenas queria ter Jimin para mim, naquele momento, naquele lugar, mais em específico, em cima daquele piano de cauda branco.

Eu desço minhas mãos da cintura para o quadril de Jimin, o fazendo cavalgar levemente em meu colo, logo desço ainda mais meus palmos para a banda farta do loiro, a aperto e a seguro com força, força suficiente para o levantar e o pôr contra o piano a nossa frente, o estrondo do corpo do menor contra as teclas do instrumento me fazem despertar por um momento e então eu logo observo a porta que estava aberta, ela já estava assim antes? Eu não consigo me lembrar...

— Não se preocupa Gguk... Eu deixei aberta sem querer... Tá tudo bem... — Ele se levanta ajeitando as roupas, com a cabeça baixa, talvez tímido? Não sabia dizer, seu rosto não parecia esboçar timidez. 

— A-a gente não deveria fazer isso...

— Aqui... Ou...

— Não! Em... Em lugar nenhum eu... Eu nem sei porque fiz isso... — Me viro de costas passando as mãos pelos meus cabelos nervoso.

— Por quê?... Gguk... — Ele me abraça por trás, me fazendo me sentir ainda mais nervoso, além de fazer meu coração bater feito louco. — Quando mais novos, até mesmo banho tomávamos juntos...

Suas palavras eram doces, assim como seus lábios molhados em minha nuca, me tirando suspiros e arrepios.

— Minnie... Não faz isso... Fica difícil assim...

— Não somos mais crianças Koo... Não podem mais nos dizer o que devemos ou não fazer... — Ele desce o degrau do palanque do piano me olhando de lado.

— Mas ainda temos deveres e saber como nos portar, os príncipes herdeiros de nosso país!

— Não seja tão cético... É chato... — Ele fala indo embora.

— Vai dormir?...

— Não durmo a noite Gguk...

— Você pode... Ao menos ficar comigo até eu dormir então?... Estou me sentindo ansioso...

— Claro... Tudo bem! — Ele volta a se aproximar me estendendo a mão.

Era estranho, mas seu olhar estava carregado de um carinho descomunal que eu nunca havia visto, era como se eu estivesse o vendo uma segunda vez pela primeira vez, me sentia nas nuvens e tudo ao nosso redor parecia claro o suficiente para eu não saber distinguir cada coisa naquele salão.

Meu coração palpitava errático, seria assim se ele me pedisse em casamento no futuro?... Park Jimin era perfeito aos meus olhos.

Eu seguro sua mão lentamente e então desço do palanque, não posso deixar de achar graça por mesmo ao descer eu continuava maior que o mesmo, era fofo e a maioria das vezes que eu sorria, ele correspondia meu sorriso, como se pudesse ler minha mente, talvez realmente pudesse, ele sempre me entendia melhor que ninguém.

Eu saio com ele do salão e vou para meu quarto, nos deitamos na enorme cama que era pra ser apenas para mim e ali ficamos abraçados, eu estava encostado no peito de Jimin enquanto ele acariciava meus cabelos, as vezes enrolando cachos em meus fios castanhos ondulados.

— O Min-Yuk vai te matar por ter dado um perdido nele...

— Ele supera... Foi necessário, ele não parava de ficar na minha volta enquanto eu ajudava os empregados e quando era algo muito pesado ou que tinha risco de eu me machucar ele fazia por mim...

— Ele realmente é bem super-protetor...

— Tem ciúmes dele?...

— As vezes... Mas só quando ele está muito perto ou quando fica te tocando toda hora...

— Então é o tempo todo!

— Talvez...

— Ciumento!

— Vá dormir vai! Eu ainda tenho coisas a fazer...

— Assim eu não vou dormir mesmo! Você já está dizendo que quando eu ferrar no sono vai me abandonar! — Reclamo, levantando olhar para o mesmo, com um bico.

— Não seja dramático...

— Pois não seja cruel!

— Bobo... — Ele me abraça firmemente.

— Hyung...

— Sim?...

— Eu te amo muito...

— Eu também te amo Gguk... Você nem imagina o quanto... — Essas são as últimas palavras que eu ouço dele antes que eu caísse no sono e sinceramente, eu não podia estar mais feliz.

Mas a felicidade é uma coisa que não se é eterna e as vezes nem sequer duradoura, isso para mim também não era diferente. Até mesmo existe um ditado no mundo humano em que diz "felicidade de pobre dura pouco", mas nem sendo rico eu me escapava disso.

No outro dia a festa havia começado cedo desde as 15h da tarde estavam chegando convidados, trazendo presentes e boas novas para o príncipe e para o rei, desta vez a amante do rei que agora era sua nova esposa não estava ao lado de ambos, estava recebendo os convidados junto com alguns empregados na porta de entrada.

Eu estava num segundo andar que era aberto para se ver a sala do trono lá embaixo, eu podia ver perfeitamente cada um que chegava e cumprimentava Jimin, haviam muitos príncipes, tanto alfas, quanto ômegas e em sua minoria betas.

Meus olhos brilham quando vejo meu primo que morava na fronteira entre o reino da lua e do sol ali, cumprimentando o príncipe e o rei, o que me deixava mais animado, já que eu teria melhor com quem falar, além de ficar cumprimentando pessoas estranhas e esquisitas que me reconheciam e me bajulavam apenas pelo meu título.

O que me chama a atenção por um breve momento é o príncipe Jung, do reino Kitsune do Norte, ele estava presente também, fazia um ano desde que o mesmo havia descoberto que era um beta, o rei Jung não havia aceitado muito bem, mas não havia o que se fazer, ele em breve iria se casar com um ômega do Reino sol na fronteira com o reino Kitsune do Sul, por planejamento do pai do mesmo, que inclusive o acompanhava timidamente, o mesmo também estava acompanhado por uma outra Kitsune do Norte, se eu não me engano era sua prima, a mesma morava em um castelo mais isolado do reino Kitsune por serem acusados de bruxaria, o me fez pensar em como permitiram a entrada dela no reino da lua...

Quando percebo meu primo se aproxima de mim juntamente com o guarda real do mesmo, Choi Yeonjun.

— Jungkook! Quanto tempo!

— Soobin! Eu imaginei que não o veria tão cedo! Quem diria? — O abraço brevemente.

— Desde a festa do Jung?...

— 4 anos... Nossa...

— Eai? Vai pedir ele em namoro hoje? — Soobin tinha minha idade, alguns meses mais novo para ser mais exato, porém me entendia perfeitamente.

— Tá tão na cara assim?...

— Você não tira o olho dele! Vai desidratar o menino! Já não basta os convidados sufocando ele! — Ele engancha meu pescoço bagunçado meu cabelo, eu odiava isso.

— Vou fazer o que? A festa nem começou direito... E você só chegou agora...

— Nossa, viu Yeonjun? O nosso príncipe herdeiro não tem amigos! Tem um monte gente querendo falar com você Jungkook! Melhore essa sua cara vamos! Larga o príncipe Park por um tempinho!

— Eu acho que Vossas majestades precisam tomar algo refrescante! Os comes e bebes são a melhor parte das festas do reino da lua! Eles não iriam se chatear se vocês roubassem algumas coisas... Vocês são celebridades aqui! — Yeonjun fala sorrindo convencido.

— Você vai arrumar confusão para mim Jun, posso até ser parente do Jungkook, mas sou uma ramificação secundária da família Jeon! Não tenho tanta importância quanto ele!

— Não diga isso Soobin! Se por algum acaso minha família faltasse você quem assumiria o trono! Você é importante sim!

— Não acho que você deveria falar isso Jungkook... — Min-Yuk segura meu braço e então olha feio para Soobin.

— Eu não sou um maníaco por poder guerreiro Kim Min-Yuk... Não mataria a família Jeon principal por status ou realeza, eu ainda continuo sendo um príncipe e fico muito feliz em servi-los da fronteira...

— Você é muito insolente Min-Yuk, seu papaizinho não lhe ensinou como tratar alguém da realeza não? — Yeonjun fica a frente de Soobin o defendendo.

— E você não é muito abusado para um guarda real? Cadê seus bons modos Yeonjun? Não deveria desviar seu príncipe para maus caminhos... — Eles ficam se encarando, eu acabo os separando para não criar confusão.

— Por favor parem! Min-Yuk! Não seja rude!

— Tá tudo bem Kook e Min-Yuk, o Yeonjun tem passe livre para me chamar e me tratar como ele quiser... Essa é uma escolha e decisão minha e meu guarda real está bem ciente de suas ações e do que deve ou não fazer em relação a mim, se isso te incomoda tanto, peço que se retire... — Soobin não era do topo que agia com violência, muito menos era de perder a sua classe com coisas bestas, sinceramente ele seria um herdeiro muito melhor do que eu.

— Eu... Eu estou com fome! E... Já que não vou poder falar com Jimin tão cedo... É... Eu... Eu irei pedir algo para beber ou comer... Você vem Bin?

— Claro! Eu estou ansioso para ver o que o reino da lua tem a nos oferecer! — Ele sorri e então saímos juntos.

Yeonjun e Min-Yuk se fuzilam brevemente, até nos seguir correndo em busca de comida.

Os petiscos apenas foram ser oferecidos às 16h até as 17h, quando o sol se puserá às 18h logo começaram os pratos iniciais, dando início realmente a grande festa bancada pelo reino da lua.

Jimin estava no meio do salão e teve sua primeira dança com seu pai, a música era clássica, piano, trombone, saxofone e instrumentos de repercussão.

Ao finalizar a dança todos aplaudiram e o príncipe da lua agradeceu com uma reverência.

Jimin estava todo de branco com um casaco brilhoso, preto por cima, sua roupa toda tinha detalhes em dourado, até mesmo a fivela de suas botas marrons que iam até seus joelhos, porém o que mais me chamava a atenção era seu colarinho de babado, era lindo e lhe deixava fofo, o mesmo estava com sua coroa também, assim como alguns príncipes que iriam dançar as primeiras danças, cada um estava com um broche que possuía uma flor que simbolizava o seu reino.

As pessoas dançavam ao redor, sempre mantendo uma roda em volta ao príncipe que dançava com outros príncipes e princesas, eu apenas observava tudo de longe, sem coragem alguma para chegar até o mesmo.

— Vai lá! Aposto que ele deve estar te esperando! — Soobin me cutucava, me empurrando levemente para o meio do salão.

— Não! Não... Eu não posso fazer isso... Não tem graça ter que passar por toda essa gente apenas para chegar nele como qualquer um... — Suspiro levemente chateado.

— Então não seja qualquer um! Mostre a todos que você é o príncipe do sol e merece mais do que apenas participar de uma corrida para dançar com o príncipe da lua! — Ele me empurra em direção ao piano.

Eu o olho confuso, não entendia o que o mesmo pretendia, o piano estava ocupado, seria muito corta clima apenas pedir para pararem a música para que eu tocasse algo aleatório que eu nem sabia exatamente o que estava fazendo já que não tinha planejado absolutamente nada para aquele momento.

Soobin me indicava para continuar e dar meu "show", porém estava nervoso e ansioso o suficiente, quando sinto uma mão tocar meu ombro.

— Você não quer chamar a atenção dele para si? Então faça logo! Ele vai gostar e se sentir especial com isso... — Min-Yuk me encoraja e eu sorrio e então concordo.

Peço gentilmente para que o pianista se retirasse me dando o seu espaço e então logo me sento e suspiro fundo, logo começo a tocar a primeira coisa que me vem a cabeça.

Todos os outros instrumentistas param, pois minha música estava fora do ritmo deles, porém não acabo só chamando a atenção dos mesmos, como também de todo o salão que paravam de dançar apenas para me observar e ainda mais, Jimin que estava no meio do salão vem até a frente do palanque para me ver tocar, seu sorriso lindo e brilhante, me fazia me sentir especial, eu estava tocando para ele, por ele e o tinha para mim, completamente para mim naquele momento.

Eu me levanto aos poucos e deixo o pianista continuar na melodia em que eu havia criado, logo os outros instrumentos mudam toda a harmonia do que tocavam para acompanhar o piano, inclusive os violinistas que estavam apenas assistindo as outras músicas serem tocadas, agora começam a tocar, acompanhando o piano.

Desço do palanque e vou até o príncipe da lua, fazendo uma reverência e estendendo minha mão para o mesmo, o convidando para dançar, ele a pega gentilmente, sorrindo a todo instante e logo o guio, até o centro do salão, deslizando por aquele chão de mármore liso.

Eu o pego pela cintura e então começamos a dançar, não... Não só isso... Damos um espetáculo, um show, para todos ali presente, compartilhamos um pouco do nosso mundo com os que estavam ali nos rodeando.

Começamos a dança suavemente, acompanhando a melodia melódica da música, porém em seus momentos mais intensos, dançamos como se não houvesse o amanhã ou o depois, dançamos com tudo o que tínhamos.

Mesmo não tendo ensaiado nada antes, eu e Jimin nos completavam em nossos passos, acompanhavamos a música como algo instintivo e seguíamos em sua melodia, sem escapar dela.

Assim como na primeira dança todos observavam em círculo, ninguém se juntava a nós, era o nosso momento e estávamos dando tudo que nós tínhamos para torná-lo perfeito para quem quisesse ver, era um momento único nosso, já que nunca havíamos nos mostrado tão ligados e tão próximos assim em frente à tantas pessoas, além dos empregados do castelo.

Todos que ali viam nossa dança, nossos corpos pulando, rodopiando, se colando e se afastando ritmicamente dizia que éramos perfeitos um pro outro, a última peça do quebra-cabeça que faltava em ambos quando estávamos ali, juntos, ninguém podia negar isso, ninguém podia desver a perfeição que era a nossa união.

Paramos de dançar lentamente a medida que a música se encerrava, eu estava abraçado em Jimin, enquanto ele me olhava e tocava meu rosto como se estivesse hipnotizado por mim, eu apenas sorrio para o mesmo e nos afastamos com as palmas da plateia que gritavam e assobiavam para nós.

Eu faço algumas reverências, agradecendo a todos e então vejo o pai de Jimin se aproximar de nós, sua expressão era séria e não parecia ter gostado muito da minha atitude, porém quando se aproxima o suficiente de nós ele da um mínimo sorriso.

— Vocês foram muito bem... Obrigado por esse espetáculo Jungkook... Todos gostaram muito!

— Obrigado majestade... Foi uma honra... — Faço uma reverência para o mesmo, porém quando me abaixo sinto minha nuca queimar com seu olhar, me fazendo engolir a seco, ele só estava sendo gentil, não sincero.

— Vamos jantar agora certo? Depois irei fazer o primeiro anúncio... — Ele fala voltando a expressão séria de antes e olha para Jimin. — Reúna alguns príncipes e princesas para se juntarem a mesa conosco...

— Sim, pai... — O rei se afasta e eu sinto um longo suspiro vindo de Jimin, estava chateado com a reação de seu pai.

— Está bem?...

— Não ligue para o que ele disse... — Ele abaixa o olhar pensativo e logo me olha sorrindo, como se caçasse forças para isso. — Se junte a mesa comigo ok? Chame seu primo também... Convidarei apenas os mais importantes... Já que não tenho amigos para convidar mesmo...

Seu tom soa triste e seu sorriso se torna distante e abatido, logo ele sai a procura de príncipes e princesas para se sentarem consigo na mesa principal.

Após juntarem todos e estarem sentados, jantamos juntos.

Jimin havia realmente convidado apenas os principais príncipes do nosso país, dentre eles estavam Jeon Soobin, príncipe da fronteira entre o reino do sol e da lua, da segunda família Jeon, Jung Hoseok, príncipe do Reino Kitsune do Norte, Lalisa Manoban princesa do Reino Kitsune do Sul, Kunpimook Bhuwakul Manoban, príncipe da fronteira entre o reino kitsune do sul e do reino do sol, da segunda família Manoban e S/N, princesa da segunda família Jung.

— Você realmente sabe escolher bem suas amizades meu filho. — Comenta o rei Park.

— Obrigado papai...

— O príncipe Park, realmente se parece muito com o senhor majestade, sempre está com as pessoas mais "importantes" por perto... É um belo jogo de interesses... — Fala Lalisa.

— Não estamos aqui para negociar tratados ou demarcações, isso é uma festa, por favor se contenha com suas piadas de mal gosto raposa do Sul! — Dita Soobin.

— Justamente por ser uma festa seria perfeito que não discutissemos, por favor, contenham seus instintos, vocês nem sequer são adultos ainda! — O mais velho da mesa se pronuncia, o príncipe Jung.

— Acho que pelo menos alguém aqui tem senso de comunhão... Adoraria ser seu amigo príncipe Jung.

— Infelizmente não estou aberto a novas amizades, desculpe ter que recusá-lo príncipe Kunpimook...

— Como o esperado de raposas do norte... Vocês são nojentas...

— Por favor parem! Vocês não tem o mínimo respeito pela vossa majestade que está na mesa? Eu entendo vocês desrespeitarem o príncipe Park por serem praticamente da mesma idade! Mesmo que não deveria por ele ser superior a vocês em status! Mas isso ia é demais! — Finalmente me pronuncio, calando a todos ali.

Eu estava completamente desconfortável com aquele clima tenso criado entre os príncipes, havia até mesmo perdido o apetite por essas minis discussões bestas e rixas mal resolvidas, sem contar no desprezo que havia entre ambas as espécies de raposas.

— Realmente isso é uma grande perca de tempo... — Lalisa fala e então se levanta. — Muito obrigado pelo jantar majestade... Mas temo que teremos de nos retirar agora...

— Isso é uma falta de educação da sua parte... — S/N que estava calada até então se pronuncia, seu olhar era de mágoa.

As duas garotas se encaram e então Lalisa engole a seco.

— Apenas vamos embora já que nossa presença incomoda a muitos... Se isso é uma falta de educação para você eu sinto muito, mas não posso e nem quero fazer nada para mudar isso, vamos Bambam. — Ela bate no braço do primo se afastando da mesa.

— Eu irei ficar, irei ver o que o rei tem a falar em seu comunicado... — O príncipe Kitsune troca olhar com a prima e com o rei.

A garota olha o primo e olha para Jimin e então apenas dá de ombros, indo embora, S/N se levanta bruscamente da mesa, também se retirando quando Jung segura o braço da mesma.

— Onde você vai?

— Irei fazer uma coisa, me deixe!

— Você sabe que sua mãe vai ficar chateada comigo se algo acontecer com você!

— Não é como se você se importasse muito com o que acontece comigo ou com minha família... — S/N se solta de Hoseok e então sai atrás de Lalisa.

— Ouvi dizer que você vai se casar em breve Jung... Meus parabéns... — Soobin tenta cortar aquele clima pesado que havia se formado.

— Ah... ah sim... Irei... Muito obrigado... — O príncipe Kitsune do Norte não parecia nenhum pouco feliz com esse casamento, será que ele havia se apaixonado por um outro alguém?...

— E você Bambam? Já está mais do que na hora de arranjar alguém! Já és um adulto completo! E um grande alfa! — Soobin comenta.

— Ah sim... Eu irei me casar muito em breve... Inclusive meu pretendente está hoje aqui, nesse salão! — Ele fala com orgulho, eu sinto meu coração apertar, como se presentisse algo ruim.

Bambam ao falar aquilo olha para Jimin que retribui o olhar inexpressivo, o mesmo após toda aquela discussão apenas comia em silêncio, enquanto o rei Park apenas observava tudo também em silêncio.

— Bom! Então irei aos anunciados! Se me deem licença jovens... — O rei se levanta e vai até o palanque, onde haviam armado um tipo de microfone para o mesmo se pronunciar.

Todos que estavam comendo, ou apenas bebendo enquanto conversavam pelos cantos, param o que estavam fazendo para observar o rei falar.

— Eu irei ao banheiro, com licença... — Bambam fala e se levanta, se retirando.

Nós que estávamos sentados nos levantamos e ficamos em pé, virados para o palanque, logo o rei começava a falar.

— Quero agradecer a todos imensamente por terem vindo aqui, hoje, nessa data tão especial, em que meu filho, o príncipe herdeiro, Park Jimin estará completando seus 18 anos, um passo mais perto de sua maior idade como híbrido em nosso país! — Ele faz uma pausa observando a todos e logo prossegue. — Obrigado não só pela presença, mas pelos ricos presentes em nome de meu filho, com certeza ele adorou todos, mas o mais importante deste dia ou melhor desta data não é pela festa, pela música ou pela dança que vocês tanto apreciaram e sim meu comunicado mais importante desta noite!

O rei faz uma grande pausa, causando um maldito silêncio e curiosidade que era de matar qualquer um, o que diabos podia ser tão importante para esse suspense todo?

— Eu dei a mão de meu filho em casamento! Nosso reino recentemente fez uma aliança com os Kitsunes do sul, por isso sua presença tão rara está aqui, meu filho, o príncipe Park de Jimin, se casará em breve com o príncipe Kunpimook Manoban! — O rei fala com entusiasmo enquanto as pessoas aplaudiam incessantemente ao príncipe Kitsune que subia ao palco dar algumas palavras sobre o que havia sido dito.

Eu sinto um aperto em meu peito e uma falta de ar crescente, o que me faz que eu me desequelibre contra a mesa, chamando a atenção de quem estava ali.

— Jungkook... Você está bem?...

Soobin me pergunta, porém não consigo respondê-lo, a voz de Bambam ecoava na minha cabeça em meio ao seu discurso, embora eu não conseguisse entender o que o mesmo estava falando, a voz de todos estava diminuindo aos poucos como um zumbido em meu ouvido.

Eu olho para Jimin que me olhava em choque, o que me fez confirmar que o mesmo também não sabia o que estava acontecendo e por saber disso, podia saber também que o mesmo estava tão ou pior que eu, podia sentir, mesmo que não visse, suas pernas fraquejarem de tanto tremerem, suas mãos tão trêmulas quanto seu corpo e o pavor em seus olhos, como se a esperança estivesse escapado por entre seus dedos, ele estava com medo, estava apavorado, mal conseguia se mexer.

— Jimin, meu amor, por favor, suba ao palco querido... — Bambam falava com um sorriso no rosto, enquanto estendia ao longe as mãos para Jimin, éramos a mesa mais afastada do palanque.

Eu vejo uma expressão confusa e amedontrada em Jimin, certamente estava se sentindo incapaz naquele momento, quando o mesmo da seus dois primeiros passos em direção ao príncipe Kitsune eu me mexo para sair correndo dali, porém acabo tropeçando em uma cadeira vazia ao meu lado, caindo no chão e chamando ainda mais a atenção para quem estava a nossa volta, que me olhava com espanto.

Quando eu consigo me levantar, eu saio correndo do salão, porta a fora, Jimin assim que me vê correndo tenta ir até mim, porém Soobin o segura pelos ombros.

— Jimin, você não pode fazer isso!

— Me largue! Me deixe ajudá-lo! Ele está sofrendo! Me largue! — Jimin tenta se debater, porém Soobin o segura ainda mais firme.

— Você ir atrás dele agora só o fará sofrer mais! De um tempo a ele!

— Não me diga o que fazer como se isso fosse aliviar o que eu ou o Jungkook estamos sentindo! Você não sabe de nada! — Soobin o saculeja tentando o fazer voltar a si.

— Jimin! Você ir agora só vai piorar as coisas para o lado do Jungkook! Não acabe criando uma guerra entre os dois reinos! Suba lá naquele palco e faça o que tem que ser feito! Já estamos chamando a atenção demais!

Jimin sente seus olhos se encherem de lágrimas e sua visão ficar embaçada, Soobin o segura pela mão e então o guia até o palco, já que o mesmo acabaria tropeçando até mesmo em si por não enxergar quase nada em sua frente, Jimin sobe e então Bambam volta a estender a mão dele para Jimin que apenas o ignora e olha para todos ali que estavam chocados pela reação do príncipe da lua a tudo isso.

— Você tem algo a dizer Jimin?... — Pergunta o príncipe Kitsune.

— S-sim... E-eu tenho...

Jimin se aproxima do microfone e então se pronuncia. [...]

Eu corri até onde eu pudesse estar mais afastado de todos, me encolhendo em um canto e chorando, a dor em meu peito era insuportável.

Mesmo batendo contra meu próprio peito para afastar aquela sensação horrível, ela insistia em me acompanhar, eu tossia quase me afogando em meu próprio choro, era sem dúvidas a pior sensação que eu já senti na minha vida, como alguém de tão longe podia me destruir tão rápido assim? Acho que sou mais invulnerável do que eu acreditava ser...

Min-Yuk que corria atrás de mim, me acha e então apenas suspira se sentando ao meu lado em silêncio, não havia como ele me proteger daquele tipo de dor e sofrimento.

— Por quê? Por que as coisas tem que ser assim Min-Yuk?... Isso é horrível... Dói demais... — Eu apertava meu peito enquanto chorava feito uma criança.

— A pior dor que podemos sentir é a do amor Jungkook... Acho que pelo menos uma vez nas nossas vidas somos obrigados a passar por ela... Não importa o quão perfeita seja nossa vida...

— Tínhamos tudo para sermos perfeitos... Éramos e somos perfeitos juntos então por quê? Por que o destino está brincando conosco dessa forma? Somos feitos um para o outro! Eu sei disso! Somos almas gêmeas afinal! Desde que nos vimos pela primeira vez eu sinto isso, mas então... Como?... — Passo a mão pelos meus cabelos, escondendo meu rosto entre meus braços, eu estava patético, eu era patético.

— Acho que o amor real, vai muito além disso sabe? Vocês podem ter escolhidos um ao outro desde que nasceram ou desde que se viram, mas... Nem sempre almas gêmeas são destinadas a ficarem juntas... Mesmo que sejam escolhidos, nem sempre significa que vão ficar juntos, por mais que se amem... Você sabe o que aconteceu com a rainha Park... Nem todos somos destinados a ter um final feliz Jungkook... O amor pode ser extremamente cruel e surgir quando menos esperamos... — Sinto um tom de dor nas palavras de Min-Yuk, ele já havia passado por algo parecido antes? Ele parece entender muito sobre as dores do coração...

— Você conheceu sua alma gêmea Min-Yuk?...

— Não... Apenas... Me apaixonei pela pessoa errada... Uma que em nenhuma de minhas vidas eu poderia ter... Porque ela brilha mais que tudo, até mesmo mais que o sol... E assim como o sol, essa pessoa está muito longe do meu alcance... E sempre estará... — Min-Yuk observa seu palmo, o fechando triste, posso ter visto uma lágrima rebelde escapar pelos seus olhos, mas ele nunca admitiria que está chorando.

— Entendi... Você acha que... O Jimin está longe demais para eu alcançá-lo?...

— Você o faz brilhar Jungkook... Enquanto ele te faz querer pular montanhas apenas para o vê-lo bem e feliz... Eu sei que... Se a decisão do Park é se casar com o príncipe Kunpimook... Você o permitiria ir, por mais que isso te matasse por dentro. — Até mesmo ouvir uma coisas dessas me doía por dentro, o amor é algo muito engraçado mesmo...

— É... Acho que você tem razão... Quem é a pessoa por quem você se apaixonou? Eu conheço?...

— Eu... Prefiro que ela nunca descubra... Que eu a amo... Meu destino é apenas observá-la ser feliz de longe... E a proteger... Isso é o suficiente para mim... E será o suficiente para ela... Não posso incomodar o coração dela... Porque ela gosta de outra pessoa... Sempre gostou... Não tenho o mínimo direito de intervir nisso... — Ele me olha enquanto eu limpava minhas lágrimas.

— Sua forma de amor realmente é muito nobre Min-Yuk... Por mais que eu deixaria ele ir... Eu não suportaria o ver com um outro alguém que não fosse eu...

— E quem disse que eu suporto? Eu realmente odeio com todas minhas forças essa pessoa que ele ama... Mas... Eu só posso aceitar... Porque machucá-lo, seria machucar ainda mais quem eu amo...

— "Ele"? Então é um garoto? Você já sabe a classe dele? — Min-Yuk fica em silêncio as minhas perguntas.

— Jungkook?! Jungkook! — Jimin surge de uma das portas do castelo e então vem imediatamente até mim me abraçando. — Eu te amo! Eu te amo muito!... Me desculpe...

— T-ta... Tá tudo bem Jimin... Eu entendo que é o seu dever como príncipe e... Seja lá o que aconteça eu.. 

— Do que você está falando? Você pensa mesmo que eu vou desistir tão fácil assim de você? De nós?! Nem que eu tivesse que fugir até o fim de mundo e viver me escondendo eu nunca te largaria Jungkook! Como pode pensar assim?!

— Mas Jimin... É o seu reino... Você tem que cumprir com os seus deve-

— Jungkook! Pelo amor! Eu sou o único filho e herdeiro ao trono! Meu pai não pode me obrigar a quase nada que eu não queira! Mesmo que ele tenha outro filho, sou eu quem sou marcado a ser o herdeiro! Eu carrego as fases da lua em minhas costas! Ele não pode fazer nada Jungkook... É você quem eu amo... E fiz questão de que todos soubessem disso claramente...

— J-Jimin! O que você fez? Não... O que você falou?...

— O... O necessário...

[...]

— E-eu... Príncipe do Reino da Lua e futuro herdeiro ao trono, Park Jimin, não irei me casar com ninguém que eu não ame! — As palavras de Jimin chocam a todos que ouviam no salão o seu comunicado.

— Park Jimin! Você não pode fazer isso! Eu criei uma aliança com-

— Que me consultasse antes de me vender a qualquer alfa que lhe dava para o gosto!

O garoto suspira e então volta a falar com todos que estavam presente no salão, atentos ao que o príncipe tinha a dizer.

— Eu conheci minha alma gêmea! E pretendo me casar com ele no futuro! Eu o amo mais que tudo e não importa quem ou o que digam, eu não irei o abandonar nunca! Jeon Jungkook é o nome dele, o príncipe herdeiro do reino sol! Ele é quem meu lobo escolheu... O destino dos dois reinos se cruzaram e em breve estarão mais ligados que nunca... — Jimin se vira para o rei Park. — Não me importa se você aprovará isso ou não... Essa... É a minha escolha, a minha vida e o meu destino...

— Receio que nosso trato esteja quebrado agora... Rei Park Ji-Hyun... Nos veremos em um futuro breve... — O príncipe Kitsune do sul anuncia, se despedindo.

— Não! Espere! Eu o farei mudar de ideia! Volte aqui! Nós temos um acordo! — O rei Park desce dali indo atrás do príncipe do sul.

Jimin observa a todos ali que ainda permaneciam chocados com tudo o que foi dito, logo sente um aperto em seu peito e lembra de seu amado, descendo as presas do palanque a procura do mesmo...

☀️🌙

Após aquele dia, as coisas entre os reinos se tornaram distantes e mais complicadas, alguns meses depois eu fiz minha festa de 18 anos, porém Jimin não veio me ver, mesmo tendo sido convidado.

A realidade é que se ele veio duas ou três vezes me visitar em meu reino foi muito, porém eu estava ansioso e esperava que ele viesse me ver, era uma data importante... Entretanto isso não ocorreu...

Dois anos depois houve a festa de casamento do príncipe Kitsune do Norte, ele estava tentando se manter firme em demonstrar uma falsa felicidade a todos que o visitavam e traziam presentes, além de os parabenizar, o rei estava adoecendo então logo Hoseok assumiria o trono e mesmo assim, não vi Jimin...

As vezes eu sonhava com o mesmo e com isso nos encontrávamos em um mundo só nosso... Feito pelo nosso subconsciente adormecido, lá conversamos e eu via o quão Jimin parecia estar sofrendo com a pressão imposta em cima dele, a madrasta de Jimin também estava se tornando cada vez mais cruel e esnobe com o mesmo.

Entretanto ele ainda sorria quando falávamos sobre quão grande e bem o Eunwoo estava crescendo, era o primeiro filho de Jin e Namjoon e estavam sendo super babões, eu por outro lado havia dito que Yoongi hyung e Taehyung hyung queriam ter outro filho futuramente, Min-Yuk parecia indiferente com a escolha dos pais, mas no fundo eu sabia que ele se sentia deixado de lado, a cada dia que passava essa dor do coração parecia o dilacerar cada vez mais... Isso me causava medo... Medo com o que podia acontecer com alguém quando se tem um coração partido...

☀️🌙

Faltavam apenas alguns dias para que Jimin completasse sua maior idade e eu estava ansioso para o que poderia acontecer, se ele passaria bem ou precisaria de ajuda.

O pai de Jimin havia permitido que ele viesse até meu reino para que passasse o primeiro cio aqui, porém estava nervoso, não sabia como eu poderia o ajudar e se eu fizesse algo errado? E se eu o machucasse? Ou e se ele me machucasse? Seria um momento importante onde finalmente saberíamos a verdadeira classe de Jimin e isso me agonizava e se fôssemos da mesma classe? Isso poderia apenas piorar ainda mais a situação entre os dois reinos.

— Jungkook... O príncipe Jimin já chegou... Vá recebê-lo! — Minha mãe me fala e a partir disso eu começo a correr pelos corredores e descer escadas para o encontrar.

Quando eu estava nas últimas escadas Min-Yuk aparece a minha frente me impedindo que eu vá até a porta.

— Majestade... Por favor... Você pode acabar se machucando... Você não sabe o que o Park poderá fazer quando ele perder o controle-

— Min-Yuk, eu não quero suas instruções de segurança agora, me deixe ver o Jimin imediatamente! Essa escolha é minha e você não pode me impedir!

— Eu não posso te deixar passar... Eu sinto muito... — Ele saca a espada dele com a bainha em minha direção.

— O que está fazendo?... Eu ordeno que me deixe passar Min-Yuk! — Fala mais sério me aproximando, descendo a escada.

— Sinto muito... — Ele bate com o cabo da espada dele em meu estômago, me empurrando contra a escada.

— Merda... O que deu em você?... Min-Yuk!!

Eu me levanto e então quando ele ia tentar me golpear eu jogo terra nos olhos do mesmo pelo meu poder, logo o seguro pelos ombros e lhe dou uma joelhada, fazendo com que ele se afastasse.

Min-Yuk recobra um pouco da sua visão e parte novamente para cima de mim, tentando me acertar com a bainha, eu me defendo com meus ante-braços em formato de um X e acabo sendo acertado novamente em meu abdômen, eu acabo me protegendo de um novo golpe do mesmo, prendendo o braço de Min-Yuk ao meu e lhe dou um soco.

Eu tento o agredir novamente diferindo outro soco em sua face, porém dessa vez ele quem entrelaça meu braço, me deixando imóvel e então me da uma cabeçada, me fazendo voltar a cair de costas sobre os primeiros degraus da escadaria.

Min-Yuk difere um golpe com a bainha, porém eu cambaleia para o lado e seguro suas pernas o derrubando no chão, fico por cima do mesmo e o soco algumas vezes, até ouvir uma voz grave pedir para que parassemos com aquela cena.

— Já chega! Min-Yuk, se levante! — Levanto meu olhar vendo Taehyung hyung sério e com uma expressão de decepção aquela cena.

Eu paro de agredir Min-Yuk que me empurra de cima dele e se levanta pegando a bainha com a espada e se aproxima do pai fazendo uma continência, havia sangue no nariz de Min-Yuk, quando em um piscar de olhos vejo o mesmo receber um tapa de seu pai.

— Não foi para isso que eu lhe ensinei a lutar... Deixe o príncipe ir receber o príncipe Park!

— Mas pai o príncipe Jeon-

— Sem mais Min-Yuk! Está dispensado por hoje, tome um banho e reflita em seu quarto sobre suas ações!

— Você não pode mandar em mim a vida inteira pai! — Min-Yuk recebe outro tapa, agora em outro lado de sua face.

— Não me faça repetir de novo... Por favor... Apenas saia daqui... — O Kim mais velho parecia triste ao dizer aquelas palavras.

Min-Yuk me olha uma última vez e sai dali correndo, envergonhado.

Quando menos percebo ouço alguém pigarrear ao nosso lado, era um mensageiro e um pouco atrás do mesmo estava Jimin, o mesmo estava com o olhar baixo e com roupas extremamente exageradas que cobriam boa parte de seu corpo.

— Desculpem altezas... Porém como ninguém nos atendeu acabei adentrando sem permissão... Vossa majestade, o príncipe Park Jimin, acaba de chegar... — O mesmo da espaço para Jimin que faz uma reverência com a cabeça. — Vim apenas para carregar as malas do mesmo ao quarto que lhe foi designado.

Enquanto o mensageiro falava eu percebia que Jimin estava com uma aparência cansada, havia suor em seu queixo e acima de seus lábios, o olhar do mesmo mostrava o quão estava se esforçando para se manter de pé, por questão de boas maneiras.

— Jimin... Está tudo bem?

O mais velho levanta o olhar para mim e então da um sorriso gentil, logo o vejo tombar ao chão, sinto meu coração parar por um momento e então corro até o mesmo o pegando em meus braços, Jimin estava extremamente quente devido a temperatura e clima diferente dos reinos, além de estar com roupas pretas que puxavam ainda mais o calor para si, estava completamente tapado.

Taehyung hyung chama algumas empregadas para que cuidassem do mesmo, elas o dão um banho e uma muda de roupas novas e mais frescas para Jimin, depois de algumas horas o mesmo aparentava estar melhor e até mesmo havia se alimentado direito.

— Como se sente?...

— Melhor... Aqui... Realmente é quente... — Ele diz se abanando com um leque.

Eu observo melhor o corpo do loiro percebendo que havia algumas marcas roxas, certamente havia apanhado do rei Park, mas não iria perguntar o porquê, não tinha esse direito, se ele quisesse, ele quem me contaria.

— Faltam... Faltam quantos dias?...

— Isso é um erro... Eu não deveria estar aqui... Eu... Posso acabar te machucando ou fazendo algo sem pensar e... — Seguro a mão do mesmo.

— Jimin... Tá tudo bem... Vamos lidar com as merdas juntos como sempre tá bom?... — Aperto a mão do mesmo o olhando nos olhos, tentando o passar segurança.

— Se... Eu for um alfa... Tudo bem para você?...

— Não importa o que você seja, eu vou te amar incondicionalmente... Todas as suas formas, faces e lados... Eu te amo Jimin, em momento algum duvide disso... — Falo sério, ao mesmo que com compaixão.

— Podemos... Podemos ter uma primeira vez... Antes que eu... Não esteja sob meus sentidos?...

Eu vacilo ao seu pedido, porém sinto meu coração bater mais rápido.

— E-eu não sei se... Se é uma boa ideia...

— Quero fazer isso ao menos uma vez sem te machucar... Mas eu entendo se não quiser... Até porque... Você não completou ainda...-

— Eu aceito! — Vejo o mais velho me olhar surpreso. — Eu... Quero fazer isso com você... Vamos fazer de qualquer forma não? — Riu levemente nervoso. — Se você se sentir melhor sendo agora, então faremos isso...

Vejo um sorriso de alívio sobressair sobre os olhos do loiro, um brilho que eu nunca havia visto, ou tão pouco visto surge mas órbitas esverdeadas de Jimin.

Eu entrelaço meus dedos com os deles e então eu o guio para um dos quartos mais afastados do castelo, onde poucas pessoas trabalhavam na área e a maioria eram betas.

— O-olha... Eu não sei como fazer isso ao certo... Eu quando fiz meus 18 anos tentei estudar melhor sobre, além de... Tentar me descobrir e-e enfim... Pode... Não ser bom de primeira...

— Jungkook... Eu sei disso... Tá tudo bem... Lembra quando eu te beijei pela primeira vez? Vai ser um pouco confuso para nós dois, mas apenas por ser você, com você... Já vai ser perfeito... — Ele segura minha mão se sentando na cama.

— T-ta... Eu...

Eu vou até a porta a trancando e fechando as cortinas eu vejo algumas gavetas e então pego um tubo que eu sabia que ajudaria a fazer com que fosse menos doloroso, porém eu estava tão nervoso que acabo deixando cair no chão, me viro para Jimin fazendo algumas reverências e pedindo desculpas.

Quando eu menos percebo ele havia se levantado e estava ao meu lado, ele toca em minhas costas e sinto que finalmente posso respirar, ele se abaixa pegando o tubo e colocando em cima do armário.

Eu o olho temeroso por uma bronca, porém ele me olhava com preocupação, diria que estava até mesmo chateado e isso doía um pouco.

— Você realmente quer fazer isso Gguk?...

— S-sim! E-eu quero Jimin! Eu só... Tô... Nervoso... Acho que... Ansioso também... — Eu mexia em meus dedos sem parar, coisa que fazia quando estava no ápice da ansiedade.

Ele segura minhas mãos separadamente e acaricia meus palmos.

— Eu... Eu acho que você não está pronto pra isso...

— O quê?... Jimin, eu já tenho 20 anos... Vou fazer 21 em breve... Como eu-

— Não é sobre idade Jungkook, você pode ter 20, 28 ou até mais de 30 anos... Você não deve se forçar a nada caso não se sinta pronto pra isso... Tá tudo bem... Não estou lhe exigindo nada... — Ele toca meu rosto me acariciando.

— Não... Não foi isso que eu quis transparecer... Isso, isso me chateia! Faz parecer que eu não quero transar com você! Você não é um erro Jimin... É a pessoa que eu amo! Se eu não fizer isso com você, não vou fazer com mais ninguém! — Eu pego a mão do menor e a coloco sobre meu peito. — Veja... Sinta... Sinta meu amor por você... Está tudo bem... Eu realmente quero...

— Jungkoo-

— Eu esperei isso por anos Jimin... Desde... Quando eu comecei a me notar diferente... O que os humanos chamam de puberdade... Mas eu sabia que não era o momento e... Não queria apressar as coisas... Eu até mesmo estava com medo de você me recusar quando chegasse esse momento... Então não coloque palavras em minha boca dizendo que eu não quero, eu sei o que eu quero e sei que estou pronto pra isso...

— Tem certeza?...

— Absoluta... Só estava me sentindo um pouco pressionado... Eu esqueci que não vou fazer isso sozinho... — Riu. — Vamos fazer juntos, sim?...

Ele me dá um sorriso caloroso, o que me faz não deixar de sorrir também e então eu volto a pegar o tubo, porém dessa vez com firmeza e vamos de mãos dadas até a cama.

Como o esperado, nossa primeira vez foi lenta... Cheia de carícias e amassos quentes, dentre todas as coisas ruins que se pode ter em uma primeira vez, a única coisa ruim foi a dor... A dor básica de uma virgindade sendo perdida... Rasgada... Partida...

Não nos rotulamos, ambos perdemos as duas partes que poderíamos considerar virgens, e céus, eu não podia nem imaginar o quão bom Jimin era em cavalgar, esse miserável quase me enlouqueceu a cada cavalgada rítmica contra meu falo, me sentia como se pudesse ver estrelas no teto do quarto em que estávamos, talvez seja apenas os delírios que ele estava me causando.

Espero que ele tenha se sentido tão bem quanto eu me senti, quando ele empurrava com tudo sua virilha contra meu interior libertinoso, suas atitudes me arrancaram gritos e gemidos, assim como pude ver sua expressão extremamente manhosa ao chamar meu nome enquanto eu ia fundo dentro dele, cheguei a mencionar o quão apertado ele era? Esmagava toda minha extremidade.

Ou quando ele segurava meu cabelo sem pudor algum me fazendo quase engasgar com minha própria saliva enquanto gemia e o implorava por ir mais rápido.

Ah céus... Aquela língua nunca foi tão astuta em me engolir e me explorar por inteiro, onde diabos ele podia ter aprendido algo assim? Havia tanta destreza na ponta daquela língua quanto em seus dígitos que me apertavam e me exploravam ambiociosamente, querendo conhecer toda e qualquer parte que ainda não havia descoberto.

Ele era como um mar e eu era o navegador, explorei suas águas e me deliciei de seu gosto, como podia, era doce, e me deixava viciado, querendo cada vez mais, mas tive que me contentar com meu corpo abandonando as forças que tinham em minhas pernas e braços para um breve descanso, pois em alguns dias, tudo isso seria multiplicado em mais e mais depravação, de algo que despertaria em meu amado, Park Jimin.

E o dia chegou, chegou mais rápido que eu pudesse prever, aqueles olhos em coloração lilás adentrando meu quarto sorrateiramente, ele era um ômega, um lindo e perfeito ômega.

Ele se arrastou como até a beira da minha cama como se eu fosse sua presa e então pude ver aqueles olhos brilhantes sobre mim, ele me devorava apenas com o olhar.

— A-alfa... P-por favor... M-me ajuda... — Embora sua voz fosse de súplica, como se sentisse dor, seu olhar era completamente assustador.

— A-alfa?... Mas eu...

Jimin escala minha cama ficando por cima de mim, eu apenas o observo e aos poucos me sinto tonto em torno de seu cheiro, era de flor de cerejeira e maxeira, um cheiro extremamente seduzente para um ômega.

Eu toco seu rosto, estava queimando como se estivesse com febre, quando eu menos percebo sinto-me pressionado em minhas partes baixas, Jimin rebolava em mim enquanto gemia da forma mais manhosa que podia, ele mordia o lábio inferior de forma seduzente.

Jimin conseguia ser sexy quando queria, porém isso, já era demais, eu não iria suportar por muito tempo...

Em menos de minutos estávamos novamente fazendo amor, porém não um amor calmo, um amor bruto e selvagem, por mais que eu estivesse com medo de machucá-lo, minha pele era a que mais estava marcada, mesmo comigo fazendo o papel de ativo na tentativa incansável de saciá-lo.

Quando eu me deito para descansar, Jimin fica por cima de mim e toma controle da situação, novamente me fazendo delirar, em meio ao seu momento de lascívia eu acabo desmaiando por cansaço.

Me acordo no outro dia extremamente tonto como se tivessem me acertado uma pedra contra minha cabeça e então eu vejo Jimin deitado sobre mim dormindo, eu me levanto deixando ele enrolado nas minhas roupas e então vou até o espelho que havia quebrado no dia anterior, meu corpo estava cheio de mordidas e chupões que eu nem sequer lembrava de como haviam chegado ali.

Eu engulo a seco quanto sinto o cheiro de Jimin ficar forte novamente e então o olho se encolhendo de dor.

— Gguk... M-me ajuda... F-faz isso parar... P-por favor...

Eu instintivamente vou até o mesmo e então o pego pelo pulso o virando de costas, afundo minhas narinas na dobra de seu pescoço sentindo o cheiro do mesmo e então sinto algo diferente em mim, era mais que apenas um desejo carnal, era muito mais que apenas volúpia... Eu o queria inteiro para mim, queria me ligar a ele de todas as formas possíveis e impossíveis.

Eu o pressiono contra os lençóis e então adentro sem a menor demora dentro do menor, logo começando o estocar, eu estava perdendo meus sentidos, mesmo que estivesse tomado pelo prazer que ele me envolvia, era diferente, ele era um ômega... Era o meu ômega...

E eu... Era o seu alfa...

Os olhos do mesmo estavam em um tom fraco de lilás, podia ver algumas lágrimas escorrerem pelos seus olhos, ele resmungava algumas coisas que eu não entendia, estava completamente fora de mim.

Quando chego próximo de meu ápice eu abro minha boca e então mordo a ligação do ombro de Jimin ao pescoço, o mesmo solta um grande grito de dor, porém era tarde demais para que eu parasse, eu cravo minhas presas no mesmo o marcando, ele agora seria para sempre, todo o sempre meu, somente meu.

— J-Jungkook... P-por favor p-para... I-isso dói... D-dói...

Jimin tentava se soltar de mim, porém eu havia o imobilizado completamente, só consigo o soltar quando sinto meu peito doer pelo seu choro que agora não era mais de prazer e sim de pura dor.

Eu tiro minhas presas do mesmo, também saindo de dentro do loiro e me afasto, eu podia sentir o gosto de sangue em minha boca o que certamente me deixou em puro choque.

"O que eu havia feito?" Era o que se passava a milhões pela minha cabeça.

— J-Jimin... Você está bem?... — Me aproximo do mesmo o segurando pelos ombros e o fazendo se sentar.

— O-olha os seus olhos! Olha seus olhos Jungkook! — Me espanto com seu pedido.

— M-meus olhos?...

Eu olho para o espelho vendo uma coloração diferente em meus olhos e então me assusto, eu claramente era um alfa, mas eu não deveria descobrir isso agora e ainda mais, eu havia marcado Jimin o que eu faria agora?

— V-você está bem?... — Sinto uma leve dor em meu peito, mas a ignoro, apenas me aproximando de Jimin.

— E-eu tô... Apenas fui... Pego desprevenido... Está tudo bem Gguk... Eu te aceito como meu alfa...

Sinto meu peito aliviar e eu soltar uma grande carga de ar de meus pulmões, seguro a nuca do mesmo encostando nossas testas em alívio.

— Eu posso finalmente ser completamente seu... — Ele dita me fazendo rir nervoso.

— Você me deu um puta susto tá?

— Eu?... Jungkook, você sabe que você se despertar como alfa agora que não é normal certo?

— Eu não sou anormal...

Vejo Jimin reclamar de dor novamente e então apenas se deita se cobrindo por inteiro com o lençol que agora tinha a mistura de nossos cheiros.

Eu apenas me deito com o mesmo tentando deixar que meu cheiro se sobressaise ainda mais para que ele se sentisse seguro e protegido.

Foram longos 5 dias de cio, eu estava acabado e qualquer um podia ver isso claramente.

Quando o cio de Jimin acabou Min-Yuk nem sequer olhava na minha cara, certamente ele devia odiar Jimin pelo estado em que me deixou, mas sinceramente pouco me importava, eu até ficava feliz por mostrar as marcas que meu ômega havia me feito, já que ele carregaria uma marca que eu fiz para o resto da vida dele.

Quando expliquei ao meus pais o que aconteceu, sobre eu ter despertado mais cedo, fui levado à um médico e examinado, o doutor havia dito que isso era normal e não tinha nenhum problema ou anomalia comigo.

Explicou que por eu ter passado o cio com meu ômega e por eu estar perto de despertar também, ele acabou acelerando esse processo, mas que não tinha nada de errado nisso, apenas caso se eu despertasse com 19 anos ou menos.

Antes de partir de volta para o reino da lua, Jimin ainda ficou uns 3 dias conosco para que pudéssemos cuidar dele e termos certeza que ele não sentisse mais nada.

— Quando vão se casar? — Meu pai pergunta deixando Jimin sem jeito.

— Pai! Por favor! O Jimin a recém despertou como ômega! Não o cobre tanto! Fora que... Nem sabemos se o rei Park vai aceitar... — Abaixo minha cabeça olhando para meu prato.

— Como não? Ele tem que aceitar! Ainda mais! Acho que Jimin deveria morar conosco já que carregará nosso sobrenome!

— Amor por favor... Não os incomode... — Minha mãe pede.

— Querida... É uma benção e um prazer tê-lo conosco! Só quero ver de perto meus futuros netos crescerem!

Me engasgo com minha comida e vejo Jimin me olhar confuso.

— N-netos? T-tipo filhotes?...

— Algum problema filho? Você sempre me dizia que iria ter filhotes com o Jimin e até mesmo achou que por um bei-

— Não! Não! Tá bom- mas agora?... — Olho para Jimin que apenas encolhe os ombros constrangido.

— É bem normal no primeiro cio os ômegas engravidarem... Por que está tão chocado filho?

— Não... Não... Não é que eu não queira é que... — Olho para Jimin, ele parecia estar segurando o choro. — Você... Quer isso Jimin?...

Ele levanta o olhar cheio de lágrimas e então apenas concorda com um balançar de cabeça sutilmente, eu sorrio aliviado, mas vê-lo daquela forma me machucava, ainda mais do que quando eu apenas só via nesse estado, agora eu podia sentir perfeitamente como ele se sentia e era uma sensação terrível de insegurança e impotência.

— Pai... Mãe... Vocês... Nos apoiariam caso tivéssemos filhotes não?.. 

— Claro meu amor, sempre vamos apoiar as decisões que você achar serem as certas...

— Obrigado... Isso é muito importante para mim... — Olho Jimin e seguro a mão do mesmo por debaixo da mesa. — Para nós...

No último dia de Jimin ir embora eu senti com se o mesmo estivesse levando uma parte de mim com ele, porém sabia que agora era só questão de tempo para que nos reencontrassemos novamente.

Quando volto para dentro do castelo eu vejo Yoongi hyung chorando na escada e então eu vou até o mesmo preocupado, me abaixando na frente do mesmo.

— Hyung?... Por que está chorando? O que aconteceu?...

— O-o Min-Yuk... O Min-Yuk, Jungkook... Ele está muito doente... Ele... Ele pode acabar morrendo ele pode... — Yoongi não conseguia continuar dizendo, doía demais nele saber que poderia perder o filho, eu apenas o abraço brevemente para confortá-lo e vou até o quarto de Min-Yuk.

Eu podia ver Taehyung hyung acariciando a mão do mais novo enquanto se permitia que algumas lágrimas escorressem pelo seu rosto.

— Hyung...

Taehyung levanta o olhar para mim e então esconde o rosto para esconder as lágrimas, logo se levantando e vindo até mim.

— O que... O que ele tem?...

— Ele está doente... Doente de coração partido... Ele está morrendo Jungkook...

— Mas... Não... Não! O Min-Yuk não pode morrer assim! Ele não- Quem é? Por favor hyung me diga quem é! Eu tenho que falar com essa pessoa! Eu preciso saber quem é! Eu tenho que convencê-la a-

— E você vai fazer o quê? Você vai falar o que Jungkook? Implorar para a pessoa que Min-Yuk ama para largar a outra? Isso é impossível! Desista!

— Você sabe quem é? Por favor... Por favor me diga! Eu te imploro... — Me agarro nas vestes de Taehyung quase caindo ao chão.

Ele me segura pelos braços me pondo de pé e me olha seriamente, como se sentisse raiva ou desgosto de mim e então me diz.

— É você Jungkook! Min-Yuk está morrendo por sua causa! É por ele amar você que está morrendo! E você por amar o príncipe Jimin... Está matando meu filho... — Os olhos vermelhos de lágrimas se fazem presente nas órbitas de Taehyung e então ele sai do quarto socando a porta.

Aquilo me era como um soco no estômago, eu não esperava que Min-Yuk fosse apaixonado por mim, porém quando começo a me lembrar do que o mesmo me disse na festa de 18 anos de Jimin tudo começa a fazer sentido, me sinto tolo por não ter notado antes.

Eu caio no chão me sentindo perdido, eu iria perder meu melhor amigo e o que eu poderia fazer? Nada iria mudar o fato que eu amo Jimin, ele era meu e agora mais que nunca eu podia voltar atrás com isso, talvez por isso o estado de Min-Yuk tenha piorado tanto e o culpado foi somente eu por nunca ter percebido antes, por não ter notado mais cedo.

Era fato... Min-Yuk estava morrendo e eu não podia fazer nada, nada mudaria o fato que ele me amava mais que um amigo ou um irmão e que eu amava Jimin cegamente ao ponto de deixar meu melhor amigo morrer por não poder abandoná-lo ou sequer negá-lo por um instante em meu coração.

E ele se foi... Se foi e eu não pude fazer nem ao menos dizer nada, ele me deixou com minhas palavras entalada em minha garganta que a cada dia que se passava se tornavam mais amargas, minhas mãos amarradas com espinhos que agora rasgavam e sangravam a cada momento que eu sequer lembrava dele.

Lembro-me da nossa última conversa enquanto ainda estava doente, eu me desculpava incessantemente para que Min-Yuk me perdoasse e ele apenas ria e sorria dizendo que avia me avisado para ficar longe de Jimin que ele me traria problemas.

As cenas e os momentos de raiva dele do nada, nada fora em vão, não foram do nada, todas tinham um significado e um sentimento cruel por trás, tudo o que resultou no fim de sua vida e eu jamais poderia me perdoar por isso... A morte dele estava em minhas mãos e eu ia a carregar para sempre comigo...

Eu eu não podia duvidar, Min-Yuk foi forte, foi forte em todo o momento de meu romance e paixão por Jimin, até em seu último suspiro, sempre lidando com todos esses sentimentos sozinho...

Ao menos em sua morte, ele não estaria sozinho...

☀️🌙

Haviam se passado dois meses desde que Min-Yuk havia morrido e dois meses e alguns dias que Jimin havia voltado para o reino da lua, o castelo todo ainda estava de luto por Min-Yuk, Yoongi estava em um estado deplorável, Taehyung até mesmo havia sido dispensado de guarda real por um tempo para que pudesse cuidar de Yoongi, pois estávamos com medo que o mesmo tentasse algo contra a própria vida.

Eu mesmo havia perdido a graça em muitas coisas, nada mais parecia alegre e tudo me lembrava Min-Yuk, quem eu contaria sobre as cartas que eu recebia? Quem treinaria comigo e brigaria comigo quando eu tivesse sendo preguiçoso? Quem jantaria comigo de madrugada quando eu não tivesse fome no horário certo? Quem caçaria borboletas comigo e as libertaria depois? Quem competirá comigo quem faz a pedra ir mais longe no lago? Ou quem consegue ficar mais tempo transformado?

Não havia mais, não tinha mais ninguém que substituísse Min-Yuk, eu estava sozinho completamente sozinho naquele enorme castelo sem ninguém que me seguisse para todos os lados e corresse atrás de mim quando eu quisesse aprontar algo...

Soobin seria um grande amigo se não morasse tão longe, Jimin? Quando eu o teria de volta? Fazia também dois meses que eu não recebia uma carta sequer do mesmo.

Angústia atrás de angústia, até que eu recebi a notícia de um empregado do castelo que Jimin havia vindo me visitar e não estava sozinho.

Eu podia imaginar tudo e qualquer coisa, porém jamais iria imaginar que o "não estar sozinho" seria que Jimin estava grávido.

Jimin estava grávido de dois meses, mas não era apenas isso, o rei Park havia o expulsado do reino da lua quando soube que o mesmo era um ômega, demorou um tempo até que Jimin conseguisse vir até mim, era explicado o motivo do porquê o mesmo não havia mandado cartas.

O pai de Jimin também tentou o renunciar como príncipe, porém mesmo que não tivesse o status de um, nada o impediria de assumir o reino da lua quando fosse o momento, o mesmo era o escolhido, não havia o que fazer, ele carregava a marca em suas costas, assim como eu.

— Acho... Que vamos ter um longo caminho daqui para frente não?... — Falo com um fraco sorriso.

— Vamos... Meus pêsames... Pelo seu amigo... Kim Min-Yuk...

Não consigo me conter em chorar quando Jimin menciona Min-Yuk, eu apenas o abraço e ele me conforta da maneira que podia.

— Vamos... Vamos nos casar Jimin... Vamos criar nosso filho e... Vamos reinar sobre esse país quando for o nosso momento...

— Sim... Nós vamos meu amor...

☀️🌙

Jimin passou toda a gestão em segurança em nosso reino, o que foi bom, já que ajudou Yoongi hyung a sair um pouco de seu mundo sem cores.

Eu achava que o ômega não podia ficar mais manhoso do que já era, mas a cada mês que passava isso me surpreendia de maneiras fofas, dores nos pés e enjoos matinais estavam sempre presentes durante a gestação de Jimin.

Mesmo sendo novos, estávamos felizes com a ideia de um filhote, pensamos em muito nomes, mas um foi o mais especial.

— Dal-Hae! Uma junção de sol e lua! O que você acha?...

— Suas opções são realmente melhores que as minhas. — Jimin ri e então faz uma expressão de dor.

Eu me surpreendo de início, mas logo consigo compreender, já que sinto sua dor... Nosso querido Dal-Hae estava chegando, uma nova fase estava se iniciando em nossa vida, e eu não poderia estar mais feliz, ser mais feliz.

Fiquei preocupado quando uma ômega parteira cuidou de Jimin durante o processo, a dor era insuportável, tive medo que Jimin não aguentasse e acabasse morrendo.

Mas ocorreu tudo extremamente bem, já que o mesmo foi bem cuidado e repousou bastante durante toda a gestação.

Dal-Hae era lindo e único, em suas costas tinham o símbolo que todo herdeiro que guiasse o sol e a lua possuía, porém era diferente não havia somente um sol ou as fases da lua como Jimin, era diferente.

Dal-Hae era diferente... E isso me assustava, pois como o rei Park iria reagir a isso?

Dal-Hae era uma criança promissora a ser a mais forte que qualquer um de nós em nosso país, isso poderia haver conflitos entre reinos e talvez até gerar uma futura guerra... Eu queria escondê-lo, mas não tinha esse direito...

☀️🌙

(Um ano depois...)

— Isso é um absurdo! Essa criança deve ser morta!

— Papai! Como ousa falar isso dessa forma?! — Jimin escondia Dal-Hae em seus braços.

— Ele é um monstro Jimin! Isso tudo desde o início foi um grande erro! Você deveria ter se casado e ter filhos com o príncipe Kunpimook!

— Alteza por favor, já chega... — Meu pai intervém de maneira pacífica, porém o rei Park estava muito revoltado.

— Já chega?! Você está bem com isso Hyang-So?! Vocês são todos loucos! Essa criança-

— Essa criança é o meu neto! — Minha mãe se impõe. — Se você não o aceita como seu neto tudo bem! Não precisamos de você para criá-lo, mas em meu reino o tratará com respeito! Se não pode lidar com isso eu exijo que saia! E se iniciar algum tipo de boato ou guerra em questão disso, eu mesmo o matarei com minhas próprias mãos Ji-Hyun, é uma promessa.

As palavras de minha mãe foram tão francas que calaram o rei Park que apenas virou-lhe as costas e saiu... E nunca mais voltou a cruzar a fronteira entre nossos reinos...

☀️🌙

(4 anos depois...)

Ficamos esperando por dois anos que o rei Park fizesse algo contra nós ou Dal-Hae, porém ele não fez e parece que havia entendido bem o recado que estava de mãos atadas.

Durante um ano inteiro eu e Jimin planejamos nosso casamento, escolhemos o local e onde iríamos passar nossa lua de mel, e quem convidariamos, tudo estava perfeito e seria, mesmo que já estivéssemos mais que ligados, queríamos fazer isso de uma forma celebrativa, convidando as pessoas que mais nos apoiaram durante toda a nossa história.

O padre havia sido um senhor de uma aldeia próxima ao nosso reino, lá haviam diferentes espécies de híbridos convivendo juntos em harmonia, era uma aldeia pequena, mas rica em amor, então não poderia ser melhor.

Nos casamos no meio da floresta, haviam muitas flores para todos os lados e muitos animais mágicos estavam presentes, a mãe natureza estava contente conosco, ela nos havia escolhido como seus herdeiros.

O príncipe Jung Hoseok havia se tornado rei, após a morte de seu pai, uns anos depois que Dal-Hae nasceu, meu primo Soobin se tornou um alfa e se casou com Yeonjun, sim, seu guarda real, que inclusive, também era um alfa.

Eu não vi a prima do Jung no casamento, porém sabia que ela estaria nos observando em algum lugar.

Para a minha surpresa, Lalisa também estava em nosso casamento, junto com o príncipe Bambam, Lalisa havia se tornado rainha por seu pai abdicar do trono para a mesma reinar, ela estava sozinha, diferente de Bambam que havia arrumado um ômega para si.

Namjoon e Jin também estavam em nosso casamento, o rei Park havia os permitido vir nos ver, Eunwoo estava grande e eles haviam tido mais um filhote, estavam extremamente felizes

Yoongi e Taehyung, também tiveram uma filhinha, seu nome era Seo-Yeon, ela era uma grande amiga de Dal-Hae, o que me fez lembrar momentaneamente de Min-Yuk.

Eu sabia que ele estava me observando do vasto céu sobre nossas cabeças e eu o agradecia por ter estado ao meu lado nos momentos mais difíceis, consigo ver brevemente no céu uma estrela brilhar forte, em meu peito dizia que era Min-Yuk, aprovando o nosso casamento, o que me fez chorar discretamente.

A música toca e então Jimin entra com Namjoon, ambos estavam sorrindo animados e nervosos, Jimin me entrega Jimin e então ficamos a frente do celebrante.

Embora que tivesse demorado um pouco, em minha cabeça foi minutos, segundos e logo eu estava o beijando, após um "aceito" vindo das duas partes.

Saímos com os híbridos jogando arroz na gente, era realmente especial, no fim do corredor meu pai e minha mãe estavam presentes e eu estranho o olhar deles, porém faço uma reverência e em seguida sou abraçado.

— Você cresceu tão rápido meu querido Jeon Jungkook... Queria poder ter aproveitado mais...

— Está tudo bem mãe... Estamos juntos não?... — Ela sorri breve e então eu levo meu olhar ao meu pai, em suas mãos estava sua coroa e então eu o olho confuso e assustado.

— Está na hora de um novo rei reinar não acha?...

— O quê?... Não- pai... Eu não acho que eu esteja-

— Você está mais que pronto... Por favor meu filho... Guarde nosso reino e os proteja com sua vida... Honre o nosso legado assim como os nossos antecessores honraram antes de você...

Eu apenas sorrio e então confirmo com a cabeça me ajoelhando na frente do mesmo e recebendo a sua coroa, gritos de comemoração são ouvidos atrás de nós.

Minha mãe entrega a coroa dela a Jimin, que mesmo que não reinasse sobre o reino da lua ainda, era rei por direito ao meu lado.

— O que farão agora?...

— Iremos nos mudar para o extremo leste do reino... Ficaremos por perto, não se preocupem, não queremos de maneira alguma atrapalhar vocês...

— Sra. Jeon, não há necessidade disso! O Dal-Hae...

— Iremos os visitar semanalmente, não se preocupe, não daremos tempo de sentirem saudades... Faremos uma coroação oficial quando voltarem, até lá aproveitaremos bem os últimos dias no castelo com nosso neto... Por favor, se divirtam... — Minha mãe faz uma reverência para nós. — Majestades...

Mais uma vez gritos são ouvidos, o dia estava lindo e não pararia de nós surpreender, logo nos despedimos de todos e partimos em lua de mel.

Passamos o primeiro dia apenas aproveitando a natureza ao nosso redor e alguns animais que tinham ali perto, conversamos até cansarmos e dormimos.

No segundo dia a noite, eu saio para ir até um lago perto de casa, eu tiro minhas roupas e adentro o mesmo, me banhando sobre a luz da lua.

Não demoro muito para ouvir uma presença nas minhas costas, Jimin me observava, estava apenas com um roupão de seda que logo cai aos seus pés, adentrando também na água.

Ele me abraça pelas costas, me arrepio com sua presença, ainda mais pelas mãos sorrateira que passeavam sem pudor pelo meu corpo, quando a mão de Jimin passa pelo meu abdômen sem restrições para ir ainda mais baixo eu o seguro e dirijo olhar ao mesmo, seus olhos estavam lilás e então eu tenho um pequeno dejavoo.

— Querido... O que... Você acha que teria acontecido... Caso houvesse tido uma guerra entre os dois reinos?...

Vejo o olhar perplexo do ômega sobre mim, paresse que o mesmo havia entrado em um limbo de pensamentos sua expressão se tornou sombria e uma lágrima havia escorrido pelo seu rosto, eu me viro para o mesmo beijando sua testa e acariciando seu rosto.

— O que houve?...

— N-não sei... Apenas... Apenas essa hipótese me pareceu tão real... Que me fez sentir um aperto no peito... Seria horrível Jungkook...

— Está tudo bem Jimin... Isso nunca irá acontecer... Não aqui... Não conosco... Está tudo bem... — Eu o abraço firme.

☀️🌙

Quando voltamos ao reino, há uma coroação oficial com um almoço especial, assim como dito, papai e mamãe se mudam para as extremidades ao leste do reino, Yoongi e Taehyung permaneceram conosco, cumprindo com seus deveres aos novos reis, assim não teriam que afastar Seo-Yeon de Dal-Hae, já que eram inseparáveis.

Em um pôr do sol eu pensava sobre como havia sido se tivesse realmente existido uma guerra, me encontrava ansioso pensando nisso, quando sinto alguém entrelaçar sua mão na minha e se sentar ao meu lado.

— Não pense nisso... Não é verdade...

— E se for?... E se em algum lugar, universo ou linha do tempo diferente for?... É tenebroso...

— Estamos juntos e bem não? Dal-Hae está crescendo bem, então não se preocupe com isso... Finalmente estamos vivendo o que sempre sonhamos...

— Realmente é um sonho isso tudo...

— Um sonho?...

— É como... Sonhar... Acordado...

E no fim, realmente era...

Por mais que aquela realidade fosse uma realidade alternativa que eu criei em minha cabeça, a verdade era outra e era realmente dura.

— JUNGKOOK!!

Uma espada estava prestes a ser cravada em minha garganta e se eu não fizesse nada, eu iria sonhar com aquele doce sonho para sempre...

Fim...

Capa da fic feita por: gguukmong

~~~ ♡♡♡ ~~~

Esperam que tenham gostado desse Spin-Off

Esse capítulo é um capítulo fora da história principal, é uma realidade alternativa caso tudo houvesse ocorrido de forma pacífica

Então me digam, o que aconteceria caso não houvesse ocorrido a guerra entre os reinos?

Esse capítulo é o maior que eu escrevi com 19 mil palavras, desculpe por ser tão grande e até talvez exaustivo de ler, mas espero do fundo do meu coração que tenham gostado.

E assim encerramos 2023.

Obrigado por terem lido até aqui, espero que tenham gostado.
Desculpe todo e qualquer erro de escrita!

Até um próximo capítulo e até um próximo ano!

🦋 I Never Stop!🌹