𝚝𝚠𝚎𝚕𝚟𝚎
— Vocês vão sair sem mim de novo? — Megumi não tentava esconder o tom manhoso da voz.
Pelo menos, não era você que estava tendo que lidar com a criança. Satoru estava a meia hora conversando com o Fushiguro sobre como a saída de vocês "seria importante para a missão". Mentira. Você e o Gojo não tinham nenhum assunto pendente para resolver da missão. Iam sair simplesmente porque ele tinha dado a ideia ontem.
— Já falei que é por causa da missão — O platinado repetiu, deixando escapar um suspiro dos lábios.
— Mentira! Você só quer sair com a mamãe porque ela é uma mulher bonita, que nem você faz com todas as outras.
Satoru xingou baixo e rezou a todos os deuses para que você não tivesse ouvido, já que estava dentro do banheiro, acabando de se arrumar. Mesmo assim, ele sabia que você tinha ouvido. Um sorriso divertido tomou conta de seus lábios ao imaginar a cena que acontecia lá fora. Só depois de acabar de arrumar o cabelo, o que se resumia em ajeitar ele com as mãos, saiu do banheiro, encontrando os outros dois no quarto.
Megumi tinha um pequeno biquinho no rosto, sentado na cama de vocês, enquanto o platinado estava ajoelhado na frente dele e só desviou os olhos azuis da criança quando ouviu você entrando no quarto.
Devagar e sem pressa, você se ajoelhou ao lado dele, para que também ficasse de frente para o mais novo. Lidar com crianças nunca foi o seu forte, mas, por algum motivo, Megumi gostava de você o suficiente para não tornar essa tarefa muito difícil.
— Vamos sair porque eu e seu pai precisamos nos conhecer melhor pelo bem da missão — Você explicou, porque sabia que ele era esperto demais para comprar qualquer desculpinha que vocês oferecessem — Amanhã prometemos que vamos passar o dia inteiro com você, pode ser?
— Pode... — Ele respondeu, baixo, depois de pensar um pouco sobre isso, sem lhe encarar nos olhos.
Um sorriso vitorioso tomou conta de seus lábios e, quanto se levantava novamente, depositou um beijo demorado no topo da cabeça dele.
— Já pode ir planejando o que vamos fazer amanhã — O Gojo falou para Megumi, também se levantando — O que você quiser, vamos fazer.
— Eba!
Não demorou muito até que Megumi desse um pulo da cama e corresse para o quarto, provavelmente pegando papel e lápis para fazer uma lista de opções. Você não conseguiu evitar de sorrir.
— Agora que esse assunto foi resolvido... — Só então, você encarou Satoru de verdade. Ele estava impecável, como sempre. A camisa social branca deixava todos os músculos dele marcados; os cabelos brancos estavam levemente bagunçados, sendo o seu charme natural; e, o mais chamativo, os olhos sensuais dele estavam presos aos seus, mas, logo abaixo deles, um óculos redondo de tom roxo escuro estava pendurado na ponta do nariz dele. Era a primeira vez que você via esses óculos, mas não conseguiu negar que eram perfeitos para ele — Será que podemos, finalmente, sair?
— Podemos — Respondeu, com um sorriso sincero e ansioso.
Assim que o platinado estendeu a mão para você, você a segurou, entrelaçando os seus dedos. Era estranho, tanto para você quanto para ele, mas ambos se convenceram de que era apenas uma etapa da missão. Se conhecerem melhor a fim de conseguirem fingir mais habilmente que eram casados. Fazia sentido.
A babá não poderia ficar hoje com Megumi, mas, já que a casa e a vida de vocês não estava sendo tão monitorada pelos homens de Geto (ainda), resolveram deixar ele em casa, já que não planejavam demorar muito. Por isso, apenas se despediram do mais novo, que estava sentado na pequena bancada do quarto dele, escrevendo em um caderno. Megumi estava tão concentrado no que fazia que mal respondeu vocês, o que arrancou um grunhido irritado do platinado e uma risada divertida sua.
Por sorte, não encontraram com Sasuke ou Fumiko. O jantar na noite anterior foi suficientemente desconfortável ao ponto de fazer com que vocês não quisessem encontrar com eles nem tão cedo. Obviamente, vocês não tocaram no assunto durante toda a manhã.
Satoru ainda refletia sobre o que tinha acontecido. Realmente, você bagunça os pensamentos dele. Isso não era mais algo possível de ser negado. Provavelmente, se não fosse uma pessoa tão conturbada da cabeça, ele deixaria que esse sentimento novo fosse explorado. Mas, como ele é, isso o assustava. Você fazia com que ele perdesse a compostura de agente, e o fato de ele não ter conseguido esconder os verdadeiros sentimentos ontem de uma civil comum, só fez com que ele ficasse ainda mais preocupado.
Sobre os seus pensamentos... Sinceramente, você nem sabia mais o que pensar. Estava ficando cada vez mais difícil não pensar no Gojo ao longo do dia. Ao mesmo tempo, você sabia que não poderia deixar se apaixonar por ele, em nenhuma hipótese. Era difícil, de fato. Mas você se agarrava à lembrança de que isso era tudo temporário. Em alguns meses, vocês se separariam e cada um seguiria sua vida. Você entraria na faculdade de artes e Satoru voltaria para a agência, levando todas as mulheres que conseguisse para a cama.
A ideia fez sua expressão vacilar um pouco, demonstrando um traço um tanto triste. Satoru pareceu perceber, já que começou a falar, como se estivesse tentando, desesperadamente, afastar seus pensamentos da sua cabeça.
— Parece que vai ter um festival de chocolate na praça central da cidade — Como esperado, você se virou na direção dele, deixando a expressão triste de lado — Podemos ir dar uma olhada, se você quiser.
— Festival de chocolate?
— Aparentemente eles armam várias barracas e cada uma vende um tipo de sobremesa diferente — Seus olhos brilharam, o que arrancou uma risada divertida dele — Claro que todas elas envolvem chocolate. Imaginei que você fosse gostar, já que passa a maior parte do tempo trancada em casa.
— Podemos ir.
Foi o suficiente. Satoru segurou mais firme na sua mão e, enquanto andavam pelas ruas movimentadas da cidade, lhe guiou até o festival. No caminho, mantiveram uma conversa casual. Você teve que se esforçar para fingir que estava tudo bem, assim como o Gojo também tinha entrado de cabeça no personagem do casal apaixonado. Precisavam manter as aparências, principalmente com alguns homens de Geto seguindo vocês.
Não tinha demorado muito tempo para você perceber. Tinha memorizado os rostos de todos que trabalhavam para Suguro semanas antes. Além disso, tinha certeza de que o platinado também tinha notado. Era apenas uma questão de tempo até vocês começarem a ser vigiados, até porque Geto e Gojo iriam se encontrar eventualmente. Óbvio que o líder de uma organização de tráfico de preocuparia em conhecer antes um homem com quem se encontraria. Mas você apenas sorriu. Era mais uma chance de vocês convencerem ele de que eram um casal feliz e completamente normal. Seu plano estava começando a dar certo. E isso também significava que a missão talvez acabasse mais cedo do que você imaginava. Mesmo com isso em mente, sabia que o sentimento que surgiu não era de alívio.
— Não quer falar um pouco sobre você? — A pergunta dele lhe pegou de surpresa, lhe tirando, mais uma vez no dia, de seus pensamentos. Era estranho ele perguntar algo tão pessoal em público, mas o barulho das pessoas e carros na rua era alto o suficiente para que ninguém ouvisse vocês e você já tinha se certificado de que não haviam escutas em nenhum de vocês dois.
— Não tem muito o que falar — Respondeu, dando de ombros — Não conheço minha mãe e meu pai era metido com vários problemas. Foi uma infância relativamente complicada, pra dizer o mínimo.
— Foi por isso que começou a fazer os trabalhos como a Espectro?
— De certa forma sim. Eu precisava de dinheiro pra sair de perto do meu pai — Mais uma vez, deu de ombros — Esse era o jeito mais rápido e fácil de fazer isso.
O clima estava fresco e tranquilo. As pessoas andavam mais nas calçadas do que de carro e, cada vez que vocês andavam mais, parecia que a multidão ia aumentando, o que fez você acreditar que estavam chegando perto do festival.
Aquilo era agradável. Falar sobre sua vida real sem medo ou desconforto era agradável. Estar com ele era agradável. Talvez você não quisesse que a missão acabasse tão rápido assim.
— Meus pais morreram quando eu era muito novo — Você teve que fazer muito esforço para não parecer surpresa ao ouvir aquilo. Não era do feitio de Satoru falar sobre a vida dele — Eu também não tinha nenhum familiar que pudesse cuidar de mim, então eu acabei pulando de orfanato em orfanato durante alguns anos. Quando eu tinha uns dez anos, decidi fugir e viver por conta própria — Ele soltou uma risada, mas você sabia que não era divertida — Mas, obviamente, foi uma decisão idiota. Acabei me metendo em diversas furadas.
— Foi quando o Senhor Yaga encontrou você?
— Foi um pouquinho depois disso — Ele suspirou, mas tinha um sorriso no rosto, provavelmente porque vocês ainda estavam sendo vigiados — Eu sou muito grato a ele por me colocar na agência, mas nunca tivemos uma relação tão boa assim. Ele só me mantém lá ainda porque sabe que eu valho à pena.
— Bom, se serve de consolo, eu não precisei pesquisar muito pra saber que você era o melhor agente de lá.
Dessa vez, a risada dele foi sincera.
— Eu não diria que eu sou o melhor — Você não conseguiu evitar de arquear as sobrancelhas. Era a primeira vez que ele não agia como um narcisista egocêntrico — Eu sei que eu dou muito trabalho, sou irresponsável e minha vida não é nem perto de uma descente.
— Por isso você nunca adotou Megumi? — Seus olhos estavam fixos um no outro desde o início da conversa, mas, quando você fez essa pergunta, as íris azuis dele desviaram de você e começaram a encarar o chão.
— Eu não quero que ele seja que nem eu — Você conseguiu sentir o peso que aquelas palavras tinham, e seu coração se apertou involuntariamente — E eu tenho certeza de que eu seria um péssimo pai também. Megumi é uma criança extraordinária em todos os sentidos. Ele merece, no mínimo, um pai descente.
— Sou suspeita pra falar, mas tenho certeza de que você seria um pai incrível pra ele.
— Eu tenho certeza que ele acha isso, mas a realidade é muito diferente.
Você abriu a bora para retrucar, mas, ao olhar para a frente, percebeu que tinham acabado de chegar na praça. Olhou discretamente para os lados apenas para se certificar de que os homens de Geto estavam perto. Não poderiam mais continuar aquela conversa, mas você fez uma nota mental para que falasse tudo o que pensava para o platinado mais tarde. Gojo não poderia continuar vivendo achando que seria um péssimo pai para Megumi. Isso estava longe de ser verdade. Você sabia disso, e ele precisava saber também.
— Então, minha queria esposa mais linda desse mundo, que eu amo tanto — Você soltou uma risada alta e divertida com a forma com a qual ele lhe chamou. Sabia que, aos olhos dos outros, o sarcasmo era falso, mas ele não era tão falso assim na verdade — Temos duzentas opções diferentes do que comer. Quer escolher primeiro?
— Que tal a barraquinha de morango com chocolate?
— Uma escola bem simples — Ele pegou sua mão de novo, que tinha se soltado quando vocês entraram, e o calor da pele dele contra a sua fez os pelos do seu corpo se arrepiarem — Podemos começar por lá, então.
— Quer escolher a próxima barraquinha?
— Tenho certeza que eu consigo escolher uma melhor que a sua — O olhar dele era desafiador e convencido, mas você já conseguia ver através dessa pose o suficiente para começar a se divertir com ela.
— Isso é um desafio?
— Não sei, é?
Você olhou para os lados. Tinham muitas barraquinhas. Todas elas tinham uma coisa em comum: o chocolate. Mas elas variavam muito nas sobremesas. Os diferentes cheiros já estavam fazendo sua barriga roncar de fome. E o desafio de Satoru só tornava tudo ainda mais gostoso.
— Vamos apostar então — Você disse, puxando o braço dele pela mão e fazendo com que o corpo dele ficasse quase colado com o seu. Os homens de Geto ainda estavam por perto, por isso, você falou bem baixo, com os lábios quase pressionados nos dele — Se eu escolher uma barraquinha melhor que a sua, vai ter que me obedecer por uma semana, sem reclamar.
Os olhos azuis estavam arregalados, em plena surpresa, mas não demorou mais do que alguns segundos para que um sorriso divertido tomasse conta dos lábios finos do platinado.
— Tudo bem — Ele se aproximou ainda mais, esfregando, bem de leve, os lábios contra os seus — Mas, se eu ganhar, você dorme sem roupa hoje.
Dessa vez, foram os seus olhos que arregalaram, ao mesmo tempo em que um calor intenso percorreu o meio de suas pernas. Fazia tempo que você não se sentia assim. Na verdade, não se lembrava da última vez que tinha ficado excitada apenas com palavras tão bobas quanto essas. Mas não deixou que o Gojo tivesse o prazer de perceber a sua reação por muito tempo. Logo, colocou um sorriso tão divertido quanto o dele no rosto.
— Eu aceito.
Você estava preparada para separar os seus corpos e começar a rodar na praça atrás da melhor barraquinha, quando Satoru colocou uma das mãos na lateral do seu rosto e lhe puxou contra ele. Era um beijo que aparentava não ser muito intenso, mas porra... você se sentiu indo nas nuvens por alguns segundos. Ele nem pediu permissão antes de enfiar a língua na sua boca e explorar toda ela, como se estivesse com pressa de algo. Você logo correspondeu, na mesma intensidade, demonstrando que o sentimento de desespero era recíproco. Não demoraram muito tempo assim, até porque estavam em um local público, mas consideraram isso um bônus para convencer os homens de Geto a acreditarem na historinha de família feliz.
— Temos uma aposta, então — A voz do Gojo era rouca e baixa, ainda muito próxima do seu rosto.
Você sorriu e assentiu com a cabeça. Finalmente, ele se afastou, voltando a entrelaçar os dedos da mão com os seus. Juntos, vocês andaram pela freira, olhando cada uma das barraquinhas, enquanto pensavam cautelosamente em qual delas escolher.
Música podia ser ouvida de uma banda tocando ao vivo. Pessoas pararam para admirar, as vezes até cantar junto, e algumas ainda se arriscavam a dançar. Era lindo. Parecia tão... real.
Você não teve tempo de deixar que pensamentos negativos tomassem conta da sua cabeça, até porque o próprio Satoru não deixava. Enquanto andavam, vocês iam conversando sobre um bilhão de assuntos diferentes, ainda analisando toda a exposição de chocolate. Fazia tempo que você não ria tanto. Fazia tempo que você não se sentia tão leve. Fazia tempo que você não ficava tão feliz.
Satoru também não podia reclamar. Ele sabia que, pela primeira vez em muito tempo, ele não teria pesadelos naquela noite.
O sol já estava dando indícios de que ia se pôr. Vocês não tinham nem ideia de quantas horas passaram nessa brincadeira, mas, quando se lembraram que Megumi havia ficado sozinho em casa, foram logo escolher qual barraquinha representaria cada um.
Você escolheu um cheese cake de chocolate, que, sinceramente, fez sua boca derreter quando vocês provaram. Um gemido sincero escapou seus lábios quando você deu a primeira garfada, até porque estava morrendo de fome. Ainda não tinham comido nada a tarde inteira.
— Já podemos dizer que eu venci?
— Calma, meu amor — Você tentou não arquear as sobrancelhas quando percebeu que o "meu amor" não foi falado com nenhum tipo de sarcasmo ou ironia — O cheese cake realmente é muito bom, mas deixa eu te mostrar uma coisinha.
O platinado pegou sua mão, o que agora já tinha virado algo completamente natural, e lhe guiou até uma outra barraca. O cheio de massa de crepe logo atingiu suas narinas e sua boca se encheu d'água.
O Gojo só largou sua mão para fazer o pedido e, depois de pagar, voltou com um crepe em mãos.
— Crepe de pasta de chocolate com morango — Ele explicou, ao ver a interrogação no seu rosto — Pode fazer as honras — Completou, inclinando a sobremesa na sua direção.
Sem pensar duas vezes, você deu uma mordida, mesmo sem tirar o crepe das mãos do platinado, e puta que pariu, aquilo provavelmente entrou no seu top três comidas mais gostosas da sua vida. Quando você engoliu rápido o primeiro pedaço e já deu outra mordida no crepe, Satoru começou a rir, mas não reclamou enquanto via você basicamente devorar aquilo quase que sozinha. Na verdade, ele lhe olhava com uma expressão amena e até apaixonada. Quem visse de fora com certeza falaria que ele amava você.
— Tudo bem, eu admiro — Você disse, enquanto vocês já estavam andando em direção ao apartamento, obviamente de mãos dadas, sem os homens de Geto seguindo vocês mais — Você ganhou a aposta.
— Eu disse, você devia confirmar mais nos seus sentidos culinários.
— Nem se preocupe, nunca mais vou duvidar.
O dia estava agradável demais para terminar, mas você não se deixou ficar triste porque tinha chegado ao fim. De fato, tinha aprendido várias coisas sobre o Gojo. Claro que já sabia bastante sobre o passado dele por causa da pesquisa que tinha feito. Sabia que ele era órfão e que tinha ido para muitos orfanatos. Mas ouvir isso da boca do próprio Satoru era algo que você não esperava. Além disso, poder falar sobre seu próprio passado sem sentir remorso ou medo foi uma sensação extraordinária. Sem falar que se divertiu muito durante toda a tarde. Tinha até se esquecido de tudo o que afligia sua mente nos últimos dias.
Estava feliz.
— Megumi, chegamos — Satoru gritou, assim que vocês passaram pela porta da sala principal, mas não ouviram resposta — Megumi?
Podia ser o extinto de agente do platinado, mas ele pegou uma arma que ficava na última gaveta de um dos móveis da cozinha e correu para o quarto do mais novo, parando bem na frente da porta aberta de lá.
— O que foi? — Você perguntou, preocupada, mas esboçou um sorriso involuntário quando olhou para dentro do cômodo.
Megumi tinha dormido enquanto escrevia uma lista de coisas para vocês fazerem no outro dia. O lápis ainda estava na mão dele, enquanto a cabeça dele estava encostada na bancada, completamente apagado. Você riu baixinho, entrando no quarto e indo até o mais novo. Com o maior cuidado do mundo, você pegou Megumi no colo e o colocou na cama, o cobrindo com o cobertor logo depois. Quase que involuntariamente, você depositou um beijo casto na testa dele, só percebendo que tinha feito isso ao levantar o olhar e ver que as íris de Satoru estavam fixas em você, acompanhando cada um de seus movimentos. Você ignorou o calor que começou a sentir e fechou as cortinas do quarto, saindo de lá e fechando a porta atrás de si.
Sem trocarem uma palavra, você e o platinado seguiram para o quarto de vocês. O clima tinha mudado do nada. Talvez fosse porque o Gojo tinha se assustado ao pensar que alguma coisa pudesse ter acontecido com Megumi. Você já estava preparada para falar algo, quando seus lábios foram bruscamente atacados por ele.
Satoru lhe pressionou conta a porta do quarto, ao mesmo tempo em que usava uma das mãos para tranca-la. Você foi pega de surpresa, mas, antes que conseguisse retribuir, ele separou seus lábios, juntamente com os seus corpos.
Seus olhos estavam arregalados. O Gojo não olhava na sua direção. Ele parecia confuso. Ambos os braços dele estavam ao lado do seu corpo, um de cada lado, como se fosse para lhe impedir de sair correndo.
— Eu não vou fazer isso se você não quiser — A voz dele era baixa e hesitante. Os olhos dele ainda não lhe encaravam e ele parecia um pouco... envergonhado? — Mas eu juro, [Nome], se você disser "sim", eu não vou mais conseguir parar.
Você sabia sobre o que ele estava falando. Se dissesse "sim" agora, quais as consequências futuras? O que esse "sim" impactaria na missão? Vocês conseguiriam continuar se isso desse errado? Você conseguiria não se apaixonar por ele se fossem tão longe?
Sinceramente? Foda-se.
Você colocou suas duas mãos nas laterais do rosto do platinado, uma de cada lado, o forçando a levantar a cabeça e, finalmente, lhe encarar.
— Sim — Você respondeu, e isso foi o suficiente.
Satoru atacou ferozmente os seus lábios e você não demorou mais do que um segundo para retribuir, na mesma intensidade. Uma das mãos dele foi logo parar na sua nuca, guiando a intensidade do beijo.
Você rapidamente enlaçou seus braços no pescoço dele. O cheiro dele, que já era tão familiar, invadiu suas narinas. Estava quente, muito quente. Já era verão e vocês ainda não tinham ligado o ar-condicionado, mas não poderiam ligar menos. Seus corpos já estavam começando a suar, mas o beijo estava bom demais para ser interrompido.
O Gojo colocou uma das mãos no seu quadril, mas sem descer muito. Por mais que tivesse dito que não conseguiria se controlar, ele estava tentando. Não sabia até onde você queria ir e também não pretendia estragar tudo logo na primeira vez de vocês. Assim que percebeu que estava pensando que essa seria a primeira de muitas, ele hesitou um pouco, mas rapidamente afastou o pensamento e intensificou o beijo.
Você percebeu que ele estava se contendo. Por isso, tirou as mãos da nuca dele e as desceu pelo tronco estupidamente definido dele, abrindo todos os botões enquanto descia. A palma de suas mãos percorreu todo o tanquinho, agora nu, do platinado, fazendo questão de percorrer o máximo de área possível.
Quando a camisa estava totalmente aberta, Satoru lhe largou apenas para tirá-la, sem quebrar o contato de seus lábios. Antes que ele pudesse investir mais, você inverteu as posições, colocando ele contra a parede. Seus corpos se afastaram minimamente, mas foi o suficiente para fazer com que vocês quebrassem o beijo. Você sorriu ao ver as sobrancelhas meio franzidas do platinado. Obviamente, ele não estava acostumado com alguém querer tomar o controle, mas isso só lhe incentivou ainda mais.
— Sabe, tem uma coisinha que eu 'tô querendo fazer a muito tempo — Você falou, quase sussurrando, com o sorriso mais pretensioso que conseguiu colocar no rosto. Seus olhos não estavam mais focados nele. Olhavam para a calça dele, enquanto você tirava o cinto e desabotoava a peça de roupa, fazendo com que ela caísse no chão, deixando o Gojo vestindo apenas a cueca box preta — Agora, fecha os olhos e cala a porra da boca — Você repetiu as mesmas palavras que falou quando bateu a punheta para ele.
Sem esperar uma resposta, você ajoelhou. Não olhou para cima quando abaixou a cueca de Satoru e encarou o membro dele. Era impossível que tudo aquilo coubesse na sua boca.
— [Nome]... — Ele começou a falar, mas as palavras se transformaram em um gemido assim que você envolveu a extensão dele com sua boca.
Era difícil não se engasgar. Você ia aos poucos se acostumando, contraindo os lábios para que se fechassem mais ao redor do pênis. Em movimentos de vai e vem, você ia conseguindo ir cada vez mais fundo. Também usou uma das mãos para masturbar o que não cabia dentro da sua boca.
O Gojo encostou a cabeça na porta, obedecendo e fechando os olhos. Aquilo era muito bom para ser verdade. Não sabia se era porque não transava fazia muito tempo, mas o quanto que seus lábios estavam deixando ele maluco era putaria. Ele não sabia se ficava impressionado por você ser tão boa ou com ódio por você ter provavelmente feito outras vezes até ficar tão boa. Esse pensamento foi para o lixo. Ele só queria aproveitar o momento. Sentir seus lábios envolvendo a cabeça do pênis dele, toda a extensão, a forma como você compensava o tamanho batendo punheta no que não cabia na sua boca.
Satoru tentava gemer o mais baixo possível, e realmente conseguiu. Mas, quando começou a sentir suas pernas contraírem, ele abriu os olhos de novo. Não poderia gozar agora. Dessa vez, ele faria você ter um orgasmo. Um que nunca esqueceria.
Por isso, ele usou uma das mãos para agarrar a sua nuca, praticamente lhe puxando para cima. Você cessou todos os movimentos e não contestou. Estava na sua hora de ser obediente.
O platinado atacou os seus lábios de novo, lhe colocando contra a parede mais uma vez. Mais desesperado do que gostaria de aparentar, ele agarrou o zíper do vestido que você usava e o abriu. Em poucos segundos, a peça de roupa já estava no chão do quarto.
Você mesma tirou o seu próprio sutiã, sentindo todo o seu corpo arder. Precisava de mais. Precisava sentir Satoru por completo dentro de você. Estava esperando aquilo por tempo demais.
Os lábios do Gojo se desprenderam dos seus, apenas para fazer uma trilha de chupões por todo o seu pescoço e colo. Quando os lábios dele chegaram nos seus seios, ele não fez nenhuma cerimônia antes de colocar um deles dentro da boca, chupando o máximo que ele conseguisse.
Você teve que levar uma das mãos até a boca, para abafar os gemidos que ameaçavam sair. A língua dele agora estimulava o seu mamilo, completamente duro. Ele ainda trocou de seio e repetiu o processo, antes de usar uma das mãos para agarrar sua calcinha e a descer de seu corpo.
Satoru ameaçou se afastar de você, provavelmente para pegar uma camisinha, mas você entrelaçou uma perna na cintura dele, soltando um gemido mais alto quando sentiu a cabeça do pênis dele pressionando sua entrada.
— Eu tomo remédio — Você disse, antes que ele conseguisse lhe pedir para parar um pouco. Não podiam parar agora.
— Não quer usar camisinha?
— Não.
— Você sabe que eu já transei com muita gente — Ele tinha um sorriso no rosto, mas não era esnobe nem convencido. Era... triste — Vai confiar mesmo que eu nunca peguei nenhuma doença?
— Você pegou?
— Não.
— Então eu confio em você.
Satoru arregalou um pouco os olhos. Parecendo meio chocado. Talvez ele estivesse impressionado que você realmente tivesse dito isso, mas era verdade. Você confiava nele, e já fazia muito tempo.
Sem dar muito tempo para ele processar, você juntou seus lábios de novo, em um beijo tão desesperador quanto o outro. O Gojo não demorou para acompanhar o ritmo, invadindo sua boca com a língua e usando as mãos para subir suas pernas.
Você estava com as pernas agarradas na cintura dele quando o platinado ajeitou o membro e enfiou tudo dentro de você, sem piedade. Doeu, bastante. Mas talvez graças ao fato de você estar completamente encharcada passou rápido. Em poucos segundos, toda a dor sumiu, dando lugar para puro prazer.
Era um verdadeiro desafio não gemer alto com as investidas dele. Satoru agarrou cada uma de suas pernas, usando o fato de que você estava com as costas encostadas na parede para lhe foder o mais forte possível. O pênis enorme dele entrava e saía de você completamente. O ritmo era rápido e cada investida fazia você sentir o membro batendo no seu ponto mais sensível.
Cada estocada fazia você ir no céu e voltar. Seu corpo já estaria no chão se não fosse o platinado sustentando ele com as mãos. Suas pernas estavam completamente fracas e todo o seu corpo estava queimando. Você já estava quase gozando, mas sabia que a noite estava longe de acabar.
Satoru colocou seus troncos, ficando ainda mais excitado com seus gemidos baixinhos bem próximos ao ouvido dele. A nova posição fez com que o membro dele entrasse ainda mais em você. Ele começou a arfar mais alto. Caralho, você era muito apertada. O pênis dele era completamente engolido e envolvido pela sua intimidade. O platinado estava ficando louco. Mas, quando ele sentiu sua vagina se contrair mais ainda, ele sabia que você estava prestes a gozar. Assim, não mediu esforços para lhe foder ainda mais forte.
Você deixou que um gemido um pouco mais alto escapasse, mas logo colocou a mão para cobrir sua boca novamente. Era inevitável gozar. O orgasmo lhe atingiu com tanta força que suas pernas ficaram mais fracas ainda. Todo o seu corpo estava quente, enquanto você tinha espasmos não tão leves assim. Quando acabou de gozar, sentiu um líquido quente preencher todo o seu íntimo. Satoru tinha gozado também.
Estava exausta. Precisava de um intervalo. Você abriu a boca para pedir um tempo, quando seu corpo foi levantado bruscamente e, com a maior facilidade do mundo, o Gojo lhe pegou no colo e lhe levou até a cama. Assim que lhe jogou nela, ficando por cima, o platinado atacou seus lábios novamente, invadindo sua boca com a língua.
— Nem pense em pedir um tempo — Ele sussurrou no seu ouvido, antes de enfiar o membro de volta para dentro de você, arrancando um gemido arrastado seu.
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