𝚝𝚑𝚒𝚛𝚝𝚢
Não importava quantas vezes você bebesse aquela cerveja, ela sempre teria um gosto mais amargo do que o de costume. Mas você não ligava para isso. Até gostava, na verdade. Além disso, o álcool fazia a sua cabeça doer menos. Eram tantos pensamentos de uma vez que você já nem conseguia ouvir o que sua própria mente estava lhe dizendo.
— Quer mais uma? — Nanami perguntou, fazendo você levantar os olhos e o encarar.
Lindo como sempre. Insuportável como de costume.
— Não — Respondeu, pegando sua bolsa e tirando a carteira de dentro — É melhor eu ir pra casa.
— Você só veio aqui entregar os relatórios?
— Uhum — Tirou algumas notas da carteira e colocou em cima do balcão — Não sei porquê Mei Mei disse que eu precisava entregar pra você pessoalmente.
— Por um segundo, achei que queria conversar comigo.
Você levantou os olhos na direção dele novamente. Nanami era perigosamente bonito e tinha uma áurea misteriosa que provavelmente faria metade das mulheres se ajoelharem na frente dele. Mas você não se encantava muito por ele, na verdade. De mistério, já bastava a sua vida.
— Conversar sobre o que, exatamente?
— Não sei — Ele deu de ombros, enquanto usava uma toalha para enxugar um dos copos que acabaram de ser lavados — Talvez sobre o fato de Satoru ter saído da cidade já faz uma semana e você ter se sentido sozinha esse tempo todo.
Ainda fazia só uma semana? Na sua cabeça já tinha se passado um mês. Não necessariamente pelo fato do Gojo ter ido para a reunião, mas porque você não fez absolutamente nada nesses últimos dias. Até fazer o relatório semanal ficou complicado.
Você não tinha mais o que investigar de Geto. A única coisa que faltava era dar uma olhada naquele porto, mas você sabia que encontraria algo, muito provavelmente a chave para resolver toda a missão. Só que... você não queria que ela acabasse.
— Eu podia te ajudar, sabe? — Mais uma vez no dia, a voz de Nanami lhe tirou de seus próprios pensamentos — Sei que você também tem as suas necessidades.
E você tinha mesmo. Tinha se acostumado com as sessões de transa com o platinado. Vocês transavam quase todos os dias. Passar uma semana sem nenhuma interação sexual já estava lhe deixando maluca e você nunca foi boa em usar os próprios dedos.
Mesmo assim, respondeu:
— Um vibrador resolve isso.
Com um sorriso, você se levantou, pegou sua bolsa e deu as costas para o balcão. Esse era outro problema de ter Satoru fora: você ficava sem transar e isso não era legal.
Precisava respirar um pouco. O clima da cidade estava ótimo para uma caminhada e você não tinha mais nada para fazer durante a tarde toda. Por isso, resolveu pegar outro caminho para voltar para o apartamento. Megumi estava na escola e Mei Mei iria buscar ele mais tarde. Você ficaria sentada na frente do seu computador só clicando em teclas aleatórias e rezando para o seu filho chegar logo em casa.
Preferia caminhar para passar o tempo.
Andava distraída pelas ruas, mas seus olhos foram atraídos pelas diferentes lojas e pequenos prédios que aquela rua tinha. Você já mapeou a cidade várias vezes desde que chegou nela, mas era difícil decorar tudo o que tinha. Então, deixou que os seus olhos conhecessem essa parte, que você não estava acostumada a frequentar.
Mas, foi quando um letreiro vermelho neon chamou a sua atenção. Um sex shop.
Você passou reto pela calçada. Nunca tinha entrado em um e, para ser sincera, estava levemente envergonhada com a ideia de entrar lá. Mas, depois de apenas alguns passos de distância, você parou e virou o rosto para trás de novo.
Estava em abstinência de sexo desde que Satoru viajou. Era uma mulher adulta com necessidades, não teria problema nenhum em entrar em um sex shop. Além disso, não iria matar só dar uma olhada.
Seu corpo girou no lugar e, depois de alguma relutância, voltou a andar, mas, dessa vez, em direção ao sex shop.
— Boa tarde! Como posso ajudar? — Uma das atendentes falou, assim que você entrou.
O lugar era relativamente escuro e não dava para ver nada por fora. Tinham prateleiras e mais prateleiras com coisas que você não conseguia nem dizer o nome. Suas sobrancelhas se arquearam ao ver a variedade enorme de lubrificantes que aquele lugar tinha. Lubrificante de jambu que causava dormência nas áreas mais sensíveis? Você não sabia nem que isso existia.
— Eu... Hm... — Você teve dificuldade em achar as palavras certas, mas resolveu apenas suspirar e ser completamente sincera — Meu marido viajou a trabalho e... a gente costuma ter uma... vida sexual bem ativa. Então, eu...
— Não precisa falar mais nada — A mulher, uma ruiva baixa com um sorriso super simpático, lhe pegou pelo braço e começou a andar com você em direção ao final da loja — Chegaram alguns vibradores novos essa semana.
Alguns? Tinha, pelo menos, uma parede inteira com prateleiras só de vibradores. Você conseguia imaginar para o que alguns deles serviam, mas tinham outros que você não tinha criatividade suficiente para imaginar como podiam ser usados.
— Você já usou alguma vez? — A mulher perguntou, ainda sorridente.
— Nunca.
— Certo, então vamos ignorar os mais inusitados e focar nos básicos — Ela pegou duas caixas das prateleiras e apontou na sua direção — Esse daqui é para penetração. Ele é um pouco maior e difícil de esconder, mas juro que faz milagres — Explicou, levantando uma das caixas — E esse é para o clítoris. Pequenininho. Super fácil de guardar e esconder de crianças. Fácil de usar e de limpar. Tem dez modos de vibração diferentes — Completou, estendendo a outra caixa dessa vez.
Você tentou assimilar todas as informações que ela deu de uma vez só. Obviamente ela tinha escolhido aqueles dois produtos levando em consideração que você era uma... iniciante no assunto?
Nunca teve uma mãe presente para lhe dizer o que é sexo. Teve que aprender com a vida. E também nunca teve amigas que falassem sobre vibradores com você. Sua vida era tão cheia desde que você era tão nova que nunca teve a oportunidade de explorar muito bem o mundo do sexo. Se é que era assim que as pessoas falavam.
— Eu tenho um filho mais novo — Você disse, ainda revezando o olhar entre as duas caixas — Então acho que é melhor levar o pequeno.
— É a escolha perfeita — Ela disse, animada, enquanto guardava a outra caixa, a do vibrador maior, de volta na prateleira — Você disse que o seu marido estava viajando.
— Uhum.
— Não quer levar alguma coisa para vocês se divertirem juntos, quando ele voltar?
O sorriso pretensioso no rosto dela quase fez você rir, mas conseguiu se segurar. Ela era uma vendedora incrível e estava fazendo o trabalho dela muito bem.
Você olhou ao redor da loja. Tinha que admitir para si mesma que nem saberia o que levar. Satoru deveria ter muito mais experiência com isso do que você, mas não queria mandar uma mensagem para ele perguntando. Primeiro porque ele estava com o resto da agência e a última coisa que você precisava era de eles sabendo sobre sua vida sexual com o platinado. E, segundo, porque você estava morrendo de vergonha.
— Eu não entendo muito sobre esses... brinquedos, na verdade — Se sentiu uma mulher de sessenta anos, que nem se lembrava da última vez que viu um pênis, naquela conversa — Mas eu vi que vocês tem um lubrificante de jambu?
— Ele chegou semana passada no estoque — A ruiva respondeu, fazendo um sinal para que você a seguisse, enquanto ia até o outro lado da loja — Ele é bem mais comum no Brasil. Tem um gostinho bom e deixa a pele dormente, então lá eles geralmente colocam na boca, aí quando você for fazer oral...
Suas bochechas definitivamente estavam coradas.
— Entendi — Respondeu, mais rápido do que gostaria — Vou levar, então.
O sorriso no rosto da atendente se alargou mais ainda, provavelmente parte por ter adicionado mais um item no seu carrinho e parte por estar se divertindo com as suas reações.
— Eu vou colocar eles dois em uma embalagem discreta — Ela disse, enquanto passava os produtos no caixa — E também vou colocar o nosso número. Fazemos entregas, se você preferir, e elas também são enviadas em uma embalagem discreta.
— Perfeito — Você estava distraída tirando a carteira da sua bolsa, então as palavras meio que saíram sem querer — Se o meu filho começar a me fazer perguntas sobre o que é um lubrificante, eu me jogo da janela do meu apartamento.
A risada dela foi tão sincera e divertida que até lhe assustou, mas, depois que se recuperou, um sorriso também divertido escapou de seus lábios.
Você passou a compra no seu cartão de crédito pessoal, não no da agência. Preferia levar um tiro na coxa do que eles saberem o que você acabou de comprar. Não queria que eles pensassem que você era tão dependente sexualmente do Gojo (mesmo que isso fosse uma verdade quase que absoluta).
— Espero que você aproveite o brinquedo e que se divirta com o seu marido quando ele chegar também — A mulher lhe acompanhou até a saída e entregou a sacola preta.
— Muito obrigada por tudo — Você respondeu, pegando o pacote da mão dela — Até a próxima.
Essa última parte iluminou o rosto dela, que ficou acenando para você até que já estivessem longe demais. Definitivamente, você voltaria lá.
O resto do caminho até a sua casa foi extremamente rápido. Até porque você estava acelerando o passo. Mei Mei estava fazendo a feira e, depois disso, iria buscar Megumi na escola direto, para somente depois voltar para o apartamento.
Você deveria ter uns quarenta minutos até os dois chegarem em casa. Por isso, assim que passou pela porta de entrada, disparou para o seu quarto.
Mas, lá dentro, percebeu que não sabia muito bem por onde começar. Primeiro, fechou e trancou a porta do quarto, além de fechar as cortinas. Depois, tirou a roupa que estava usando e colocou um pijama confortável.
Teve que encarar o pacote preto, em cima da sua cama, algumas vezes antes de se sentar na cama e começar a abrir. Resolveu deixar o vibrador dentro da gaveta da cabeceira ao seu lado da cama. Pretendia surpreender Satoru quando ele chegasse da viagem.
Depois um pouco para abrir a caixa do vibrador. Ele era realmente pequeno e você começou a se questionar se ele era bom mesmo. Também tinha uma pequena bolsinha, com tamanho suficiente apenas para o colocar dentro, um carregador e um manual de instruções.
Você pegou o pequeno livrinho e começou a ler.
Discreto, potente, fácil manuseio, 10 modos de vibração, recarregável e registente à água.
Com o brinquedo em mãos, você foi lendo as instruções com cuidado. A maioria falava de alguns cuidados necessários, sobre como higienizar, melhores lugares para guardar e se pode usar ele dentro da água.
Você se interessou mais pelo tópico "pra ficar melhor", que dava algumas dicas de como melhorar a experiência com o vibrador.
Nem tinha chegado na metade do livrinho e sua curiosidade já estava a milhão. Então, você deixou o manual de lado e se deitou na cama.
Ligou o brinquedo e ele imediatamente começou a vibrar, mais forte do que você imaginava que seria. Com as sobrancelhas levemente arqueadas, você enfiou sua mão de baixo do short folgado do pijama, mas resolveu ter essa primeira experiência por cima da calcinha.
Assim que ele teve contato com a sua intimidade, suas costas se arquearam.
— Puta merda — Escapou de seus lábios, muito sincero.
Demorou alguns segundos para você se acostumar e conseguir deixar ele em cima do seu clítoris, que já estava inchado e implorando por mais. Dava para sentir sua intimidade ficando completamente molhada a medida em que você movimentava levemente o vibrador.
Era inevitável. Sua mente começou a criar cenários onde você pudesse usar esse brinquedo com Satoru. Seria uma experiência e tanto. Depois, você se lembrou dele.
Da forma como o corpo dele se inclina sobre o seu. Da forma como a língua dele percorre por toda a sua intimidade, as vezes estocando, as vezes estimulando o clitoris. Da forma como as mãos dele apertam sua bunda e suas pernas, deixando marcas ali, como se quisesse dizer para o mundo que você pertencia a ele. Da forma como os beijos dele eram tão intensos e exploravam sua boca com tanta afinidade. Da forma como o membro dele se encaixava perfeitamente em você, sempre tão firme e forte, indo até o fundo, lhe preenchendo por completo.
Mas, principalmente, da forma como ele lhe comia. De frente. Por trás. De lado. Em pé, com suas pernas agarradas na cintura dele. Com você por cima.
Se lembrou do gosto dele. De como os seus lábios se fecham ao redor do membro dele. De como as bochechas dele ficam levemente rodadas. De como ele ficava sexy com as sobrancelhas franzidas, tentando não gemer alto e acordar Megumi no quarto ao lado. E, quando ele finalmente gozava, o quanto ele falava que amava a sua boca, que amava a sua língua, que podia passar a vida inteira recebendo um boquete seu que morreria feliz.
Foi aí que você gozou.
Seu quadril foi involuntariamente erguido, indo de encontro com o vibrador, enquanto sua mente ainda se entupia de lembranças do platinado nu.
Você respirou com dificuldade quando acabou, desligando o brinquedo e encarando ele por alguns segundos. Não era maior do que o seu dedo indicador e só um pouco mais grosso, além de ter uma tonalidade azul bebê que fazia parecer que ele era inofensivo. Mas, de inofensivo não tinha nada.
Como um objeto tão pequeno assim tinha lhe dado um orgasmo tão forte?
Não sabia responder, mas sabia que, muito provavelmente, usaria bastante ele, até que Satoru chegasse e ocupasse o lugar dele de novo. Pelo menos, isso abaixaria o seu fogo por enquanto.
O colocou dentro da mini bolsinha que tinha vindo junto na caixa e jogou dentro da mesma gaveta que estava o lubrificante. Aproveitou que Megumi e Mei Mei ainda não tinham chegado para jogar a caixa no lixeiro do lado de fora do apartamento, perto da escada de incêndio. Mesmo que Mei Mei a visse, assumiria que era de Fumiko e deixaria para lá.
Foi preciso um ganho gelado para fazer todo o seu corpo se acalmar. Assim que saiu do banheiro, percebeu que Megumi e Mei Mei já haviam voltado. Ele estava no quarto, fazendo a lição de casa. Ela estava no quarto dela, mexendo no celular, provavelmente pedindo atualizações da reunião de Satoru.
Você evitou perguntar alguma coisa sobre ele para Mei Mei. Não queria que ela pensasse que você estava com saudades ou desesperada, muito embora você estivesse os dois. Precisava se manter firme. Não sabia o que Masamichi revelaria para ele naquela reunião, mas talvez fosse melhor assim.
Se ele descobrisse todos os segredos, você não precisaria mais ficar escondendo nada.
O som da campainha foi o suficiente para lhe tirar dos seus pensamentos tristes. Não estavam esperando receber ninguém. Mesmo assim, você foi lá atender e, quando abriu a porta, não conseguiu evitar de arquear as sobrancelhas.
— Oi, [Nome].
Geto tinha um sorriso casto no rosto, como acontecia sempre que vocês se encontravam. Ele ainda estava usando blazer, denunciando que tinha acabado de sair do trabalho, seja lá o que ele estava fazendo dentro do mundo dos crimes.
— Suguro — Você disse, agora com as sobrancelhas levemente franzidas — Achei que Satoru tinha te avisado que ele viajou.
— Ele avisou — O moreno disse, estendendo uma das mãos e mostrando uma grade de cervejas long neck — Eu vim ver você, na verdade.
Você piscou algumas vezes. Talvez mais vezes do que fosse minimamente aceitável. Estava meio confusa. Particularmente, você adorava o Geto, mas ele era apenas o amigo do seu marido. Não imaginou que ele viesse lhe ver enquanto o platinado não estivesse.
Foi aí que você percebeu. Ou ele estava preocupado com você se sentir sozinha enquanto Satoru estava fora. Ou o próprio Satoru tinha pedido para ele dar uma olhada em você.
Talvez os dois.
— Obrigada — Você disse, baixinho, abrindo mais a porta, em um sinal para que ele entrasse.
Suguro já se sentia em casa no apartamento de vocês. Dava para perceber pela forma como ele ia até o balcão da cozinha, tirava duas long necks da grade e colocava o resto dentro da geladeira, jogando o papelão fora depois. Você tentou não rir enquanto ele se sentava (praticamente se jogando) em um dos sofás da sala.
— O que foi? — Ele perguntou e você não conseguiu mais segurar a risada divertida.
— Só acho engraçado você ter vindo aqui só uma vez e já se sentir não a vontade.
— Me desculpa, eu não quis ser grosseiro... — Ele ajustou a postura, mas isso só fez com que você risse ainda mais alto.
— Não precisa se desculpar — Você se apressou em falar, no meio da risada — Eu gosto disso.
A expressão dele pareceu relaxar e uma cerveja foi estendida na sua frente. Você aceirou com um sorriso de agradecimento e a abriu sem muita dificuldade, usando seu antebraço. Já tinha tomado algumas cervejas de manhã, mas estava muito cansada e queria aproveitar a companhia de Geto um pouco. Era sempre muito agradável conversar com ele.
— E então? Como estão as coisas? — Ele perguntou, obviamente tendo um pouco de dificuldade em conversar com você enquanto o melhor amigo não estava por perto.
— Tranquilas até demais — Admitiu, no meio de um suspiro, enquanto se sentava em uma poltrona ao lado dele — Quem diria que meu marido movimenta mais a casa do que meu filho.
Isso arrancou uma risada alta dele.
— Eu teria pena de você se Megumi desse um terço do trabalho que Satoru dá.
— Ah não. Eu agradeço a Deus todos os dias que ele puxou minha personalidade calma ao invés da do pai — Tomou um gole da cerveja e relaxou um ócio mais ao sentir o líquido gelado descendo pela sua garganta — Mas é estranho o quanto a casa fica silenciosa sem ele.
— Satoru realmente sabe como agitar as coisas — Aparentemente, você não era a única que estava sentindo falta dele — Ele volta daqui a uma semana, certo?
— Uhum.
— Você vai me matar se eu chamar ele pra ir no bar logo quando ele chegar?
— Provavelmente.
— E se ele passar a tarde inteira com você e de noite for se encontrar comigo?
— Primeiro, tá até parecendo que a gente tá dividindo a guarda de um filho — Ele riu de novo e dessa vez você acompanhou — Segundo, ele passou quinze dias fora, Suguro, é claro que eu vou querer passar a noite com ele.
— É verdade — Ele deu um gole na cerveja e não lhe encarou quando completou — Ele comentou que vocês dois estavam mais... próximos... ultimamente.
Ele estava levemente desconfortável em ter falado isso, mas foi só olhar na sua direção que o Geto começou a rir loucamente de novo. Você deveria estar parecendo um tomate naquele momento. Satoru falava sobre a vida sexual de vocês para Suguro??
— Não se preocupe, ele nunca entra em detalhes.
— Você fala até como se estivesse triste que ele não compartilha muita coisa — Brincou, já se sentindo mais confortável com a presença dele.
— Não que eu não goste de ouvir bons detalhes sobre a vida sexual dos outros — Ele deu de ombros — Mas não quero saber o que o meu melhor amigo faz com a mulher dele na cama, muito obrigado.
Melhor amigo. Você sorriu ao ouvir isso.
— O que foi? — Ele perguntou, atraindo a sua atenção de novo.
— Satoru também te chama de "melhor amigo" — Respondeu, suspirando alto e se deixando relaxar em cima da poltrona — As vezes é bizarro o quão rápido ele consegue cativar e atrair as pessoas pra perto dele.
— Satoru é bem assim mesmo.
— Ele me tira do sério mais do que ninguém. Quando a gente se conheceu, eu não conseguia olhar na cara dele sem querer espancar aquele rosto perfeito — Você sorriu com as lembranças — Mas não demorou nem um mês pra ele fazer com que eu me arrependesse de falar que nunca transaria com ele — Você olhou para frente e percebeu que Suguro prestava muita atenção em cada uma de suas palavras, realmente intrigado com a história de vocês — E eu nem tô falando só do sexo — Suspirou alto mais uma vez — Eu amo Satoru de uma forma que nem eu mesma consigo explicar. Nunca senti nada parecido por ninguém antes. E, por mais que ele continue me tirando do sério mais do que o meu próprio filho, não consigo imaginar minha vida sem ele.
Um brilho diferente tomou conta dos olhos do Geto, muito provavelmente de felicidade. Ele já tinha ouvido tantas vezes a versão do platinado sobre os sentimentos que ele tinha por você que, ao ouvir você falando isso, ele ficou exatamente feliz de todos eles serem recíprocos.
Vocês ainda passaram mais de duas horas jogando conversa fora. Suguro falando sobre o dia a dia com Yuji e desabafando os desafios de ser um pai solteiro. Você dizendo sobre como as vezes era entediante ser dona de casa e não ter nada para fazer o dia todo.
Foi somente quando o Geto foi embora, depois de lhe garantir que voltaria mais vezes ao longo da próxima semana, porque gostou muito de conversar com você, que você percebeu duas coisas:
1. Em nenhum momento nessas horas em que passaram juntos você pensou em Suguro como o alvo da missão de vocês. Sempre estava pensando nele como o melhor amigo do seu marido e, quem sabe, um futuro amigo seu;
2. Aquela foi a primeira vez em que você admitiu em voz alta que amava Satoru.
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