𝚘𝚗𝚎
Um leve arfar escapou dos lábios de Satoru quando ele sentiu a cabeça do pênis dele ser envolvida pelos lábios da mulher de cabelo azul claro, que estava de joelhos na frente dele. Para a sorte dele, ela não o atiçou muito e logo colocou todo o membro na boca. Mei Mei conhecia Gojo bem o suficiente para saber que ele odiava ser provocado, principalmente pelo fato de os dois serem colegas de trabalho a muitos anos.
A mulher fazia movimentos de vai e vem com a boca, do jeito que ela sabia que Satoru adorava. Com os olhos fechados, o platinado pendeu a cabeça para trás, usando uma das mãos para agarrar o cabelo de Mei, apenas para tomar o controle da situação, já que ele não precisava guiar os movimentos. Ninguém sabia mais como levar o Gojo à loucura do que essa mulher.
Os músculos das penas dele contraindo era um claro sinal de que o platinado não estava longe de atingir o seu ápice, o que colocou um sorriso satisfeito nos lábios da mais velha, que intensificou ainda mais os movimentos, do jeitinho que ele gosta.
Mas, para o azar de ambos, o som alto do toque do celular do Gojo o fez abrir novamente os olhos azuis, pouco antes de os revirar.
— Porra — Grunhiu, afastando a boca de Mei Mei de seu membro e vestindo rapidamente o resto das roupas.
A de cabelos azuis segurou uma risada divertida ao ver a reação frustrada do mais novo, que caminhou rapidamente até a cabeceira e pegou o aparelho eletrônico, atendendo a chamada e o colocando perto do ouvido logo em seguida.
— O que é? — Ele falou, sem nem tentar esconder o tom irritado.
— Preciso de você aqui em cinco minutos.
— Não fode — Mais uma vez no dia, Satoru revirou os olhos e, mesmo que estivesse protestando, já estava pegando seu blazer em cima da cadeira — Hoje é meu dia de folga.
— Apareceu uma situação urgente — A voz do outro lado da linha era calma e terna, mesmo que o Gojo ainda se mantivesse agressivo — Consegue chegar?
— É claro que consigo.
Antes mesmo de esperar uma resposta, o platinado desligou a chamada. Ainda olhando para o aparelho telefônico em mãos, deixou que um suspiro cansado espaçasse dos lábios dele. Ser um agente secreto não era nada fácil, mas ele sempre soube disso, antes mesmo de aceitar o cargo.
— Fica pra próxima, Mei — Ele disse, voltando as íris azuis para a mulher, que agora estava sentada na cama de casal, ainda sem tirar os olhos famintos do mais novo.
— Mas, já? — A de cabelos azuis retrucou, com uma voz manhosa, enquanto descia a alça da camisola, fazendo um dos seios ficarem a mostra — Você me prometeu que ia ficar mais tempo.
— É, mas o Masamichi não 'tá afim de colaborar com isso — Satoru respondeu, irônico, ignorando os resmungos da mulher e abrindo a porta do quarto — A gente se vê depois — E, antes mesmo de esperar qualquer resposta dela, saiu do cômodo e fechou a porta atrás de si.
Mais um suspiro cansado saiu dos lábios dele.
Enquanto saia do prédio de Mei Mei e ia até o carro esportivo branco, Gojo verificava as mensagens que tinha recebido durante o tempo em que estava jantando com a mais velha. O relacionamento deles nunca foi algo sério, mesmo ele sabendo que ela gostaria disso. Desde o início, Satoru sempre deixou algo muito claro: ele tinha repúdio de relacionamentos sérios e a única coisa que ele queria era sexo sem compromisso. E, por mais que a de cabelos azuis não estivesse satisfeita com isso, era o único jeito de continuar se encontrando com o Gojo.
— Eu preciso de férias — O homem de íris azuis suspirou, para si mesmo, enquanto entrava no carro e dava partida.
Por sorte, a sede da organização não ficava muito longe de onde Mei morava, então, não levaria mais de três minutos para chegar. Enquanto dirigia, não tão cuidadosamente, pelas ruas de Tokyo, a atenção de Satoru só foi desviada da rua quando seu celular começou a tocar novamente. Mas, dessa vez, ele esboçou um pequeno sorriso ao ler o nome na tela.
— E ai, Megumi? — O platinado falou, em um tom animado.
— Oi, Tio Gojo — A voz tímida e baixa da criança de seis anos sempre fez com que um sorriso involuntário tomasse conta dos lábios de Satoru, como se Megumi fosse a única pessoa que despertasse o lado humano do mais velho — Onde você 'tá?
— Indo pra sede agora. Por que? Aconteceu alguma coisa?
— Queria saber quando você vem me visitar — O garoto respondeu, depois de uma breve pausa, não conseguindo esconder o tom envergonhado.
— Assim que eu acabar a reunião, eu passo aí — Mesmo que Satoru nem tivesse noção sobre o que se tratava essa chamada de última hora, ele se asseguraria de ver o antigo membro da família Zenin.
— Promete?
— Prometo — E Megumi era a única pessoa para quem o Gojo fazia promessas, que nunca eram vagas — Mas, agora eu tenho que ir. Nos vemos mais tarde.
— 'Tá bom! — A voz animada do mais novo era claramente pelo fato de o platinado ir visitá-lo mais tarde, e Satoru tinha plena noção disso — Até mais tarde, tio!
Com aquele mesmo sorriso involuntário de antes, o Gojo desligou a ligação, se concentrando agora em estacionar o carro na garagem da sede. Sem demorar muito, até porque faltava apenas um minuto para o tempo dele acabar, o platinado saiu do carro e foi logo para o elevador, clicando, com pressa, no andar mais alto do prédio.
— Segura, por favor! — Sua voz atingiu os tímpanos do Gojo na hora em que as portas do elevador estavam sendo fechadas, mas, por puro instinto, ele conseguiu colocar o braço no meio, fazendo com que as portas automáticas se abrissem de novo — Obrigada — Você respondeu, entrando no elevador logo em seguida, não clicando em nenhum andar no momento em que percebeu que aquele homem também iria para o mesmo que você.
Com o canto dos olhos, o Gojo lhe analisou por completo, mais especificamente, todo o seu corpo. A mente de Satoru ainda estava repleta de luxúria por ter sido interrompido mais cedo com Mei Mei. Se bem que o platinado tinha certeza de que nunca lhe viu pela associação. E ele conhecia todas as mulheres de lá.
Por mais que na sede tivessem diversas mulheres fantásticas, algo em você havia chamado a atenção do platinado. Talvez sua postura impecável, cabeça sempre erguida e olhar fixo para frente. Você tinha o porte de uma verdadeira agente secreta, só que Satoru não sabia que esse não era o seu trabalho.
Seus olhos estavam fixos na porta e você estava de costas para o Gojo, que ainda lhe comia com os olhos. A boca dele se entreabriu minimamente, apenas fazendo menção de que iria falar alguma coisa, quando você o interrompeu:
— Você não acha meio rude o jeito que está me olhando? — Sua voz era calma e o deboche estava completamente implícito, fazendo até parecer que você estava falando sério.
Finalmente, você se virou para trás, encarando, pela primeira vez, as íris azuis mais penetrantes que você já tinha visto em toda a sua vida. As sobrancelhas de Satoru se arquearam imediatamente, tanto por causa do seu jeito afiado de falar, quanto pelo fato de você saber que ele estava olhando para você, sem nem mesmo conseguir enxergar ele. De fato, você acabou se demonstrando uma presa bem mais interessante do que o platinado achava que seria.
— Você é gostosa demais — Dessa vez, foi você quem arqueou uma sobrancelha, impressionada com a abordagem direta dele — Só não consegui evitar — Completou, dando de ombros, com um sorriso extremamente convencido no rosto.
— É melhor começar a se controlar — Você respondeu, enquanto saia do elevador, assim que as portas se abriram, dando as costas para o platinado — Ou vai acabar se metendo em uma situação complicada — Deu ênfase na última palavra, sumindo por um dos corredores, sem nem olhar para trás novamente.
O Gojo ainda lhe acompanhou com os olhos até que você sumisse completamente do campo de visão dele. Mesmo que não soubesse nada sobre você, pretendia perguntar para Masamichi e conseguir o seu número. Então, ainda com aquele sorriso convencido de sempre, o platinado deu de ombros e seguiu para a sala do chefe.
No caminho até lá, ele teve que cumprimentar praticamente todas as pessoas que passavam pelos corredores. Satoru não conseguia nem contar quantas mulheres dessa associação já foram parar na cama dele. Talvez esse não fosse o estilo de vida mais adequado para uns, mas era o que funcionava com ele.
Só a simples ideia de um relacionamento sério já fazia um calafrio agonizante percorrer o corpo do platinado.
— Está atrasado — Masamichi falou, assim que o Gojo passou pela porta, sem bater, como de costume.
— Dois minutos só.
— Ainda assim, está atrasado.
— Tive uns probleminhas no elevador.
O mais velho revirou os olhos, depois de um suspiro cansado. Já conhecia Satoru bem o suficiente para saber que se tratava de uma mulher.
— Pode sentar — O de cabelos escuros falou, apontando para uma das poltronas na frente da mesa dele — Precisamos conversar.
— Qual vai ser a missão de agora? — Gojo perguntou, se sentando preguiçosamente na cadeira, em um tom entediante — Desarmar uma bomba nuclear, assassinar um general de um exército inimigo, me infiltrar em um serviço secreto de outro país..?
— Você vai se casar e adotar uma criança.
Por um momento, Satoru franziu as sobrancelhas, pensando que aquilo seria verdade, até que, na cabeça dele, se tocou de que era uma brincadeira. Logo em seguida, a risada estridente dele tomou conta de todo o cômodo. Durante longos segundos, o platinado riu da ideia de formar uma família, até que percebeu o semblante sério do chefe.
— Sério, qual é a missão? — O Gojo perguntou, assim que parou de rir.
— É exatamente essa.
— Você só pode 'tá fodendo com a minha cara.
— Já disse pra você parar de falar desse jeito aqui dentro — O mais velho disse, ainda sério, pegando alguns papéis de dentro da gaveta e jogando na mesa — Encontramos Suguru Geto em uma cidade a duas horas de Tokyo.
— O chefe daquele grupo de traficantes lá?
— Ele mesmo — Enquanto falava, Masamichi ia apontando para as fotos que tinham na mesa, mostrando o homem de cabelos longos e negros, com uma cicatriz marcante no meio da testa — Acontece que ele se mantém bem escondido desde que a polícia quase o prendeu no ano passado.
— E o que isso tem haver com eu ter uma família?
— O único evento em que Geto aparece são nas reuniões mensais que ele faz com as famílias dos amigos do filho dele.
— Então você quer que eu me infiltre na cidade, com um filho e uma esposa, pra conseguir entrar nessas reuniões? — A pergunta do Gojo tinha um tom claro de deboche misturado com irritação, mas o mais velho não parecia nem um pouco incomodado.
— Exatamente.
— Isso só pode ser brincadeira — O platinado se levantou, já irritado — Não tem ninguém que pode fazer isso no meu lugar?
— A maioria já está em campo e você é o nosso melhor agente — Masamichi explicou, ainda mantendo a mesma calma de sempre — Geto é um dos piores que já enfrentamos e, finalmente, temos a chance de realmente pegar ele. Não posso confiar essa missão na mão de qualquer um.
— Mas, eu- — Satoru começou a protestar mais uma vez, mas foi interrompido pelo som de uma batida suave na porta.
Logo depois de Masamichi gritar, liberando a entrada da pessoa, a porta foi aberta. Uma das secretarias do chefe logo apareceu e, assim que viu o Gojo, as bochechas dela se avermelharam. Quando o platinado se lembrou que havia fodido ela dentro do carro, na garagem lá de baixo, piscou para ela, que ficou ainda mais desconcertada.
— Senhor Yaga, a Espectro está aqui, como pediu.
As sobrancelhas de Satoru logo se arquearam e ele não conseguiu esconder o tom de supresa. A Espectro, como todos a conheciam, era uma coletora de informações ou detetive particular, dependendo do caso. Ela já havia conseguido informações exatamente valiosas, que ninguém jamais tinha conseguido. Os métodos dela eram totalmente desconhecidos, assim como o nome e fisionomia.
— Pode mandar ela entrar — A voz de Masamichi foi o suficiente para tirar o Gojo dos pensamentos, fazendo as íris azuis focarem mais uma vez na porta.
Uma leve ansiedade tomou conta do peito do platinado, principalmente pelo fato de que, alguns anos atrás, ele havia sido designado para uma missão de descobrir quem era a Espectro. Mas, de cabeça baixa, ele havia voltado sem nenhuma informação. Essa tinha sido a única missão em que o Gojo havia falhado e assombrava os pensamentos dele constantemente.
Saber quem era a cabeça por trás de toda uma rede de informações preciosíssimas seria o ponto alto da carreira dele como agente secreto. Mas, assim que você passou pela porta, um sorriso inacreditado tomou conta dos lábios dele.
— Senhor Yaga — Você disse, acenando com a cabeça na direção do mais velho.
— Pode me chamar de Masamichi — Ele disse, se levantando e vindo prontamente até você, estendendo a mão — Senhorita...
— [Nome] — Você respondeu, com um sorriso simpático no rosto, pouco depois de apertar a mão dele — Agradeceria se não me chamassem de Espectro.
— Como quiser — O chefe da associação respondeu, também com um sorriso simpático, o que fez o platinado franzir mais ainda as sobrancelhas — Ah, esse daqui é o Satoru Gojo. Acredito que já falei dele para você.
— Sim, falou — Seu tom ainda era o mesmo neutro de sempre e, ao contrário do platinado, você não aparentava estar nem um pouco surpresa com esse segundo encontro inesperado — É um prazer — Completou, estendendo a mão para ele, que foi logo apertada.
— O prazer é todo meu — Logo que se recuperou do susto, o Gojo disse, em um tom repleto de segundas intenções.
Você encarou os olhos azuis por alguns segundos, só para tentar compreender um pouco aquele homem. Com certeza ele usava todo aquele sarcasmo e brincadeiras para esconder o medo e passado traumático que ele tinha. Era evidente que ele também descontava frustrações do dia a dia em sexo e bebidas, talvez drogas, mas você achava que não.
Seu olhar só foi desviado quando o barulho de Masamichi limpando a garganta tomou conta da sala, fazendo, tanto você, quanto o Gojo, virarem na direção dele.
— Agora podemos começar a reunião de verdade — O mais velho falou, apontando para as cadeiras na frente da mesa dele.
Mais uma vez, Satoru se sentou na que estava sentado antes, enquanto você ficou na que estava ao lado dele. Seu olhar era terno e pacífico, mas todos os sentidos do corpo do Gojo gritavam em sinal de perigo. No fundo, ele sabia que deveria ter cuidado com você.
— Acabei de passar as informações básicas para Satoru — Masamichi começou a falar, olhando na sua direção, que assentiu brevemente com a cabeça — Mas parece que vamos ter que achar outro agente para a missão.
— Eu vou — O platinado interrompeu, com um olhar monótono e rosto sério, não ousando olhar na sua direção nem por um segundo — 'Tô entediado — Completou, dando de ombros.
— Então só falta a criança? — Você perguntou, desviando o olhar do Gojo.
— Já cuidamos disso — As sobrancelhas de Satoru se franziram suavemente, até que Masamichi tirou uma foto da gaveta e colocou na mesa — Megumi Fushiguro.
— Nem fodendo — O platinado respondeu, logo em seguida, claramente puto — Vocês não vão arrastar ele pra isso.
— Estamos mantendo Megumi aqui há anos. Ele é um garoto muito inteligente e treinado — O mais velho retrucou, ainda calmo — Não existe nenhuma criança melhor do que ele.
— Ele só tem seis anos.
— E é mais esperto do que as crianças de doze.
Você reversava o olhar entre Masamichi e Satoru, a medida em que eles iam falando. Aparentemente, o Gojo não era tão desumano quanto queria aparentar. Esse pensamento fez um pequenino sorriso escapar dos seus lábios, mas foi o suficiente para o platinado perceber. Seria ruim, muito ruim, se alguém descobrisse o poder que Megumi tinha sobre ele. E Satoru sabia que, no mínimo detalhe possível, você conseguiria desvendar toda a mente dele.
— Tudo bem — Ele deveu, depois de um suspiro fundo — Quando partimos?
— Daqui a duas horas — O chefe respondeu, arrancando outro resmungo irritado do platinado — Vamos conseguir uma matrícula para Megumi começar a estudar na próxima semana. Enquanto isso, tentem se familiarizar com a vizinhança e fazer as pessoas conhecerem vocês. Claro que nem preciso dizer que vão ter que se comportar como um casal de verdade.
— Vamos ter algum meio de comunicação com vocês? — Sua pergunta atraiu a atenção dos dois até você, que tinha se mantido calada desde o início da discussão sobre Megumi.
— Claro. A cidade não é totalmente dominada por Geto e eles não conhecem a maior parte dos nossos agentes.
— Isso significa que a reunião acabou, não é? — O Gojo perguntou, já se levantando da poltrona e se espreguiçando — Eu vou lá buscar o Megumi e fazer minhas malas.
— [Nome] vai com você — Masamichi disse, antes que o platinado pudesse sair da sala — Não se atrasem para o trem.
Você apenas concordou com a cabeça, se levantando também. Depois de estalar a língua, claramente irritado, Satoru saiu logo do cômodo, sem falar mais nada.
— Obrigada por tudo — Você falou, e se virou para sair, até ouvir a voz do mais velho de novo.
— Por que aceitou o trabalho?
— O dinheiro que vocês me ofereceram era bom — Respondeu, se virando para trás — Vou usar ele pra me aposentar e, quem sabe, fazer uma faculdade de artes, ou algo assim.
— É um bom plano — Ele disse, se encostando na cadeira — Só é uma pena que não vamos mais poder contar com o trabalho da Espectro.
— É uma pena mesmo.
Depois disso, você esboçou mais um sorriso simpático e fez uma pequena reverência, saindo da sala logo em seguida. Assim que entrou no corredor, conseguiu ver Satoru, conversando com uma mulher, não muito longe dali. Claramente, ele estava dando em cima dela. Um suspiro pesado saiu de seus lábios, quando você percebeu que seria praticamente impossível esse homem fingir ser um marido.
De todas as pessoas com quem você poderia dividir essa missão, Satoru Gojo era, disparado, a pior delas.
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