𝚗𝚒𝚗𝚎
A água fria escorria por todo o corpo grande de Satoru. Os fios platinados estavam encharcados, enquanto a água ainda batia neles. Já fazia um tempo desde que ele tinha entrado no banho, mas não queria sair dali nem tão cedo. As lembranças do que aconteceu a poucos minutos atrás ainda estavam percorrendo a mente dele um milhão de vezes.
A forma como você o empurrou na cama; como você disse para ele não tornar aquilo um hábito; você ter pego o lubrificante para tornar as coisas mais prazerosas; e, principalmente, a forma como você chupou seu próprio dedo, coberto do gozo dele.
Caralho. Você era muito sexy para ser verdade. Ele nunca tinha se sentido tão excitado apenas com uma lembrança. Nunca tinha ficado tão ansioso para poder experimentar aquilo de novo. Nunca tinha perdido tanto a cabeça por causa de uma única mulher. E isso o irritava, demais.
Principalmente pelo fato de que, até onde ele sabia, apenas ele tinha gozado. Nunca, jamais, Satoru Gojo foi com uma mulher para a cama e não fez ela gozar. Isso era verdade, ele apenas não sabia que você também tinha gozado. Mas, ele faria você gozar, o platinado te daria o melhor orgasmo que você já teve na sua vida. E isso era uma promessa que ele fez para si mesmo.
Somente quando os dedos dele começaram a engilhar, ele decidiu acabar o banho mais rápido e sair do banheiro o mais breve possível. Mesmo não tendo certeza se conseguiria lhe encarar agora, ainda precisavam falar sobre a breve reunião dele com Masamichi e teriam que buscar Megumi na escola em poucos minutos.
Um suspiro pesado escapou dos lábios dele enquanto finalmente se trocava, colocando apenas a cueca e a calça jeans, percebendo que tinha esquecido a camisa em cima da poltrona no quarto. Ele se olhou no espelho brevemente, somente para se assegurar de que a beleza incondicional dele ainda estava intacta. Não que ele estivesse preocupado com a aparência por sua causa. Mas, talvez estivesse.
Quando, finalmente, saiu do banheiro, você estava sentada na bancada, com os olhos fixos no notebook à sua frente. Os fones não estavam mais no seu ouvido, o que fez ele ter certeza de que você havia escutado ele entrando no quarto.
Era quase que inacreditável, mas ele não sabia o que falar. Satoru sempre tinha algo para falar e nunca media esforços para dizer o que queria. Mas, agora, por algum motivo que ele não conseguiu descobrir qual era, ele estava sem palavras.
— Como foi a reunião com o Senhor Yaga? — Foi a sua voz que o fez sair dos próprios pensamentos e ele teve que fazer um esforço enorme para não limpar a garganta.
— Foi bem rápida, na verdade — O Gojo tentou se convencer de que não estava decepcionado por você não ter olhado na direção dele nem uma vez. O ver sem camisa talvez arrancasse um olhar impressionado seu. Mal ele sabia que você tinha visto pelo canto do olho, no momento em que ele saiu do banheiro, que ele estava despido da cintura para cima. Foi um esforço enorme, mas você se obrigou a não tirar os olhos da tela do notebook — Ele perguntou se você estava precisando de alguma coisa.
— Um conjunto de escutas, se possível — Respondeu, ainda digitando e sem olhar na direção dele — Precisamos entrar na casa de Geto e implantar algumas lá.
— E como você pretende entrar na casa dele? — Satoru perguntou, enquanto finalmente vestia a camisa e se sentava na cama, tentando não se lembrar do que aconteceu ali minutos antes — Até onde eu sei, quase ninguém tem permissão para entrar lá dentro.
— Existem duas possibilidades — Finalmente, você tirou os dedos do teclado e se virou na direção dele, encarando as íris azuis e se obrigando a não deixar que seus pelos se arrepiassem — Eu ainda acho que Megumi vai conseguir ficar amigo do Yuji Itadori. Quando isso acontecer, vai ser questão de tempo até que ele seja convidado a ir na casa de Geto.
— E como a gente entraria lá?
— Não vamos — Um pequeno sorrisinho divertido tomou conta dos seus lábios, enquanto o plano estava se formando em sua mente — Vou ensinar Megumi a instalar as câmeras.
— Nem fodendo — O grunhido que o platinado deu quase fez você soltar uma gargalhada alta.
— Ele é muito inteligente, Satoru. Não vai ser nem um pouco difícil ensinar a ele, e tenho certeza de que ele não vai ser pego.
Você sabia que o Gojo não gostaria dessa ideia. Desde o início, ele sempre deixou claro que não concordava com a ideia do Fushiguro ir para a missão e menos ainda em ele participar diretamente dela. Já foi um sufoco convencer ele a deixar que Megumi tivesse a missão de se aproximar do filho de Suguro.
— E qual é a outra opção?
Agora, o sorriso no seu rosto ficou maior.
— Você vai se tornar amigo de Geto.
As sobrancelhas dele se arquearam, mas ele não contrariou. Você nunca achou que seria difícil convencer ele a isso, na verdade, tinha certeza que, se fosse para tirar Megumi de uma missão, ele faria qualquer coisa.
— E eu imagino que você tenha um plano para isso também.
— Só faltam os últimos detalhes — Você voltou a olhar para o notebook, mas apenas salvou o que tinha feito antes e desligou o aparelho, se levantando da cadeira novamente — Quando estiver pronto, eu te mostro.
— Tudo bem, então — Tentou não demonstrar surpresa. Convencer ele estava sendo fácil demais — Mais alguma coisa?
— Encontrei com Sasuke hoje no elevador — Você começou a falar e, involuntariamente, uma sensação desconfortável começou a assolar a mente do platinado. Satoru conhecia os homens, tão em quanto conhecia as mulheres. Sabia como eles pensavam e como iriam agir. E ele tinha certeza de que aquele homem estava dando em cima de você — Combinamos de jantar esse final de semana e...
— Só vocês dois? — Ele lhe interrompeu, quase que imediatamente, e se arrependeu no mesmo segundo.
— O que? Claro que não — Pelo menos, você não parecia ter percebido o pequeno ataque de ciúmes — Nós quatro. Preciso que você mande uma mensagem para ele e combine o lugar e a hora.
— A mulher dele estava dando em cima de mim no outro dia. Quer mesmo sair com eles?
— Eu tenho uma leve sensação de que ela vai ser um problema futuro — Respondeu, franzindo levemente as sobrancelhas e tentando se lembrar da pesquisa que fez sobre ela — Fumiko já traiu o marido diversas vezes, com várias pessoas diferentes. Eles se mudaram para cá porque ela tinha dormido com o vizinho antigo dela e ele ameaçou contar a Sasuke.
— Então ele não sabe que é corno? — No meio da pergunta, ele soltou uma risada divertida. Só então, você percebeu que foi a primeira vez em que ele se sentiu confortável desde que tinha saído do banho.
— Ao que tudo indica, não — Você deixou que um sorriso pequeno tomasse conta dos seus lábios — Foi ela quem preparou a mudança para cá e disse a ele que queria se mudar porque achava que o vizinho estava dando em cima dela.
— Como é que você descobre essas coisas? — Pela primeira vez desde o incidente de mais cedo, o Gojo estava olhando nos seus olhos, ainda com aquela expressão leve e divertida. Isso era, com certeza, muito pior do que ver ele tenso e distante, porque fazia você perceber o quão irresistível ele era sem toda aquela pose de fodão que o platinado tentava manter o tempo todo.
— Eu já te falei, é o meu trabalho — Se forçou a responder, tentando não passar tanto tempo admirando o rosto dele.
— E, mesmo assim, você quer jantar com eles?
— Depende — Respondeu, dessa vez tirando o sorriso do rosto e assumindo um tom mais sério — Acha que consegue se controlar?
— Se ela tentar fazer alguma coisa comigo? — Você apenas assentiu. O Gojo queria acreditar que você estava séria porque estava com ciúmes, mas ele sabia que não era isso. Você sabia do histórico dele com as mulheres e fazia muito tempo desde que ele não transava com alguém. Era uma pergunta séria e muito válida — É claro que eu consigo.
Normalmente, você não acreditaria nele, mas o tom que ele usou para falar lhe deu a segurança necessária para que você acreditasse. Resolveu dar esse voto de confiança a ele.
— Então não vamos ter problemas — Era arriscado. Mas o que seria dessa missão sem riscos? — Consegue mandar uma mensagem para Sasuke agora?
— Claro.
Satoru pegou o celular em cima da cabeceira e já começou a digitar a mensagem. Ele não gostava da ideia de sair com aqueles dois. Além de ter certeza de que Sasuke estava dando em cima de você, era muito irritante Fumiko flertar diretamente com ele e você não demonstrar um pingo de ciúmes. Mesmo assim, se fosse pelo bem da missão, ele faria.
Nenhuma brincadeirinha pervertida. O platinado estava fazendo tudo o que você pedia, sem retrucar nem contestar. Não flertou com você nem uma única vez e já fazia mais de dez minutos que estavam conversando.
Talvez o seu plano de fazer com que ele parasse de tentar transar com você deu certo depois que você masturbou ele. Mas, agora, você não queria que tivesse dado tão certo. Agora, era você quem queria mais. Aquilo não foi nem perto do suficiente para satisfazer as suas necessidades. Você queria sentir Satoru Gojo por completo. Queria ver se ele era tão bom quanto o histórico dizia. Se conseguiria lhe fazer ir a loucura somente com alguns minutos em uma cama.
Não tinha como negar que você estava ficando levemente irritada com a mudança de comportamento dele, mas estava decidia a mudar isso. De forma sútil, você faria com que o platinado também quisesse mais. Só nem se passava pela sua ideia que ele tinha o mesmo objetivo em relação a você.
— Feito — Ele disse, tirando você completamente de seus pensamentos — Vamos jantar com eles no sábado.
— Perfeito — Respondeu, se levantando da cadeira e esticando um pouco a coluna — Precisamos buscar o Megumi agora e ir na sorveteria.
— Sorveteria? — Satoru perguntou, com as sobrancelhas levemente franzidas, fazendo você perceber que tinha se esquecido de comentar esse detalhe com ele.
— Megumi ficou meio triste que você passou a manhã fora — Explicou, dando de ombros — Então eu disse que iríamos naquela sorveteria que ele gosta. Além disso, uma amiga dele vai também.
— Nobara Kugisaki? — Você apenas concordou com a cabeça, enquanto pegava sua bolsa, que estava em cima da sua cabeceira — Ela não é aquela garota que Megumi dizia que era irritante?
Mais uma vez, você apenas concordou com a cabeça. Depois de um suspiro cansado, o Gojo se levantou da cama e lhe seguiu, que já estava saindo do quarto. A curiosidade gritava na mente dele, enquanto ele tentava imaginar que tipo de planos você tinha para essa missão. Mas, por mais que não quisesse admitir isso em voz alta, você era muito boa no que fazia, o suficiente para que ele confiasse quase que cegamente em você. Ele sabia que, independente do que você tinha planejado, daria certo, porque teria sido você quem orquestrou tudo.
Involuntariamente, ele se sentiu mais aliviado quando vocês entraram no elevador e não encontraram com seus vizinhos. Aqueles dois ainda irritavam muito o platinado e encontrar com eles agora não o deixaria menos estressado do que ele estava.
Vocês dois mantiveram uma conversa normal sobre o dia a dia. Você perguntava como tinha sido o trabalho dele; Satoru perguntava como Megumi estava se comportando em casa quando ele não estava presente; vocês combinavam como seria a ida para o jantar com Sasuke e Fumiko.
Era algo tão natural que até parecia verdade. Mas, todas as vezes que o Gojo se lembrava de que tudo aquilo apenas fazia parte de uma missão, a mente dele vacilava por um momento e, por alguma razão, ele se sentia incomodado com esse pensamento.
— O período de provas da escola de Magumi está chegando — Foi a sua voz que fez com que ele se obrigasse a afastar aquele tipo de pensamento — Pensei em a gente estudar com ele durante o próximo final de semana.
— Ele já é tão inteligente — Enquanto caminhavam pelas ruas da cidade, sentindo o calor gostoso do verão atingirem seus corpos, o platinado quase vacilou na hora de falar, quando sentiu a sua mão rodeando a dele. Vocês estavam em público, então era natural que andassem de mãos dadas, mas você nunca tinha feito isso antes — Tem certeza de que ele precisa da nossa ajuda? — Ele se forçou a completar, conseguindo não demonstrar nenhum sentimento diferente enquanto fechava a mão ao redor da sua, entrelaçando os seus dedos.
— Provavelmente ele conseguiria sem a nossa ajuda — Você respondeu, ao mesmo tempo em que uma risada divertida escapava de seus lábios — Mas acho que seria legal uma tarde de estudos para variar.
— Nesse caso, tudo bem.
O Gojo usou o fato de estarem de mãos dadas para lhe puxar suavemente para mais perto e depositar um beijo casto na sua bochecha. Você sorriu, boba, porque era isso que sua personagem faria, mas já não sabia se isso tinha sido fingimento ou não.
Demoraram só mais alguns minutos até chegarem na escola de Megumi, bem na hora do sinal tocar e as crianças serem liberadas. Enquanto andavam pelas ruas, várias pessoas olhavam para vocês. Isso já era de se esperar. Satoru tinha uma beleza muito incomum, o que atraia diversos olhares, e isso era exatamente bom. Vocês conseguiam que mais pessoas prestassem atenção no teatrinho de vocês de casal feliz.
Quando chegaram na frente do portão, conseguiram ver diversos outros pais esperando pelos seus filhos, mas, como esperado, nenhum sinal de Geto. Você sabia que ele não buscava Yuji e, quando fazia, ficava esperando dentro do carro preto blindado. Alguns casais olhavam na sua direção e, por mais que falassem baixo, você conseguia ouvir alguns cochichos. Vocês ainda eram novos na cidade e não conheciam quase ninguém. Era normal que crescessem dúvidas à respeito de vocês. Mas, o que mais lhe intrigava eram as conversas entre as mães solteiras. O platinado não saia da boca delas, sempre falando o quanto ele era alto, forte e, principalmente, estupidamente lindo. Também existiam várias especulações em relação a ele. Elas se perguntavam com o que ele trabalhava, como era a ralação dele com o filho e, acima de tudo, se ele realmente amava a esposa.
Você sorriu, tentando segurar uma risada divertida, ao ouvir uma delas perguntando para uma amiga se ela achava que existia a possibilidade do Gojo lhe trair.
— O que foi? — A voz do platinado ao seu lado fez com que você parasse de prestar atenção nas conversas e se virasse para ele novamente, encarando aqueles olhos azuis, que até pareciam de outro mundo.
Ele tinha um sorriso leve no rosto, que combinava muito mais com ele do que aquela expressão séria e inabalável dele. Por isso, você alargou um pouco mais o sorriso que tinha nos seus lábios, se deixando levar pelo fato de que estava, supostamente, atuando.
— Eu lembrei de algo engraçado — Mentiu, mas ainda não desviou o olhar do dele. Com o canto do olho, percebeu algo que estava procurando desde que chegaram na escola. O carro de Suguro estava lá e você tinha certeza de que ele estava dentro dele. Isso só fez com que o seu sorriso ficasse maior ainda — Acho que Megumi está atrasado.
— Olha ele bem ali — Satoru falou, depois de desviar a atenção dos seus olhos e procurar atrás de você.
Apenas teve tempo de se virar antes de ver o mais novo vindo na direção de vocês, com um sorriso enorme no rosto, sendo seguido por uma garota um pouco mais alta que ele.
— Papai! — O mais novo gritou e, basicamente, se jogou nos braços do Gojo, que já estava ajoelhado, preparado para o ataque.
— Oi, filhão — Somente quando o Fushiguro quebrou o abraço, o platinado se afastou um pouco para poder encara-lo — Me desculpa ter saído cedo hoje. Tive uma cirurgia de emergência para fazer.
— Tudo bem — O brilho nos olhos de Megumi, sempre que via Satoru, ainda lhe causava um aperto enorme no coração — Essa aqui é minha amiga, Nobara — Ele continuou, apontando na direção da garota, que já estava muito próxima de vocês.
— Muito prazer — Ela disse, com um sorriso simpático no rosto.
— O prazer é todo nosso — Foi você quem respondeu, depois de ter que se abaixar para que Megumi depositasse um beijo na sua bochecha — Preparados parado sorvete?
— Sim! — Os dois responderam, ao mesmo tempo, sem tentar esconder a animação.
Isso acabou arrancando uma risada divertida sua e do platinado, que não enrolaram antes de pegar nas mãos dos dois e começarem a andar pela calçada, em direção à sorveteria. Quando saíram de lá, por mais que você quisesse dar uma última olhada no carro de Geto, se impediu de fazer isso. Teria tempo de sobra para fazer isso depois.
Durante o caminho, Megumi falava como tinham sido as aulas de hoje e, ao que aparentava, ele estava se dando muito bem com os alunos e professores. Isso era bom, principalmente pelo fato de ele ter mencionado o nome de Yuji algumas vezes. Aparentemente, Nobara também estava caminhando para se tornar amiga do Itadori, o que fazia você imaginar aquele trio sendo formado. Seria até interessante.
A mais nova falava sobre a vida dela, para que vocês a conhecessem melhor. Você ouvia atentamente a tudo o que ela falava, inclusive fazendo algumas perguntas as vezes, como se já não tivesse pesquisado todo o passado e histórico dela.
Assim que entraram na sorveteria, o Gojo foi com as crianças até o balcão para comprar os sorvetes, enquanto você foi procurar uma mesa. No momento em que se sentou, suas pernas começaram a bater suavemente uma na outra, sem que você ao menos percebesse. Seus olhos estavam focados no pequeno cardápio na sua frente, mas você não o lia de verdade. Estava imersa demais em seus próprios pensamentos para isso. As preocupações de que o plano talvez não funcionasse começaram a assolar sua mente.
Teve que fazer um grande esforço para não pular de susto quando uma mão tocou levemente o seu ombro. Ao se virar, você encontrou as íris azuis de Satoru. Você tinha conseguido esconder bem que tinha ficado assustada, mas ele tinha percebido. Os fones não estavam nos seus ouvidos nesse momento, então não havia motivos para você não ter ouvido ele se aproximando. Algo estava lhe preocupando, e o Gojo sabia muito bem disso.
— Se quiser, podemos tomar o sorvete no caminho de casa — Ele disse, com a voz mais baixa e relativamente preocupada.
— Não precisa — Respondeu, enquanto as crianças chegavam na mesa e se sentavam nos bancos à sua frente. Você ouviu um barulho. Um que estava tentando memorizar para quando o momento certo chegasse. Por isso, se levantou da cadeira e colocou o sorriso mais convincente que conseguia — Quer dividir um sorvete? Sempre quis provar o de doce de leite daqui.
— Claro — Satoru entrou na onda, sem que você precisasse dar algum sinal para ele — Vamos lá.
Vocês foram até o balcão de novo. Seus olhos estavam fixos na vitrine, ao mesmo tempo em que conversavam para ver quais sabores iriam escolher. Você tentava parecer natural, mas não tinha como negar que estava nervosa. Teve que fazer um grande esforço quando ouviu a porta sendo aberta, anunciando um novo cliente, mas conseguiu manter seus olhos na vitrine.
— Megumi? Nobara? — Somente quando ouviram a voz infantil e doce de um estanho, você e Satoru se viraram na direção dela.
Yuji Itadori tinha acabado de entrar na sorveteria e, como você havia planejado, Suguro Geto estava bem atrás dele.
A criança de cabelos rosados esboçou um sorriso radiante, enquanto corria em direção aos amigos, que tinham a mesma animação estampada nos rostos. Um segurança tentou impedir que o Itadori fosse até lá, mas, com apenas um gesto com a mão, Geto o proibiu de fazer isso.
Seus olhos ainda estavam presos em Yuji, que agora tinha se sentado na mesma mesa que o seu filho, conversando animadamente com aqueles dois. Mas, quando sentiu o olhar de Suguro em cima de você e do platinado, retribuiu o olhar, sem hesitar.
— Vocês devem ser os pais de Megumi — Ele disse, vindo na direção de onde vocês estavam — É um prazer. Eu me chamo Suguro Geto, pai do Yuji.
Satoru não aparentava estar surpreso, mas você sabia que ele estava. Como em um passe de mágica, um sorriso diabólico tomou conta de seus lábios quando percebeu que seu plano estava começando a dar certo. E, lá estava, a primeira interação de vocês com o alvo.
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