𝚏𝚘𝚞𝚛𝚝𝚎𝚎𝚗
Seus olhos doíam e ardiam. Na verdade, a única coisa que você queria no momento era arrancar eles do seu rosto. Passar a madrugada inteira na frente do computador talvez não fosse uma boa ideia.
Depois de Satoru lhe explicar detalhe por detalhe do encontro que teve com Geto, você tinha passado a última semana quase inteira na frente do notebook. Tinha saído basicamente só para tomar banho, ir no banheiro, comer e foder com o platinado quando tinha a oportunidade. E, claro, também passava um tempo com Megumi e o buscava na escola quando o Gojo não podia.
Estava exausta, mas precisava conseguir mais informações com uma certa urgência. Seu plano tinha começado a funcionar, mas ainda tinha um longo caminho até que Satoru conseguisse a total confiança de Geto. E vocês precisavam se apressar. A agência já tinha pedido outra reunião com o platinado e ele teria que ir para ela com alguma coisa para apresentar. Não podiam só ficar brincando de casinha o tempo todo, por mais que você não fizesse questão de continuar assim por mais um tempo. Seu relacionamento com o Gojo estava indo muito bem e você estava mais próxima de Megumi do que nunca. Agora, o mais novo lhe chamava de "mãe" com uma naturalidade tão grande que você as vezes se esquecia de que era mentira.
Nesse meio tempo, não tinham parado para conversar ainda sobre a relação de vocês. Tinham focado muito em dar os próximos passos da missão, principalmente agora que a amizade entre Satoru e Geto poderia ser sim uma realidade. Você percebeu que o platinado se aproximou de você algumas vezes, como se quisesse falar algo, mas desistia no meio do caminho. Você sabia que isso era tão difícil para ele quanto era para você. Sinceramente, se tivesse que dar início a essa conversa, você nem sabia como faria. Aceitou que o melhor a fazer era esperar as coisas se organizarem.
Mesmo que quisesse continuar a digitar, os seus dedos suplicavam por um descanso. Estava até começando a digitar tudo errado. Precisava de uma pausa bem merecida.
Franzindo as sobrancelhas, você olhou ao redor do quarto. Nem sabia que horas eram e nem onde estavam seus meninos. Quando percebeu que estava sozinha em casa, pegou o celular e viu que já era de noite. Além disso, Satoru tinha lhe mandado algumas mensagens fazia uma hora.
Satoru:
Amor, vou com Megumi ver
o novo filme que lançou de Demon
Slayer. Sei que você tá cansada,
então pode ficar em casa.
Já já chegamos.
[13:56]
— Graças a Deus — Escapou de seus lábios, junto com um suspiro.
Estava cansada demais e a última coisa que precisava era ir no cinema agora. Mas, parando para pensar, não sabia mais como passar o tempo. Voltar a trabalhar não era uma opção. Por isso, você ficou mexendo no Instagram, procurando alguns lugares perto de onde vocês moravam para ir. Já tinha decorado quase todos os estabelecimentos da cidade, então basicamente apenas teria que escolher um.
Seus olhos, ainda doloridos, vasculhavam os perfis dos restaurantes e bares, atrás de algum que lhe chamasse atenção, até que parou em uma publicação de um perfil. O símbolo da logo do bar. Você já tinha visto ela antes. Teve que buscar no fundo da sua memória, mas se lembrou de um cartão que Masamichi lhe deu na primeira reunião que tiveram. Não podia ser coincidência.
Com isso em mente, você deu um pulo da cadeira de trabalho e se forçou a ir para o banheiro tomar um banho de cabeça. Fazia dias que você mal saia do quarto e estava começando a ficar maluca. Por isso, não se deu o trabalho de se apressar de baixo do chuveiro, deixando que a água quente relaxasse os seus músculos, tensos por causa das diversas horas seguidas sentada.
Quando acabou, pegou um vestido preto midi simples e o vestiu. Não tentou fazer uma maquiagem elaborada, colocando só o básico; pegou o primeiro par de saltos que achou no armário; e não se deu o trabalho de secar o cabelo, apenas o penteando e passando a mão para que ele ficasse levemente bagunçado.
Depois de jogar seu celular e careira na sua bolsa, saiu do apartamento sem esperar mais nada. Satoru e Megumi só voltariam para casa daqui a umas duas horas, o que daria tempo suficiente para você descobrir o que Masamichi tinha haver com aquele bar. Estava animada. Fazia tempo que não recebia um desafio de verdade e esperava, mais do que tudo, encontrar um essa noite.
O bar não ficava muito longe da casa de vocês. Mais um fato que não poderia ser pura coincidência. Por isso, não demorou mais do que dez minutos para que você chegasse lá. Foi tempo o suficiente para que seu cabelo secasse um pouco e ficasse úmido ao invés de completamente molhado.
Seus olhos percorreram todo o local assim que seus pés foram colocados para dentro, mas de forma discreta, para não parecer uma louca analisando cada centímetro do lugar. Parecia ser um tipo de pub irlandês, sendo decorado majoritariamente de diferentes tipos de madeira. Era bonito e aconchegante, mas ainda não lhe dizia nada sobre o que ele tinha haver com Masamichi.
Não queria ficar muito tempo enrolando, então foi logo se sentar no balcão, já que estava sozinha. Enquanto um garçom não vinha lhe atender, você pegou o celular e mandou uma mensagem para Satoru, avisando que estava lá. Seria muito ruim se, por algum motivo, achassem que você estava saindo escondida de seu marido.
— Boa tarde, como posso ajudar? — A voz grossa do garçom lhe tirou de seus pensamentos, fazendo você desligar o celular e se virar na direção dele.
— Boa tarde. Eu... — Suas sobrancelhas se arquearam ao ver o resto daquele homem. Ele provavelmente tinha algo perto de 1,84 m. de altura; um porte físico magro, mas que apresenta músculos definidos; cabelo curto, liso e penteado para trás, no tom castanho-claro; com sobrancelhas finas e com a mesma cor que o cabelo. Você raramente se esqueceria dele. Kento Nanami. Um dos agentes secretos que estavam na lista que Masamichi lhe deu, meses atrás, quando lhe pediu para escolher o agente que faria o papel de seu marido. Ele estava como um dos primeiros colocados e, quando você tinha escolhido Satoru, foi Nanami quem Masamichi indicou no lugar do platinado. Mas, por mais que quisesse continuar com a análise daquele homem, os olhos pequenos e azuis lhe fitando fizeram você continuar a falar — Eu quero uma cerveja, por favor.
— Tem alguma em mente?
— Pode trazer a mais amarga — Sua resposta veio com um sorrisinho inocente, mas venenoso.
Nanami assentiu e saiu de perto de você, indo pegar o seu pedido. Seus olhos ainda vagavam pelo lugar. Era óbvio que a agência tinha alguns espaços infiltrados dentro da cidade. Você deveria ter procurado saber disso antes, não só depois de dois meses nessa missão. Se tivesse tempo, talvez você se sentisse meio incompetente por não ter notado antes, mas uma caneca pesada sendo colocada bem na mesa à sua frente fez com que todos esses pensamentos se dissipassem.
— Aqui está — O loiro tinha um pequeno sorriso no rosto. Ele era lindo, de fato.
— Obrigada — Seu sorriso foi simpático, sem segundas intenções, antes de pegar a caneca com uma das mãos e a levar até os lábios.
Realmente, ele trouxe a mais amarga. Você não fez careta ao dar, pelo menos, três goles grandes de uma vez na bebida. O líquido gelado fez os pelos do seu corpo de arrepiarem involuntariamente. Você só não sabia o que era mais delicioso, a cerveja ou o descanso que se deu o luxo, depois de uma semana inteira na frente do computador.
Você olhava distraidamente pelo bar, procurando mais sinais da agência por ali. Notou também alguns olhares na sua direção, mas não sustentou nenhum deles. Seria bom se você fizesse algumas amizades por ali. Era até um pouco triste beber sozinha no balcão de um bar.
— Você é nova na cidade?
Suas sobrancelhas se arquearam, mas continuou levando o copo até a boca, enquanto encarava Nanami, que olhava na sua direção. Somente depois de tomar mais dois goles da cerveja, você respondeu:
— Nos mudamos faz uns dois ou três meses.
— "Nos"?
Ele sabia a resposta. É claro que sabia. Mas você decidiu entrar no jogo. Não seria nem louca de começar a falar sobre a agência em um lugar público e não preparado.
— Eu, meu marido e nosso filho — Respondeu, simpática, levando a caneca mais uma vez até os lábios.
— Então você é casada? — Você apenas acenou com a cabeça, enquanto sentia o líquido gelado descer pela sua garganta novamente — Que pena, já ia te chamar pra sair.
Você quase engasgou.
Tinha certeza de que o loiro era um agente. Você conseguia lembrar claramente do rosto dele em uma das fichas que Masamichi lhe deu. Não tinha como você estar enganada sobre aquilo.
Tudo bem. Ele poderia só estar encenando um papel. Mas tinha que ser um que lhe deixasse em uma posição complicada assim? Você queria poder voltar mais vezes nesse bar, até para estabelecer algum tipo de contato com a agência que não fosse por meio de Satoru, mas continuar a vir em um bar onde o bartender dá em cima de você não atrairia os melhores olhares.
— Sim, eu sou muito bem casada — Um leve tom de sarcasmo tomou conta da sua voz. Queria enfatizar que não tinha gostado do comentário. Claro que, em situações normais, você não se importaria em sair com Nanami. Ele era muito lindo e, segundo a pesquisa que você fez, era um homem bem descente, comprometido com o trabalho, responsável, tão diferente de Satoru...
Você desviou o olhar dele quando percebeu o rumo que seus pensamentos estavam tomando. Nanami seria, com certeza, o tipo de homem ideal para você. Mas porque foi somente quando você pensou no platinado que o seu coração começou a bater mais rápido?
O Gojo era insuportável. Ele é a personificação de tudo o que você mais odeia em um homem. Mesmo assim, é impossível não pensar nele. É impossível não querer ele por perto. É impossível não imaginar um futuro em que isso não fosse uma simples missão.
— Era brincadeira — A voz grossa do loiro lhe tirou de seus pensamentos — Não achei que você fosse ficar tão chateada. Sinto muito.
— Não se preocupe — Se apressou em responder, virando o resto da cerveja que ainda tinha no seu copo. Precisava parar de pensar em Satoru urgentemente — Me traz outra, por favor.
— Agora.
Não demorou mais do que poucos minutos até que outra caneca estivesse parada na sua frente de novo. E você não perdeu tempo em beber demorados goles.
Nesse momento, você deveria estar supostamente descansando, não se estressando com seus sentimentos conflitantes pelo platinado. Gojo poderia esperar. Agora você precisa relaxar e esfriar sua mente para poder voltar ao trabalho mais tarde.
— Quantos anos tem o seu filho?
Você não sabia se era parte do personagem que Nanami estava encenando, mas, aparentemente, envolvia puxar assunto com você.
— Seis.
— Então você foi mãe bem nova — As sobrancelhas dele se arquearam — Seu marido é o pai?
— Uhum — Resmungou, dando mais um longo gole na bebida — Engravidamos muito cedo e então decidimos nos casar logo.
— Deve ter sido difícil.
— Não foi — Você nem pensou muito antes de responder — Por mais que nada disso tivesse sido planejado, eu nunca poderia ser tão feliz sem aqueles dois na minha vida.
— E o que fez vocês se mudarem?
Você não sabia dizer ao certo quanto tempo essa conversa durou. Só sabia que as canecas de cerveja iam e vinham sem parar. Os outros clientes do bar já estavam indo embora e, quando percebeu, você estava imersa em uma conversa muito pessoal com Nanami. Vocês falavam sobre suas vidas pessoais. Era até cômico saber que vocês dois estavam descrevendo seus próprios personagens. Você já sabia bastante sobre a vida e personalidade por causa da sua pesquisa, então era bem fácil saber quando ele estava mentindo.
Por outro lado, também era divertido saber que ele não tinha ideia de quando você falava a verdade e quando você mentia. A Espectro sempre foi alguém de difícil acesso. A agência não sabia muito sobre sua vida pessoal, não é à toa que Satoru não sabia quase nada sobre você quando se conheceram.
Conversar com Nanami estava sendo uma boa experiência. Ele se mostrou uma pessoa bastante agradável. Tudo bem que o álcool no seu organismo podia ter ajudado, mas você estava se divertindo muito.
— Então, seu marido é um médico?
— É, sim — Você disse, com um sorriso orgulhoso no rosto, mesmo sabendo que aquilo era mentira.
— Ele parece ser uma pessoa incrível.
Você soltou uma risada fraca, mas divertida, antes de continuar a falar.
— Satoru é uma das pessoas mais difíceis que eu conheci na vida — Aquilo não era mentira — Quando a gente se conheceu pela primeira vez, eu tinha vontade de socar o rosto dele, pelo menos, umas três vezes por minuto. Mas, depois de um tempo juntos, eu aprendi várias coisas sobre ele e acabei me apaixonado — Aquilo também não era completamente mentira.
Nanami assentiu. Ele tinha sido mandado por Masamichi para entrar em contato discretamente com você. O chefe estava preocupado que você não conseguisse lidar com a sedução de Satoru. Não que você tivesse lidado com ela muito bem, até porque vocês estavam constantemente quebrando a regra de não transa entre os agentes. Mas você sabia do real motivo para ele estar lá naquele dia. Por isso, você apenas esboçou um sorriso de lado e se aproximou mais do balcão.
— E então? Minha atuação foi boa o suficiente pra você? — Sussurrou, fazendo o loiro arregalar levemente os olhos — Da próxima vez que Masamichi mandar alguém me vigiar, avise que eu vou pular fora da missão.
O clima tinha ficado tenso de repente, mas você se afastou dele e voltou a fingir que estava meio bêbada, esboçando um sorriso inocente no rosto.
Não gostava de ser vigiada, principalmente quando essa pessoa lhe contratou para fazer um trabalho. É como se não confiassem no seu portifolio e isso lhe irritava muito.
Já estava preparada para pegar suas coisas e ir parar a conta para voltar para casa. Já descobriu que Masamichi só armou aquele bar para poder lhe vigiar. Pelo menos, se pudesse usar esse lugar como um ponto de comunicação, não reclamaria.
Você já estava indo se despedir de Nanami e se levantar do bar, quando uma voz fez com que você cessasse todos os movimentos.
— Amor? — Você conhecia aquela voz, muito bem na verdade. Quando se virou para trás, esboçou um sorriso sincero ao ver o platinado vindo na sua direção.
Satoru conseguiu disfarçar bem, mas você percebeu o olhar levemente estreito dele na direção do loiro atrás do balcão. Aparentemente, nem ele sabia que Nanami estava infiltrado na cidade. Isso levantou diversos questionamentos na sua mente, mas afastou todos eles. Poderia perguntar isso ao platinado depois.
— Satoru — Você disse, se levantando da cadeira e indo até ele, depositando um selinho rápido nos lábios dele, antes de se virar para Nanami novamente — Esse é o meu marido que eu comentei antes.
— É um prazer — O loiro apenas assentiu com a cabeça.
— O prazer é todo meu — Foi até impressionante como o Gojo respondeu, como se tudo estivesse bem — Vamos pra casa? Megumi 'tá esperando — Ele disse, olhando para você novamente.
— Certo, eu vou só pagar a conta e já volto.
— O caixa fica ali na direita — Nanami falou, apontando para uma pequena mesa no canto do estabelecimento.
Você assentiu com a cabeça e foi na direção que ele apontou, tirando a carteira da sua bolsa. Enquanto isso, Satoru olhou distraidamente em volta, percebendo que não tinham muitas pessoas no bar, e todas elas estavam bêbadas. Devagar, ele se aproximou do balcão, agora encarando o loiro nos olhos.
— Posso saber o que caralhos você 'tá fazendo aqui?
— Eu também sou um agente, Satoru — O mais novo disse, com aqueles olhos frios de sempre, desviando do platinado para organizar os copos em cima do balcão — Me mandaram para ajudar.
— E que tipo de ajuda exatamente você 'tá fazendo? Dando em cima da minha mulher?
— Se você enxerga a situação assim... — Ele deu de ombros — Não tem muito o que eu fazer.
— Olha aqui, seu porra — Por mais que falasse assim, a expressão do Gojo era neutra e seu tom de voz baixo. Quem visse de longe, pensaria que estavam apenas conversando sobre o tempo — Se aquele velho te mandou aqui pra me vigiar, pode voltar pra sede e avisar que eu não preciso de uma babá.
Nanami não respondeu logo de cara. Não queria acabar com a curiosidade de Satoru e já relevar que ele estava ali, na verdade, para vigiar você. Ele ainda não encarava o platinado nos olhos. Apenas limpava calmamente um dos copos com um pano de prato branco. Essa calma do loiro já irritou o Gojo diversas vezes. Nanami era exatamente o tipo de agente perfeito que Masamichi sempre quis que ele fosse, calmo e obediente.
— Eu me pergunto até hoje porquê ela escolheu você — A fala do loiro fez as sobrancelhas de Satoru se franzirem, finalmente demonstrando alguma expressão — Obviamente você era o agente menos qualificado pra essa missão. Será que foi porque você tem um rostinho bonito? — Gojo não conseguiu evitar de cerrar os punhos, só rezava para que ninguém tivesse prestando atenção o suficiente para notar — Independente do motivo, ainda temos tempo de mudar as coisas.
— Você não sabe de porra nenhuma — Mais uma vez, a expressão neutra estava no rosto do platinado. Ele não podia perder a calma agora, não quando tinha algo tão importante para se gabar — Não sei o quanto você sabe sobre a [Nome], mas imagino que absolutamente nada. Ela tem um plano, muito bom na verdade, e você nunca conseguiria fazer parte dele.
— E que plano é esse?
— Eu não tenho obrigação nenhuma de te falar — Satoru deu as costas. Queria ir embora assim que possível. Saber que Nanami estava agora na cidade já era um problema, mas ficar ouvindo ele falar de você era insuportável. O loiro não precisava falar. Sabia que Kento era bem mais qualificado do que ele para esse tipo de missão.
— Ela deveria ter me escolhido — A fala dele fez o Gojo parar de andar, mas ele não ousou virar para trás — Tenho certeza de que eu faria um papel de marido muito melhor do que você. Não tenho ideia do que você fez pra convencer ela de que você é uma pessoa boa, mas parabéns. Nunca achei que a Espectro seria uma pessoa tão fácil de manipular.
— O nome dela é [Nome] — Foi a única coisa que ele respondeu, enquanto voltou a andar na sua direção.
Você tinha acabado de pagar a conta e estava recebendo a nota fiscal no instante em que o platinado segurou sua mão. Ele sabia que era fingimento quando você se assustou. Você conseguia ouvir os passos dele vindo na sua direção. Ele sabia até que você tinha ouvido toda a conversa, só esperava que você não tocasse no assunto. Pelo menos não hoje.
— Acabou de pagar a conta? — O sorriso dele poderia enganar qualquer um, mas não lhe enganava mais. Mesmo assim, você sorriu de volta.
— Sim — Segurou a mão dele com mais força, entrelaçando os dedos nos dele — Vamos para casa.
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