𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗨𝗘

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'a hora do pesadelo'

A inquietação se estabelecia na casa da mãe solteira de Kentucky. Kaylee Grimes não conseguia  se estabelecer parada. Eram oito horas da manhã quando a mulher esperava impacientemente seu ex companheiro chegar para buscar sua filha. Ao contrário da mãe, Maylee, ainda meio sonolenta esperava pacientemente com seu papel e lápis de cor.

── Filha, quer comer algo? Acho que seu pai vai demorar um pouco.

Sem receber uma resposta falada, Kaylee notou que alguém se aproximou dela na cozinha com um estranho mal humor. ── Eu queria Waffles, mamãe, Waffles com chocolate.

── Waffles? Mais uma vez, meu amor? ── perguntou a mais velha, inclinando-se na altura da filha.

Um biquinho se formou nos lábios da garota; Maylee teve febre nos últimos dias, então estava bem mais manhosa que o normal.

── Sim, eu quero, mamãe, por favor, por favor, por favor, por favor…

Kaylee estreitou os olhos e colocou as mãos no queixo como se estivesse pensativa ── Hum, não sei, será que eu devo?

Os olhinhos de Maylee de repente se tornaram úmidos.

── Ainda ‘tá brava por aquele bilhete da professora? Me desculpa, mamãe, por favorzinho, faz os meus Waffles.. você não me ama mais..?

── Quanto drama, criança, é realmente minha filha ── riu da reação da garotinha ── Está bem, está bem, vou fazer os waffles para você. Mas com uma condição. ── disse com a sobrancelha arqueada.

── Que condição? Eu faço qualquer coisa, qualquer coisa! ── Maylee garantiu.

── Sem mais bilhetinhos da professora, ok? Promete? ── ponderou, beijando dois dedos da mão dela e estendendo para a pequena fazer o mesmo, era uma coisa entre elas quando prometiam algo, mesmo que Kaylee soubesse que sua filha quebraria sua promessa uma hora ou outra.

A menininha beijou os dedos e os entrelaçou nos da mãe. ── Prometo!

── Está bem, então ── disse ela sorrindo largamente ── Agora vá pintar algo bem bonito enquanto eu preparo os waffles, ok? Eu te amo ── disse ela, dando um beijo na testa da menininha

A pequena Grimes agora estava com um semblante totalmente diferente.

── Eu também te amo, a mamãe é a melhor do mundo todinho!

Kaylee sorriu ainda mais, se isso era possível. Maylee era a única pessoa que ela amava mais do que qualquer coisa, que faria qualquer coisa para ver um simples sorriso naquele rostinho lindo. Todavia, Kaylee voltou para a cozinha para fazer os famosos waffles, e não demorou muito para que ficassem prontos.

A garotinha estava sentada em uma mesa desenhando o que pareciam ser dois adultos e uma criança de mãos dadas, quando a mais velha se aproximou.

── Querida, o que está desenhando? ──  perguntou, colocando os waffles na mesa e colocando a outra mão no ombro da filha para ver melhor o desenho.

Os olhos gulosos de Maylee focaram sob o café da manhã tão desejado, mas mesmo assim voltou a olhar seu desenho.

── Sou eu. ── ela começou a explicar, apontando respectivamente para cada pessoa desenhada no papel. ── O papai e você, mamãe. ── a garotinha sorriu. ── Estamos morando juntos, como antes.

A mulher apertou o maxilar, sabia que a filha sentia falta do pai e ela juntos, mas Kaylee não poderia morar na mesma casa com ele novamente, principalmente porque ele não havia mudado nada nesses oito anos.

── Que lindo, filha ── sorriu tristemente para ela, queria que ela fosse feliz, mas morar com ele de novo estava fora de questão ── Estamos de mãos dadas? ── ela perguntou, apontando para os traços que pareciam mãos dadas.

── Sim. ── ela concordou com um sorrisinho feliz. ── Os pais e as mães precisam ficar de mãos dadas sempre.

Ela riu nervosamente ── Sempre? Por que, meu amor?

── Os pais dos meus amigos estão sempre de mãos dadas. ── ela contou, encarando o desenho com o rosto apoiado em uma das mãos. ── Nas histórias também! A princesa sempre é filha do rei e da rainha e eles se amam.

Ela suspirou pesadamente e pegou uma cadeira para se sentar ── Você acha que eu não amo seu pai, amor? ── ela perguntou gentilmente à garota, tocando seu pequeno braço enquanto ela comia seus waffles.

── Ah... ── Maylee pensou. ── Na verdade eu acho, mas o papai ainda ama você, mamãe.

── Oh amor, eu também amo seu pai, sempre vou amá-lo. Porém, não como antes ── disse ela com um sorriso fraco sem mostrar os dentes.

── Esse amor não vale ‘pra gente morar juntos de novo? ── ela abriu um sorrisinho amarelo.

── Infelizmente não querida, eu sinto muito. Não vou lhe dar falsas esperanças. ── disse ela, tentando sorrir docemente para ela.

Maylee imediatamente baixou os olhos, voltando a atenção a seu Waffle. Era impossível não notar a tristeza dela, mas a mesma evaporou-se quando um som na porta foi ouvido.

── Deve ser o papai!

── Oh, graças a Deus ── ela disse, levantando-se rapidamente para abrir a porta, mas então se virou para olhar para a criança que tinha uma expressão irritada e os bracinhos cruzados ── Desculpe

Maylee apenas assentiu com a cabeça e voltou para seu waffle. Kaylee caminhou rapidamente até a porta murmurando algo como "É melhor você ter uma ótima desculpa". Porém, estranhamente, não era o som da campainha como de costume, e sim da porta batendo. E como a mulher estava atrasada para o trabalho, sequer percebeu.

Quando abriu a porta, o que não esperava era que não fosse o pai de Maylee, era uma pessoa, não, não uma pessoa, uma coisa. Uma coisa podre. Um de seus olhos estava esbugalhado e seu rosto estava coberto por algo nojento vermelho carmesim. Os olhos esverdeados de Kaylee não puderam deixar de se arregalar. Ela gritou e rapidamente bateu a porta antes que a coisa pudesse se aproximar, mas era tarde demais. Com seu braço molenga, a coisa impediu a mulher de bater a porta. Então,com adrenalina e medo nas veias, ela correu rapidamente para Maylee e a pegou no colo, surpreendentemente a coisa era lenta, muito lenta na verdade. Assustada com a ação repentina de sua mãe e os sons vindos da coisa, Maylee começou a chorar. E com Kaylee gritando e Maylee chorando, a cena era realmente digna de um filme de terror.

Não demorou muito para alguém ouvir seus gritos, pois ela conhecia toda a vizinhança e seu irmão, o famoso xerife de Kentucky, que morava na casa ao lado. Com certeza alguém a ouviria. No entanto, ela nunca pensou que esse alguém seria seu melhor amigo, Shane Walsh, que não era da vizinhança.

Enquanto Kaylee segurava a filha com força com uma das mãos, a outra mão segurava um pequeno abajur para tentar conter a coisa e afastá-la delas. Sua tentativa quase falhou se não fosse por Shane. E ela seria eternamente grata por isso. Sem dizer uma palavra, o homem uniformizado tirou rapidamente um revólver do coldre e atirou contra a coisa. Levou apenas dois tiros antes que a coisa caísse dura no chão e cobrisse toda a casa de vermelho carmesim.

── Você está bem? Está machucada? ── o homem perguntou com os olhos arregalados e preocupação em sua voz. 

── Kay? ── ela não respondeu até que Shane tocou seu braço, a livrando do transe que estava. 

── O-O que era aquilo? ── ele gaguejou assustada. 

── Nós o chamamos de 'walker', um morto-vivo que pode andar e comer carne humana. ── ele afirmou segurando em seus ombros ── Eu estava na casa de Lori quando a ouvi gritar. Você está bem? ── repetiu a pergunta. 

── E-Eu estou, eu estou. ── disse ela enquanto segurava fortemente Maylee, que não parava de chorar. 

── Não sei se você tem ouvido rádio ultimamente, mas esses carinhas já tomaram metade da cidade. Por isso, vou levar Lori e Carl para um lugar seguro. Venha conosco, Kay. ── ele a chamou. 

── Lori e Carl? E meu irmão, Shane? Não posso deixá-lo desamparado naquele hospital. ── Kaylee argumentou, Shane estava louco em pensar que ela deixaria seu irmão sozinho naquele estado. 

── Kaylee... ── Shane nem sabia como dar aquela notícia a ela, já era difícil contar a Lori, ele não queria fazer de novo, porém, tinha que fazer. Kaylee merecia saber a verdade. 

── Shane...? ── ela perguntou confusa. 

── Rick... ele... ele infelizmente faleceu ontem à noite. 

── Não, não. ── a mulher balançou a cabeça freneticamente. 

── Gostaria de ter contado antes, mas com tudo isso acontecendo, tem sido muito difícil vir aqui ou ligar. ── ele tentou se explicar, tentando tocar seu ombro novamente para confortá-la, mas o ato só a fez estremecer e se afastar de seu toque. 

A mulher nem percebeu quando as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. Seu irmão morreu. Ele morreu. E não havia nada que ela pudesse fazer para mudar isso. Kaylee não conseguia respirar, perder os pais foi muito difícil para ela, mas ela sempre teve o irmão ao seu lado. E agora acabou. Seus joelhos começaram a enfraquecer, e se não fosse por Shane ela teria caído de joelhos no chão com Maylee em seus braços. 

── Olha, nós estamos indo para Atlanta. Venha conosco. Será o melhor para você, será o melhor para Maylee. É seguro lá, querida. Vamos. Pense em Maylee. ── ele disse tentando convencê-la novamente. Sua resposta foi apenas um simples aceno de cabeça, que ele aceitou como sim. 

── Eu quero sair daqui, mamãe ── implorou a menininha, enterrando a cabeça no pescoço da mais velha. 

Ele ajudou Kaylee sentar- se na cadeira onde Maylee estava alguns segundos atrás desenhando felizmente, e começou a colocar coisas úteis em suas mochilas. Kaylee apenas reuniu forças para abraçar sua filha fortemente enquanto observava o homem andando de um lado para o outro, colocando coisas nas mochilas. Como sua vida virou de cabeça para baixo em um curto período de tempo? Ela se perguntou ainda em estado de choque, alguns minutos atrás estava tudo bem, ela estava feliz fazendo waffles para sua filha, enquanto esperava que seu ex estúpido fosse buscar-lá. E agora ela e sua garotinha iriam viajar para Atlanta sem rumo, com sua cunhada, sobrinho e melhor. Poderia ficar pior?

Capítulo    ainda    não     revisado!
Finalmente    postei    o    prólogo,
ouvi                   um              amém?
Espero      muito     que     gostem,
fiquei   um  tempo  sem  escrever
e   acho  que  ainda   estou   meio
enferrujada,          então             me
desculpem     se     estiver     ruim.
E   me  contem   o   que  acharam!
Votos  e  comentários  são  muito importantes    para   mim,   ficaria
muito   agradecida   se  fizessem,
mas também não são obrigados.
Queria   dedicar    esse    prólogo
para     -alwaysblwck    que     me
ajudou              muito,           muito
obrigada                                    amg
Fiquem       à         vontade           e
aproveitem            a             leitura!

©NATSLOKI, 2023

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