Unbridled Lust
❥ Há spoiler do mangá/anime nesse capítulo. Pré -revisado
Luxúria desenfreada
" Não fique tão convicta disso, tal sentimento não te faz imune aos seus pecados e ao meu poder. "
Uma semana antes dos Quatrocentos e setenta dias se encerrar:
Meu tédio estava inconsolável nesse um ano que se passou eu visitei cada canto do reino dos mortos, fui até mesmo onde não me era permitido e agora estou aqui sentada na cadeira acolchoada desfrutando da presença do príncipe que passou a ser muito próximo a mim.
-- Rainha é a sua vez. -- Mencionou me arrancando dos pensamentos, olhei para o tabuleiro de xadrez completamente sem idéias e fiz um movimento péssimo, pois duas rodadas depois Beelzebub havia me vencido.
-- Pelo visto a diferença em nossos placares aumentou. -- Comentei e ele fechou os olhos sibilando um sorriso.
-- Trinta e oito a quarentena e cinco. Ultimamente sinto que a senhora não está muito motivada a jogar e nem mesmo aquelas festas cheias de luxúria propostas por Asmodeus parecem te satisfazer.
Respirei pesado, pois ele tinha razão eu estou completamente entediada. Me levantei arrastando o longo e pesado vestido escuro que escolhi.
-- Realmente, minha estadia aqui tem sido tão... Desconfortável. -- Por mais que as festas que Asmodeus tenha organizado para mim seja repleta da atmosfera mais entorpecente que conheço de que adianta se dá no mesmo? No final volto a esse castelo solitário onde somente as Erínias me vigiam.
-- Se está tão entediada passe a noite em meu castelo, aposto que em dois minutos decidirá retornar. -- Beelzebub tentava me animar e agora de pé ao meu lado me ofereceu o braço.
-- Me diga Beel como o Imperador está? -- Com a esquerda Segurei em seu braço e a direita levantei o pesado vestido enquanto andávamos para fora do salão.
-- Impecável, apesar da dor de perder seu irmão, ele se manteve intransponível em todo esse tempo e deixou que a melodia do réquiem falasse por si. -- Suspirei mais uma vez, em todo esse tempo de casados meu marido nunca me deixou adentrar seu coração ao ponto de descobrir e conhecer suas fraquezas, nosso casamento ainda se mantinha na mesma situação. Onde conversávamos mais a respeito do reino do que de nós mesmos e quando não, estávamos na cama e disso eu sinto muita falta e agora consigo entender por completo as palavras do Tempo quando disse que minha vida séria muito volúvel, enquanto no universo me entendo fácil e sou conduzida a experiências que deixem minha existência menos monótona, aqui no submundo sou uma deusa viciada nos prazeres físicos e carnais que incidem em ter tudo da forma como eu quero. No fim me tornei uma soberana fútil aos meus próprios desejos e extremamente útil ao reino e parando para pensar mais, adoraria que Hades não tivesse me limitado a sua presença, como sua esposa gostaria de estar ao seu lado quando Adamas morreu, queria consolá-lo mesmo que de forma silenciosa e nem isso me permitiu, com o passar dos meses após a morte de um de seus irmãos compreendi que ele estava levando essa penitência muito a sério.
-- Ele é o rei dos reis. Não esperava menos. -- Percebi que devaneei demais ao lado de Beelzebub que me contou mais sobre seus projetos a respeito da sendeia e dos meus lírios negros.
-- Isso dará um jeito nos córcomos? -- Perguntei assim que paramos na varanda.
-- Creio que sim eu estudei a anatomia de um deles antes de Leviatã o devorar por ter confundido com um peixe, aquele estúpido e posso afirmar que será o suficiente.
Deixei um riso escapar tapando meus lábios.
-- Não se contenha rainha é bom vê-la assim. -- Beelzebub sorriu.
-- Leviatã não deveria estar nas profundezas mais obscuras do mar? -- Questionei.
-- Sim, mas Azazel o queria aqui para uma conversa e no fim conseguiram me tirar do sério invadindo meu laboratório, mas enfim, podemos mudar de assunto? -- Assenti, toda vez que atrapalham seu trabalho ele fica revoltado.
-- Vamos falar do meu jardim, quero que plante Dálias também. -- Observei o príncipe olhar para o céu e soube naquele momento que pensava na deusa do destino.
-- Sente saudades? -- Sussurrei.
-- Aquele ser divino e fascinante com quem passei algumas horas se remete a muito mais do que menciona. -- Apoiou o cotovelo na sacada.
-- Ela seria a infernal perfeita -- mencionei -- Quando e se ela voltar pensas em trazê-la para o seu lado?
Ele desviou o olhar pela primeira vez naquela noite.
-- Conexão é como uma maldição rainha e creio que me entenda bem nesse assunto. -- Concordei, no fim somos dois ferrados, ele por ter se interessado justamente por Dália e eu por estar sendo punida pelo rei dos reis.
...
Beelzebub foi embora ao primeiro entardecer, depois dele recebi os representantes das geleiras, seguido pelo juiz da primeira prisão e por fim os representantes de Hefesto que cuidariam das cachoeiras de lava, no fim restou papeladas a assinar e organizar e levei o restante do meu dia para isso, ao deitar-me na cama exausta percebi que havia uma fragrância almiscarada no ar tentei não me importar enquanto meus olhos pensavam e senti um afago sobre meus cabelos me dando a certeza de que ou estou enlouquecendo ou Hades cedeu.
Os dias que se sucederam fora regados a mais trabalho e deixei claro para o reino que hoje no último dia eu daria uma festa, pouco me importa se o rei deixou claro que eu deveria apenas me dedicar ao trabalho por um ano. Sendo assim mandei que decorassem tudo em tons de vinho e bordô. Asmodeus chegou minutos depois dizendo que uma versão do melhor cabaré terrestre seria mais prazeroso e deixei tudo em suas mãos, conforme o amplo salão do meu palácio era vertido na mais profunda luxúria.
As horas foram se passando e fiquei em estado de choque quando adentrei o local, Asmodeus havia me dito que não pegaria leve, mas isso é completamente fora do meu padrão, tanto as paredes quanto o chão e o teto estão vermelhos, há decorações de fontes, fotografias burlesca e candelabros com velas em todas as paredes fora os arremates de ouro. No teto um grande lustre fora as correntes na lateral esquerda os bastões de pole dance mais a frente perto da entra duas taças enormes.
-- Gostou? -- Observei o príncipe sorri satisfeito suas presas aparentes e suas vestes já no tema, usava botas de salto tão longa que pressionava suas coxas, o short curto tendo sua maior parte encoberta pela camisa branca e gravata além da cinta liga, as unhas stileto pintadas de dourado e os fios castanhos jogado para trás.
-- Se eu gostei? Eu amei Asmo... -- Comentei vendo-o sorrir.
-- Adoro quando apreciam meu trabalho. E rainha o que vão vestir? -- Ele sorria de maneira maligna como se quisesse me sugerir vestes tão abertas quanto a sua.
-- Nada tão sexy quanto o seu querido, pode apostar, mas... Tão belo quanto. -- Pisquei o deixando frustrado. -- Ainda sou uma rainha esqueceu, fora que tenho meus próprios gostos.
-- Ah isso eu já percebi e são bons. -- Quando Asmodeus virou de costas percebi que sua blusa tinha um recorte atrás deixando parte dela exposta e notei a grande abelha encravada em sua pele, aquele é um dos símbolos de Beelzebub, ele percebeu que eu estava olhando demais e se virou sorrindo.
-- Foi uma das penalidades daquele trouxa. Beelzebub é um pulha quando se trata de pegadinhas e daí que ele acabou transando com uma humana só porque manipulei a mente dele, no final ele quis mesmo sabendo e ainda gozou, um puta de um ingrato. Tirei sete mil anos de celibato das costas dele. E daí que o fiz encher a cara e fazer um strip-tease em um mundo humano? Ele estava precisando. E daí que acabou acidentalmente preso? Sinceramente meu irmão é muito sensível...
Pisquei diversas vezes, tentando imaginar a cara de Beel ao ser submetido a tanto quanto tem seus próprios meios de ligar para a vida.
-- Não vai dizer nada rainha? Pelo menos fique do meu lado e não do seu pupilo. -- Revirei os olhos.
-- Inveja não é o seu pecado Asmodeus então se contente com o que tem. -- Pisquei. -- Você enviou convites para algum deus? Por que eu apenas convidei o mínimo.
O castanho se empertigou.
-- Rainha eu convidei todo mundo do alto escalão é claro e naquelas taças ali uma linda sucubus e um Incubus mostraram a verdadeira arte da dança molhada.
Pela empolgação dele ouso dizer que me deixei levar, imagino que nenhum deus virá afinal é capaz de igualarem essa festa a Sodoma e Gomorra, sendo que grande parte do que ocorreu lá teve a influência de certos príncipes entediados, enfim, me despedi de Asmodeus que deixou meu castelo com uma garrafa de vinho em mãos e segui para o meu quarto onde retirei minhas roupas e adentrei a enorme banheira constatando o quanto eu detesto estar exilada.
...
A festa já estava a todo vapor a música agradável e as vozes abafadas eu me olhei no espelho gostando do que vejo, meu vestido preto com leve transparência e uma fenda reluzia em meio a tantos diamantes aplicados na peça, já que é literalmente uma festa da luxúria eu optei por ostentar um pouco de luxo algo que realmente não me faz diferença, nos meus ombros havia um adereços e algumas penas que faziam parte do traje, arrumei meus cabelos para trás e coloquei brincos pequenos, passei um batom bordô já que toda a minha roupa era escura para não ser confundida com a festa e pûs um scarpin preto, me perfumei e desci dando de cara com o mais profundo silêncio, todos os seres do submundo me reverenciavam e os deuses do Olimpo, Egito e Argard que resolveram vir meneavam com a cabeça.
-- Continuem, ainda é uma festa. -- Desci a escada indo de encontro aos deuses, notando que os olhos de Zeus vagavam de uma mulher para um homem como se estivesse completamente indeciso. Tenho pena de sua esposa por ter um marido tão infiel, ao seu lado Aphrodite parecia regozijada talvez sentisse que o ambiente era propenso a suas funções e Loki arqueava a sobrancelha.
-- Sabe muito bem que destruímos uma cidade ao melhor duas por se portarem assim. -- Flutuou e tive que rir.
-- Asgardiano, não confunda uma noite sem arrependimentos com uma vivência de anos, isso aqui é para se divertirem olhe ao seu redor e verá que até mesmo Dionísio, seu irmão Thor entre outros estão a aproveitar. Essa festa não é para se preocupar com pecados e nem é necessário os ter, apenas uma socialização sem qualquer outra intenção. -- Ele parou de flutuar e olhou para Zeus.
-- Creio que não poderá dizer o mesmo dele. -- Inclinou a cabeça e revirei meus olhos.
-- Chega a ser hipocrisia queimar cidades quando o próprio reio do Olimpo é quase uma prostituta. -- Sussurrei levando o nórdico a gargalhar.
-- És uma mulher tão espirituosa Sn que maravilha! E cadê aquele rei igualmente maravilhoso? -- Loki sorriu e balancei minha cabeça observando como todos se divertiam na festa, esse deus da trapaça pensa que me engana.
Zeus estava encantado por um dançarino burlesco que Asmodeus secretamente me confessou ser um humano encantado sem saber que esse é esta no submundo assim como todos os outros que contatou através de pactos, ele estar pior do que os subordinados do Lúcifer fazendo pactos na encruzilhada e segundo Asmo é tudo pelo prazer, pois tanto humanos quanto deuses se divertem e nisso tem razão. Estou devidamente satisfeita com o resultado e imensamente feliz por não estar tão entediada.
Beelzebub se aproximou estendendo a mão ao qual aceitei, podemos ouvir a voz de Asmodeus dizendo que finalmente ele havia deixado de ser um babaca por ter vindo na festa, da mesma forma que ouvimos os deuses a se divertir, andamos até a fonte de chocolate vermelho e eu peguei um morango para comer essa foi uma das minhas exigências.
-- Vim para dar-lhe um aviso e não pretendo ficar. -- Lhe ofereci u morango e ele aceitou.
-- O imperador sabe dessa festa e não gostou então tome cuidado.
--Difícil é acontecer algo sem ele saiba não é mesmo? -- Ironizei e ele balançou a cabeça de maneira negativa.
-- Agora devo ir, os experimentos não se criam sozinhos. -- Beel se despediu e eu tive de sorrir ao notar como ele se tornou necessário durante todo esse tempo, não digo apenas pela companhia, mas por ter exatamente os recursos que preciso, então trabalhar com ele é praticamente gratificante. A festa continuou cada vez mais atraindo a atenção dos deuses, tivemos algumas apresentações e até mesmo uma dança de fogo, me sentei sobre meu trono apreciando o momento até que senti alguns seres me puxarem para a festa e acabei por me deixar levar e me desprendendo um pouco do meu posto de soberana. Respirei fundo deixando de lado tais sensações e retornei ao meu lugar dessa vez perto da fonte de vinho puro, gosto mais de os observar se divertindo pois é tudo tão fascinante do que me deleitar em dança e outras coisas, todas as festas que dei envolveram o mesmo processo.
Eu já estava em meu quarto copo quando sentir o líquido dentro dele ressoar, no início pensei que fosse pelo álcool fazer efeito mas em um curto tempo fui percebendo que não estava só em minha taça: o castelo parecia tremer quando um rosnado forte ecoou jogando a porta longe, Cérbero se curvou e meu adorável marido passou pelo que antes era a porta bem ornada do meu palácio, seu olhar foi dos deuses ali presente para todos se fixando em mim.
-- Hades está revoltado. Se eu fosse você fazia um chazinho para acalmá-lo -- Loki sussurrou e tive que conter o sorriso que estava lutando para sair.
-- Pose perdeu uma festa e tanto. -- Zeus agarrado um dos muitos dançarinos passou por mim e percebi que o olhar de todos pairava certo temor.
-- Saiam. -- Hades bradou deixando todos ciente de que o rei do submundo estava a ferver de raiva e eu bem... Estou a espera de seu próximo passo.
Lembrando que me baseio nós príncipes infernais e mesmo distorcendo bastante não há como deixa-los bons.
Falta apenas um capítulo para concluir o arco do exilio e depois iremos para o arco ragnarok
Aí o vestido que vocês usaram.
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