Capítulo 6- César?
Joui tranca a porta do banheiro, pegando rapidamente seu celular, com as mãos tremendo. Não entendia o porquê de estar tão nervoso, mas sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento.
Ele liga para César, seu coração fica mais rápido a cada toque do telefone, com uma angústia crescendo dentro de si. Seus olhos se encheram de lágrimas quando a ligação foi perdida.Tenta mais uma vez, porém o resultado foi o mesmo. Mesmo assim não desistia, continuava ligando e ligando.
De repente, Joui ouve alguém batendo na porta.
—Joui? Tá tudo bem? —Erin pergunta.
—Eu tô passando meio mal — ele faz o melhor que pode para esconder o choro em sua voz.
—Meu Deus! Precisa de ajuda?? Eu vou pegar algum remédio, a Liz deve ter colocado algum em sua mochila.
—Não precisa Erin senpai. Vão jogando sem mim.
—Tem certeza? A sua saúde é mais importante que meu plano.
—Tenho sim. É só uma... Diarreia — se fosse qualquer outra ocasião, Joui ficaria com vergonha de falar aquilo, porém naquele momento estava muito preocupado com César e não queria estragar a noite de seus amigos pensando que ele estava muito mal.
—Ahhh... Por que não falou antes? Tudo bem então, de qualquer maneira vou pegar um remédio.
Ao ouvir os passos dela se afastando, ele continua a mandar mensagens.
Joui respirou fundo, limpando suas lágrimas na pia do banheiro. Ele tenta se acalmar, deixar de lado a preocupação, mas isso parece ser impossível. O máximo que consegue é aparentar não estar prestes a ter um colapso.
Quando volta à sala, todos já estão meio bêbados. Eles continuam o jogo, não perguntando nada para o que havia acabado de chegar.
—Eu nunca fiz intercâmbio! — Luciano diz.
—Mas você já falou isso! —Erin reclama.
—Mas ele não tava aqui.
Depois de uma pequena discussão entre os dois, Erin e Joui bebem.
—Eu nunca peguei duas pessoas de sexo diferente na mesma festa —ele diz e bebe logo em seguida, esperando esquecer a situação como Thiago havia dito.
—Na mesma festa? — Beatrice pergunta.
—Sim.
—Então me salvei nessa.
—Eu nunca joguei, eu nunca — Beatrice fala.
Todos bebem com exceção de Beatrice, que é encarada pelo resto.
—Você tá jogando agora — diz Fer.
—Agora não conta, eu falei joguei, não tô jogando — ela afirma confiante.
—Faz sentido...
—Faz sentido nada, se eu bebi pela pergunta do Lu, você tem que beber por essa.
—Aaahhh.
—Eu nunca... Explodi a mochila do Lu.
—Ei! É um complô contra mim agora? Ok então. Eu nunca me apaixonei por ninguém da rodinha — Erin olha para Luciano e Fernando enquanto os dois bebem, meio corados.
—Eu nunca me chamei Erin!
—Eu nunca dei uma estrelinha —Joui e Luciano bebem.
—Nem me perguntem sobre!
—Eu nunca bati em ninguém — Erin e Luciano bebem.
—Ele mereceu.
—Eu nunca tomei banho de chinelo —Lu, Joui e Bea bebem.
—Que crime! Você também Lu??? — a ruiva fica inconformada.
—Crime é tomar banho de chinelo.
—Eu nunca me chamei Beatrice, Fernando, Joui ou Luciano.
—Não vale, tem que escolher um — Beatrice diz.
—Eu nunca me chamei Luciano!!
O jogo continuou por um tempo, quanto mais ficava bêbado mais esquecia sua preocupação, mas ela nunca sumia completamente, martelando seu coração. Depois do eu nunca, eles decidem jogar verdade ou desafio. Erin explica como funciona a brincadeira para Joui.
Toda vez que Erin tinha a chance, ela lançava uma pergunta para Luciano e Fernando insinuando algo, até que quando estavam bêbados o suficiente, Fer escolhe desafio.
—Eu te desafio a beijar o Lu — Erin diz.
Para surpresa de todos, ele se vira para o lado, onde estava Luciano e dá um beijo em sua bochecha, deixando o outro extremamente corado.
—Ei! Não vale! — a ruiva faz um beicinho.
Ela gira a garrafa e cai em Luciano e Beatrice. Acreditando que a menina não faria nada demais, ele escolhe desafio.
—Te desafio a ficar na despensa com o Fernando por cinco minutos.
—Tá achando que é filme adolescente agora?
—Vai desistir? — Erin pergunta, provocando o outro — Tá com medo que aconteça algo com vocês dois na despensa?
—Claro que não! Vamos Fer —ele segura a mão do outro levando-o com gentileza até a cozinha.
—Tá tudo bem pra você? — Lu pergunta para o outro.
—Sim.
Quando os dois entram, Erin é rápida em fechar e trancar a porta.
—Volto daqui a cinco minutos.
Ainda na sala, Joui enchia seu copo, determinado a esquecer daquilo, já que havia prometido para Thiago. Prestes a virar tudo na boca, alguém tira o copo de sua mão.
—Você já bebeu demais hoje — diz Bea, que não estava tão bêbada quanto os outros.
—Ela tá certa, prometi pra sua mãe, lembra?
—Mas só mais um pouco, por favor — a voz do outro estava meio arrastada e manhosa.
—Não, você vai me agradecer depois.
—Vem cá, eu vou mostrar algo pra vocês!!!! — Erin quase grita, correndo em direção ao seu quarto.
Chegando lá, havia várias coisas espalhadas pelo chão e pela cama. Ela não parecia arrumar muito seu quarto. Erin estava do lado de uma mesinha, onde havia vários cadernos e alguns frascos com líquidos. Ela estava misturando alguns deles, até que colocou um béquer que estava borbulhando com um líquido azul no chão meio afastado de onde estava.
—Melhor vocês irem mais para trás.
—Tem certeza que isso é seguro? —Bea pergunta.
—Claro que é. Só cubram os olhos para não correrem o risco de ficar cegos.
Ela se afastou um pouco, com um tubo de ensaio na mão, colocou seus óculos escuros e derrubou uma pequena gota na solução. Instantaneamente, ocorreu uma explosão azul, fazendo um barulho muito alto, deixando respingos azuis pelo quarto e rosto da ruiva. Orfeu saiu voando do ombro de Beatrice ao ouvir aquilo, indo para a cozinha da casa.
—Gostaram?? Essa é uma fraquinha, mas pras outras eu tenho que... Que fazer o que mesmo?? Ah, sei lá. Enfim, acharam daora?
Joui abriu um sorriso leve, seu rosto se animando, apesar da preocupação que sentia, ele amava explosões.
—Isso foi incrível!
—Não é perigoso não usar óculos de proteção? — Bea pergunta.
—É pra isso que serve isso — ela aponta para seu óculos de sol, o qual sempre utilizava.
Depois disso, Érin volta à cozinha e solta os dois amigos, mal sabendo que havia acabado de interromper um quase beijo. Depois de tudo, eles decidem ir assistir um filme. Em sua metade, Joui sente seu celular vibrar e avisa os outros que vai voltar ao banheiro.
Antes que pudesse responder Thiago, Joui acaba desmaiando de tanto beber, a última coisa passando pela sua cabeça sendo César.
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