𝕥𝕨𝕠 › cigarette
↬𝔸𝕖𝕤𝕥𝕖𝕥𝕙𝕚𝕔
-ˏˋ🍒ˊˎ-
ᴀᴜʀᴏʀᴀ ᴘᴏᴠ's
Todas as pessoas tem algum vício. Seja em jogos eletrônicos, sexo, medicamentos, apostas, bebidas, drogas etc.
A razão do vício pode estar relacionado a um transtorno mental pré-existente, como a ansiedade e a depressão. Em geral, quem abusa do consumo de substâncias químicas está buscando alívio para algum sofrimento, seja para o corpo ou para a mente.
Meu vício com cigarros começou desde cedo, quando uma colega do fundamental tinha me apresentado essa "droga" que fazia você se acalmar e "esquecer dos problemas".
Hoje em dia eu sei muito bem que isso não passava de uma desculpa esfarrapada que ela tinha dado, no entanto já era tarde demais para me livrar da nicotina.
Pego meu maço de cigarros e o escondo no meu bolso antes de sair do meu quarto. Vou até o quintal onde meu dálmata Harley estava e coloco a coleira de passear nele.
Mais cedo, ainda na escola eu tinha combinado com Senju que nos veriamos durante o final da tarde, marcamos de nos encontrar no parque do condomínio.
Enquanto eu andava em direção ao parque, olhava o movimento, algumas pessoas chegando e saindo de suas casas para trabalho, crianças e adolescentes chegando da escola e alguns até iam na mesma direção que eu estava indo.
Quando cheguei no parque Senju ainda não estava ali, resolvi que iria brincar com Harley até que ela aparecesse.
Cerca de vinte minutos depois ela aparece no parque acompanhada de dois rapazes, um alto de cabelos negros e um com cicatriz no rosto.
Senju: Desculpe o atraso. Meu irmão e o amigo dele quiseram vir comigo, espero que não se importe.
Aurora: Tudo bem, estou na fase de fazer amigos. — Sorri. Cumprimentei o irmão da loira que se chamava Takeomi, ele aparentava ser um rapaz gentil e de boa lábia. Já o outro rapaz se chamava Shinichiro, ele tinha os braço fechados com tatuagens e seu cabelo é totalmente preto, ele tinha também uma correntinha de ouro que se destacava muito em seu pescoço.
Nos sentamos abaixo da copa de uma árvore um pouco mais afastados, deixei Harley solto para que ele brincasse enquanto eu conversava com os irmãos e Shinichiro.
— Vieram na pracinha sem mim? Sabe que meu passa tempo favorito é ficar brisando em baixo dessa árvore. — Quando olho para trás vejo ele, o garoto do cabelo rosa. Nossos olhares se encontraram por alguns instantes mas eu desviei.
Aurora: Não sabia que seu irmão viria, Senju.
Sanzu: Pois é, agora está sabendo. — Ele se senta na grama junto a nós.
Aurora: Estúpido.
Sanzu: Disse algo? — Ele me olha com deboche e eu o encaro.
Aurora: Você é surdo?
Takeomi: Que clima crianças... — Ele diz antes que Sanzu me respondesse. — Vamos mudar de assunto, sim?
Aurora: Você tem razão, não vou perder meu tempo. — Retiro um cigarro do meu bolso e procuro meu esqueiro.
Senju: Perdeu algo?
Aurora: Meu esqueiro. — Me levanto pra tentar procurar. — Você tem um esqueiro aí Tekeomi?
Takeomi: Eu tenho cara de fumante?
Aurora: Sim. — Ele revira os olhos e começa a procurar em seus bolsos.
Takeomi: Não trouxe o meu também.
Shinichiro: Vem aqui — Ele faz um gesto com a mão para que eu me aproximasse dele. Coloco o cigarro na boca e ele acende para mim com seu esqueiro. Durante esse pequeno tempo nossos olhares ficaram presos um no outro e um pequeno clima se formou alí. Quando o cigarro acendeu eu sorri e o agradeci.
Senju: O que foi isso amiga? — Ela cochicha.
Aurora: Isso o quê? — Cochichei de volta.
Senju: Você e Sano?
Aurora: Ah, o Shinichiro? Eu achei ele bem gatinho. — Dou uma rápida tragada no meu cigarro.
Senju: Se eu fosse você tentaria algo, ele está solteiro.
Aurora: Quem sabe... — Dou mais uma tragada no meu cigarro. Pela visão periférica podia notar Sanzu e Shinichiro me encarando.
Ficamos conversando durante algum tempo ali, eu já estava no começo do meu terceiro cigarro quando Sanzu resolveu torrar minha paciência.
Sanzu: Por que está fumando tão rápido? Você já está no terceiro.
Aurora: Eu fumo pra morrer logo — Ironizei.
Sanzu range os dentes antes de tomar o cigarro da minha mão. — Você é louca. — Ele dá algumas tragadas no meu cigarro. — Você é a única louca que eu não gosto.
Aurora: Vai se foder. E outra, devolve meu cigarro!
Senju: Tudo bem amiga, pega esse aqui. — Ela me entrega um cigarro eletrônico no sabor de melancia. — Muito melhor que cigarros, não acha?
Takeomi: Isso daí é pior que cigarro, agora que a menina morre mesmo.
Shinichiro: Não seja o tio chatão take.
Sanzu: Esse daí é doido. Faz coisas piores que nós e reclama quando fazemos algo "leve". — Os três iniciam uma discussão interna.
Meu celular começa a tocar, vejo que era meu pai me ligando e o atendo. — Filha onde você está? O jantar já está quase pronto aqui em casa.
— Estou na praça com alguns amigos novos e nem vi o tempo passar. Conta dez minutos que estou aí.
— Tá bem, juízo. — Desligo a chamada.
Senju: Quem era amiga?
Aurora: Meu pai, ele quer que eu vá jantar com ele. — Coloco a coleira em Harley que estava deitado ao meu lado e em seguida me levanto.
Senju: Tudo bem, eu te acompanho até lá.
Shinichiro: Eu vou com vocês duas.
Me despedi de Takeomi e apenas olhei para Sanzu que me encarava de um jeito estranho. Voltei para casa acompanhada de Senju e Shinichiro que puxava assunto do vento para falar comigo, e, antes que eu entrasse ele tinha me passado o número dele.
Entro em casa e vou direto para o banheiro tomar uma rápida ducha e tirar o cheiro de cigarro de mim. Como sempre uso alguns cremes com o cheiro mais forte para que meus pais não suspeitem de nada.
Hanna: Você se atrasou de novo só hoje. Onde estava?
Aurora: Com uns amigos novos que fiz. — Me sento na mesa e começo a me servir.
Hayato: Que ótimo filha! Fico feliz que esteja se dando bem com pessoas novas.
Aurora: Eles são legais, nos damos bem. — Forcei um sorriso.
Hanna: Amor você está sentindo esse cheiro? Parece de algo queimado. — Ela me encara, na hora travo por medo de ter deixado algum cheiro de cigarro em mim.
Hayato: Deve ser coisa da sua cabeça, não estou sentindo nada.
Hanna: Tanto faz. — Ela dá de ombros.
Hayato: Ah, amanhã vamos ter uma festa de famílias de alta classe para ir. — Você e sua mãe iriam reclamar mas seu pai se pronunciou antes. — Nem adianta vocês reclamarem que eu avisei em cima da hora, eu fiqueu sabendo hoje pela tarde.
Hanna: Vou sair mais cedo do trabalho então. Vou marcar cabeleireira e maquiadora para virem aqui de tarde, você trate de sair daquele quarto e aparecer aqui em baixo Aurora. — Concordei com ela. Sempre que se trata de festas de família minha mãe gosta de ser bastante pontual e elegante, fora que é um dos únicos momentos que eu consigo ter um pouco da atenção dela.
Hayato: Vou ver se consigo sair mais cedo do plantão, mas qualquer coisa eu levo uma roupa e troco lá.
Hanna: Nada disso senhor. Se você ir de qualquer jeito eu vou dar cabo de você. - Meu pai gargalha enquanto minha mãe o olhava séria, contudo sua pose não durou muito e ela começou a rir também.
Senti uma pontada no meu peito e uma pequena onda de raiva. Por que minha mãe só sorri para meu pai? Qual é o motivo dela me ignorar ao extremo e me tratar sempre friamente? Por que ela não pode sorrir para mim também?
Hayato: Você está bem filha? — Ele toca minha mão me retirando de meu transe.
Aurora: Ah, sim... Estou sim. — Termino de comer o restante da comida do meu prato e me levanto para me retirar da mesa. — Eu tô um pouco cansada, vou ir para o meu quarto agora. Boa noite pra vocês dois.
Hayato: Boa filha. Qualquer coisa o pai vai estar no escritório. — Concordei com a cabeça.
Quando eu estava prestes a sair da sala de jantar ouço minha mãe dizer — "Boa noite, Aurora". — Parei exatamente onde estava, quando olhei para trás ela conversava normalmente com o meu pai e fingia que tudo estava bem.
Afastei pensamentos que trariam minhas emoções a flor da pele e fui para o meu quarto.
Quando deitei na cama me lembrei de que Shinichiro tinha me passado o número dele. Pego meu celular, entro em seu contato e mando "Oi, é a Aurora". Rapidamente ele me responde e iniciamos uma conversa. Trocamos mensagem durante um tempo até que eu fosse dormir.
No outro dia acordei cedo como sempre e me arrumei para a aula. Já que a escola não ficava tão longe de casa resolvi ir andando, aproveitar a brisa gelada e o solzinho da manhã era realmente bom.
Quando cheguei na escola percebi que a mesma estava mais movimentada do que o dia anterior, provavelmente era porque hoje era terça-feira.
Enquanto andava pelo pátio percebia algumas pessoas me olhando e cochichando coisas do tipo "olha, aquela que é a garota americana", ou garotos fazendo comentários desnecessários.
Sem que eu perceba trombo de frente com alguém que estava fumando. A pessoa soltou literalmente toda a fumaça do baseado no meu rosto.
Aurora: Quem é o idiota que está fumando maconha logo de manhã!? — Afasto a fumaça com a mão e olho para a pessoa que eu conhecia muito bem. - Tinha que ser você!
Sanzu: Você que não olha por onde anda e entra na frente dos outros! Já é a segunda vez que isso acontece, tá apaixonada por mim é?
Aurora: A última pessoa que eu iria me apaixonar nesse planeta é você!
Rindou: Gente o que está acontecendo aqui? Vocês dois estão falando muito alto e tem gente olhando. — O loiro diz acompanhado de seu irmão.
Aurora: O Sanzu deixou minha roupa fedendo maconha!
Sanzu: Quer um perfuminho pra tirar o cheiro? Eu passo em você! — Ele pega um pequeno frasco de perfume em seu bolso tenta espirrar em mim.
Aurora: Saí daqui idiota! — Me desvio dele e dou as costas.
Ran: Você é péssimo Sanzu.
Sanzu: Calado!... — Eles continuam a conversa.
Caminhei até o banheiro e lá tentei tirar um pouco do cheiro da planta de mim. Em seguida fui para minha sala, onde encontrei Emma e Hinata.
Tirando o desentendimento com Sanzu, meu segundo dia de aula fora bem tranquilo. A matéria não era tão diferente da que eu estava aprendendo no Canadá, fiz alguns amigos novos e me inscrevi para o time de animadoras de torcida da escola.
Senju: Tenho certeza que você vai passar no teste! As meninas vão amar você! — Senju e eu estávamos indo embora juntas.
Aurora: Com tanto que você não roube para que eu entre! — Me refiro por a loira ser uma das líderes das animadoras de torcida.
Senju: Creio que não vou precisar fazer isso. Vi no seu Instagram que você era líder de torcida na sua antiga escola, você deve mandar muito bem nas coleografias!
Aurora: Espero conseguir ajudar vocês!
Senju: Eu sei que vai. — Ela sorri. — Os testes vão ser na sexta-feira, se quiser eu posso te ajudar com algo.
Aurora: Claro! — Devolvi o sorriso.
Continuamos a conversar sobre os testes até chegarmos no condomínio, depois cada uma seguiu para seu lar.
Fiz minhas higienes matinais e almocei, logo após estudei durante algum tempo e tirei uma soneca. Acordei com o despertador que eu tinha programado para que eu não perdesse o horário de me arrumar para a festa de família que iria ir com meus pais. Joguei apenas uma água no rosto e coloquei meu roupão de cetim, em seguida fui para a sala de estar onde estavam minha mãe, duas maquiadoras e duas cabeleleiras.
Hanna: Você chegou bem na hora Aurora. Por favor meninas, vamos começar? — Elas concordam.
Ficamos durante algumas horas ali nos arrumando. Como era uma festa mais formal resolvi ir com uma make básica e batom vermelho, para penteado escolhi algo simples e coloquei um laço vermelho no meu cabelo. Para meu look eu escolhi alguns acessórios, uma pequena bolsa branca para levar meu celular, sandálias douradas e um vestido vermelho que destacava bem as curvas do meu corpo, combinava com meu batom e o laço em meu cabelo.
Já minha mãe foi o osposto de mim. Sua maquiagem era bem chamativa e ela usava um vestido dourado repleto de lantejoulas. Por cima do vestido ela trajava um casaco feito com pelagem branca.
Meu pai tinha chegado e se arrmou rapidamente. Ele trajava um smoking preto com uma gravata vermelha que combinava com meu vestido. Seu cabelo estava penteado para trás e seu perfume dava para ser sentido de longe.
Enquanto estávamos no carro, indo para a festa que ficava em um condomínio um pouco longe, minha mãe começou a arrumar briga com meu pai por conta de sua gravata estar combinando com minha roupa e não a dela. Iniciou uma pequena discussão entre nós duas, e para não ter brigas entre nós ele tirou a gravata e o paletó, desabotoou alguns botões de sua camiseta e deixou seu colarinho de ouro à mostra.
Hayato: Estou me sentindo um adolescente rebelde, mas se é para vocês duas pararem de brigar eu faço esse sacrifício.
Hanna: Você ficou bem mais bonito agora amor! — Ela sorri e olha para mim, reviro os olhos e foco minha atenção para a janela do carro.
Chegamos um pouco atrasados no evento e atraímos o olhar de várias pessoas, principalmente minha mãe que estava incrivelmente chamativa.
Enquanto não dava o horário do jantar nós cumprimentamos vários caras e famílias conhecidas do meu pai. Em alguns momentos os amigos do meu pai jogavam seus filhos para mim e eu ignorava todos. No entanto, encontramos uma família que eu conhecia bem.
Senju: Amiga não acredito que você está aqui! — A loira trajava um vestido azul que destacava seus olhos e tom de pele. Junto a ela estava Takeomi, Sanzu e um casal que julgo serem seus pais.
Nossos pais eram conhecidos do trabalho, meu pai trabalhava junto com o pai dos irmãos no hospital. Acabou que nossas famílias ficaram juntas conversando e jantamos juntos também.
A pista de dança foi liberada e algumas pessoas foram até lá. Quando iria chamar Senju para ir comigo um rapaz loiro e baixo chegou nela e a tirou para dançar. Sem ter para onde ir, fiquei sentada com meus pais, os pais dos irmãos e Sanzu na mesa.
Yuri: Fiquei feliz em saber que nossos filhos são amigos da Aurora. Você poderia ir lá em casa almoçar, seria muito bem-vinda! — Diz Yuri, pai dos irmãos.
Hayato: Seus filhos também são muito bem-vindos em casa, principalmente você Sanzu! Você e a Aurora poderiam ficar mais próximos, não acha filha?
Aurora: Ah, tá.
Sarah: Menina você acredita que o Sanzu tem uma moto!? Eu vivo dizendo para ele não andar e mesmo assim ele anda. — Diz a mãe dele.
Hanna: Jesus amado, você não tem medo não querido? Moto pode ser bem perigosa às vezes.
Sanzu: Que nada, a velocidade é minha melhor amiga! — Ele sorri.
Aurora: A doidice também. - Digo baixo, porém meu pai escuta.
Hayato: Aurora! — Ele belisca meu braço por baixo da mesa. — Sabe Sarah, acho que a Aurora poderia cuidar do Sanzu para que ele não se machuque na moto, assim eles poderiam virar amigos também.
Aurora: Pai não inventa!
Sarah: Sério? Eu ficaria muito agradecida! — Ela sorri.
Sanzu: Eu adorei essa idéia! - Olho desacreditada para ele. — Toma! — Ele joga as chaves da moto dele para mim. — Agora só vou andar quando ela permitir. — Ele pisca um dos olhos.
Yuri: Menos uma preocupação para nós! Obrigado senhorita Aurora.
Hanna: Acha, ela vai cuidar muito bem do filho de vocês!
"Vou é enfiar essas chaves no cu dele." - Penso comigo mesma.
Aurora: Se me dão licença, vou ir pegar algo para beber. — Me levanto da mesa.
Yuri: Sanzu acompanha ela!
Hayato: Que ótima idéia! Espera ele filha.
Sanzu: Mas é claro. — Ele sorri enquanto vinha até mim. Reviro os olhos e sigo caminho com o rosado ao meu lado.
Aurora: Por que você esta fazendo isso, ein? — Digo para Haruchiyo enquanto esperava o barman fazer meu drink.
Sanzu: Não tem dinheiro que pague ver você com o rostinho irritado por conta de nossos pais estarem jogando nós dois um no outro.
Aurora: Idiota. — Reviro os olhos e pego minha bebida.
Sanzu: Você é de menor, não pode consumir álcool.
Aurora: Você tem a mesma idade que eu e fuma maconha. Acho que não somos tão diferentes. — Ele bufa. Voltamos para nossa mesa, nossos pais sorriam alegres quando nos viram.
Yuri: Demoraram bastante, ein... — Ele sorri.
Sanzu: Nós estávamos nos beijando, desculpem pela demora. — Me engasgo com minha bebida.
Sarah: Filho! Isso são coisas para se dizer!?
Aurora: Sanzu fala para eles que isso é mentira ou eu te castro!
Sanzu: Tá bem... É mentira pessoal. Satisfeita? — Ele debocha.
Hanna: Não precisa se envergonhar filha! Você e o Sanzu formam um belo casal! — Nossos pais concordam. Respiro fundo antes de falar qualquer coisa que coloque minha boa imagem em risco.
Aurora: Não sei... Será mesmo que ele conseguiria conquistar um coração trancado a sete chaves como o meu? — Digo desafiadora enquanto encarava seus hipnotizantes olhos azuis.
Sanzu: Eu buscaria as chaves até no inferno se fosse preciso. — Ele ajeita a postura enquanto eu sentia que ele encarava até o fundo da minha alma.
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Perdão pela demora a atualizar, ando meio sem tempo.
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