𝟮𝟭 ─ PARTE II
Meu reflexo no espelho à minha frente me dá um olhar de desaprovação, como se estivesse julgando minha decisão. Eu suspiro e toco meu rosto lentamente. O que estou fazendo? Por que decidi ficar? Não deveria estar aqui.
Mas como eu poderia recusar? Ele me perguntou com aqueles olhos de cordeirinho, com o apelo claro em seu rosto. Ninguém pode me julgar, nem mesmo meu reflexo; Ter o garoto que você gosta na sua frente parecendo tão lindo, todo molhado, implorando para você ficar com ele, é demais. O álcool em meu cérebro também não ajuda na boa tomada de decisões. Além disso, minha mãe não está em casa, então não terei problemas.
Sacudo o cabelo molhado e o seco com a toalha, já tomei banho para tirar o vestido molhado e coloquei uma camisa que o Suna me emprestou antes de ir ao banheiro, ao banheiro dele. Não acredito que estou aqui, no banheiro do quarto dele, sinto que estou invadindo sua privacidade. Seu banheiro é impecável, a cerâmica branca brilha. Tenho medo de tocar em algo e quebrar.
Olhando para mim mesma no espelho, pego a camisa de Suna tentando me cobrir o máximo possível. Por baixo, só tenho sua boxer larga. Eu não podia recusar, era isso ou me molhar e pegar um resfriado. Eu me pergunto se posso ficar no banheiro e não sair, mas sei que ele está esperando por mim. Suna não falou desde que caminhamos da piscina para seu quarto. Ele me deixou usar seu banheiro, alegando que usaria o do corredor. Por alguma estranha razão.
Você pode sair, [Nome]: Ele prometeu não tocar em você. Se você não quiser. O problema é que eu quero. Sim, quero beijá-lo de novo, voltar a sentir seus lábios contra mim, e eu sei que não deveria. Por que não fazer algo sempre que nos dá vontade? Por que eu aceitei vir? Por que? Agora estou na boca do leão. Determinada, abro a porta do banheiro e entro no quarto.
A sala está semi-escura com apenas uma pequena lâmpada acesa. Seu quarto é grande e surpreendentemente arrumado. Meus olhos inquietos procuram por ele em todo o quarto, encontrando-o sentado na cama, sem camisa, com as costas apoiadas na cabeceira da cama. Parte de mim esperava que ele já estivesse dormindo, mas ele está acordado e tem uma garrafa de tequila na mão. Seus olhos encontram os meus e ele sorri para mim.
─ Minha camisa fica bem em você.
Não sorria assim! Você não pode ver que derrete meu coração?
Devolvendo o sorriso, eu apenas fico parada o olhando, sem saber o que fazer.
─ Você vai ficar aí a noite toda? Venha.
Eu hesito e ele percebe.
─ Tem medo de mim?
─ Claro que não.
─ Claro, claro, venha.
Eu o obedeço sentando na beira da cama, colocando o máximo de distância que posso entre nós. Ele levanta uma sobrancelha, mas não diz nada.
─ O que você acha de continuarmos jogando? -ele levanta a garrafa, girando seu corpo para mim.
─ O jogo de Samy? -ele apenas acena com a cabeça. ─ Já é tarde, não acha?
─ Você tem medo de brincar comigo?
─ Já te disse que não tenho medo de você.
─ Então por que você está prestes a cair da cama? Não tem que se afastar tanto, eu fiz uma promessa, não fiz?
Sim, mas você disse que não me tocaria se eu não quisesse; o problema é que eu quero e estou longe justamente por isso.
─ Apenas tome cuidado.
─ Como quiser. -ele coloca os pés em cima da cama para se sentar com as pernas cruzadas e eu faço o mesmo, ficamos de frente um para o outro, a garrafa no meio. ─ Você começa.
Eu penso um pouco e decido por algo simples.
─ Nunca dormi com alguém do sexo oposto na mesma cama ociosamente. -e eu bebo. eu o vejo vacilar, mas finalmente ele bebe. ele limpa a garganta.
─ Nunca me interessei pelo melhor amigo da pessoa que eu gosto. -ele não bebe.
Eu olho para ele com surpresa. Você está me perguntando indiretamente se eu gosto do Antony? O Antony é muito atraente, mas não diria que estou interessada, por isso não bebo. O alívio é evidente em seu rosto.
─ Nunca tive sentimentos pelo meu melhor amigo ou amiga. -digo e eu o observo tristemente enquanto ele toma um gole. você tem sentimentos por samy? dói e de alguma forma eu quero que ele se machuque também, então eu bebo. ele parece surpreso, mas o desapontamento em seus olhos é iminente. ele passa as mãos pelo cabelo molhado e bagunçado.
─ Acho que quero que você beba. -ele diz com sua expressão vitoriosa. ─ Eu nunca me apaixonei.
Ai! Isso queima.
Esse sorriso que é sua marca registrada aparece e eu engulo seco para acalmar meu coração estúpido em pequenos pedaços. Em silêncio, eu bebo. Com raiva, eu olho para ele.
─ Eu nunca fingi um orgasmo com alguém.
Sua boca se abre para falar algo, mas se fecha rapidamente e ele me observa beber novamente. Seu ego está ferido, posso ver a raiva em seus olhos. Eu sei que estou mentindo, mas não me importo mais. Suna pega a garrafa, pensando por um momento, e eu me preparo para ele me destruir, sei que depois do que eu disse ele só vai tentar me machucar ainda mais.
Ele me olha para falar.
─ Nunca menti quando disse que não gostava de alguém. -suna brinca com o piercing em seu lábio inferior e bebe.
Eu fico petrificada olhando para ele. Ele estava me dizendo que gostava de mim e que mentiu quando disse que não? Ou estou pensando demais? Ou a tequila fazia efeito e eu acabava me confundindo ainda mais? Ele sorri para mim e coloca a garrafa no meio. Eu pego e não sei o que dizer.
─ Você parece surpresa. -ele coloca as mãos atrás dele, inclinando-se para atrás, deixando-me ver aquele abdômen e suas tatuagens, e posso ver claramente aquela na parte inferior do abdômen, que é algo tribal e pequeno, muito delicado.
─ Não, é só que... -fiz uma pausa, brincando com a garrafa. ─ Estou pensando no que perguntar. -mentiras e mais mentira.
─ Vamos lá, me surpreenda. -ele se inclina para frente novamente e se move para estar mais perto de mim, apenas a garrafa nos separa.
Nervosa, eu falo.
─ Eu acho que já brincamos o suficiente. -eu me desculpo, entregando-lhe a garrafa. ─ É tarde, devemos dormir.
Ele morde o lábio inferior.
─ Bem, deixe a última pergunta para mim então, ok?
─ Tudo bem.
Suna me olha direto nos olhos enquanto fala.
─ Nunca tive tanta vontade de beijar alguém como tenho agora.
O ar sai dos meus pulmões e ele bebe, umedecendo aqueles lábios que eu amo, seus olhos descendo para a minha boca, ele me dá a garrafa e eu não hesito em tomar um gole. Em um piscar de olhos, Suna está em cima de mim, sua boca encontrando a minha, enviando minha consciência para fora da janela. Seu beijo não é terno, é rude, apaixonado e eu adoro isso. Seus lábios macios lambem, sugam. Não posso deixar de suspirar em sua boca, e sua lingua chega tentadora, provocadora. Ele tem gosto de tequila e goma de morango. Eu agarro seu cabelo, beijando-o com tudo o que tenho. Eu senti tanto a falta dele, e só se passou uma semana. Ele poderia facilmente se tornar meu vício.
Suna abre minhas pernas para ficar entre elas e me deixa sentir tudo contra mim. Sua mão sobe por baixo da camisa que estou vestindo, acariciando a parte de trás das minhas coxas. Seus dedos se conectam com a boxer que estou usando e a empurra para baixo. Ele afasta seus lábios por um momento para tirá-la completamente.
Eu aproveito para observar seu lindo rosto na minha frente e acariciá-lo. Ele fecha os olhos e eu me levanto um pouco mais para beijar seu pescoço lentamente. Eu o ouço suspirar. Sua pele é tão macia e ela cheira a sabonete refinado. Suna se levanta e minha pele fica fria com a imediata falta de contato.
Ele pega minha mão e me agarra até que estou parada na frente dele. Suas mãos rapidamente vão para o final da minha camisa e ele a puxa por cima da minha cabeça. Seus olhos observam cada parte do meu corpo nu me fazendo corar e tremer de excitação.
Suna me pega pela cintura e me beija novamente, e sentir seu torso nu contra meus seios me faz soltar um pequeno gemido. Ele me empurra para a cama até que eu me encontre com as unhas perfurando suas costas, ele sobe em cima de mim, ainda me beijando e me tocando. Seus lábios inquietos deixam os meus e descem pelo meu pescoço. Sua lingua tão ágil como sempre lambe deliciosamente toda a extensão, enviando correntes de desejo por todo o meu corpo.
Então ele desce até meus seios e os ataca, me deixando sem fôlego. Isso é demais, eu viro meu olhar mordendo meu lábio. Para minha surpresa, Suna continua descendo no meu estômago e isso dispara meus alertas.
─ Suna, o que está fazendo? -eu pergunto enquanto ele abre minhas pernas, eu claramente fico tensa e ele olha para mim.
─ Confia em mim?
Diga-lhe que não! Você não confia nele, certo?
Como uma idiota apaixonada, eu assenti.
─ Sim.
Ele sorri na minha pele e continua decaindo. Eu olho para o teto nervosamente. No momento em que sua lingua faz contato com o ponto no meio das minhas pernas, eu arqueio minhas costas, um gemido alto deixando meus lábios.
─ Suna! -eu seguro os lençóis. as novas sensações me invadem, me afogando em prazer.
Nada nunca foi tão bom, tão perfeito, especialmente porque é com ele. Suna está tirando todas as minhas primeiras experiências e eu gosto disso. Isso me faz sentir como se tivéssemos uma conexão íntima e única. Suna se torna mais agressivo com sua lingua se movendo para cima e para baixo e depois em circulos e eu sinto que não aguento mais. Eu cubro minha boca com a mão para silenciar meus gemidos altos e contínuos.
Suna estende sua mão longa para pegar meu pulso e descobrir minha boca.
─ Ne deixa ouvir, eu quero te ouvir gemer até sua voz acabar. Só eu posso fazer você perder o controle assim.
Eu estremeço e ele continua sua tortura até que sinto que meu corpo vai explodir.
─ Suna!
Sua voz é rouca e sexy.
─ Geme pra mim, linda.
O orgasmo que me assola é sem precedentes, eu arqueio as costas, minhas mãos vão para os cabelos do garoto abaixo de mim, tudo fica muito sensível. Minhas pernas estão tremendo, minha respiração é inconstante e rápida. Suna levanta na minha frente, lambendo os lábios e é a coisa mais linda que já vi.
Eu posso vê-lo tão claramente, seu peito e abdômen definidos. Seus olhos brilhando de desejo. Ele abaixa o short junto com sua boxer, deixando-a cair no chão, me deixando contemplá-lo completamente nu na minha frente. É tão perfeito. Eu quero sentir isso, tudo dele.
Ele puxa algo da mesa de cabeceira e eu mordo meu lábio inferior, observando-o colocar a camisinha. Eu mal posso esperar para te sentir mais uma vez.
Ele me pega pelos tornozelos e me leva até a beira da cama, sua mão pega meu queixo.
─ Você quer me sentir? -assento para sua pergunta.
Eu obedeço ele. Ele agarra meus quadris e me levanta sobre minhas mãos e joelhos. A antecipação me mata quando ele me roça com seu membro, mas não me penetra.
─ Suna, por favor...
─ "Por favor" o quê?
Ele me tornou tão atrevida.
─ Por favor, eu quero você.
Eu o sinto agarrando meus cabelos, e um grito deixa meus lábios quando ele entra em mim. Queima e dói um pouco, mas nada como da primeira vez. Ele não se move, como se estivesse esperando que eu me acostumasse com isso.
─ Está bem?
─ Sim. -ele começa a se mover lentamente, ainda me queima, mas o atrito começa a ficar delicioso.
Poucos minutos depois, não sinto mais nenhuma queimação, apenas prazer.
Suna solta meu cabelo e agarra meus quadris para me penetrar ainda mais fundo, mais rápido. O som de pele com pele ecoa por todo o quarto, junto com nossos gemidos. Não demora muito quando nós dois desabamos na cama, lado a lado. Nossas respirações rápidas fazem com que nossos seios subam e descam rapidamente. Suna estende a mão para a mesa de cabeceira e pega a garrafa de tequila.
─ Eu nunca fiz uma garota gozar com sexo oral. -e ele toma um gole. não posso deixar de sorrir.
─ Você está louco, Suna Iscariote.
Seus olhos encontram os meus.
─ Você está me deixando louco.
Ele nos envolve em seus lençóis e acaricia minha bochecha com ternura. De repente, o cansaço e o sono me invadem, estou piscando, tentando ficar acordada, mas o sono me vence. E adormeço, nua na cama do menino que espreitava das sombras até algumas semanas atrás.
A vida real é imprevisível.
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