PAI - 𝟎𝟎𝟓
𝐑𝐎𝐁𝐄𝐑𝐓 𝐉𝐔𝐋𝐘 𝐕𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍
Dia doze de novembro de dois mil e vinte e três, seis e quarenta e seis da tarde, parcialmente nublado.
Dia do diretor da escola, esse dia é uma homenagem a todos os diretores de escolas.
Me lembro até de meu antigo amigo de infância, Paul Miles Bundovisk, estudou comigo no colégio Princherd, e hoje em dia tem uma vida medíocre sendo o diretor da mesma escola em que estudou, me recordo que seu sonho era ser jogador de basquete, mas parece que a vida não foi tão incrível pra ele.
É uma pena que eu tenha que ameaça-lo em um dia tão especial como este.
Recentemente recebi um SMS de um amigo, me informando que Paul havia se tornado diretor de Princherd a três anos atrás, e eu já sabia, mas junto com a notícia, veio um recado de que Paul havia expulsado Rebecca do colégio.
O que francamente me deixou extremamente enfurecido, mesmo que me consideram o contrário de um pai incrível, o que eu posso afirmar não ser o ótimo pai que minhas filhas sempre precisaram, eu faço de tudo para proteger minhas filhas do mundo.
O que é um trabalho um tanto difícil, já que sou considerado um problema para o mundo.
E muito provável, alguém que minhas filhas querem se proteger.
Foi totalmente minha culpa.
desde a separação com a Susan, até a separação com as minhas filhas.
Elas nem ao menos sabem que estou vivo, tudo o que Sara quer, é fazer com que Rebecca tenha uma vida muito saudável, leve, e amorosa, o que é absolutamente impossível, e todos nós já sabemos.
Já Rebecca, tudo o que sente é ódio por mim, não é como se eu não conseguisse a entender, eu apenas realmente não ligo, já que ela tem o total direito de me odiar, e eu me afastei para proteção delas, nunca iria me perdoar se acontecesse o mesmo que aconteceu com Susan, com elas.
𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐓𝐎𝐑 𝐕𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍
Robert ao sair de seu carro que neste momento se encontrava no estacionamento da conveniência que localizava-se ao lado da escola chamada, Princherd, Robert encaixou suas luvas descartáveis em suas mãos enquanto caminhava pacificamente em direção aos fundos do colégio, em um ritmo calmo mas ao mesmo tempo ágil.
Com a ajuda de um pé de cabra, o July mais velho consegue arrombar a porta a sua frente, sem muita preocupação se ia chamar atenção ou não, já que o local estava vazio, e o horário das aulas já havia acabado.
Robert entra enquanto coloca sua touca preta, que tampava todo seu rosto, exceto seus olhos e lábios.
O July foi parar em um corredor consideravelmente longo, com algumas portas amarronzadas nas paredes, que levavam até as salas de aula.
Seguindo firme e com passos cautelosos, Robert chega no final do corredor, e logo ao lado, havia uma escadaria, e caminhando mais alguns passos, conseguiu avistar várias portas, mas apenas uma havia um pequeno retrato pendurado na frente da porta, escrito "sala do direto".
Robert se certificou de que não haviam câmeras no local e após seguiu em direção a porta.
Ao adentrar, o homem pode ver Paul Bundovisk rindo de aparentemente um programa de televisão pelo seu notebook, enquanto estava sentado em sua cadeira com um copo de refrigerante em suas mãos.
- Mas que porra... - Paul diz enquanto leva as suas mãos para cima, deixando a bebida que estava em suas mãos cair e se espalhar pelo chão do escritório.
- Olá Paul. - Robert diz apontando uma pistola em sua direção.
- O que você quer? Dinheiro? Eu te dou tudo, apenas não me mate, eu imploro! - desesperado, Paul diz enquanto chorava aflitamente.
- Ah, não se preocupe Paul, nada de ruim irá acontecer com você, não enquanto fizer o que eu mandar... - Robert diz se aproximando cautelosamente do Bundovisk.
- EU FAÇO! Qualquer coisa... - Paul grita se afastando.
- Muito bem... de a vaga novamente a Rebecca! - Robert diz firmemente ainda apontando a arma para Paul.
- O que? Quem é você? - Paul pergunta perplexo com a ordem que havia acabado de receber.
- Não está me reconhecendo... Bundovisk? - O homem mascarado diz, enquanto lentamentec retira a máscara de sua face.
- MAS O QUE? você... estava morto! - Bundovisk estava assustado, e muito confuso, pelo o que lembrava, seu velho colega de infância não havia mais vida.
- Estava? Eu não me lembro... - Robert diz já puxando o gatilho da arma que estava em suas mãos.
- Calma! Calma... é só isso que você quer? - Paul tenta parecer o mais calmo o possível, mesmo que suas mãos digam o contrário, já que estavam suando e também estavam trêmulas.
- E tem mais uma coisa... - Robert diz, fazendo com que Paul preste toda a atenção no mesmo, mas antes de completar sua fala, ele atinge a testa de Paul usando o cabo da arma, fazendo o local sangrar.
- Por que estava fazendo isso Robert? Me mate logo então, seu monstro! - Paul diz sentindo uma tontura pela pancada e uma ardência na região que havia sido atingida.
- Acredite Paul, se eu quisesse lhe matar, já teria matado a muito tempo. - Robert diz se aproximando mais do homem a sua frente, encostando o cano da arma na cabeça do Bundovisk - agora, faça o que eu mandei, caso o contrário tenha certeza que voltarei.
Robert já havia se retirado do local, enquanto Paul continuava no mesmo lugar, atordoado, ainda com os olhos ardendo e com uma grande dor de cabeça.
Caminhando praticamente se arrastando, tendo que se apoiar na mesa, para chegar até o telefone que estava acima da mesa.
Paul teve dificuldades para digitar o número de telefone da senhorita Sara July, que era o único número de responsável por Rebecca, por conta do tremor que estava.
- Alô? - Uma voz feminina saí através do aparelho eletrônico.
- Oi! Eu sou o diretor Bundovisk e... - o homem foi interrompido.
- Ah sim, mil perdões senhor Bundovisk, eu já castiguei Rebecca, e tive a certeza que ela se arrependeu do que fez! Sinto muito pelos ferimentos... - a voz pareceu firme e confiante.
- Não, na verdade, eu sinto! Eu queria me desculpar por ter sido um... inconveniente, eu cometi um erro em não ter entendido o lado dela, e queria ver se a senhorita Rebecca Montivel July, aceita a vaga de Princherd como era de costume... e novamente, desculpe pelo acontecido passado. - Paul estava gaguejando em alguns momentos, mas nada muito suspeito.
- O senhor pode me dar um segundo? - Sara perguntou e Bundovisk apenas murmurou um "claro" enquanto engolia o seco.
A linha ficou em um silêncio, tudo o que podia ouvir era alguns sussurros, aparentemente duas vozes.
- Senhor?
- Sim?
- A gente vai aceitar a vaga, muito obrigada pela oportunidade! Agradeço. - a garota diz com um leve entusiasmo no tom da voz.
- Não a de que! - O homem diz por último logo antes de desligar a ligação.
"Que droga" Paul pensou consigo mesmo após dar um longo suspiro de alívio ou angústia, ou apenas os dois ao mesmo tempo.
𝐑𝐄𝐁𝐄𝐂𝐂𝐀 𝐉𝐔𝐋𝐘 𝐕𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍
- Para de graça Becca! - Sara diz enquanto solta uma leve risada.
- Sara, eu fui expulsa! Estou falando sério... - digo para Sara pela segunda vez, já que na primeira tentativa ela não acreditou.
- Porra... você tá louca Rebecca? Sair batendo nas pessoas assim! - Sara diz já estressada.
- Eu sei que isso pode prejudicar a sua e a minha imagem mas... - eu comecei a me desculpar mas fui interrompida após tentar.
- Não é pelo motivo da nossa imagem, mas, Princherd é uma das melhores escolas do estado, tem noção do preço que ela custa? Além disso eu tenho que pagar, uniforme, seu lanche, a gasolina pra ti levar, os livros e tem mais o seu notebook ainda... - Sara diz chateada, oque me fez ficar triste comigo mesma.
- Desculpa Sara, eu só estava com... raiva - digo direcionando minha cabeça para baixo - eu agi, como o pai...
- Não diga isso Becca... você não é que nem ele, sabe que fez merda, e sente arrependimento, o que prova que não são iguais.
Talvez isso seja verdade, até por que, podemos ter o mesmo sangue, mas nunca os mesmos erros e atitudes.
E agora eu entendo, que, um pai deve ser o primeiro herói de seu próprio filho, não o primeiro desapontamento.
Isso é um dos motivos dos meus maiores e mais profundos rancores, minto sempre, que não sinto ódio, raiva e até desgosto, enquanto no fundo, sei bem que isso nunca irá passar, aliás, o rancor não é algo que o tempo amenize como a dor, é mais profundo, vai além de perdoar ou simplesmente esquecer.
As marcas irão permanecer para sempre, não importa o quanto tentemos esconder.
Os pensamentos foram atoas, já que, inesperadamente, o telefone de Sara toca, nos dando um leve susto.
- Quem será? - pergunto enquanto nos entreolhamos.
- Deve ser as meninas, Jay disse que precisava falar comigo e com a Kye - Sara diz já com o aparelho em suas mãos. - Alô? - Sara exclama, quase como uma pergunta, e logo nos surpreendemos com a voz do senhor Bundovisk, e após isso, eles começaram uma conversa.
Nós ficamos um tanto perplexas com o que Bundovisk dizia, até por que, sendo uma aluna que tira notas boas ou não, eu havia agredido ele da mesma forma.
- O senhor pode me dar um segundo? - Sara diz enquanto espera pela resposta do mais velho.
- Claro! - por mais estranho que pareça, a voz dele parece ter vacilado e fraquejado.
- Que porra aconteceu? - digo após ver que Sara havia colocado a mão no "microfone" do celular para abafar as vozes.
- Eu não sei, mas a gente vai aceitar! - Sara afirma ainda tampando o "microfone".
- Calma aí! 'Cê não acha estranho? Eu bati nele e no "protegido" dele, e ele me expulsou, como ele iria simplesmente me dar a vaga novamente, no mesmo dia? - digo oque estava pensando.
- Eu acho... mas vai ver ele só percebeu que estava expulsando a melhor aluna que Princherd já teve desde que abriu! - Sara diz como se estivesse me "exibindo" enquanto tinha uma expressão brincalhona no rosto, fazendo com que nos duas demos risadas.
- Tá bom... - digo após me recuperarmos das risadas.
- Só me promete que vai se segurar da próxima vez! - Sara afirma, mas suou mais como um duvida.
Isso não é tão fácil de concordar, além do mais, ainda nessa tarde, quebrei a única promessa que eu havia feito, em toda a minha vida.
- Prometo! - digo afirmando, ainda que a palavra houvesse saído como uma incerteza.
- Então tá! - Sara concorda e logo após retira suas mãos que tampavam o "microfone" que havia no celular - Senhor?
- Sim?
- A gente vai aceitar a vaga, muito obrigada pela oportunidade! Agradeço. - Após isso, Sara desliga o telefonema.
Já estava prestes a subir as escadas para ir ao meu quarto.
- Irmã? - Sara pergunta, me fazendo parar e a olhar - você está crescendo. - diz e logo sai da minha visão, indo para cozinha.
Estou crescendo.
Subo para o meu quarto, adentrando no mesmo.
Está uma zona! Bom, dizem que o quarto reflete a nossa mente, isso explica tudo.
Acho melhor eu arrumar! Amanhã é quarta, e nas quartas eu tenho ensaio até a tarde, vou chegar de madrugada em casa.
Por que eu sou tão procrastinadora? Que saco! Parece ser tão difícil arrumar uma cama.
- Becca? - Sara diz batendo na porta.
- Pode entrar! - digo e logo após vejo a garota entrar no quarto - o que houve?
- Se arruma! - ela diz e eu apenas franzo as sobrancelhas com a intenção de demonstrar a minha dúvida - Jay ligou para mim e Kye como eu havia lhe dito agora pouco, e ela disse que ficou sabendo do que aconteceu na escola e perguntou se a gente não queria jantar lá na casa dela, e eu aceitei! - Sara fala.
- Você o que? Tá de sacanagem? - Pergunto indignada e Sara nega com a cabeça - com que cara que eu vou ficar lá?
- Relaxa Becca, vai dar tudo certo, é só você se desculpar...
- Por que eu me desculparia? Ele que começou tudo! - digo indignada com a situação.
- Eu não sei Rebecca! Seja educada pelo o menos, minta se precisar, e se ele começar a implicar de novo, apenas ignore! - Sara diz tentando me acalmar.
- Tá, mas eu só vou fazer isso por vocês três! - digo já aceitando.
- Nós três quem?
- Por você, pela Kye, e pela Jay, não é óbvio? - digo em um tom de dúvida e afirmação ao mesmo tempo.
- Ok! Mas agora se arruma! - ela estava prestes a sair, mas para se virando para mim novamente - e pelo amor de Deus, não coloca aquele All Star encardido seu, inclusive 'cê tem que lavar aquela amostra do esgoto de Atlanta! - após isso ela se vira e sai.
Que ótimo! Agora eu não posso mais usar meu tênis preferido.
Sara nem me disse que horas que sairemos de casa...
Então vou me arrumar agora para garantir que eu não vou me atrasar.
A pior parte chegou... QUE ROUPA EU USO?
Não que eu ligue muito para isso, mas é sempre bom causar uma primeira impressão para os pais da Jayla...
Já que eu nunca fui lá, até por que as KJS passam mais tempo aqui em casa, acho que é por que não temos pais.
Kylee tem uma mãe um tanto... conservadora, pelo o que ela já falou sobre, o pai dela parece ser legalzinho, já que ela costuma a falar mais do pai do que da mãe.
Já a Jayla, ama falar dos pais, na verdade, ela fala da família dela no geral, é nítido o quão orgulhosa ela é deles.
Mas voltando pra questão da roupa, acho que eu vou com essa saia preta de couro que vai até a minha coxa, esse cropped branco, e essa jaqueta grande de couro preta também.
E não pode faltar, o coturno preto!
Percebeu o motivo pelo qual não me incomodo em ficar sozinha? Falo tanto sozinha que as vezes penso que sou esquizofrênica, não ironicamente.
- Tá pronta? - Sara aparece na porta de repente, me fazendo levar um leve susto.
- O que? Nem coloquei a roupa ainda!
- Então vai rápido, já está na hora! - ela diz e sai deixando a porta aberta.
- Obrigada por fechar a porta! - digo ironicamente indo até a porta e a fechando.
Ótimo, agora é só colocar a roupa.
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𝐒𝐨𝐜𝐨𝐫𝐫𝐨, 𝐭𝐨̂ 𝐚𝐩𝐞𝐫𝐭𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐬𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐫 𝐜𝐞𝐫𝐭𝐨, 𝐩𝐫𝐨𝐯𝐚𝐯𝐞𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚̃ 𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚𝐫𝐞𝐢 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨 𝐜𝐚𝐩!! 😔🫶
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