012 - Coribântico

"Estou viciado em seu fascínio e estou ansioso por uma cura."

- Christina Aguilera

Coribântico (adj.): Um estado selvagem e frenético; desenfreado

   Archer acenou com a cabeça quando entramos no calor da mansão, seus passos pararam.

   — O nome dela é Britney. Não temos conexões com ela no momento.

   Soltei um suspiro, temendo o possível confronto.

   Imaginei que a ex de Ares fosse alguém que combinasse com ele. Alguém majestoso, mas também sarcástico. Alguém que se comportava bem e vivia de dinheiro.

   Balancei a cabeça enquanto cerrei os punhos.

   A ideia de sua ex não era agradável, mergulhar na vida pessoal de alguém sem o seu conhecimento nunca era agradável, mas eu tinha que fazer isso pelo bem de Ares.

   — Como eles... se separaram? — perguntei cuidadosamente enquanto pisava em um fio fino.

   — Britney terminou com ele após o acidente, ela disse que a cegueira dele era 'inconveniente' para ele — ele esfregou a têmpora. — Que pena, todos nós gostávamos dela.

   Minha boca se abriu em um O quando a decepção repentina, junto com a raiva, subiu dentro de mim.

   Ela o deixou quando ele mais precisou dela. Isso é repugnantemente baixo.

   Quer dizer, eu era uma vadia, mas não era vaidosa. Eu nunca abandonaria meu parceiro só porque ele perdeu a visão. Seria quando ele mais precisaria de mim.

   — Sem ofensa, mas ela parece uma vadia de primeira classe.

   — Demoramos um pouco para perceber isso — Archer riu.

   — Está ficando tarde — Archer suspirou enquanto seus olhos se voltavam para o relógio de parede na porta principal. — Eu deveria dormir, tenho uma reunião importante amanhã. Vejo você amanhã, Lô.

   Balancei a cabeça enquanto o observava correr embora. Eventualmente, entrei em meu quarto também, minha mente agitada por vários pensamentos.

   Ares tinha um ex.

   Eu não deveria esperar outra coisa, ele era um homem de 35 anos. Eu teria ficado mais surpresa se ele não tivesse namorada.

   Eu me virei e virei a noite inteira, o sono há muito esquecido enquanto eu pensava em diferentes maneiras de perguntar a Ares sobre Britney. Saber que ela existia me incomodava mais do que eu poderia colocar em palavras.

   Finalmente soltei um suspiro, sentando-me. Meus olhos foram para o espelho à minha frente. Meu cabelo estava uma bagunça selvagem de cachos, olheiras ao redor dos meus olhos e eu parecia mais perturbada do que antes.

   — Não sei o que fazer… — murmurei para mim mesma ao ver a primeira luz do amanhecer entrando pela janela.

   Esfreguei a loção em meus braços enquanto observava Betânia anotando a tabela de dieta de Ares pelo canto dos meus olhos.

   — Você marcou os pratos que serviu para ele? — eu questionei enquanto aplicava um batom vermelho.

   — Sim — ela assentiu, olhando para mim. — Uh, você está saindo?

   Levantei uma sobrancelha quando encontrei seus olhos através do espelho.

   — Sim — soltei um suspiro. — Vou visitar o hospital mais tarde, só vou verificar Ares e vou embora.

   Eu estava usando um top marrom de manga comprida que mostrava perfeitamente a tatuagem na minha barriga, usei meu piercing no mamilo hoje para que seu contorno pudesse ser visto através do top. Uma calça jeans larga cobria minha parte inferior. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, deixando meus longos cachos perfeitamente definidos. Meu rímel fez meus olhos azuis felinos se destacarem ainda mais.

   Eu parecia quente, mas não era a coisa certa para usar na minha visita posterior. Então talvez eu colocasse um casaco.

   — É bom se arrumar de vez em quando, não acha? — mandei uma piscadela em seu caminho, o que a fez rir e balançar a cabeça.

   — Você está linda — ela me lançou um sorriso. — Como uma garota daquelas revistas!

   Fiz beicinho, um sorriso secreto brincando no canto dos meus lábios.

   — Obrigada.

   Betânia apenas riu de novo, vendo-me sair.

   Eu borrifei meu perfume favorito enquanto saía e me arrastei até o quarto de Ares.

   Meu coração batia descontroladamente em minha caixa torácica.

   Sempre que eu estava perto dele, meu cérebro entrava em combustão. Eu não deveria ter esse tipo de pensamento sobre meu paciente, mas não conseguia argumentar com nada.

   Soltei um grunhido enquanto os pensamentos irracionais nublavam meu cérebro, isso e o tesão adicional estavam mexendo comigo.

   Eu precisava visitar o clube no centro da cidade.

   Deixando escapar um suspiro, bati, minha boceta formigando só de pensar nele.

   — Entre — uma voz rouca ressoou pela sala.

   Droga, papai acordou cedo.

   Sua voz era áspera, deliciosa, pecaminosa, como chocolate amargo derretido e rum - isso só aumentou minha frustração.

   Entrei, meus dedos tremendo ligeiramente de antecipação.

   Ele estava sentado em seu lugar habitual, no sofá, com os dedos pairando sobre um pedaço de papel bordado. Suas feições estavam contraídas enquanto ele parecia se concentrar no papel.

   Ele estava lendo braille.

   Ele estava vestido com a mesma camisa preta da noite anterior. Seu cabelo rebelde indicava que ele também não havia dormido na noite anterior.

   Ele estava tão incomodado comigo quanto eu estava com ele?

   Ele soltou um suspiro, passando a mão grossa e cheia de veias pelos cabelos - seus longos dedos passando por eles. Eles pareciam macios como seda, escuros e lindos - perfeitos para agarrar enquanto eu me contorcia debaixo dele.

   Suas sobrancelhas grossas estavam franzidas, a mandíbula cerrada enquanto seus lábios carnudos formavam uma linha fina. Sua barba por fazer era mais áspera, eu podia ver manchas cinza aqui e ali. Seu queixo e maçãs do rosto pareciam mais proeminentes do que nunca.

   Ele era exatamente o que seu nome era. Um deus grego. Ares.

   — Sr. Estevan - chamei seu nome. — Você já tomou seu café da manhã?

   Suas costas se endireitaram quando ele ficou mais consciente da minha presença, seus punhos cerrados, amassando o papel.

   Caminhei lentamente até ele, respirando fundo, meus calcanhares batendo no mármore.

   — É hora do seu check-up — murmurei baixinho.

   Peguei as máquinas da mesinha de cabeceira, colocando-as sobre a mesa enquanto ele desabotoava a abotoadura e começava a enrolar a manga, expondo mais o braço.

   Querido senhor, tenha piedade do meu pobre corpo.

   Engoli em seco enquanto avançava em direção a ele, meu coração e minha boceta pulsando em harmonia quando peguei o esfigmomanômetro e o envolvi em seu braço.

   — Como você está se sentindo esta manhã? — eu decidi perguntar, minha voz trêmula. De perto, ele parecia absolutamente comestível. Seus ombros largos estavam tensos contra a camisa. Ele era forte e poderia me esmagar com as mãos se quisesse.

   — Melhor — ele grunhiu.

   Minha pele formigou com a proximidade e minhas resoluções foram desmoronando lentamente.

   — Sua pressão arterial está normal, Sr. Estevan — mordi os lábios, olhando para a porta para poder sair correndo daqui antes de fazer algo inapropriado.

   — Sra. Campbell — ele gritou enquanto eu desembrulhava a máquina. — Por favor, traga-me uma camisa cinza seca no armário.

   Minha boca ficou seca quando olhei para ele.

   — O quê?

   — Eu preciso me repetir? — sua voz pecaminosa soou rouca. — Sra. Campbell, é seu trabalho cuidar de mim, certo? Se sim, então...

   Ele inclinou a cabeça, sua língua correndo para percorrer seus lábios carnudos.

   — Faça seu trabalho corretamente. Traga-me uma camisa.

   Arrepios dançaram na minha espinha, me fazendo tremer. O timbre baixo de sua voz rouca gravou-se em meu âmago.

   Meus passos gaguejaram enquanto eu caminhava até seu armário que estava através do quarto.

   Seu armário era muito colorido. Para um homem que não conseguia ver as cores, com certeza estava muito bem decorado.

   Então talvez ele tenha mantido todas essas cores porque não conseguia vê-las

   Uma pontada de dor passou por mim quando percebi.

   Ele se cercou de cores porque não conseguia vê-las.

   Peguei a camisa cinza e com um suspiro pesado fechei a porta do armário.

   — Sr. Estevan, você gosta de co—

   Ele estava de pé, sua camisa preta completamente desabotoada mostrando seu abdômen delicioso. Havia uma cicatriz horizontal ao longo de sua caixa torácica. Ele era musculoso, mas magro - exatamente como eu imaginava que ele fosse.

   Minha boca ficou seca ao ver seu corpo magnificamente tonificado. Suas calças estavam baixas, me dando uma olhada em sua profunda linha V tatuada.

   Muito, tanto que eu queria passar minha língua nesse sentido.

   Eu o bebi, minha cabeça estava girando de luxúria.

   Sua pele estava perfeitamente bronzeada. Uma cicatriz de bala chamou minha atenção, acrescentando história ao seu corpo.

   — Por favor, entregue-me a camisa, Sra. Campbell — ele deslizou a camisa e a jogou de lado.

   Não pule nele, não pule nele, não pule nele-

   — Sra. Campbell?

   — Hum? — eu me movi, minha cabeça girando. — Sim, a camisa—

   Quanto mais perto eu chegava dele, mais quente meu corpo ficava. Minha calcinha estava encharcada, minha garganta queimava e uma onda de borboletas dançava em meu estômago.

   Mantive os olhos baixos, estendendo silenciosamente a camisa na direção dele. Levei muito esforço para não engolir esta escultura como um homem.

   — Sra. Campbell? — ele murmurou. — Acho que esta camisa é um tamanho muito pequeno.

   Meus olhos se voltaram para ele, absorvendo seu corpo sem camisa.

   A proximidade me permitiu perceber as pequenas cicatrizes, a aspereza de sua pele lisa. Cabelos finos no peito salpicavam sua pele.

   Observei enquanto as cordas dos músculos de seus bíceps flexionavam. Eu não sabia que um simples ato de não usar camisa poderia ser tão quente.

   — Sra. Campbell?

   — Hum?

   — Me ajude.

   Meus olhos se arregalaram enquanto eu olhava para ele em estado de choque. Ele franziu a testa com expectativa, esperando enquanto me entregava a camisa.

   Peguei-o com dedos trêmulos, usando toda a minha vontade e caminhei atrás dele.

   Suas costas estavam definidas, tonificadas - algo saído diretamente do meu sonho molhado mais louco. Eu o ajudei a vestir, tentando desviar o olhar, mas ao mesmo tempo não consegui.

   Respirei fundo ao me aproximar dele - eu estava perto. Muito perto.

   Eu vi arrepios surgindo em sua pele, provocando os meus. Talvez fosse o contraste entre meu hálito quente e meus piercings frios.

   Eu o estava afetando mais do que ele me deixava decifrar.

   Agarrei a bainha de sua camisa meio gasta e puxei-a, observando a veia singular de seu bíceps pulsar. A mistura inebriante de sua colônia estava me deixando louca, misturada com o calor de seu corpo e o cheiro dele-

   Oh, como eu queria tocá-lo. Arrastar minhas unhas sobre seus músculos salientes, deixar um rastro de vermelhidão em sua pele calejada.

   O quanto eu queria fazer isso.

   Soltei outro suspiro, as imagens do meu sonho molhado invadindo minha cabeça.

   A camisa era de fato um ou dois tamanhos pequenos, levei algum esforço para levá-lo aos ombros salientes e no processo, meus mamilos perfurados roçaram sua pele acidentalmente.

   Minha respiração ficou presa na garganta, um suspiro silencioso me escapou.

   — Eu-eu deveria ir — eu sussurrei, minha respiração soprando em sua pele exposta. — Eu preciso—

   Aconteceu por capricho.

   Num momento eu estava atrás dele, admirando a bela obra de arte que era seu corpo e no momento seguinte fui puxada pela garganta.

   Seus lábios estavam curvados em um sorriso de escárnio enquanto seus dedos enrolavam em minha garganta. Apertado o suficiente para me fazer gemer.

   — Você acha que eu sou um tolo? — Ares murmurou lentamente, cada palavra saindo de sua língua como um verso pecaminoso.

   Lambi meus lábios enquanto seu aperto em minha garganta aumentava, seus longos dedos eram calejados enquanto me agarravam e isso só fez minha boceta chorar mais forte.

   Eu queria provar aqueles lábios carnudos dele, queria-os enrolados em meus mamilos, seus dentes puxando meu piercing, enquanto ele batia em mim sem qualquer piedade.

   — Eu sei que você quer que eu te foda, Loren — disse asperamente, me fazendo ofegar. Meu clitóris estava super sensível, minha boceta só queria uma liberação. — Você quer foder seu chefe.

   — Eu quero — eu sussurrei, atordoada. — Eu quero que você me foda. Forte.

   Um sorriso lento iluminou seus lábios.

   Oh céus.

   — Não deseje coisas que você não quer, garotinha — ele disse asperamente. — Isso vai te salvar da humilhação. Este quarto cheira a você. Posso sentir seu calor por toda parte.

   Ele soltou minha garganta, tirando a camisa e jogando-a fora. Meus dedos tocaram sua marca enquanto eu ofegava.

   — Eu não…

   — Hum?

   — Não acho que seria uma boa ideia, Loren.

   Pisquei com a decepção tomando conta de mim.

   — Mas por quê?

   — Eu sou seu chefe e você está quebrando uma das minhas regras. Você não está com medo?

   — Não.

   Seu polegar correu ao longo do meu lábio inferior, fazendo faíscas de arrepios percorrerem minha espinha.

   — Você é uma pequena infratora de regras, não é?

   — Ares… — eu pressionei minhas coxas.

   Um olhar selvagem estava estampado em seu rosto.

   — Eu não deveria querer isso — ele murmurou, mais para si mesmo do que para mim.

   — Nem eu — soltei um suspiro.

   — Eu sou mais velho que você, muito mais velho… — ele explicou lentamente. — E você pode se arrepender mais tarde.

   — Eu não vou.

   Sua mão deixou minha garganta, enquanto ele virava as costas.

   — Veja você mesma.

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