𝐈𝐈. 𝐎 𝐓𝐈𝐆𝐑𝐄
𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐈; o tigre.
🐅
Saímos dali indo até um supermercado, eu segurava firme em Mitsuya, mesmo sendo acostumada a andar de moto com eles, eu sempre sentia um friozinho na barriga. Descemos da moto e Mitsuya me olhou sorrindo, caminhamos até o supermercado e começamos a comprar o que precisava.
Parei observando algumas garrafas de bebidas, logo Mitsuya se aproximou pegando elas, pegou também alguns doces e outras coisas.
— Você parece um pouco distante, [Nome]. - a voz de Mitsuya chamou minha atenção enquanto ainda caminhávamos pelo supermercado. — Você sabe que pode conversar comigo a qualquer momento.
— Não é nada, Mit. - sorri. — Só queria que o dia acabasse logo.
Mitsuya parou de caminhar e me encarou, parei em seguida e senti uma de suas mãos segurar a minha enquanto ele olhava em meus olhos.
— Sei que não sou seu amigo como o Rindou, mas [Nome], você pode se abrir comigo, não precisa ser tão fechada assim.
— Eu sei... - murmurei ao soltar minha mão da dele. — So acho que eu vou me afastar da Toman de novo, vocês são incríveis comigo mas acho que essa coisa de gangue já deu pra mim. - voltamos a caminhar, — Talvez, Mit, eu deva... - me esbarro com alguém no caminho.
Com o impacto, meu celular caiu no chão e me abaixei em seguida para pegar enquanto a pessoa só ficou observando, mas em seguida estendeu a mão para me ajudar a me levantar.
— Devia olhar por onde anda princesa. - ele disse ao me levantar. — Se machucou? Seu celular sofreu algum dano?
— Você também devia olhar. - digo o encarando. — Está tudo bem. - os seus olhos dourados estavam fixos aos meus.
Ele era de estatura média, seus cabelos estavam soltos, eles eram pretos com a frente loira, ele também tinha uma tatuagem de tigre cobrindo parte de seu pescoço, seus olhos cor de areia se fixaram em mim de forma séria, por fim ele sorriu.
— Kazutora? - Mitsuya chama seu nome o encarando fazendo o garoto desviar o olhar de mim e se fixar em Mitsuya.
— Mitsuya, devia cuidar melhor da sua namorada para ela não ficar esbarrando em todo mundo, não é muito legal. - a voz de Kazutora ecoa sarcástica.
— Ela não é minha namorada. - ele responde firme.
— Entendi... Bom, foi bom te ver, Mitsuya e...? - ele me olha esperando eu dizer meu nome.
— [Nome].
— Lindo nome. - seus olhos encaravam os meus, parecia que ele via minha alma. Era a primeira vez que sentia isso assim, de forma tão intensa.
— Apareça na Toman, Mikey irá gostar de ver você lá. - Mitsuya diz nos tirando desse transe.
— Talvez eu apareça. - disse Kazutora.
— Kazutora, será bom ter o tigre de volta. - sorriu.
— Tudo bem, Mitsuya. - sorriu de volta. — Já passou bastante tempo mesmo.
Eu não sabia o que havia acontecido entre entre eles no passado, eu não os conhecia e ninguém falava abertamente sobre o assunto, mas pelo que eu soube, eles haviam "brigado" e depois de muito tempo que eles voltaram a ser amigos, porém eles não eram tão amigos assim.
O nome do Tigre Renegado sempre foi muito forte entre os membros da Toman, mas ninguém me contou nada sobre o que aconteceu no passado.
Mitsuya e eu saímos dali, olhei para trás e vi o moreno sorrir para mim, algo nele me chamou a atenção, mas pela forma que Mitsuya o encarou, sinto que ele é problema.
Subimos na moto e fomos até a Toman novamente. Ao entrar vi Emma e Draken se pegando em um canto.
Ainda não sei o que pensar sobre o que ele me disse mais cedo, se bem que nem devo pensar nisso, apenas fingir que isso nunca aconteceu.
Mas a única coisa que eu queria era que eles se resolvessem de verdade, eles se amam e ficam nessa. Draken não sente nada por mim, a única coisa que ele pode até sentir é atração sexual, isso é comum pra caralho. Mas nem todo mundo que eu sinto atração eu tento transar com ele... Mas vou dar um desconto porque ele estava muito bêbado e sei que isso não voltará a acontecer.
Me sentei em um canto com um copo de coquetel e os gêmeos Kawata se sentaram ao meu lado.
— Oi [Nome]! -sorriu. — Vai ficar só no coquetel? - Smiley perguntou.
— Não quero exagerar muito mais por hoje. - digo calmamente. — Amanhã não quero lidar com ressaca - completo.
— Sabe, sentimos falta de como você era antes. - Angry se pronunciou. — Quando vai voltar a ser legal de novo? Uma coisinha ou outra não faz mal.
— Angry. - Smiley chama sua atenção. Uma das pouquíssimas vezes que ele parou de sorrir. — Você conhece o Mikey, então deixa ela...
— Dança comigo? - Emma puxou meu pulso me impulsionando a levantar. — Por favor! - suplicou.
— Não quero passar vergonha com você, Emma. - digo com um leve sorriso e ela insiste.
— Vem logo, chata. - insistiu puxando meu braço.
Eu podia perceber que ela já estava bêbada, ela pediu Smiley para aumentar o volume e me puxou para o centro da pista onde tinha algumas outras meninas. Começamos a dançar e em poucos minutos já estávamos chamando atenção, eu queria parar por achar vergonhoso mas Emma insistiu.
Após duas músicas eu já sentia minhas pernas doendo, deixei ela lá e me sentei, peguei meu copo levando o copo até a boca, engolindo um pouco do líquido, quase tudo na verdade.
— Já se cansou? - Baji chega se sentando ao meu lado.
— Acho que perdi o jeito. - digo e o moreno sorri mostrando as presas.
— Que nada, estava dançando tão bem. - ele diz me encarando.
Olhei um pouco corada para ele e ele pegou meu copo bebendo um pouco ele olhou o copo cuspiu o líquido no copo novamente.
— Que nojo, Baji. - o repúdio.
Ele olha o copo e me encara.
— Você bebeu isso? - ele pergunta sério.
— Sim, por quê?
— Você não pode deixar o copo sozinho e voltar bebendo idiota. - ele diz e eu o encaro. — Mesmo o Mikey sendo o líder você não pode confiar em todo mundo.
— Baji... - suspirei. — É a Toman...
Óbvio que eu nunca iria imaginar, é a Toman do Mikey. Não devia haver chances de alguém sabotar o copo de alguém, principalmente o meu. Eu não queria acreditar que alguém havia feito isso.
— Vem, vamos conversar com o Mikey. - ele diz se levantando e me puxando, saímos e ele levou o copo em mãos. — Depois vou te levar para casa. - ele completou.
— Baji você está me assustando, eu estou bem.
— Alguém colocou droga dentro da sua bebida. - ele diz ao parar e me encarar. — E não é qualquer droga, essa merda vai te fazer apagar em pouco tempo. Como você não percebeu isso, [Nome]?
Meu coração gelou por um segundo, tudo que eu não queria acreditar, Keisuke acabou de confirmar. Ele voltou a andar novamente e chegamos até Mikey, eu já me sentia cansada.
— Sabe onde está o Chifuyu? - Baji pergunta a Mikey.
— Não sei, por quê? - perguntou o menor.
— Eu preciso levar a [Nome] pra casa, e provavelmente ele é o único que está sóbrio o suficiente para dirigir agora. - Baji começou a explicar enquanto se mostrava tenso.
— O que aconteceu? - perguntou Draken ao se aproximar de onde estávamos.
— Alguém drogou a bebida dela. - disse Baji ao entregar o copo para eles.
— Isso é muito sério, vai totalmente contra a ideologia da Toman. - Mikey se mostrava furioso.
Eu já sentia minhas pernas ficarem fracas e Baji passou o braço pela minha cintura me segurando.
— Eu vou procurar o Chifuyu. - Baji diz me olhando. — Senta por aqui e já volto... - antes dele terminar ouvimos uma voz se aproximando.
— Eu levo vocês... - olhei de canto e vi o cara de mais cedo se aproximando. — Eu acabei de chegar e ainda não bebi nada. - Kazutora rodou as chaves do carro do dedo indicador.
— Você veio, Kazutora. - Baji sorriu. — Se importa se ele nos levar? - perguntou Baji a mim.
— Não, pelo contrário, seria um favor qualquer um me tirar daqui.
Me despedi de Mikey com um abraço e sai dali junto com os meninos. Draken ficou de levar Emma no final da noite.
Me sentei no banco de trás e os dois foram na frente, vendo todas aquelas luzes pela janela do carro, acabei apagando ali atrás.
— Acho que ela apagou. - disse Kazutora olhando pelo retrovisor interno. — Já tem ideia de quem possa ter drogado ela?
— Não, mas eu preciso descobrir quem fez isso com ela. - disse Baji cerrando os punhos.
— Desde que a Valhalla se uniu coisas assim acontecem na Toman, não é? - Kazutora questiona e o moreno concorda com a cabeça. — Compreendo...
— Vira para a esquerda. - orientou Baji a Kazutora que virou onde o amigo disse. — Sim... Mas isso não devia ter acontecido com ela. Ela é como se fosse uma de nós.
— Namorada do Mikey? - Kazutora pergunta arqueando uma sobrancelha.
— Não. Eles não tem nada, mas ela é a melhor amiga da Emma, e do próprio Mikey.
Kazutora entendeu e voltou sua atenção no caminho. Em poucos minutos chegaram no apartamento de [Nome].
— Onde está as chaves? - Kazutora pergunta com eles ainda dentro do carro.
— Deve estar no bolso dela. - disse Baji fazendo o amigo o encarar.
— Você não pegou antes?
— Não, por quê?
— Você é burro, Baji? - disse Kazutora irritado com o amigo. — Pega aí então.
— Eu não, ela está desacordada animal. - disse Baji nervoso com a situação.
— Então como vamos fazer? - perguntou Kazutora. — Deixar ela aqui no carro não seria a melhor ideia - ele completa.
— Tsc. Droga! - disse Baji levando uma mão até a cabeça. — Eu não sei o que fazer, vamos ligar pra irmã do Mikey? Emma tem as chaves.
— Até ela chegar aqui vai demorar. A minha casa é mais perto, vamos levar ela para lá e ficamos com ela lá até ela acordar, será melhor. - disse Kazutora e o amigo concordou com a ideia.
Kazutora deu partida no carro novamente e logo parou em frente o seu apartamento, ele desceu do carro e deixou o amigo levar a garota no colo até seu apartamento. Baji colocou a garota deitada sobre a cama de Kazutora e fecharam a porta do quarto. Eles ligaram a televisão e foram jogar videogame, aproveitaram para pedir pizza.
Acordei e olhei o visor do meu celular, já se passava das três da manhã quando olhei em volta e não reconheci onde eu estava.
Me levantei sentindo uma tontura e sentia minha cabeça doer, caminhei saindo do quarto e logo cheguei na sala, vi Baji dormindo em um sofá e Kazutora estava assistindo filme e se assustou ao me ver.
— Desculpa te assustar. - digo sem graça. — O garoto do supermercado...
— Não tem problema, que bom que você já está acordada. - disse Kazutora sorrindo.
— Onde eu estou?
— Na minha casa, íamos levar você para a sua casa, mas não quisemos pegar as chaves então trouxemos você para cá. - ele diz esfregando as mãos.
Olhei para Kazutora e sorri.
— Obrigada, eu não queria causar todo esse incômodo com um erro meu.
— Não foi incomodo algum. - ele disse sorrindo. — Bom, já que você acordou vou esquentar a pizza para você comer e tem remédio para dor de cabeça. - completou se levantando
Ele caminhou até a cozinha e eu o segui.
Kazutora esquentou a pizza e colocou em um prato junto com um copo de refrigerante, comecei a comer, não demorou muito para que eu acabasse.
— Obrigada, Kazutora. - digo sorrindo. — E me desculpe por estragar a sua noite.
— Foi um prazer ajudar você, gatinha. - ele diz com um sorriso no rosto. — Quer tomar um banho? Se quiser posso te arrumar uma roupa minha.
— Se não for incomodo. - digo um pouco receosa.
Kazutora me entregou um comprimido e um copo de água, tomei rapidamente.
Ele segurou minha mão e caminhamos até seu quarto, ele procurou em seu guarda roupa uma camisa e uma cueca nova me entregando junto a uma toalha, ele me mostrou o banheiro e saiu do quarto.
Entrei no banheiro e liguei o chuveiro deixando a água morna cair sobre minha pele, não molhando os cabelos.
Terminei meu banho e vesti a roupa que Kazutora havia me entregado. Sai dali caminhando até a sala.
— Dorme mais um pouco, quando amanhecer eu te levo para sua casa.
— Tá bom. Obrigada, Kazutora!
— Pode ficar lá no meu quarto, vai ser mais confortável pra você. - ele estava sendo tão prestativo. — E não vai ser incomodo. - ele completou me fazendo rir.
— Obrigada então. - digo e me virei.
Caminhei até seu quarto e me deitei na cama, Kazutora entrou no quarto.
— Desculpa gatinha. - ele diz e pega dois cobertores e me entregou um. — Se precisar de alguma coisa eu estarei ali na sala. - ele sorriu e saiu do cômodo.
Talvez isso tenha sido muito fofo...
Me aconcheguei na cama e fiquei ali pensando no que aconteceu até o sono chegar, mas parecia impossível dormir, minha cabeça doía exageradamente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top