𝐨𝐧𝐞, royalty

I just wanna keep calling your name
until you come back home






Japão.

País insular localizado no Oceano Pacífico.

Mais de 120 milhões de habitantes e com um dos maiores PIBs do planeta.

Um lugar que muitos gostariam de visitar, estudar e até mesmo morar.

Porém, esse era um dos países que Amaya mais detestava, dentro de todos os outros que visitou nos últimos anos. Ela nunca pensou que colocaria os pés na terra natal de novo e muito menos que seria por causa da existência de um hospedeiro de Sukuna, algo que ela ainda custava a acreditar que era verdade.

A feiticeira acompanhou Ijichi pelo Aeroporto Internacional de Tóquio sentindo vontade de se virar e comprar uma passagem para qualquer outro lugar aumentando dentro de si. A cada passo dado em direção ao carro que o assistente tinha deixado no estacionamento antes de viajar para encontrá-la, era como se Amaya estivesse sentenciando a sua própria morte ou, pelo menos, a da sua saúde mental.

Toda a situação era irritante na visão dela, principalmente ter que se envolver de novo com a Escola de Jujutsu e com os superiores, uma instituição e um grupo específico de pessoas que sempre tiveram opiniões bem severas em relação a atual membra mais forte do tradicional Clã Okumura, o clã das famosas Chamas do Diabo.

Amaya soube, no exato momento em que Ijichi deu partida no carro, que a sua estadia no Japão tinha começado de verdade e que nada daquilo era só mais um dos vários sonhos ruins que a assombravam quase todos os dias. Ela estava de novo metida com os problemas do mundo Jujutsu e, dependendo do que ela ouvisse, seria obrigada a resolvê-los em troca da manutenção da sua liberdade.

A ida até a escola foi tranquila, demorando só um pouco por causa do clássico trânsito da hora do almoço, mas nada que realmente pudesse comprometer o trajeto. A mulher olhava pela janela um pouco encantada em como a cidade tinha mudado nos anos em que esteve fora, com prédios ainda mais altos e ruas extremamente movimentadas.

Eles logo chegaram na Escola de Jujutsu de Tóquio e, para Amaya, foi como praticamente entrar em um túnel do tempo. As árvores, os prédios no estilo tradicional japonês, a escadaria de pedra, os campos de treinamento, tudo parecia estar no mesmo lugar, trazendo uma velha sensação de nostalgia para o coração congelado da xamã.

Ijichi guiou Amaya pela área do colégio até um dos prédios dos dormitórios e parou em frente a uma porta de madeira escura.

— O diretor Masamichi me mandou uma mensagem dizendo que esse quarto foi separado para a senhorita e também pediu para avisar que a veria amanhã.

— Fico aliviada — a feiticeira suspirou ao abrir a porta e entrou no quarto vazio com a mobília reduzida a uma cama, uma escrivaninha e um armário — Realmente não estou com a paciência necessária para conversar sobre Sukuna.

— Até outra hora, senhorita Okumura.

— Até.

Ijichi se despediu e saiu fechando a porta, deixando a de cabelos azuis sozinha. Ao olhar o quarto mais atentamente, certas memórias do tempo da escola começaram a aparecer na mente da feiticeira, mas logo ela as expulsou, já que o passado sempre foi e será sinônimo de problema, pelo menos na visão dela.

Os reflexos das mais de 20 horas de viagem de avião já começavam a aparecer e Amaya respirou fundo ao colocar a sua única mala em cima da cama para pegar os itens que precisaria para tomar um banho, mas a sua atenção logo foi desviada para a sua katana guardada cuidadosamente no meio das roupas majoritariamente pretas.

A arma tinha sido um dos presentes que recebeu no seu aniversário de 17 anos e foi especialmente feita para Amaya, sendo uma katana considerada única no mundo Jujutsu.

O comprimento, o material prateado reluzente, a fita azul escuro trançada no cabo, a bainha branca decorada com finas chamas azuis e o guarda-mão em forma de uma borboleta, também na cor azul, todos os mínimos detalhes foram feitos pensando na xamã de Grau Especial.

Ela é o melhor presente que Amaya já recebeu na vida e uma das poucas coisas que fez questão de levar consigo quando decidiu sair do Japão. A katana também é algo que a lembrava constantemente de quando era uma mera adolescente que tinha medo de usar uma de suas técnicas amaldiçoadas, definitivamente uma pessoa completamente diferente.

Talvez as coisas poderiam ser diferentes se certas coisas não tivessem acontecido, principalmente se a antiga e ingênua Amaya tivesse conseguido ser tão corajosa quanto ele.

— Por que você não sai da minha cabeça? — a feiticeira resmungou fechando a mala com uma certa quantidade de força e rumou em direção ao banheiro para finalmente conseguir o seu tão desejado banho.

Ao sentir a água quente bater contra o seu corpo cansado, um suspiro saiu da boca da mulher de quase 28 anos. Tudo parecia ser tão desnecessariamente complicado e conturbado que ela considerava até mesmo ridículo o estado em que a sua vida chegou, uma longa e cansativa fuga das responsabilidades que ela tinha no mundo Jujutsu desde o seu nascimento.

— Eu deveria ter ficado? — um questionamento feito por ela quase todos os dias.



(...)



Gojo Satoru sempre foi uma pessoa diferente da maioria, principalmente por causa dos seus olhos que escondem o verdadeiro poder de controlar o infinito, mas não era só isso.

Ser o único remanescente de um dos quatro grandes clãs do mundo Jujutsu e ser o xamã mais poderoso aumentam a lista das características que o fazem ser tão diferente. Porém, mesmo sendo tudo isso, têm certas coisas consideradas simples que ele apreciava.

Poder jantar com os seus três alunos era uma dessas coisas.

Os quatro estavam na fila de um restaurante depois da primeira missão de Nobara e Itadori e Gojo observava os três interagirem com um leve sorriso no rosto, se sentindo extremamente satisfeito por vê-los criando laços e realmente dando a entender que poderiam virar um time muito bom de poderosos feiticeiros. Tudo ali parecia tranquilo, mas algo no fundo da sua mente o fazia não prestar muita atenção no que os adolescentes a sua frente falavam.

Amaya Okumura

Um nome do qual ele não ouvia notícias há mais de dez anos.

Em todas as milhares de vezes em que foi atrás de informações sobre o paradeiro da xamã, sempre conseguia a mesma resposta: "Ela está viva, Satoru". Esse comportamento dos superiores não foi algo que ele engoliu com facilidade, já que eles nunca gostaram de Amaya, sempre a criticando e a forçando a abaixar a cabeça.

Gojo tinha recebido mais cedo uma mensagem de Ijichi avisando que a feiticeira já estava em Tóquio e isso o incomodava de uma certa maneira, lhe dando um pouco de ansiedade. A história deles nunca foi algo tranquilo de se entender, já que ambos nunca foram as pessoas mais fáceis de se lidar, porém, de alguma forma, eles se entendiam como ninguém.

Desde o dia em que suas técnicas amaldiçoadas inatas apareceram, Amaya e Satoru nunca tiveram muito controle sobre o seu destino e cresceram com diversas expectativas sobre eles. A grande diferença entre os dois está no fato de que ele teve coragem suficiente para bater de frente com o mundo Jujutsu e mostrar que era verdade o fato de que ocorreu um desequilíbrio de forças a partir do dia do seu nascimento.

O caminho deles se diferenciou nesse ponto crucial.

Amaya não era uma pessoa corajosa, ela tinha medo do seu próprio potencial, de ser considerada uma xamã de Grau Especial sendo apenas uma adolescente.

Satoru, na outra mão, era extremamente confiante, se achava demais e isso fez com que cometesse erros com consequências que afetaram não só a ele, mas um conjunto de pessoas a longo prazo.

Eram praticamente opostos, mas se davam tão bem que era quase impossível não enviá-los em uma missão juntos, sendo conhecidos como a famosa realeza do mundo Jujutsu.

— Gojo-sensei! Você está ouvindo a gente? — Itadori falou chamando a atenção do mais velho que parecia estar perdido em pensamentos.

— Desculpa, o que vocês estavam falando?

Os três adolescentes se entreolharam estranhando o comportamento do professor.

— A gerente avisou que a nossa mesa ficou pronta — Nobara respondeu e o homem de cabelos brancos assentiu com a cabeça sorrindo de leve.

— Então o que estamos esperando?

Gojo saiu andando na frente deixando o trio mais confuso do que antes.

— Você sabe o que aconteceu?

— Mínima ideia. Você sabe, Fushiguro? Você conhece ele a mais tempo do que a gente — Itadori perguntou e o outro menino deu de ombros.

— Também não.

— Vamos logo que aí nós podemos descobrir — Nobara disse e se virou andando até a mesa que ficava perto da entrada do restaurante e ao lado de uma das janelas que dava para uma das ruas movimentadas da região de Roppongi.

Eles logo se sentaram e fizeram os pedidos com certa rapidez, já que a fome era algo que todos ali estavam sentindo depois de um dia consideravelmente longo. Alguns minutos depois, Gojo se levantou e se afastou da mesa ao ouvir o toque do seu celular e ver que era o diretor da escola o ligando.

Nobara olhava a rua pela janela extremamente satisfeita por finalmente estar na cidade grande, sentindo uma sensação gostosa de dever cumprido. Os olhos alaranjados da adolescente tiveram a atenção roubada por uma mulher com o cabelo preso em um coque um pouco frouxo no topo da cabeça e que andava na calçada do outro lado da rua usando um vestido curto de mangas compridas preto e botas overknee também pretas.

Além da beleza da mulher, que com certeza se destacava no meio da multidão, o fato de que ela andava com uma katana na cintura era algo que intrigou fortemente Nobara.

— Você está vendo aquela mulher com a espada? — ela perguntou para Itadori que a olhou confuso.

— Quem?

— Ali! Aquela de cabelo azul que está atravessando a rua.

O de cabelos cor de rosa virou a cabeça na direção em que Nobara apontava e realmente viu a mulher.

— O que vocês estão falando? — Megumi perguntou finalmente tirando o olhar do celular.

— Tem uma mulher usando uma espada andando na rua e parece que ela está vindo pra cá — Itadori respondeu ainda olhando pela janela observando a mulher.

— Você bem que podia parar de encarar.

— Ela não vai perceber — Yuji argumentou — Além de que é muito estranho alguém andar na rua com uma espada.

— Mas as pessoas não estão percebendo? — Nobara perguntou e os dois garotos se entreolharam entendendo o ponto da garota.

— Será que ela é uma xamã?

— Não sei, mas xamãs não saem andando com armas expostas dessa forma — Megumi respondeu ficando um pouco intrigado com a situação — Geralmente tendem a esconder, nem que seja minimamente

— Estão falando sobre o que? — Gojo perguntou se aproximando de volta para a mesa.

— Da mulher que está andando com uma espada na rua.

— Como?

— Aquela ali que acabou de entrar no restaurante — Nobara apontou tentando ser discreta e Gojo virou o rosto se deparando com Amaya.

A feiticeira não tinha percebido o grupo a encarando enquanto ela estava na fila para colocar o seu nome na lista de um de seus restaurantes favoritos em Tóquio, até que sentiu o clássico arrepio que sempre passa pelo seu corpo quando ela está perto de uma grande quantidade de energia amaldiçoada.

Virando o rosto para o lado, os olhos azuis incandescentes se arregalaram ao ver quem já estava a olhando. Amaya sentiu o seu estômago revirar e os seus braços tencionaram de forma quase automática, ela não imaginava e muito menos queria o encontrar ainda hoje.

Ambos se olhavam sem realmente saber o que fazer ou muito menos dizer, foram dez anos separados e claramente estavam diferentes da última vez que tinham se visto. Amaya percebeu na hora que Satoru não usava mais os óculos como antigamente e sim uma venda completa, que agora o cabelo era ajeitado para cima e que ele claramente estava mais alto.

Ele também percebeu que ela tinha mudado e não foi pouco. Roupas justas, maquiagem, jóias e o cabelo que um dia foi na altura dos ombros agora claramente é bem mais comprido. O xamã olhou para Amaya dos pés à cabeça e o seu olhar parou na katana, a qual a de cabelos azulados apoiava uma das mãos no cabo.

"Ela ainda a tem", foi o que Satoru pensou ao ver a arma no suporte na cintura da xamã, que não conseguia parar de olhar para o seu antigo colega de time. O cérebro dela praticamente gritava para ela se afastar, virar de costas e simplesmente ir em outro restaurante, mas não era isso que o seu corpo estava planejando fazer.

Tudo também era extremamente confuso para Satoru, que até mesmo parecia sentir um pouco do efeito da sua expansão de domínio.

"Por que você foi embora?"

"Por que não me falou que ia?"

"Por que não deu notícias?"

"Por que não me contou que estava viva?"

"Nós realmente éramos nada?"

Perguntas e mais perguntas que o feiticeiro fazia toda vez que os seus pensamentos eram guiados a Amaya, uma pessoa que ele nunca foi capaz de esquecer, mesmo que ele tenha tentado diversas vezes durante os anos. Nenhum dos dois sabia por onde começar um diálogo que foi adiado por tanto tempo que nem eles sabiam se tinham intimidade suficiente para tal coisa.

— Você conhece ela, Gojo-sensei? — Itadori perguntou quebrando o tenso silêncio que tinha se instalado.

Satoru balançou de leve a cabeça e desviou o olhar da mulher à sua frente para os seus alunos que o olhavam claramente confusos. Megumi desviou o olhar do seu professor e também começou a observar a mulher, que de alguma forma parecia estranhamente familiar para o garoto.

— Eu estudei com ela — o de cabelos brancos conseguiu responder — Essa é atualmente a mulher mais forte do mundo Jujutsu, Amaya Okumura.

— Faz tempo, Gojo — a feiticeira respondeu sentindo o coração acelerar ao ter a atenção do mais alto novamente sobre si.

— Realmente — ele suspirou — Tanto tempo que você nem me chama mais pelo primeiro nome.

Satoru colocou as mãos no bolso da calça tentando relaxar a postura e Amaya cruzou os braços na altura do peito desviando o seu olhar para o chão de madeira do restaurante.

Ela sentiu o coração apertar sabendo que toda essa situação era culpa das escolhas que teve no passado ao querer que o xamã mais poderoso do mundo, o Infinite King, não se envolvesse ou fosse afetado pelos problemas que o seu clã causava ao tentar controlar o futuro e as escolhas dela.





Oi gente! Como vocês estão?

ESTOU MUITO ANIMADA POR ESTAR TRAZENDO ESSA HISTÓRIA PARA VOCÊS!

A Amaya é simplesmente uma das minhas OC's favoritas de escrever e já poço avisar que o capítulo 2 está em promoção 👀

Uma explicação que eu quero dar é que no universo de Jujutsu são três grandes clãs, Zenin, Gojo e Kamo, mas aqui eu adicionei o clã da Amaya, o clã Okumura, como sendo um dos grandes também.

Além disso, quero convidar a vocês a lerem as minhas outras obras! Eu tenho publicadas uma com o Levi de SNK, uma com o Kuroo de Haikyuu e duas com o Bakugou de BNHA!

Bem, espero que tenham gostado do capítulo e não se esqueçam de comentar o que acharam (amo saber o feedback de vocês) e de votarem no capítulo!

Até a próxima! ❤️

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