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Brian Littrell
Dois dias depois
Seattle, Washington
Finalmente chegamos na cidade em que a Crystal mora e mal posso esperar pelo nosso encontro que nem marcamos o dia, mas vamos para algum lugar de algum jeito. Como nos últimos dois dias eu não tive tempo para ligar pra ela, chegar de surpresa vai ser muito bom.
AJ estava também todo animado para ir ao jogo de futebol americano ver a Nivea animando a torcida na arena. O Nick e o Howie já anunciaram que vão com o Ronnie conhecer a cidade ou para alguma festa, já o Kevin garantiu um programa com a Venice. E sim, ele pediu desculpas pra mim ontem por causa daquela discussão, eu também, nunca tinha gritado com ele.
Mas esses planos vão ficar para amanhã, já que hoje temos o show. Daqui a pouco as minhas pernas vão cair de tanto dançar a cada dois dias, misericórdia.
Depois que o tumulto diminuiu no hotel, Ronnie e Nivea apareceram para nos ver antes do show. O Fletcher me deu o endereço da residencial em que a Crys mora e me desejou boa sorte, indo fofocar com os rapazes.
— Brian! — Nivea me chamou e fui até a mesma. — A Crys tá zangada contigo.
— Por que?!
— Porque você não atendeu as ligações dela. — Ela disse e fiquei imaginando na bronca que ela vai dar. — E ela não vai poder ir ao show por causa de um trabalho que apareceu de última hora, ela vai prestar entrevista em um programa de auditório ao vivo.
— Ah tudo bem, ela volta de que horas?
— Nove da noite mais ou menos, ela provavelmente deve ter voltado. Mas vocês ainda estarão apresentando, não é?
— Bem, depende. Aliás, o que eu faço para ela me desculpar sem me ameaçar?
— Rapaz, eu não sei. — Era de se esperar da Nivea. — Assim, eu nunca chateei ela na vida, então não sei. É, isso faz sentido. E também, você é o primeiro amor dela! Sei lá, Brian.
— Mas se você soubesse…
— Mas eu não sei!
— Hipoteticamente, Nivea. — A mesma entendeu. — O que eu faria para ser perdoado?
— Ah! É… é que assim, você é bem bonitinho e… traz comida pra ela! Se fosse comigo, eu iria querer que me trouxessem a minha comida preferida. — Eu tô entendendo mais nada.
— E qual é a comida preferida dela?
— Cê acredita que a menina come de tudo?! — Nivea começou a rir e lá vinha o Alex.
— Tá falando de você mesma, Nivea? — Ele perguntou abraçando ela.
— E não é que é mesmo?! Eu tava falando de mim! É que o Brian não sabe como ser desculpado pela Crys, Alex.
— Flores, chocolate… cantar pra ela. Milhões de opções Brian, e não sabe o que fazer?! Que vergonha.
— Se eu for mais específico com ela…
— Já sei! — Nivea disse saltitando. — Leva flores pra ela!
— Exatamente! — AJ disse comemorando com a mesma. — Você mesmo disse que iria ver ela com um buquê de azaléias.
— Ela ama azaléias! — Valentine afirmou olhando para nós dois na maior euforia. — E com você segurando esse buquê é o pacote completo!
— E não use perfume muito forte pra não dar rinite nela! — McLean encerrou saindo de mãos dadas com a Nivea para o seu quarto.
— Okay. Flores, comida e sem rinite. — Faço uma revisão e entro no meu quarto procurando pela lista telefônica ver uma lanchonete e uma floricultura próximo da casa dela.
Crystal Fletcher
Mais tarde
Assim que o programa acabou, o motorista da emissora me deixou na frente do edifício residencial em que eu moro. Quando eu entrei, o porteiro me chamou.
— Senhorita Fletcher, um amigo seu veio te visitar e ele está no seu apartamento.
— Ah obrigada, Eli. Boa noite.
— Boa noite, senhorita.
Fui andando até o elevador com um pouco de pressa, pois poderia ser o Brian ou o Nick mesmo para pedir conselhos sobre a Maya.
Mas quando eu entrei, a felicidade foi descendo o ralo abaixo.
— O que você faz aqui, seu verme de bosta?! — Cruzei os meus braços olhando com o maior ódio para o Sawier Finnigan. — Bora, não tô afim de ver a sua cara! Saia da minha casa, saia da minha vida!
— Calma, meu amor.
— Amor o teu olho! Some! — Lhe mostro o meu dedo médio pra ele que começou a rir.
— O que é isso?! Dias ruins do mês?
Agora tenho a certeza de que é da cara dele que eu tava querendo socar há dois dias.
— Crystal, meu doce anjo, eu vim pedir desculpas para você. — Sawier disse se levantando e aproximando de mim, me levando até o sofá. — Eu sei que você me odeia agora, mas foi porque… eu não tava conseguindo lidar muito bem com o término na hora e tentei forçar o que não era pra forçar, me perdoa?
— Isso é uma típica desculpa mesquinha de homem! — Retruquei para ele que abaixou a cabeça. — Talvez você esteja falando a verdade, mas não, eu não vou te perdoar.
— Crys, eu não sou mais aquele babaca imaturo que ninguém suportava a minha presença. Mas você foi a primeira pessoa além da Sher e do Nick que me deu atenção e se importou pelo o que eu era. Acredite, eu quero reverter as coisas com todo mundo e eu queria começar com você.
— Meu filho, você não é a Meryl Streep, mas tá atuando muito bem. — Me levanto indo para a cozinha pegar alguma coisa forte para descontar nele. — Você só veio pra isso? Sendo assim ou não, vai embora.
— Crystal, não age desse jeito. Eu sei que você não é assim. — Por que esse imbecil tá falando tão… sei lá. — Você me mostrou como é o seu coração e é maravilhosa, não quer me dar mais uma chance para recomeçarmos? Eu… eu te amo e vai ser muito complicado te esquecer.
Me virei e ele estava alguns metros de distância de mim, com uma cara de santo que me dava ânsia de vômito.
— Pare de fingir, Sawier! Pare de… — Agora eu percebi. — Credo, pare de fingir que é como o Brian!
— Por você, eu farei de tudo para te fazer preferir à mim do que aquele banquinho de praça.
— Te manca, jumento de quatro olhos, eu amo o Brian! Nem você e nem a desesperada da sua irmã vão tirar isso de mim!
— Aqueles beijos que tivemos diziam outra coisa. Você mesma disse que foi incrível.
Alguém joga uma pedra na minha cabeça para eu desmaiar ou entrar em coma??
Brian Littrell
Assim que voltamos para hotel depois do show, fui correndo me arrumar pra não chegar tão tarde lá na casa da Crystal.
— Brian, vai pra onde desse jeito? — Kevin me chamou e estava com a Venice.
— Ver a Crys. — Digo e sinto algumas gotas d'água cair no meu rosto e ombros.
— Você se esqueceu de enxugar o cabelo e colocar uma camisa. — Ele disse e só agora que eu percebi.
— Deixa Kevin, assim ele seduz a Crystal com esse corpinho de sibito! — Howie disse e lhe dei um empurrão.
— Eu pensei que o sibito era o Nick. O menino parece uma tábua de passar roupa. — AJ disse começando a levar esporro do mesmo.
Entrei de volta no quarto para colocar uma camisa que aparaceu na minha frente e fui secar o meu cabelo, saindo dali na maior correria. Passei na floricultura que estava fechando e consegui comprar um buquê de azaléias brancas e continuei lendo as placas das ruas que eu passava até entrar vendo o prédio em que a mesma mora logo de esquina atravessando a rua.
— Com licença, senhor. — Digo e o porteiro olha pra mim. — Poderia me dizer se a Crystal Fletcher está em casa?
— Sim, ela chegou há uns dez minutos. — Ele respondeu e olhou para as flores. — Presente de fã?
— Não, é… do namorado dela. — Sorri e o mesmo sorriu.
— Ah, o rapaz que está com a senhorita deve ter encomendado e atrasou. Pode subir, é no penúltimo andar a última porta na sua direita.
— Okay… obrigado, senhor porteiro. — Assenti e fui até o elevador.
Que rapaz?! Meu Deus, ela abriu mão de mim sem falar nada ou… não, não pode ser o que estou pensando.
Assim que cheguei no penúltimo andar e fui para o corredor, a última porta a minha direita estava aberta, então fui andando até lá com receio do que eu poderia ver.
É nessas horas que eu queria ser barrado pelo porteiro.
O cabuloso do Sawier está beijando a Crys.
O que eu faço?! Aliás, tô imóvel com essa cena. Não pode ser…
— Não se atreva a fazer isso de novo, seu… seu… — A Crystal o empurrou e lhe deu um murro medonho no nariz dele seguindo de golpes com uma frigideira na cabeça e no corpo dele. — Some do mapa antes que eu te jogue desse prédio por legítima defesa!
— Crystal, amorzinho! — O cara tá chorando de dor, que bom. — Eu só queria te dizer que você é tudo pra mim e…
— Vai plantar goiaba, vai! VAI! — A atriz berrou ameaçando bater nele de novo que o fez sair correndo e nem me viu ali na porta.
A Fletcher colocou o utensílio na bancada e foi se sentar no sofá. É, ela também não me viu. Daí apoiei o buquê no meu cotovelo e comecei a aplaudir, a assustando.
— Brian?! — Ela se assustou e sorriu imediatamente, ficando preocupada logo depois. — Brian, você viu… eu…
— Crys, foi fabuloso! — Sorri e entrei no enorme apartamento, fechando a porta bem atrás de mim. — Você não faz ideia do quanto eu sonhei de que isso acontecesse.
— Você não tá…
— O quê, com inveja?! — Brinquei e a mesma riu fracamente. — Não, meu lindo anjo. Você fez o que era certo e eu sei que jamais voltaria para aquele campeão municipal de queimado.
— Brian! — Ela foi pra cima de mim, me beijando de surpresa e eu a abracei para ela não cair. — Eu queria muito ver o show…
— Tá tudo bem, Crys. Haverá vários shows em que você estará presente e eu vou cantar para você. — Digo tirando alguns fios de cabelo que caía em seu rosto.
— Se for música lenta, eu choro. — Disse me dando um selinho logo em seguida. — Mas se for agitada eu choro do mesmo jeito porque é você quem tá cantando pra mim!
— Acho que você amassou algumas flores. — A mesma se afastou e teve um surto ao ver as azaléias. — Você gostas das mais rosadas, não é?
— Não! As brancas são perfeitas, as minhas favoritas! — Disse tirando o buquê da minha mão. — Obrigada, seu patético!
Crys foi correndo atrás de um jarro e colocou as flores sem o papel, depois acrescentou com água, deixando no meio da bancada da cozinha.
— Combinou muito bem com o seu apartamento.
— Sim, o que achou daqui?
— É a sua cara. Linda. — Sorri e a atriz foi até mim e ficamos no sofá. Ela não parava de me encarar, o que era um pouco estranho.
— Sabia que só olhar pra você, me faz se esquecer de todos os meus problemas? Até de que eu menti pra você?
— Crys, isso tá resolvido já. Por falar nisso, eu soube que o Kevin contou à Venice e deu em uma discussão com vocês duas.
— Foi o Ronnie, né?
— Sim, ele me disse. Mas depois ela deu um sermão no Kevin depois de conversar comigo pelo telefone e estamos bem agora.
— Pra ela você atende, né?! — Cruzou os braços, fazendo bico.
— Foi o Kevin que passou pra mim! Por favor, me desculpa? — Digo e a mesma ficou com a almofada em posição de ataque para cima de mim.
Fechei os meus olhos esperando pela surra, mas ela me abraçou, beijando o meu rosto.
— Tão fofinho! — Disse mexendo no meu cabelo. — Nem parece que me estressa.
Crystal está tão feliz por saber que estou visitando a sua casa e também estou presente depois de um show bem movimentado, mas o que ela não sabe é de que eu faria de tudo para vê-la assim tão radiante todo dia, o tempo todo.
— Vamos comer pizza? — Digo todo perdido nesses olhos azuis. — Eu pago, trouxe dinheiro.
— Não precisa, Bee! — Crys disse correndo até a mesa da cozinha pegando um pacote. — Eu ganhei um combo de cinquenta sushis lá do programa! Você come isso, né?
— Óbvio. — Sorri e lá vem ela toda contente. — Fazia um tempo que eu não como comida japonesa.
— Eu não, sempre peço para o almoço nos finais de semana. — Disse dividindo a refeição. — Então, quer saber pra onde nós vamos amanhã de tarde?
— Eu sei que você vai me surpreender de algum jeito, então… sim! Eu quero saber! — Ela ficou com o rosto todo corado e olhou pra mim.
— Nós vamos para um parque de diversões. — Disse e fiquei boquiaberto. — Inaugurou no ano passado e eu ainda não fui pra lá, então será novidade para nós dois! Poderíamos ver o pôr do sol no alto da roda gigante, comer algodão doce e pipoca até não aguentar mais, derrotar as pessoas no bate-bate e por último, fica para a maior montanha russa da cidade onde tem relatos de desmaios e transtornos!
— Montanha russa?!
— Sim! Não me diga que você tem medo?
— Não, é que eu nunca fui. — Digo completamente sem graça.
— Vai ser legal, é pura adrenalina. — Crystal me beijou novamente e fui aprofundando. — Caramba, você não sabe o quanto eu tô enlouquecendo por estar te vendo depois de Wellington…
— Eu estava sentindo tantas saudades de você que se fosse possível, eu parava o tempo agora mesmo.
— Eu não deixo você ir pegar o vôo para Califórnia, simples assim.
— Vou deixar milhões de fãs tristes…
— Elas vão entender. — Disse sorrindo e começou a se alimentar, enchendo a boca até demais.
Crystal Fletcher
Meu Deus, eu nem sei mais o que eu tô falando pro Brian de tanto surto pela razão dele está aqui na minha casa comendo sushi! E amanhã temos um encontro que vai ser memorável para a gente.
Eu amo mesmo esse garoto patético.
Depois de várias conversas aleatórias que o vento trazia, assistimos um filme de ação que estava passando na televisão e era cada agonia que passamos com as cenas de perseguição e tiroteio. No fim, o filme terminou bem diferente do que qualquer outra ação típica e também, já eram pra lá de onze horas da noite.
— Nossa, tá tarde. — Brian disse olhando no seu relógio e olhou pra mim. — E você deve estar com sono e eu aqui…
— Fica. Como foi naquele sábado lá na casa do Ronnie. — Pego em sua mão, sentindo toda a eletricidade.
— E se o Ronnie voltar e me expulsar de várias formas possíveis?
— Eu bato nele. — Gargalhei. — Você acha que ele vai voltar hoje? Quando Ronnie sai de noite, ele volta de manhã depois de ter rodado a cidade toda.
Brian ficou pensando e brincava com a minha mão, mexendo nos vários anéis que uso. Parando pra pensar, eu nem me troquei pelo meu pijama, ainda estou com a roupa da entrevista.
Por mais que ele esteja mais cansado do que eu por conta da turnê, tinha algo além disso nele. E não sei se devo me preocupar ou perguntar, talvez ele iria disfarçar isso pra mim.
— Fica. — Toco em seu rosto e em seus cabelos loiros que são mais sedosos do que do meu irmão.
— Eu fico. — Respondeu sorrindo pra mim.
Eu estou surtando a mil quilômetros aqui!
— Eu te amo. — Digo olhando para todos os seus detalhes e ver esse sorriso tímido nascer em seu rosto, se tornou algo que mais gosto de ver. — É maravilhoso e estranho sentir isso, sabe? Eu jamais imaginaria de que eu fosse me apaixonar e foi logo por você.
— Foi complicado negar você quando discutimos em todos os momentos. Eu ficava com raiva porque eu não tive tanto atrevimento de roubar um beijo e resultou em um tapa que sinto até hoje.
— Aquele beijo foi ótimo… mas eu tinha que negar você e aliás me desculpa pelo tapa, foi instantâneo.
— Crystal, eu deixaria você me pisar! Você não vê o quanto é… fantástica?!
Ele hesitou a dizer o tão famoso “perfeita”.
— Eu sou durona quando é bem necessário. — Ri e droga ele começou a me encarar daquele jeito de novo. — Se continuar me olhando assim vai ter o nariz igual do Finnigan!
— Eu duvido muito, Fletcher. — Brian se aproximou, colocando a sua testa sobre a minha. — Você tenta resistir o impossível.
— Que convencido… vai ficar no sofá.
— O seu sorriso diz outra coisa. — Littrell ficou brincando e esse idiota estragou o meu disfarce.
— Patético. — O empurrei para o outro lado do sofá e o mesmo gargalhava.
Daí ele olhou novamente para a minha mão e focou na esquerda, ficando um pouco preocupado. Foi quando eu percebi de que aquele soco que eu dei na cara do Sawier me machucou também e começou a doer agora, que bizarro.
Eu espero que aquele babaca esteja longe da minha cidade nesse exato momento.
Continua
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