The Cure - Bonus
Shipper: Leitora/Dean Winchester.
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Antes...
- Dean, não é só porquê você os perseguiu com um martelo que eles irão embora - Castiel fala em tom manso.- Alias, S/n não poderia ir embora agora não é? Com a chegada do bebê (...)
De todas as reações possíveis e impossíveis que imaginei que Dean poderia ter, ele conseguiu me surpreender. Ele não gritou comigo por não ter contato assim que ele voltou ao normal. Ele não me questionou um só minuto. Ele não saiu pulando de alegria cantando ou soltando fogos.
Ele simplesmente me abraçou, com força e colocou o rosto em meus cabelos (...)
(..) - Dean...- Começo depois de um tempo. Ele me interrompe pressionando seus lábios nos meus.
- Desculpe - ele murmura em meu ouvido ao fim do beijo.- Nada daquilo era verdade.
- Eu sei - respondo segurando seu rosto.- Eu disse que curaria você (...)
(...) Dean entra em seu quarto me puxando pela mão e fechando a porta em seguida.
~~
Agora...
9 meses depois.
Após Sam encerrar a ligação, precisei me apoiar em diversos móveis até alcançar o sofá sem cair no chão. Minha barriga estava enorme, mal podia me movimentar, sem contar o grande estresse que venho suportando nos últimos meses. Agora mais essa.
Dean desapareceu, de novo. Já faz quase uma semana.
Ele jurou que pegaria os assassinos de Charlie, e pegou, mas não se deu por satisfeito sumindo logo depois de ter quase matado Castiel.
Sam acabou de me dizer que o encontrou, em uma lanchonete no fim do mundo. Ele disse que ligou apenas para me acalmar, e que eu deveria ficar aqui no Bunker, não posso sair por ai assim, é perigoso. Mas eu não consigo, não consigo saber que Dean esta em apuros mesmo que nem ele perceba isso, e aquela maldita marca o empurra cada vez para mais próximo ao precipício.
Eu sei que o que vou fazer é estúpido e inconsequente, eu sei. Mas simplesmente não consigo ficar aqui parada enquanto Dean se afunda. Eu gostaria de pedir ajuda a Castiel, mas ele precisa vigiar Rowena.
Bem, é hora de me levantar, obviamente. Respirei uma, duas, três vezes, ate finalmente conseguir me levantar e apanhar minhas chaves na escrivaninha. Caminhei até a saída do Bunker, encontrando meu carro do lado de fora. Sam não deu detalhes de onde ficava a tal lanchonete, mas tenho certeza de que consigo acha-la.
~~
Soltei um suspiro aliviado quando cheguei ao lugar certo, consegui rastrear a ligação de Sam, e o precioso Impala de Dean estava estacionado bem em frente ao estabelecimento.
Sai do carro, eu estava me sentindo uma pata, tendo de anda praticamente com as pernas abertas. Bufei e segui até a porta na lanchonete.
Já estava proxima o suficiente da entrada para ouvir os sons de luta lá dentro, mesas se quebrando e gemidos de dor.
Abri a porta em tempo de pegar Sam ajoelhado, e Dean sobre ele.
- Esta bem, esta bem - Sam falou erguendo as mãos. - Eu desisto.
Dean estava com o rosto retorcido. Não sei se era de raiva ou dor, por um momento retornei a meses atrás, quando Dean era um demônio.
- Dean Winchester, o que é que você pensa que está fazendo?- Questionei entrando de vez no ambiente.
- S/n...- Ele murmurou com voz baixa.
- S/n - Sam chamou. Seu rosto estava machucado, ele estava sangrando. Fui ate ele o mais rápido que consegui e me abaixei ao seu lado, limpando o canto de sua boca.- O que faz aqui? Não devia estar aqui.
- Nenhum de nós devia, Sammy - Falei a ele. Me virei para Dean, permitindo que transparecesse toda a minha decepção. Ele não era mais um demonio, não havia nada além dele mesmo para culpar por isso.- O que diabos deu em você, Winchester?
- Vá embora, S/n - Dean ordenou firme.
- Desde quando você manda em mim?- Perguntei ficando de pé e pondo as mãos na cintura, ou pelo menos no que era minha cintura. - Dean, o que deu em você? Estava batendo no seu irmão por nada? Olha, eu entendo que esteja confuso, mas isso é inaceitável.
- Vá para casa, S/n - Dean mandou mais uma vez, ignorando tudo o que disse.- Você não precisa ver isso.
- Isso o que?- Perguntei confusa. Foi então que o vi se aproximar, ele estava todo de preto, como sempre. Seu longo sobretudo escuro esvoaçava mesmo sem vento.
Morte se aproximou de Dean e lhe entregou sua própria foice. Eu não estava compreendendo, o que Dean faria com a foice de Morte?
- Vamos, Dean. Faça - Incentivou Morte.- Sabe que é o único jeito.
- Que jeito?- Perguntei intercalando o olhar entre Dean e o Cavaleiro.- O que você tem que fazer, Dean?
Dean respirou fundo, mas não fraquejou no olhar.
- Feche os olhos, Sammy - Falou para o irmão. Sam manteve os olhos aberto, encarando o irmão. - Sam, feche os olhos.
- Dean, não - Falei. Eu não entendia o motivo, mas Dean iria se arrepender eternamente.- Não.
- S/n, eu já falei. Você não tem que ver isso - Dean abaixou a cabeça.
- É o único meio de salvar o mundo e quem você ama, Dean - Morte murmurou a seu lado.
- Cala a boca - Falei olhando irritada para Morte. Minha respiração estava acelerada, em algum ponto senti minha barriga doer levemente.
- Tudo bem, Dean - Sam balançou a cabeça, seus olhos marejados. - Eu aceito, esta tudo bem.
Dean ergue a foice.
- Não. Não esta tudo bem - Contrariei.
Dean levantou mais a foice, preparando-se.
- Espera! Eu quero que você saiba, que você nunca vai ouvir de mim que você é mal... - Sam falou, a arma pairou no ar. Sam levou a mão ao bolso interno da jaqueta e segurou algo. Ele tirou duas fotos de lá. Dean e ele pequenos com os pais, e depois Dean com Mary ainda bebê.- Isso, é pra você se lembrar de como era ser um homem bom... elas vão te ajudar a encontrar o caminho de volta...
Dean respirou fundo. Procurei qualquer sinal de que ele estava fraquejando, mas não. Ele era uma fortaleza.
Dei um passo em direção a Dean e pousei uma mão em seu peito.
- Dean, você sabe o que é certo - Falei pondo a outra mão em seu rosto. - Eu sempre confiei em você. Seja o que for, vamos resolver.
Encarei seus olhos, procurando a desistência, mas ele estava decidido. Me afastei dele, secando a pequena lagrima que escorreu.
Sem pensar duas vezes, me ajoelhei ao lado de Sam. Dean me olhou confuso sem entender o motivo. Segurei firme na mão de Sammy e ergui a cabeça e o encarei desafiadora.
- Não...S/n - Sam tentou, mas eu o interrompi:
- Se matar Sam. Vai ter que me matar também.
Eu sabia que era loucura. Não sabia como Dean estava, ele poderia realmente matar a mim e Sam. Mas ele não o faria.
Dean não falou mais nada, ergueu mais uma vez a foice e se preparou. Ele girou o corpo pronto para decapitar a nós dois, mas segundos antes de a lâmina tocar nossos pescoços, Dean a desviou, atingindo Morte em cheio.
O cavaleiro manteve a expressão serena, encarando Dean antes de se desfazer em poeira.
Sam e eu estávamos incrédulos, atônitos, totalmente perdidos. Sam ajudou-me a levantar e encarou o irmão que estava congelado assim como nós.
- Eu matei a morte?- Perguntou nos olhando.
- Parece que sim - Sam concordou hesitante.
Aos poucos a surpresa foi cedendo, dando lugar a uma raiva sem tamanho.
- Você ta maluco, Dean?- Gritei. - Quase fez com que tivesse essa criança agora mesmo, pela boca! Precisava de tudo isso?
- Eu...
- Só fica quieto - Falei fechando os olhos sentindo uma forte vertigem. Senti que estava prestes a desmaiar, Dean correu até mim e me amparou antes que eu caísse.
- Você esta bem?- Perguntou preocupado.
- To eu só...- Senti a dor em meu ventre se acentuar, soltei um grito.
- Droga, S/n. Você devia ter ficado no Bunker - Dean falou me segurando forte pela cintura.
De repente, um estrondo alto se fez ouvir e um raio surgiu do nada, atingindo o braço de Dean. Quando a luz sumiu, encaramos o ponto no antebraço dele que havia caido o raio.
- Dean - Sam chamou, pasmo.- A marca, ela sumiu!
Ela realmente havia sumido, abri minha boca para dizer algo, mas outra contração me fez gritar. Dean me segurou outra vez e saímos do Bar.
Do lado de fora, algo estava errado. Pesadas nuvens de tempestade se instalavam no céu. - Vamos para o hospital agora - Dean falou.
- Não, Dean - Falei.- Eu estou bem.
Outra contração. Seguido de outro grito.
- Pelo amor de deus, me leva pra um hospital - Gritei fechando os olhos e me concentrando em não surtar.
Ouvi outro forte estrondo e abri os olhos, encontrando um grossa coluna negra romper do chão e se estender até o céu.
- O que é isso?- Perguntei.
Outra coluna rompeu o chão do outro lado do campo, e mais outras e outra, todas se erguendo e formando uma teia negra nos céus.
- É a escuridão - Respondeu Dean com os olhos fixos no céu.- Pro carro.
Fomos para o Impala e Dean deu a partida, como sempre a sorte conspira contra nós fazendo com que a roda do Impala atole em uma poça de lama.
- Ai, droga! Vai, vai, vai - Dean xingava baixo. Já era tarde, as colunas se uniram em uma massa escura tão grande e espessa quanto uma parede, e ela vinha em nossa direção, cobrindo tudo ao nosso redor.
~~
Eu não consigo me lembrar de nada com clareza. Eu estava no banco de trás do Impala, como a momentos atrás, exceto por algumas diferenças.
Primeira, Dean havia sumido.
Segunda, o carro estava destruído.
Terceira, bem, havia um bebe em meus braços.
Eu não lembrava direito de como tudo tinha acontecido. Foi tudo tão turvo e escuro. Principalmente escuro. A massa negra dominou o lado de fora do carro e... droga, eu não consigo me lembrar.
Sam estava apagado no banco do motorista.
- Sam?- Chamei baixo.- Sam.
Ele se mexeu e devagar despertou, sentou-se confuso e me olhou atordoado.
- O que... quem é...?
- Seu sobrinho - Respondi baixo pegando o bebê no colo e saindo do carro.
- Não, S/n, não pode fazer esforço, você... - Sam começou a falar.
- Sério, Sam, eu estou ótimo. É até bem estranho, mas estou bem - Falei olhando em volta.- Aonde estamos?
- Não sei - Respondeu.- Onde está Dean?
- Não sei - Respondi.
- Acho melhor eu ir atrás dele - Sam falou começando a se afastar.
- Espere por mim - Falei enquanto o via caminhar cada vez mais distante.
- É melhor ficar, S/n. Eu volto logo, cuide do bebê...
Dei de ombros irritada e voltei para o Impala. Ele estava dormindo, sorri ao observa-lo, se parecia muito com Dean.
Algum tempo depois, Sam voltou com Dean. Sai do carro e fui ao encontro dos dois.
- S/n...- Dean começou parando de repente e encarando o bebê.- É o...?
- Não, eu o encontrei entre as árvores - Sorri, irônica. Dean sorriu.
- É, com certeza ela está bem - Falou.- Já está até sendo debochada.
Dean se aproximou e o pegou no colo. Por alguns segundos pensei que ele fosse chorar, mas ele.sorriu.
- Então - Perguntei, me lembrando de todo o ocorrido.- O que diabos aconteceu? Onde você foi parar?
- Eu não faço ideia - Dean respondeu, parecendo confuso.
- Eu o encontrei a alguns quilômetro totalmente apagado - Sam respondeu.
- Sobre a fumaça ou seja lá o que aquilo tenha sido... Dean, você se referiu a ela como "A Escuridão". O que quis dizer com aquilo? - Perguntei, franzino as sobrancelhas.
- Morte falou que a marca de Cain era... a chave e a fechadura para algo terrível, a nivel apocalíptico - Ele respondeu, enquanto começamos a caminhar de volta para o carro.- Sem a marca, essa coisa seria liberada, ele a chamou de " Escuridão".
- Maravilha - Resmunguei.
- E por que você sumiu do carro? - Sam perguntou dessa vez.
- Vocês não a viram?- Dean olhou de mim para Sam. Nós dois negamos.- Uma mulher, ela apareceu no meio da névoa, depois eu estava fora do carro cara a cara com ela.
- E essa mulher era...- Sam começou.
- A escuridão? - Completo.
- Acho que sim - Dean confirmou quando paramos ao lado do carro.
- Como sabe disso?- Perguntei.
- Ela estava usando um crachá - Debochou.
Bufei e revirei os olhos. Peguei o bebe de seu colo e entrei no carro, assim como os outros dois. Dean disse que voltariamos para o bunker e tentariamos ver o tamanho do estrago.
~~
Na metade do caminho havia um bloqueio de carros. Dean foi obrigado parar, e quando ele e Sam desceram do carro não deixaram que fosse junto. Eu não conseguia ver muito do banco de trás do carro, e muito menos ouvir o que eles conversavam.
Depois de uns cinco minutos, os dois voltaram, com uma moça ferida. Ela era delegada e se chama Jenna.
- O que houve?- Perguntei.
- Aparentemente um apocalipse zumbi - Dean bufou.
- O que?
- Tem pessoa, que parecem zumbis raivosos nas ruas - Sam explicou. - Jenna precisou lutar contra eles.
- E isso começou depois que a Escuridão foi libertada - Falei pensativa.- Fica cada vez pior.
- Vamos levar Jenna para um hospital - Dean fala, enquanto volta a dirigir.- Quando chegarmos lá, também procuramos um médico para você.
- Eu estou bem, Dean - Falei, impaciente.
- S/n - Retrucou em tom repreensivo.
- Ta bom - Cedi a contragosto.
Jenna estava sentindo muita dor, peguei uma caixa de primeiros socorros no porta malas e lhe dei alguns comprimidos para dor. Quando chegamos ao hospital, Dean a colocou em uma cadeira de rodas para podermos leva-lá até a emergência, mas quando chegamos lá o hospital estava deserto, além de todo destruído.
- Me sinto em um cenário de The Walking Dead... - Falei, quando andávamos nos corredores vazios.
- Não é a única - Sam concordou.
- Vamos para sala de emergência - Falei, pedindo para que Dean guiasse a cadeira até uma porta.- Lá posso dar alguns pontos em você, não sou profissional, mas é melhor que sangrar até a morte.
- Com certeza é - Jenna concordou tentando sorrir, mas acabou fazendo uma careta de dor.
Assim que estávamos em uma sala com materiais necessários para uma sutura, pedi que Sam cuidasse do bebê, enquanto dava os pontos em Jenna.
- Você é boa nisso - Ela comentava enquanto costurava o ferimento.
- Tenho que ser - Sorri.- Ou acabaria morrendo.
- Seu bebê é adorável - Ela sorriu. Levantei a cabeça de meu trabalho e a vi observando Sam que o segurava. - Qual o nome?
- Ficaria surpresa se eu disse que ainda não escolhemos? - Ri terminado de fazer o curativo. - Tantas coisas.
- Imagino - Ela balançou a cabeça.
Um estrondo fez com que todos nós levassemos um susto. Peguei minha arma fui acompanhada de Dean. Alcançamos uma área do hospital e logo paramos de andar ao encontrar um homem totalmente fora de si esmurrando uma porta.
- O que ele está fazendo?- Perguntei para Dean.
- Deve ser um dos que atacou Jenna. Um raivoso.
- Tem alguem dentro da sala - Falei, ouvi um choro alto e instintivamente me virei para onde havia deixado meu filho. Porem o som não vinha de lá.
As batidas na porta param de repente, quando voltei a encarar o homem que socava a porta e agora estava caido no chão, imóvel.
- Ele morreu? - Dean questionou, olhando para o corpo.
Caminhei até o homem e o toquei com a ponta da bota. Seu corpo virou, deixando parte do pescoço exposto. Haviam marcas, como veias escuras que subiam por toda parte.
- É, morreu - Respondi, confusa.- Cada vez pior.
- Quem esta ai?- Ouvimos uma voz vir de trás da porta onde o raivoso socava.
- Hey - Respondi.- Nós viemos ajudar, você pode sair. Não somos como eles.
- Vocês o mataram?
- Não - Dean respondeu.- Ele morreu sozinho.
Lentamente a porta se abriu e de lá saiu um homem, com ele estava um bebê. Parecia ter menos de um dia.
- Vem com a gente - Chamei. Voltamos para a sala onde Sam e Jenna estavam.
- O que encontraram?- Jenna perguntou ficando de pé.
- Eles - Dean apontou para o cara que se aproximava com o bebe.
Fui até Sam, que olhava preocupado pela janela e peguei o bebê de seus braços.
- O que foi?- Perguntei a ele.
- Temos companhia.
Olhei na mesma direção que ele e encontrei pelo menos uns quinze malucos se aproximando do hospital pela rua principal, logo estariam aqui. Suas veias pretas eram visíveis do local onde estávamos.
- Droga! - Exclamei.- Dean, temos problemas.
- Mais um?- Ele soltou.
- Como assim mais um?- Sam perguntou ao se virar. Dean apontou para o cara com o bebê que encontramos e ele também tinha veias escuras na pele.
- Não sei quanto tempo posso me controlar - O homem falou, gaguejando.- Vou ficar como os outros.
Eu e os rapazes trocamos olhares, o jeito seria mata-lo, pela nossa segurança. No entanto, se fosse como os outros ele morreria sozinho depois de um tempo e não precisaríamos atirar.
- Precisamos pensar no que fazer, é rápido - Falei, lembrando-me da orla de raivosos que avançavam do lado de fora.- Quando aqueles caras entrarem, a conversa não será tao civilizada quanto agora.
- Temos produtos químicos aqui - Dean sugeriu, olhando os armários. - Se fizermos uma bomba caseira, posso abrir caminho para que S/n, Sam e Jenna passe com os bebês.
- E você, Dean?- Sam questionou. - E essas pessoas que vamos matar? Talvez possa haver outro jeito.
- E que outro jeito, Sam?
Sam parou por alguns segundos, algo me dizia que eu não iria gostar nem um pouco da ideia dele.
- Eu irei distrai-los, enquanto vocês foge pelas portas de trás.
- Ta brincando? - Indaguei, descrente.
- Nem pensar! - Dean negou.
- Hey, isso de alguma maneira é culpa minha. Deixem que eu de um jeito.
Sam tinha razão, não era apenas culpa dele, eu também tinha minha parcela. Haviam pessoas inocentes nessa sala e fora dela também, eles não mereciam pagar.
- Sam esta certo - Falei, deixando Dean surpreso.- Dean, você vai levar Jenna, e os bebês para um lugar seguro, tudo bem? Sam e eu liberamos caminho.
- S/n! - Dean se virou para mim, ele parecia indignado, mas eu estava decidida.- Eu não vou permitir isso.
- Dean - Respirei fundo.- Confia em mim, eu vou ficar bem. Mas agora eu preciso que proteja nosso filho e não a mim. Leva ele desse lugar.
Eu estava praticamente implorando isso a ele. Dean sabia que eu estava falando sério, no entanto não estava menos hesitante com isso. Ele pareceu ceder, muito contrariado, mas aceitou.
Jenna pegou a garotinha que encontramos com o cara - que a essa altura já devia ter pirado em algum canto do hospital -, e Dean estava com o nosso garoto, eles se preparavam para sair enquanto Sam e eu já estávamos começando nossa parte.
Fui ate Dean, para dizer que tudo ficaria bem e antes que pudesse abrir a boca, fui surpreendida por um beijo.
- Não acredito que aceitei isso - Murmurou contrariado.- Não posso...
- Vai, Dean - Eu o cortei. Beijei a testa do bebê, e antes de me afastar sorri.- Quando voltarmos a nos encontrar, precisamos escolher o nome dele. Eu gosto de Tony.
Dean sorriu fraco e balançou a cabeça.
- S/n - Ouvi Sam me chamar.- Esta na hora.
- Estou indo.
Acenei mais uma vez para Dean e me afastei correndo, dobrando o corredor e encontrando Sam nas escadas.
- Você fica daquele lado - Falei para ele.- Vou chama-los, eles viram atrás de mim e então vou correr para aquela sala.
- Estarei lá - Sam confirmou.- S/n, cuidado.
- Digo o mesmo, Sammy.
Quando Sam se afastou, ouvi os passos se aproximarem, do alto das escadas eu consegui ver as várias cabeças.
- HEY! ESTOU AQUI, OTÁRIOS!
Ao ouvirem minha voz, o grupo se voltou para mim. Eles podiam parecer zumbis, mas a condição física não tinha nada a ver com zumbis, eles eram bem rápidos. Corri através do corredor, sendo alcançada por um deles na metade e derrubada, acertei seu peito com um chute o jogando para trás e me levantei o mais rápido que consegui correndo até a sala onde Sam estava.
- Estão chegando! - Arfei.
Sam assentiu e ergueu a pistola fiquei ao seu lado na mesma posição. Eles começaram a entrar aos montes, sem opção, Sam e eu atiramos na cabeça de cada um até nossas balas acabarem e sermos obrigados a pegar as facas.
Uma mulher veio para cima de mim, tentei segura-la, ela era mais forte do que imaginava. Fui arremessada contra a parede e bati a cabeça por sorte não desmaiei, mas perdi minha faca.
Antes que conseguisse recuperar o equilíbrio, ela pulou sobre mim e agarrou meu pescoço, batendo minha cabeça contra a parede diversas vezes. Minha visão estava escurecendo, quando senti algo quente cair sobre meu rosto e entrar na minha boca, a mulher havia parado de me bater.
Consegui me sentar e recuperar a visão, a mulher estava morta ao me lado com sua garganta cortada. Sam estava em pé com a mão esticada.
Assim que me levantei, limpei o sangue que estava por todo o meu rosto e examinei toda a sala e os corpos.
- Conseguimos - Murmurei.
- Estamos vivos - Ele também murmurou.
- Preciso de um banho - Falei, olhando para minhas roupas sujas de sangue.
Sam riu. A situação não era das boas mas eu o acompanhei, afinal, estávamos vivos.
~~
- Alô - Atendo o celular. Já haviam se passado algumas horas desde que tudo aconteceu. Eu estava no banheiro do hospital tentando me limpar quando meu aparelho tocou.
- S/n - A voz de Dean soou aliviada do outro lado.- Estão bem?
- Estamos vivos - Repeti o que Sam havia dito.
- Ótimo - Percebi o sorriso de Dean em sua voz.- Vou levar Jenna e Amara até a fazenda da avó de Jenna. Estaremos de volta em dois dias.
- Isso é ótimo - Sorri fraco, algo estava errado, eu não estava me sentindo bem.- Quem é Amara?
- O bebê que esta com Jenna. O pai disse que se chama Amara.
- Certo - Falei, precisando me sentar no chão.- E Tony?
- Tem certeza que será esse o nome? - Dean perguntou.- S/n, eu conheço vários cantores que...
- Dean.
- Okay, ele está bem. Por incrível que pareça, não chorou nenhuma vez.
- Isso é bom.
- Bem, preciso desligar. Diga a Sam para me ligar caso aconteça qualquer coisa e você também.
- Pode deixar.
- Até, Baby.
- Tchau...
Não consegui desligar antes que o aparelho caísse no piso do banheiro. Senti um formigamento no pescoço e me apoiando na pia, levantei para poder olhar meu reflexo no espelho. Afastei a gola da minha camisa e quase voltei a cair quando vi as veias negras em meu pescoço.
- Meu deus...
Pelo reflexo vi Sam surgir na porta do banheiro, seu rosto não era muito melhor que o meu.
Me virei para encarar Sam diretamente e vi as mesmas marcas em seu pescoço.
- Sam...
Ele balançou a cabeça e passou a mão pelos cabelos.
Voltei-me novamente para o espelho e fixei meu olhar nas veias. Logo me tornaria um deles.
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