Faith ( part. 1 ) [+12, violência e tortura]

Leitora/Dean Winchester

***

2008.
Sua narração.

As correntes apertam meus pulsos de uma forma quase insuportável. Claro que no lugar onde me encontro ninguém havia se preocupado em ver se eu estava ou não bem.
Porém, os pulsos machucados eram o menor de meus problemas, minhas roupas rasgadas devido as seções de tortura e todos os ferimentos me deixavam e um estado ainda mais deplorável.
Três meses. Esse é o tempo que estou aqui. Há três meses estou nesse inferno, no sentido mais literal possível da palavra.
Nesse tempo que estou aqui, já passei pelas mãos de no mínimo quinze torturadores diferentes, porem igualmente cruéis. No entanto, hoje estou com o pressentimento de que talvez algo mude.

As portas de metal de minha cela se abrem. Mesmo sem força o suficiente, abro os olhos e ergo a cabeça para receber o recém chegado. Ao encara-lo, mesmo no escuro e com visão turva, consigo distinguir suas feições. Ele é lindo, não parece em nada com os demônios mandados para me atormentar. Ele era alto, parecia um pouco maltratado, mas nada que tirasse a beleza de seus músculos eminentes. Com a luz da porta que não foi fechada, pude ver seus cabelos cor de mel e quando meu olhar cruzou com o dele, cheguei a arfar com a esperança surgindo em meu peito.

Ele teria vindo para salvar-me? Seus olhos pareciam culpados, ate agoniados. Fui encarada com profunda pena e isso me apertou o peito.
Ele não parecia ser mau, não parecia. A ponta de esperança que surgira em meu peito logo fôra substituída pelo medo.

- Vamos, Dean - Um homem surgiu atrás dele e o incentivou. - Perdoe-o, é a primeira vez dele.
Essa última frase foi direcionada para mim.
Encarei o homem de olhos verdes suplicantes, sem forças para gritar ou implorar, apenas rezando para que ele sentisse pena de mim, mas nesses lugar rezar não adianta, quando se entra aqui qualquer resquício de fé ou esperança deve ser abandonado.
Logo a expressão triste do homem foi substituída por uma de raiva, não entendo o porque, mas em questão de segundos eu estava sendo trasportada de meu canto na cela para a mesa de torturas.

***

2012.

Respirei fundo, pela primeira vez em anos o ar sem enxofre. Embora o ar não fosse tão puro quanto gostaria, meu próprio cheiro o empreguinava com esse fedor horrível.
Passei para a noite estrelada, cruzando a estrada e correndo, escapei para o mais longe que pude do portal. Mesmo o inferno estando uma bagunça pelo desaparecimento de Crowley e o governo nada organizado de Abaddon, um demônio escapando do inferno sem permissão ainda é contra as regras.

Por anos espreitei em busca de uma única brecha para que eu pudesse escapar, finalmente o dia chegou, estou fora.

Agora que escapei, passarei para a parte mais difícil. A única coisa que me manteve sã naquele antro de monstros, a única coisa que me fez manter o controle de minha mente e não me tornar uma criatura sanguinária e maligna.

Todos esses anos minha raiva, meu ódio e amargura foram alimentados, juntando a vontade vingança, mas não sou como os outros que descontam seus anos de penitência em qualquer humano desavisado, meus piores sentimentos são direcionados a uma única pessoa. Dean Winchester ira pagar pelo que fez.
***
Narração, Dean:

- E ai, Sammy?- Perguntei ao meu irmão que mantinha os olhos fixo na tela de seu computador já a alguns minutos sem falar nada.- Encontrou algo que possa nos ajudar em como por os anjos de volta ao Céu?
- Um grande monte de nada - Respondeu suspirando. - Dean, não entendo como não conseguimos nada até agora.
Eu queria até dizer que iriamos achar algo, mas estaria mentindo. Não acredito que encontraremos
alguma coisa, ainda mais agora que não temos Castiel para nos ajudar.
Ficamos em silêncio por aproximadamente meia hora, até Sam começar a falar de repente, aparentemente estava lendo uma notícia:
- "5 pessoas desaparecidas em apenas uma semana, seus corpos não foram encontrados ainda. De acordo com uma testemunha que presenciou um desaparecimento, as vitimas somem de forma misteriosa e esquisita".
- Um dos nossos?- Indago erguendo uma sobrancelha.
- A palavra " esquisito " já é um forte indicio de que é coisa nossa.
- Não acho que seja uma boa hora para ir a um caso - Balanço a cabeça de forma negativa.
- Dean, sei que as coisas estão difíceis, mas não podemos ficar aqui sentados procurando coisas na internet para sempre. Pelo menos estaremos fazendo alguma coisa. E ainda é aqui perto - Sam argumentou.
Passo a mão pelo rosto, ainda contrariado, mesmo assim cedo.
- Okay, vamos buscar as coisa.
Sam concorda e nos levantamos para ir buscar as armas.

***

Sua narração:

Sera que ele vem mesmo?- Questiono-me encarando os corpos amarrados e apagados a minha frente. Não gosto de machucar as pessoas, mas foi inevitável. Eu precisava chamar sua atenção, precisava de uma forma de atrai-lo ate minha teia.

Foi assim que nos últimos dias arrumei um armazém em um bairro abandonado em Lawrence e dei um jeito de virar noticia. Sequestrar essas pessoas foi fácil, fiz questão de deixar provas por onde passei para que ele me encontrasse.

Confesso que a tensão de que talvez outro caçador pegasse o caso me atormentou, por isso fiz questão de que fosse o mais próximo possível de sua localização. Ninguém conseguiu encontrar com precisão seu covil, então tive de me virar.

O último sequestro foi a mais ou menos um dia e meio. Uma pesquisa rápida na internet e encontrei com satisfação as notícias sobre.
Eu só precisaria esperar que ele encontrasse meu rastro.

***

Narração, Dean:

Sam e eu já estávamos no local do último desaparecimento. Não foi difícil deduzir o que poderia ter levado a jovem Lindsay. Seu marido nos contou que minutos antes as luzes de sua casa piscou e a temperatura caiu. Não nos restava duvida de que era um demônio.
Para confirmar nossas suspeitas, Sam encontrou enxofre no quarto do casal.
- Consegue pensar em um motivo para essas pessoas estarem sendo pegas?- Perguntou-me quando saímos da casa e csminhavamos até meu Impala.
- Sadismo? Não sei, Sam. Isso já aconteceu antes, mas havia um motivo. Como Azazel levando os jovens psíquicos ou Crowley seqüestrando futuros profetas.
- Não existe uma ligação entre as vitimas nem nada que possa explicar o porque disto tudo - Falou pensativo. - Agora temos que descobrir aonde elas estão e se ainda estão vivas.
- É possível que ainda reste uma chance de estarem vivas, afinal não há corpo algum - Falei saindo com o carro.
- Não sabemos, Dean. O demônio pode ter escondido os corpos.
- Algum demônio que conhecemos chegou a se preocupar em esconder os corpos?- Pergunto irônico,olhando-o por um segundo.
- É, esta certo.
- Agora precisamos encontrar o lugar onde o bastardo esta escondido - Falei.
- Sabemos o que faz o tipo dos demônios - Sam fala enquanto pega seu notebook no banco de trás.- Armazéns escuros, cabanas sinistras, galpões vazios...
- Algum por aqui?- Pergunto.
- Tem um armazém a cercá de dois quilômetros e meio daqui.
- Certo, vamos trocar essas roupas e depois vamos atrás do maldito - Digo já incomodado com a gravata que me aperta.
Sigo dirigindo de volta ao Bunker.

***

Já estava escuro quando chegamos ao armazém. O lugar era bem grande parecia vazio.
Entramos em silêncio, tomando cuidado para não sermos pegos de surpresa, no entanto parece que já estávamos sendo esperados, pois assim que pus o pé dentro do local, senti uma dor forte de uma pancada na parte de trás de minha cabeça e cai apagado.

Contínua...

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