Birds can't fly with your wings broken [Livre]

Leitora/Sam Winchester

Na mídia/ 2 ida ao bar: Not about Angels (Bird)
Música que do bar¹: Song About Love (Jake Bugg)

***

8 de Abril, 2012. Califórnia.
Antes.

Caminhei pela areia branca e fofa, eu gostava de senti-la escorregar entre meus dedos, era uma coisa que não sentia à muito tempo.
Eu estava andando tao desatenta que nem ao menos notei o rapaz que vinha na minha direção, e provavelmente ele também nao e vou. Acabamos trombando um no outro.
— Desculpe, eu sou tão distraída – Falei, com um sorriso sem graça. Ele sorriu de volta e de abaixou, recuperando meu chapéu que havia caído.
— Sem problemas, eu não sou tão diferente – Disse, estendendo o chapéu para mim, que aceitei.
Perdi a linha do pensamento por alguns segundos, enquanto segurava o chapéu e fitava os seus olhos. Era uma linda combinação de cores, algo que nunca tinha visto antes. Ele também não desviava o olhar, até perceber que ainda segurava o chapéu, ele soltou e riu envergonhado.
— Bem... desculpe novamente – Falei.
— Sem problemas.
Forcei meus pés a voltarem a andar, e me obriguei a não olhar para trás. Isso não poderia acontecer.

***

15 de Novembro, 2012. Dakota do Sul.
Depois.

— Não, eu simplesmente não dou capaz de acreditar que você recolheu, por livre e espontânea vontade, não tentar me encontrar – O loiro falou, inconformado. – Um ano, Sam. Um ano!
— Você disse que não era para procurar você – O mais novo argumentou. Sam Winchester se encontrava sentado no sofá gasto da velha cabana que pertenceu a Ruffus, um velho amigo, no meio das montanhas. Ele havia reencontrado o irmão que voltará do Purgatório. – Então eu não procurei. O acordo, lembra?
— É, mas a gente não cumpre o acordo, droga! Quando dizemos para não procurar, você procura! Eu passei um ano naquela droga de lugar, lutando com todo tipo de monstro, 24 horas por dia para sobreviver, e você nem mesmo se preocupou em me procurar!
— Dean... também não foi desse jeito. Eu... eu não fiquei de braços cruzados o tempo inteiro.
— Ah, não ficou? E o que você fez?
Sam engoliu em seco, não sabia se devia contar ao irmão, mas sabia que se não dissesse nada as coisas seriam piores.

***

9 de abril, 2012. Califórnia.

Entrei no bar, não planejando encher a cara nem nada, mas talvez enchesse. Eu havia concordado a mim mesma que faria nessa viagem tudo o que não me dei ao luxo nos meus 26 anos de vida. Talvez eu tomasse um porre para variar.
Sentei-me no balcão e pedi ao barmen que me trouxesse uma taça de vinho para começar. Quando a bebida chegou, comecei a beber devagar, pensando em como seria o fim da minha noite.
O bar estava cheio, não era um lugar ruim, é o tipo de bar onde eu frequentaria com alguns amigos depois do trabalho, ou viria com um namorado depois de um passeio na praia.
Esses pensamentos curiosamente me deprimem, então passo a me esforçar para pensar em outra coisa. A roleta sádica acoplada ao meu cérebro escolheu a ultima coisa que eu deveria pensar: O rapaz na praia ontem.
Ele era encantador, e praticamente não saia da minha cabeça desde que o vi. Gostaria de dizer que seria passageiro, mas não sou esse tipo dr garota que esquece rápido, quisera eu que fosse.
Uma música suave e até meio melancólica começou a ser tocada por um cara com um violão no pequeno palco. Ele tocava bem, e a música era mesmo muito bonita, era algo como:
"Você me conta todas as coisas que você faz.
Me diz que é difícil para você.Chorando na noite tranquila."
"Falando todas as coisas que você esconde.
Mas eu acho que no futuro
Talvez todos os arco-íris.
Não há nenhuma canção sem amor."

Dei um leve sorriso para meu próprio copo e fechei os olhos, apenas acompanhando a canção. Ouvi o banco ao meu lado set arrastado e uma voz que mesmo só tendo escutado uma vez, era como se a conhecesse minha vida toda:
— É bom encontra-lá outra vez.
Abri os olhos e encarei o rapaz moreno com os cabelos que iam até o queixo.
— Ei... oi – Falei, sorrindo pela supresa. – É mesmo uma grande coincidência.
Ele riu baixo.
— Eu não estou seguindo você.
— Eu não disse nada – Ri também. Tomei um gole da taça.

"Com os olhos fechados, você chora na sua cama.
É isso que você queria?
Canções sobre o amor?
É isso que você esperava encontrar."
"Quando está ardendo por dentro?
Mas uma canção sobre amor não é suficiente.
Então, do que você está a fim?
Do que você está precisando?
Canções sobre lembranças que se escondem."

Continuei ouvindo a música, me balançando levemente no ritmo que o cara tocava no violão.
— Vai me falar o seu nome? – Perguntei.
— Sam – Respondeu. – E você, como se chama?
— S/n – Falei, estendi minha mão na sua direção.– É um prazer, Sammy.
Ele riu e apertou minha mão
— Sammy?
— É, eu acho que combina bem com você – Dei de ombros.– Mas se não gostou...
— Não, eu gostei – Ele falou.– É só... meu irmão costumava me chamar assim.
— Meu irmão costumava me chamar de "adotada". Tenho certeza que o seu é bem mais amável.
Sam abriu um largo sorriso e balançou a cabeça.

"E então estilhaçam sua mente.
Como um lembrete constante
Eu só quero descobrir onde você está
Eu só quero descobrir onde você está
Eu te abraço e seus olhos caem
Você mal faz um som sequer
Chorando na noite tranquila
Mostrando todas as coisas que você esconde
Mas lá no futuro
Talvez haja arco-íris
Não há nenhuma canção sem amor
Com os olhos fechados você chora na sua cama
É isso que você queria?"

— Uau, essa música é encantadoramente deprimente – Comentei.
— Eu gostei – Sam tomou um gole da cerveja que ele havia pedido.
Olhei para ele, não acreditando que ele fosse real. Sam era simplesmente perfeito demais para ser real. Como eu queria tê-lo conhecido antes.
— E eu gostei de você. Acho que seremos amigos agora – Digo, dando de ombros.
— Eu adoraria. Só saiba que eu não tenho muitos amigos.
— Ótimo, agora você tem mais uma – Falei.– Você pode ser o Chandler.
Ele colocou o cabelo atrás de orelha.
— Então você seria a Mônica?
— Sou tão psicótica quanto ela – concordei. – Só não vale se apaixonar por mim.
Sam me olhou intensamente e suspirou.
— Como quiser, senhorita.

"Canções sobre o amor?
É isso que você esperava encontrar
Quando está ardendo por dentro?
Mas uma canção sobre amor não é suficiente
Então, do que você está a fim?
Do que você está precisando?
Canções sobre lembranças que se escondem
E então estilhaçam sua mente
Como um lembrete constante
Eu só quero descobrir onde você está
Eu só quero descobrir onde você está
Eu só quero descobrir onde você está"

***

15 de Novembro, 2012. Dakota do Sul.

— Uma garota? Uma garota que você conheceu em um bar?
O moreno revirou os olhos.
— Não, Dean. Não foi só uma garota. E eu não a conheci no bar, conheci na praia.
Dean sentou-se em uma das cadeiras bambas de madeira e esfregou o rosto.
— Sam, isso não importa. Ainda era só uma garota.
— Não era só uma garota, Dean. Era "A garota". E eu sei que você me entende, porque você já sentou isso também.
O mais velho engoliu o que diria  em seguida, o irmão estava certo.
— Então... continua. O que aconteceu?
— Prometi que não me apaixonaria... não cumpri a promessa, mas acredite, eu não teria pedido algo diferente.

***

10 de Abril, 2012.

Eu e Sam passamos a noite inteira conversando. Fomos para o hotel onde eu estava hospedada e falamos sobre tudo o que se pode imaginar.
Sam não tinha emprego fixo, viajava com o irmão, que era assunto delicado. Ele já cursou ou melhor, tentou  cursar direito, mas precisou deixar por causa do pai.
— E você? Me fala sobre você também.
Pediu.
— Eu não sou uma pessoa interessante – Comecei. – Cresci na Flórida mas me mudei para Washington quando terminei a universidade, fiz faculdade de odontologia. Tenho um irmão que mora em Seattle.
— Realmente impressionante – Sam riu, joguei um travesseiro nele.
— Cala a boca. Eu disse que não era interessante.
Ele parou de rir.
— Desculpe. Continue, por favor.
— O que quer saber?
— O que faz na cidade?
Inconscientemente me encoli no canto da cama, Sam percebeu.
— Você não precisa falar nada se não quiser – Ele falou, tranquilo.
— Não, tudo bem. Eu vim para ter um tempo só para mim. Para me encontrar. Para... – Fiz uma pausa. – Dar uma chance de viver a mim mesma.
Ouve um momento de silêncio em que Sam se aproximou um pouco de mim.
— Então eu acho que é um recomeço para nós dois – Falou.
— É, eu acho que sim – Concordei, mesmo sabendo que aquilo não era verdade. Eu nunca poderia recomeçar.

***

15 de novembro, 2012.

— Não quero os detalhes – Dean interrompeu o irmão.
— Relaxa, Dean, a gente não transou naquela noite.
O loiro ergueu as sobrancelhas.
—  E por que não?
— Eu senti que ela não queria. E aquilo nem era um encontro de verdade. Sabia que nem todo mundo só pensa em sexo?
Dean revirou o olhos.
— Eu entendi a indireta. Só tem uma coisa que eu não entendi.
— E o que foi?
— Tudo – Falou.– Okay, você conheceu uma garota e gostou dela, mas o que tinha de tão especial? E onde está ela agora?
— Eu vou chegar lá, e só você não ficar me interrompendo o tempo todo.

***

23 de junho, 2012.

Três meses haviam se passado. Eu decidi que ficaria de vez na Califórnia.
Sam e eu nos tornamos inseparáveis, talvez porque as únicas pessoas que tínhamos era um ao outro.
Era uma tarde quente de sábado. Estávamos no inicio do verão.
— Ideia! – Exclamei, me jogando no sofá ao lado de Sam. Ele tirou a atenção da TV e se focou em mim.– E se fôssemos a um luau essa noite?
— Luau? Ah, não, S/n.
— Por que não? É uma festa, Sam, nunca se deve recusar uma festa.
— Eu não tenho disposição nem para trocar de canal. Tem duas horas que estou assistindo a um programa de leilões. Só de imaginar uma festa cheia de gente...
— Então o que quer fazer, senhor preguiça? – Perguntei, deitando minha cabeça no colo dele.
Sam abaixou o rosto e me beijou, foi tão repentino que nem mesmo consegui reagir.
Mas antes que Sam pudesse se afastar, segurei seu rosto e o puxei para mim.
Eu sabia, sabia que só faltava isso para que eu me apaixonasse por ele. Tive certeza de que quando o beijasse nunca mais ia conseguir me afastar dele. E a simples ideia de fazer Sam sofrer... é demais para que eu consiga aguentar. Mas agora não tem volta e a única maneira de tudo isso se tornar mais fácil é se apenas eu estar sentindo isso.
Sam me segurou pela cintura e me pegou no colo.
— É isso o que eu quero fazer – Falou, me olhando.– Você é a única que eu quero ver essa noite – Ele fez uma pausa.– E todas as outras.
— Ah não...– Murmurei, descendo de seu colo. Sam me olhou sem entender.
— O que foi?
— Sam, isso está errado – Falei, passando as mãos nervosamente pelos cabelos.– Muito errado.
— O que esta errado? – Ele perguntou. – O que tem de errado nisso? E-eu gosto de você, S/n. Eu to apaixonado por você.
— É isso, Sam. Isso que ta errado. Você não pode se apaixonar por mim, e nem eu por você porque não vai acabar bem.
Sam engoliu em seco.
— Se você está com medo, eu entendo, só...
— Medo? Claro que não, Sam. Isso só não pode acontecer. Eu disse para não de apaixonar por mim.
— Eu achei que era brincadeira! – Sam exclamou. Ele respirou fundo.– Eu não consegui.
Involuntariamente comecei a chorar, pois tudo o que eu quis evitar estava acontecendo. Sam me abraçou e acariciou minha cabeça.
— Calma, S/n. Vai ficar tudo bem.
— Não, Sam, não vai – Falei, fechando os olhos.
— Por que não? Você falou que queria dar uma chance de viver a sí mesma. De uma chance a nós.
— Não dá, Sam – Murmurei, balançando a cabeça, aquilo doía tanto.– Eu vou morrer, Sam.

O tempo parecia ter parado. Sam ficou me encarando com o olhar perdido por longos segundos, até perguntar:
— Como assim?
— Eu tenho um tumor inoperável no cérebro – Respondi, secando os olhos.
Sam parecia ter dificuldade em respirar, ele se sentou no sofá e eu me sentei ao lado.
Passamos pelo menos cinco minutos em silêncio. Eu estava em partes feliz pela reação dele. As pessoas geralmente fazem expressão de pena.
— Eu... é tao difícil acreditar. Você não parece...
— Que estou morrendo? – Completei.
— É.
Respirei fundo.
— É por isso que vim para cá. O sol, o ar quente. Me faz esquecer. Queria pelo menos por um tempo ter a vida que sempre quis.
— Quanto tempo?
— Quando descobri, os médicos me deram um ano. Agora.... uns quatro meses.
Sam cobriu o rosto com as mãos.
— Eu sinto muito – Falei.
Sam de virou para mim e me abraçou, beijando-me em seguida.
— Você não tem que sentir nada, S/n.
— Você não vai embora?
— Claro que não. Eu vou ficar ao seu lado até o fim.
— Sam... eu não quero que você perca seu tempo em uma relação sem futuro – Falei.– Eu não quero que você sofra.
— Não tem volta, S/n. Eu estou apaixonado por você. Eu nunca iria embora, mesmo se você não tivesse me contado, eu ainda ficaria.
— Eu amo você, Sam – Digo, abraçando-o.
Sam me abraçou pela cintura e me segurou novamente no colo.
Eu sabia que estava errando, submetendo Sam a tudo o que viria em seguida, após o "eu te amo", mas o que eu poderia fazer? Sam me fazia sentir viva, mesmo estando à beira do penhasco.

***

15 de Novembro, 2012.

Dean suspirou, percebendo que havia sido duro com o irmão. Ainda sentia raiva, ele queria que o irmão o procurasse, mas sabia reconhecer que aquilo era pesado.
— Sam... eu...
— Eu sei – O mais novo interrompeu. Sam já ouviu muito daquela palavra nos últimos meses. Coisas do tipo "sinto muito", e "lamento".
Dean não sabia o que dizer. O loiro bebeu da garrafa de cerveja e fez a pergunta:
— O que aconteceu com ela?
— S/n não quis se tratar. Como não tinha como operar, ela decidiu que passaria os últimos meses como pudesse. Ela queria viver antes de... antes de morrer.
— Não tinha mesmo um tratamento?
Sam negou.
— Não.
Dean viu como o irmão estava sofrendo, então só havia uma resposta para a próxima pergunta.
— Quando?
Sam soube do que Dean falava.
— Duas semanas atrás. Ela ficou estranha a manhã toda, ela sabia que estava acontecendo... de algum jeito ela soube.

***

01, Novembro, 2012.

Começou de manhã. Acordei sentindo que alguma coisa estava diferente, mais especificamente errado. E de alguma forma, sem consultar calendários e notar que meu tempo havia se esgotado, apenas por olhar para o alto e concluir: Acabou.
E eu me sentia estranhamente bem. Eu não gostava da ideia, e eu não estava conformada com o fato de morrer. Eu só não tinha como fugir.
Naquela manhã, liguei para meus pais. Mesmo pedindo para que não viessem, eles insistiram em atravessar o país para me ver. Liguei para meu irmão, ele estava tão feliz, seu filho havia nascido. Quando Sam acordou, veio até a cozinha onde me encontrou.
— Você não acorda cedo – Falou, abraçando-me por trás. Seus braços fortes envolveram minha cintura.
— Hoje é diferente.
Sam parou de beijar meu pescoço por um momento e me encarou curioso.
— Como assim?
— Hoje vai ser um dia diferente, Sam. Diferente de todos os outros.
— Por que?
— Porque é o último – Digo.
— Não diga isso – Sam pediu.– Odeio dias assim.
Com "dias assim", ele queria dizer os dias em que eu estava especialmente deprimida. Dias que não era forte o bastante. Eu queria poder dizer que mantive o bom-humor todos os dias, mas estaria mentindo.
— Não, Sam. Não é só mais um daqueles dias. É "O" dia. Eu sinto isso.
— Você vai ver que está enganada – Sam falou, beijando meu rosto. – Quando acordar amanhã, vai ver que errou.
Eu sabia que não estava errada. Mas queria que Sam ficasse feliz, então concordei.

Sam insistiu em me levar à praia, passamos algumas horas lá r depois fomos ao bar onde nos conhecemos. O mesmo cara estava lá. Nos sentamos no mesmo lugar e Sam pediu uma cerveja, enquanto eu, uma taça de vinho.

"Sabemos muito bem que ainda há tempo
Então, é errado dançar esse verso?
Se o seu coração estivesse cheio de amor
Você desistiria?"

— É incrível como ele sempre sabe a música certa – Observei.
— Devíamos pelo menos nos preocupar em descobrir o nome dele – Sam deu um gole na cerveja.
— Eu chamo ele de Louis.
— O nome dele é Louis?
Dei um meio sorriso.
— Não. Mas você não acha que ele tem cara de Louis?
Sam riu ainda mais, ele pois sua mão encima da minha e apertou.

"Pois quanto aos, quanto aos anjos
Eles vêm e vão
Nos fazem especiais
Não desista de mim
Não desista de mim"

Levantei do banco e estendo a mão para Sam. Ele sabia que eu estava chamando ele para dançar. Sam sorriu e se levantou, envolvendo minha cintura com uma mão. No começo, éramos os únicos dançando, mas conforme passavam-se os segundos, novos casais se juntaram a nós.
— É isso ai, Louis – Brinquei, fechando os olhos e deitando minha cabeça no peito de Sam.
— Eu amo você, S/n – Sam falou, beijando minha cabeça.– Eu nunca me arrependeria de nós.
— Nem eu – Murmurei.– Eu queria que tivesse outro jeito.Queria que tivéssemos mais tempo.

"Quão injusto é o nosso acaso
Encontramos algo tão verdadeiro
Que está fora de alcance
Mas se você encontrasse nesse vasto mundo
Você teria coragem de deixá-lo ir?"

— Temos tempo – Sam sussurrou antes de me rodar no alto. Ele me beijou rapidamente antes de me por no chão.– Vou fazer cada minuto durar uma eternidade.
— Eu queria poder congelar o tempo – Divaguei, abraçando-o com mais força.

"Pois quanto aos, quanto aos anjos
Eles vêm e vão
E nos fazem especiais
Não desista de mim
Não desista de mim"

Sam rodopiou comigo mais uma vez, senti uma onda de tontura tao forte que minha vista escureceu. Todos os sons a minha volta se abafaram e eu não conseguia mais entender o que Sam falava. Minha cabeça doía, de forma tao absurda que mal conseguia pensar, tenho certeza que a dor de um tiro seria menor. Minha vista clareou por alguns instantes, segundos o suficiente para ver a expressão de puro pavor de Sam.

Tudo escureceu outra vez.

"Pois quanto aos, quanto aos anjos
Eles vêm e vão
E nos fazem especiais
Não se trata, não se trata de anjos
Anjos"

***

15, Novembro, 2015.

— Ela morreu alí? – Dean questionou, franzindo as sobrancelhas.
— Não, ela morreu na UTI, três dias depois, mas ficou em coma naquele momento. Os médicos disseram que foi melhor assim. Ela não sentiu nenhuma dor.
O loiro sabia tudo o que o irmão passou quando perdeu Jessica, mas Jessica morrerá de repente, enquanto S/n morreu aos poucos, em frente aos olhos de Sam, e ele não pode fazer nada.

Dean e Sam não eram do tipo que se abraçavam, pelo menos era o que diziam. Mas naquele momento, Dean soube do que o irmão precisava e o abraçou.
— Eu sinto muito – Falou.
— Eu tentei... trazê-la de volta – Sam murmurou. – Tentei um pacto.
Dean o encarou sem acreditar.
— Você o que?
— Você ouviu, Dean. Eu tentei trazê-la de volta. Mas os demônios se recusaram a aparecer.
— E se tivessem aparecido?
— Eu teria feito qualquer coisa por ela.
Dean suspirou e achou melhor não discutir. Sam era desse jeito, nada o mudaria. Já era tarde, então o mais velho tomou a decisão de ir dormir.

Sam, agora sozinho, estava sentando do lado de fora do chalé. Ele sabia que se torturava com aquilo, mas não conseguia parar, precisava ouvir sua voz.  Novamente deu play mensagem de seu celular.

"hey, Sammy, não demore, tenho uma surpresa para você. Amo você."

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