A Horrible Life
Capítulo Único.
Leitora/Dean Winchester.
***
Entrei no elevador, terminando de arrumar meu cinto que percebi tarde demais estar torto. Eu odiava quando as coisas não ficavam como eu gostaria, ou seja: perfeitas. Admito, é um tipo de toque, provavelmente foi por essa personalidade compulsiva que meu noivo resolveu me deixar. Ótimo, mais uma vez pensando nele, pelo menos é a primeira do dia e são quase oito horas...
Vejo meu reflexo no espelho e meus olhos encaram o copo de café na minha mão, é claro, o café. Alguem como eu não pode beber café, mas quem disse que eu me importo. Quando me dou conta estou resmungando sem parar uma música aleatória, acredito que seja de algum comercial de TV. Olho para o espelho uma segunda vez e só agora percebo outra pessoa ao meu lado. Eu não o conhecia, mas era muito bonito, tinha olhos verdes e cabelos cor de areia, sem contar o físico que parecia ter por baixo do terno, ele era realmente muito bonito... droga, não mesmo S/n! Mude o olhar agora mesmo!
O elevador chegou ao meu andar e eu sai, ele continuou, com certeza trabalhava com os chefões.
Entrei no escritório lotado de pessoas usando amarelo e fui até meu computador.
— Sem uniforme outra vez, S/n? Você vai acabar sendo demitida.
Olhei para Sam, meu melhor amigo no trabalho e dei um sorriso.
— Claro que não, sou linda demais para isso.
Ele riu também.
— Não esta meio atrasada.... de novo?
— Dormi demais... mas e ai, Chefe? – Falei, irônica. – Vai me contar como foi sua noite depois do interrogatório?
— Nada demais, você sabe que não costumo fazer nada depois do trabalho.
— É, sua vida é menos agitada do que a da minha avó – Falei. – E ela tem 94 anos.
— Ela é bem velha – Comentou.
– Nem me fale – Resmungei.
— É melhor voltarmos ao trabalho – Falou, bocejando.– Parece que tem um cara novo mandando por aqui.
— Sério? – Perguntei, desanimada enquanto colocava os fones.– Eu demorei quase duas semanas para seduzir o outro chefe, e agora o que vou fazer quando precisar sair mais cedo?
Perguntei rindo, Sam riu também.
— Pode tentar seduzir esse também. Pelo que dizem ele é seu tipo.
— Bilionário e a beira da morte?
— O outro tipo – Respondeu.
— Gostoso e insaciável?
— É impossível conversar com você, S/n – Sam disse rindo e se voltando para o proprio computador. Dei outra risada e me voltei para o meu também.
Fazia algumas semanas que eu trabalhava em uma empresa de vendas e publicidade, mas era no setor de reclamações, lógico. Então eu passava o dia inteiro atendendo telefones e tentando não me suicidar com a minha echarpe. Com essa vida medíocre nem parece com a que eu tinha em Nova York à menos de um mês atrás. Eu iria me casar e ter uma vida feliz com um cara que eu amava, mas ele me trocou por uma garota esquisita que apareceu bêbada em uma festa de lançamento da Cosmopolitan onde ele trabalhou como fotógrafo. Então eu me mudei para cá e estou nesse trabalho que eu odeio só para superar a humilhação de cancelar um casamento encima da hora e poder olhar na cara dos meus parentes outra vez. Mas se tem algo de bom no meio dessa merda toda? É, tem sim e o nome dele é Sam West. Ele chegou nesse purgatório no mesmo dia que eu, e aparentemente também tem penitencias a pagar. Parece que ele ia se casar, mas do nada resolveu que queria se encontrar, ou a noiva o traiu, eu não estava prestando atenção na historia porque estava bêbada. Bem, nunca me conte nada depois da quinta dose de tequila pura.
Ainda assim, Sam e eu nos tornamos grandes amigos, e nosso passatempo favorito é falar mal de tudo e todos que existem nesse escritório. Na verdade é mais o meu passatempo, Sam apenas escuta e ri algumas vezes.
Umas duas horas depois que eu tinha chegado, sinto alguem cutucar meu ombro. Ao olhar para trás, encontro o supervisor do meu andar e seu olhar não era dos melhores.
— Senhorita S/s. Você esta sendo chamada na diretoria.
— Ahn... claro – Respondi meio nervosa e um pouco confusa. Sam me lançou um olhar preocupado quando levantei e caminhei para fora da sala.
Peguei o elevador e subi para o andar da diretoria, sendo guiada até um escritório com paredes de vidro. Entrei e tive a porta fechada atrás de mim. Encarei nervosa o homem atrás da mesa com um fone no ouvido e resmungando algo bem aborrecido. Era o cara do elevador!
Ele vagou o olhar pela sala até foca-los em mim, seus olhos verdes me encararam rapidamente e depois ele resmungou mais alguma coisa no fone, desligando-o em seguida.
— Sente-se.
Mandou.
Eu acho que o conheço de algum lugar, tenho quase certeza disso. A placa em sua mesa dizia "Dean Smith", e Dean me soava familiar, mas Smith... Não.
Obedeci e me sentei. No fundo eu sabia que seria demitida, já que eu sou uma péssima funcionária. Estou sempre atrasada, nunca uso uniforme, e nem sempre sou a mais paciente com os clientes que telefonam.
— Senhorita S/n S/s?
Perguntou, usando um tom formal. Sua voz era rouca e firme.
— Isso aí... quero dizer... sou sim.
Ai droga.
Ele olhou alguns papéis na mesa e depois me encarou de novo.
— Tem algumas, muitas, anotações sobre você que foram deixadas pelo meu antecessor.
— Anotações? – Perguntei me fazendo de desentendida.
— Exato. Parece que esta sempre chegando atrasada, nunca usa o uniforme e já recebemos oito ligações de clientes a respeito da sua conduta. Você mandou que um deles enfiasse a "droga da impressora na...".
— Eu sei o que eu disse, não precisa repetir – Eu o interrompi, desviando o olhar. – Eu sou uma boa funcionária, eu só acho que...
— Em que planeta isso seria ser uma boa funcionaria? – Ele também me interrompeu.
Cruzei os braços, me sentindo bem ofendida. Ta, eu não era uma boa funcionaria, mas eu não gostava que jogassem isso na minha cara.
— Então vai me demitir? – Pergunto, cruzando os braços e o encarando desafiadora.
Ele me olhou de maneira séria, e aquele olhar me pareceu muito familiar, pensei em perguntar se já nos conhecíamos. Ah, claro, ele era o cara do elevador.
— Não – Respondeu, balançando a cabeça. Reparei o quanto ele parecia ser alguém sério e formal, usando a camisa social e a gravata apertada, sem nem comentar aquele cabelinho trabalhado no gel. Não saia da minha cabeça que esse estilo não combina com ele, sou até capaz de imagina-lo usando qualquer outra coisa como... jeans e flanela?
— E o motivo de ter me chamado aqui foi? – Perguntei sem entender. Se ele não me demitiria, o que estou fazendo sentada aqui? Puro terror psicológico?
— Quero deixar claro que a continuidade deste comportamento resultará em uma demissão. Estou lhe dando uma segunda chance.
Levantei da cadeira e lhe lancei um sorriso sarcástico.
— Muito obrigada, Sr. Smith – Agradeci. Dei-lhe as costas e comecei a andar até a porta. Eu sabia que devia lhe perguntar se eu podia ou não me retirar agora, mas a ideia de Dean me dizer o que fazer me soa absurda. Antes que saísse, ele assobiou, chamando minha atenção:
— Não se esqueça do uniforme amanhã.
— Não vou esquecer – Sorri para ele, mas por dentro eu queria mata-lo.
Assim que fechei a porta, não me controlei antes de lançar um dedo de meio no ar e sair andando, só para me lembrar tarde demais que as paredes da sala dele eram de vidro.
Quando voltei ao meu andar, fui para a sala onde tomávamos café, encontrei Sam lá.
— E aí, como foi?
— Parece que se eu não melhorar vou ser mandada embora – Falei, cruzando os braços e suspirando. – Sam, eu odeio esse emprego, não suporto esses idiotas que ligam para cá, e esse uniforme é horroroso. Como vou ser melhor?
Sam deu um sorriso e me abraçou pelos ombros.
— Pode fazer como eu. Eu também não gosto, mas é a vida que temos, não é?
— Será que tem que ser assim? – Perguntei, suspirando. – As vezes... não sei Sam. Eu nunca parei para pensar nisso, mas de uns dias para cá eu tenho pensado. Sam, eu não me sinto eu mesma.
— Como assim?
— Eu não sei explicar. É como se eu parasse e olhasse para minha vida e não a considerasse minha. Não soubesse como vim parar aqui.
— Tenho sentido a mesma coisa, S/n. Sabe os meus sonhos?
— Sei, os fantasmas e tal. O que tem?
— Você apareceu em um deles.
Encarei Sam, surpresa.
— Então conta logo. Como foi?
— Eu sei lá, eles são confusos, sabe disso. Bem, eramos nós e haviam fantasmas e bem... eu e você nós estávamos salvando uma ceifeira enquanto demônios queriam mata-la.
— Uau! – Exclamei.– Sam, você é a pessoa com a imaginação mais fértil que eu já vi na vida.
Ele riu.
— É. Eu sei.
— Mas e então? Nós eramos tipo os caça-fantasmas?
— Acho que sim – Concordou.– E você adorava flanela.
— Ah, mentira, eu odeio flanela – Rebati.
— To falando sério – Sammy riu.– Você esta sempre usando.
Olhei o relógio e conclui com desanimo que era a hora de voltarmos ao trabalho.
— Acho que a pausa acabou – Suspirei.
Sam me puxou para outro abraço, beijando o alto da minha cabeça.
— Ei, calma. Vai melhorar.
Murmúrei concordando e segui atrás dele para nossa mesa.
~~
Na bendita hora de ir embora, Sam e eu entramos no elevador e ficamos no canto, atrás de algumas pessoas, conversando sobre o filme que iriamos ver na minha casa. Conforme o lugar foi esvaziando, Sammy começou a olhar constantemente para alguma coisa atrás de mim.
— Está olhando para o que? – Cochichei.
Ele olhei novamente e vi o senhor Smith, parado e encarando as portas fechadas.
Sam o chamou, me fazendo encarar a conversa extremamente curiosa.
— Ei, eu... eu tenho certeza de que nos conhecemos de algum lugar – Sam falou para o outro.
— Olha, cara, eu já falei que não curto...– Comecei a rir e Sam o interrompeu.
— Não, não é isso. Eu não estou cantando você.
— Parece que está – Murmurei para Sam, ele me lançou um olhar aborrecido.
— É o seguinte – Sammy voltou-se para Dean.– O que você acha de fantasmas?
Revirei os olhos, não acreditando que Sam estava mandando aquele papinho para o nosso chefe.
— Eu nunca parei para pensar nisso, na verdade – Ele respondeu.
— E monstros? Vampiros, demônios...
— Onde quer chegar com isso?
— Eu tenho tido uns sonhos... e eles são bem reais. E essas coisas, elas...
— Olha, você é maluco – Sr. Smith o interrompeu. – Eu não conheço você, e essas coisas de monstros e fantasmas não são reais.
As portas se abriram e ele saiu deixando-nos a sós.
— Acho que você o irritou – Falei.
— Você acha? – Sam rebateu ironicamente.
Saímos também e atravessamos o hall do térreo, seguindo para o meu carro.
— Só acho que você não deveria abordar desconhecidos no elevador e dizer que tem sonhado com monstros – Falei enquanto entrava no carro.– Elas podem achar que você é louco.
— Obrigado pelo concelho, eu nunca teria pensado nisso sozinho.
— É exatamente o que parece, considerando o que você fez um minuto atrás.
Fomos discutindo sobre isso até chegarmos no prédio onde eu morava. Para Sam a atitude dele era super comum, mas eu não via aonde isso poderia ser comum.
— E esse tal de Dean também é bem do grosso – Falei, sentando no sofá e tirando os saltos.– Eu não fui com a cara dele.
— Só porque ele te deu um alerta. E cá entre nós você até merece.
— Cala a boca, Sam – Falei, atirando um dos sapatos nele.
— Mas admite, você gostou dele, eu vi como você olhou para ele no elevador.
— Conseguiu captar o meu ódio e rancor profundo? – Perguntei. – Eu queria muito ser um Jedi e explodir a cabeça dele.
— Os Jedi são os caras bons, eles não explodem cabeças.
— Diga isso ao Anakin.
— Em primeiro lugar; Anakin traiu a Ordem Jedi, então ele não conta. E em segundo; Você está desviando do assunto.
— Não existe assunto!
— Tudo bem, se quer ficar em negação, não vou mais falar nada a respeito.
— Obrigada, cabeção – Digo.– Agora vamos logo ver esse filme idiota, antes que eu te expulse da minha casa.
Depois disso não falamos mais no assunto, e eu agradeci por isso.
~~
No dia seguinte lá estava eu no elevador da empresa, cinco minutos antes do horário e usando aquele uniforme horroroso. Estava com um enorme copo de café nas mãos, para acordar melhor e nem mesmo reconhecia minha própria imagem no espelho.
Alguem segurou a porta que estava prestes a se fechar e reprimi um suspiro de desgosto quando vi quem era.
— Alguem não esqueceu do uniforme hoje – Sua voz insuportavelmente sexy disse, debochada ao meu lado.
Nem mesmo me preocupei em olhar para o lado.
— Foi mais difícil do que pode acreditar – Murmurei. Eu simplesmente me sentia sufocada naquela roupa. Na verdade, tenho certeza que não é apenas a roupa que me sufoca, é toda esta vida no geral. Quem aguentaria viver desta maneira? Em um mundo corporativo cheio de idiotices secretariais e toda essa merda? Ah, claro! Com certeza o idiota ao meu lado, mexendo no seu celular e com o cabelo carregado de gel. Sem duvidas esse tal de Dean Smith nasceu para esse vidinha medíocre, mas não eu.
A porta se abriu no meu andar e eu sai, indo até minha mesa. Assim que me sentei, Sam escorregou com sua cadeira de rodinhas para o meu lado, trazendo consigo uma expressão levemente preocupada.
— Sabe o que vem acontecendo com o Iam?
— Eu não – Respondo, franzindo as sobrancelhas. Iam era o nosso terceiro escudeiro.– Ele não apareceu?
— Apareceu, mas... não sei, esta estranho. Ele recebeu uma chamada como a sua ontem e hoje esta totalmente irreconhecível.
— Como assim? – Perguntei, preocupada. – Me explica isso direito, Sam.
— Vem, é melhor você ver.
Levantamos e fomos até o cubículo onde Iam costuma,"trabalhar". Lá estava eles, usando uniforme e debruçado seu computador, realmente trabalhando.
— Qual é o problema? Ele esta usando o uniforme. Como eu.
— É, mas ele esta trabalhando! S/n, você não consegue ver o problema nisso?
Dei de ombros e fui até Iam.
— Hey, Iam. Quer ir tomar um café comigo e com Sam na copa? – Pergunto, tocando seu ombro. Ele nem mesmo levanta a cabeça para me olhar.
— Não. Eu estou trabalhando.
Okay, eu não esperava por essa.
— Qual é, Iam? Você não precisa fazer isso agora. Vamo...
— Eu falei que não! – Me interrompeu, irritado.
Ergui as mãos com as palmas viradas para frente em rendição e voltei até Sam.
— Tem razão. Tem problema ali.
Admiti. Voltamos para nossas mesas.
— O que acha que tem de errado com ele? – Sam pergunta se sentando.
— Sei lá. Talvez tenham descoberto que ele rouba material de escritório e o tenham ameaçado.
Falo.
— Você acha? São só lápis e clipes de papel, não acho que valha a pena.
— Ou aquele idiota do Smith deu uma prensa nele – Digo.
— Ele também deu uma em você ontem. E fora o uniforme, você não esta diferente.
Parei para pensar a respeito, e Sam tem razão. Outra coisa me ocorreu.
— Ei, na verdade outra coisa bem esquisita aconteceu. Ficou sabendo do cara que se matou? Ele colocou a cabeça no microondas.
— É, eu soube – Murmurou. – O que eu não entendo é que... ele estava à duas semanas da liberdade. Ele ia se aposentar e nunca mais ter que pisar nesse lugar. Por que alguém se mataria?
Imitei os movimentos de alguem que faz o nó de uma corda e amarra no pescoço, fingindo me enforcar logo depois.
— Eu posso dizer o porquê de eu me matar – Falo, olhando com repulsa as luzes brilhando no telefone congestionado. – É melhor trabalharmos.
Sam concordou em voz baixa e voltou para sua mesa.
~~
O tempo parecia não passar. Eu sou bem dramática as vezes, mas eu juro que quero morrer.
Levantei, precisando dar uma volta ou minha sanidade estaria profundamente comprometida. Fui até o banheiro, lavei o rosto com agua gelada, sentindo um aperto esquisito no peito. De repente ouço um grito por ajuda que me pareceu vir do banheiro masculino que ficava ao lado.
Sai, curiosa e preocupada, e acabei encontrando a porta meio aberta. Outro grito, já em pânico, escancarei a porta e quase vomitei com o que encontrei.
Iam estava caido no chão, e Dean tentava segura-lo, havia sangue por toda parte e jorrava ainda mais através de um buraco feiro no pescoço de Iam... um buraco feito com um lápis.
— Por favor, busque ajuda! – Dean pediu, também em pânico.
Obriguei minhas próprias pernas a agirem, quando elas obedeceram, sai correndo do banheiro à procura dos seguranças.
~~
Estava parada em frente ao saco preto, no qual a pericia havia colocado o corpo de Iam. Eu havia chorado, mas agora apenas respirava lentamente com expressão pós-choro. Sam me abraçava, mas eu sabia que ele também estava abalado, nós éramos amigos.
Vi que Dean já tinha acabado de dar seu depoimento para a policia, eu já havia dito o que tinha presenciado, o que não era muita coisa. Quando o policial se afastou de Dean, sai do abraço de Sam e fui até ele. Sam me seguiu.
— O que aconteceu? – Perguntei, sentindo meu corpo tremer. Sam tentou me conter mas eu o afastei.– O que disse ao Iam?
— O que quer dizer com isso? – Dean perguntou, como se não entendesse.
— Ontem ele foi chamado na diretoria e então apareceu todo estranho, e agora se matou. Isso claramente não é coincidência. O que foi que disse ao meu amigo? – Pergunto, não medindo mais minhas palavras.
— Não chamei ele na diretoria ontem – Dean franze as sobrancelhas. – A única que chamei foi você.
Troquei olhares com Sam.
— Ele disse que recebeu uma ligação do RH ontem – Sam falou, também não entendendo.– Em uma sala no subsolo.
— Nosso RH não fica no subsolo – Dean murmurou confuso.
Me virei para Sam.
— Vamos até essa sala – Digo, segurando sua mão.
Puxei Sam na direção do elevador e Dean veio atrás, nos seguindo.
— Eu também vou – Falou, quando notou meu olhar de "o que esta fazendo aqui?".– Um cara morreu no meu colo. Tenho direito de saber o motivo.
Descemos até o andar do subsolo, onde encontramos apenas uma porta. O lugar era levemente sinistro, estava escuro, frio e silencioso.
Comecei indo na frente, até ser puxada por Dean que me colocou atrás dele, revirei os olhos e novamente fui para frente. Não tem nenhum monstro aqui, e eu não sou nenhuma donzela em perigo. Ele que dê essa "proteção" para o Sam.
Abri a porta, devagar e um som de arranhado soou, vindo das fechaduras que pareciam ter mil anos. A sala estava deserta. Haviam varias estantes com arquivos variados, fora outras caixas e pastas, mas não tinha uma alma viva além de nós.
— Não tem nada aqui – Falo, entrando completamente no comodo.
— Vamos olhar direito – Sam passou por mim e começou a vasculhar os corredores. Comecei a seguir na direção de outro corredor, na intenção de também encontrar alguma coisa, mas antes de eu desse um passo para qualquer direção, Dean segurou meu braço.
— Acho melhor ficar atrás de mim.
— Ah, claro – Revirei o olhos.– E você é quem? O Batman? Não tem nada aqui, não preciso de segurança.
— Não estou dizendo que tem alguma coisa aqui. Só acho que seria melhor se você tomasse um pouco de cuidado.
— E por que acha isso?
— Intuição... ou sei lá, instinto.
Cruzei os braços e o encarei desafiadora.
— Não vou ficar escondida atrás de você. Esqueça.
Me afasto dele, me embrenhando entre as estantes, atrás de alguma pista.
Encontramos vários papéis empoeirados, registros antigos e outras velharias espalhadas. Minha cabeça se virou rapidamente na direção de um grito e em seguida uma pancada. Corro até o próximo corredor e encontro Dean caido no chão, com alguem sobre ele. A pessoa era pálida e estava usando roupas muito gastas, alguma coisa me disse que aquilo era um fantasma, apesar do meu cérebro automaticamente recusar a ideia por ser absurda. Meu... como posso chamar? Instinto? Tanto faz... o fato é que agi mais rápido que qualquer outra coisa, me fazendo iniciar uma procura por algo de ferro. Eu sabia o que buscava, mas não sabia o motivo. Encontrei um pé de cabra e corri o mais rápido que pude de volta para onde Dean estava jogado no chão. A pessoa que estava prestes a atacar Dean, parou assim que me aproximei. Ele se virou para mim e fixou seus olhos mortos no meu rosto, mudando totalmente seu foco.
Usando o pé de cabra, atravessei o corpo do velho com ele, ele desapareceu instantaneamente como fumaça.
Dean ergue os olhos para mim.
— Como você fez isso?
— Não sei – Respondi, soltando o pé de cabra.– Só... fiz.
— Obrigada por ter feito.
Falou, se levantando.
— De nada.
Falo, evitando gaguejar enquanto seus olhos muito verdes me encaram. Sam apareceu vindo da outra ponta da sala.
— Onde é que você estava? – Pergunto para ele.– Alguem aqui quase foi morto.
— Não exagera – Dean revirou os olhos.
— Eu ouvi um grito. Tudo bem? – Perguntou, olhando para mim preocupado. Soltei um riso de canto.
— Tudo ótimo. Só que... não fui eu quem gritou – Falei, lançando um olhar de esgueira para Dean. Sam conteve uma de suas gargalhadas de urso.
— Certo – Murmurou. Ele levantou uma folha.– Eu achei isso, vamos precisar ir para outro lugar, acho que sei quem vem atraindo as pessoas até aqui.
— Concordo plenamente com a parte de ir para outro lugar – Dean falou, tomando o rumo da porta.
~~
Fomos para o apartamento dele. Por mais que eu preferisse ter ido para o meu.
— Posso? – Sam perguntou, apontando para o notebook.
— Claro – Dean concordou, passando para a cozinha com perguntando de lá: – Querem um shake ou algo assim?
— Shake? – Repeti para Sam, mas sem que saísse o som, apenas movendo os lábios. Os ombros de Sam tremeram quando ele conteve outro riso.
— Não, obrigada – Ele respondeu em voz alta. Dean apareceu na porta.
— E você?
— Olha, eu prefiro algo com álcool. Tem cerveja?
— Eu não bebo. Prefiro não profanar o templo que é o meu corpo.
Falou, antes de voltar para a cozinha. Me abaixei ao lado de Sam, tapando um lado do boca como se fosse lhe contar um segredo e falei baixo:
— Esse cara é um mala.
Sam apenas balançou a cabeça, rindo baixo.
— Então, encontrei a planta do prédio, mas é uma planta antiga. E adivinhem? O prédio foi reformado, não tinha tantos andares quanto tem agora quando começou então a diretoria ficava embaixo.
— Então aquele velho era o primeiro diretor? – Pergunto.
— Na verdade, acho que ele pode ser o fundador daquela empresa. Em tempos de crise ele ficou famoso pois comandava tudo com punhos de ferro. E agora com essa nova crise... ele pode estar de volta também – Sam concluiu.
— Por que um dono de uma empresa mataria seus prorpios funcionários? – Dean perguntou.
— Porquê não estavam dando o melhor de sí – Respondo, assombrada. – A primeira vitima ia se aposentar, ninguém trabalha quando este prestes a se aposentar. E Iam... droga, Iam era uma versão masculina de mim.
Sam me olha preocupado.
— Então você é a próxima vitima – Finalizou.
— Como assim? Acha que o espirito vai vir atrás da S/n? – Dean perguntou parecendo não crer muito nisso.
— A maneira como ele me encarou – Falo, sentindo um calafrio percorrer meu corpo ao me lembrar da forma como me encarou. – Ele estava furioso.
— Isso não vai acontecer – Sam afirmou se voltando para o computador.– Não vou deixar que nada aconteça com você.
— É estupidez. Ele não vai tentar mata-la. É um fantasma. Droga o que eu disse? – Dean começou a falar, posso quase afirmar que ele está no início de uma crise nervosa.– Fantasmas não existem. Isso é loucura.
— Então aquela coisa é um holograma e nada foi real – Digo.– E aquele seu grito de menina, foi por quê? Viu alguma aranha?
Dean fechou a expressão.
— Okay. Vamos investigar isso direito.
Falou, cruzando os braços.
— Claro, Daphne – Falo, me sentando ao lado de Sam.
— Qual, é? Eu sou no mínimo o Fred – Resmungou, também puxando a cadeira.
Sam e eu optamos por ignora-lo.
~~
— Okay – Sam falou, um tempo depois.– Eu encontrei esses caras na internet. Eles parecem saber tudo sobre fantasma.
Eu estava quase dormindo no sofá, me levantei e fui ate o computador sendo acompanhada por Dean. Sam deu play no vídeo e uma vinheta com os dizeres "Encara-Fantasmas", surgiu e dois caras começaram a falar:
" — Vamos ensinar vocês a como lidar com qualquer ameaça fantasma. Eu sou Harry, esse é o Ed e nós somos os Encara-Fantasmas."
— Eles me parecem os super babacas – Resmungo.
— Não sei, eles parecem entender do assunto – Dean comenta.
"— Vocês vão precisar descobrir coisas a respeito do espírito. Como quem ele é, e porquê resolveu virar um psicopata assassino.
— É, aprendemos com os Winc...
— Os idiotas dos Wimchester, e a melhor amiga gostosa deles.
— Isso. Que vocês precisam conhecer a história do espírito."
— Eu não sei vocês, mas isso me pareceu bem ofensivo – Comentei.
— Mas também pareceu útil – Sam observou.
— Não é possível que eu seja a única a perceber algo errado nisso – Falei, pegando minha bolsa.– Eu vou embora beber algo que não tenha "soja" na formula. Quando tiverem algo útil me chamem.
Saio do apartamento, lamentando por não ter levado meu carro.
~~
Recebi uma ligação de Sam, chamando para que eu o encontrasse na empresa. Ele e Dean iriam procurar restos mortais do fundador para acabar com seus espírito vingativo. Encontrei com os dois no hall e eles estavam carregando várias bugigangas como sal e coisas de ferro.
— Vamos acabar logo com isso – Falo, me aproximando deles.
— Você esta bêbada? – Dean perguntou.
— Não tanto quanto queria – Resmunguei.
— Vocês descem e eu vou procurar na sala da diretoria no último andar – Sam falou.
— Tanto faz – Falo, seguindo para um dos elevador. Dean me seguiu.
— Por que me odeia? – Dean perguntou, quando ficamos sozinhos no elevador.
— Não odeio você.
Suspiro, me encostando na parede fria do elevador.
— Não é o que parece.
— Não é pessoal. Eu não costumo ser desse jeito. Acho que só estou bem frustrada e assustada.
Senti a mão de Dean pousar em meu ombro, e tinha algo de familiar naquele toque.
— Não vai acontecer nada. Você vai ficar bem – Falou.– confia em mim, S/a.
— Me chamou de S/a? – Perguntei. Como ele sabia meu apelido?
— Chamei? – Perguntou, parecendo confuso.
— É, chamou – Confirmei.
— Isso acontece com uma frequência assustadora.
Chegamos ao andar onde o espírito costuma ficar e saímos. Dean me entregou uma barra de ferro e nós entramos na sala. Estava como ontem, vazio, empoeirado e escuro, com a diferença que agora sabíamos o que esperar.
Não demorou para que o espírito aparecesse e sua primeira reação foi me atacar. Ele realmente me odiava.
Fui arremessada contra a parede, seus dedos frios envolveram minha garganta e começaram a apertar fortemente. Eu estava sufocando tão rápido que logo estava prestes a perder a consciência. De repente a pressão sumiu, Dean havia atingido o espírito com uma barra de ferro.
— Obrigada – Murmurei, sentindo minha garganta começar a inchar. Dean fez um círculo de sal a minha volta.
— Eu disse que não ia acontecer nada com você – falou.
Uma ventania começou a derrubar todos os livros e caixas. — Aqui não tem nem janela, de onde ta vindo isso? – Pergunto. – Ele não devia demorar mais para voltar?
— Eu não tenho ideia.
Outra vez o espírito apareceu, jogando Dean para o outro lado da sala. Quase coloquei o pé para fora do circulo, mas Dean gritou:
— FICA AI!
Voltei imediatamente para o círculo, mas foi tarde pois ele já havia sido rompido. Quando o velho percebeu isso, logo se voltou na minha direção. Achei que tinha acabado para mim quando ele parou e simplesmente desapareceu.
— O que aconteceu? – Dean perguntou.
— Sam! – Exclamei.– Ele foi atrás do Sam.
— Como sabe?
— Que tal deixar as perguntas para depois.
Saímos correndo da sala e fomos para o elevador, mas ele não apareceu, então resolvemos ir de escada.
No quarto andar, Dean estava morrendo.
— Pensei que seu corpo fosse um templo. Como não consegue subir maia do que quatro andares de escada? – Pergunto, observando-o se dobrar contra o próprio corpo e respirar em lufadas.
— Cala a boca.
Subimos mais um andar e encontramos o elevador parado, com uma poça de sangue escorrendo. Entrei imediatamente em panico, mas quando nos aproximamos para ver o que tinha acontecido, encontramos Sam com expressão de choque encarando um dos seguranças que estava decapitado.
Sem tempo para perguntas, tentei tirar Sam do elevador, mas aquele velho maldito apareceu de novo e me puxou pela jaqueta, me jogando contra a parede. Foi quando ele entrou em combustão, explodindo e desaparecendo em uma bola de fogo.
Dean estava logo atrás, segurando um esqueiro e tinha algo queimando. Senti minha coluna doer, junto com a garganta e soltei um gemido. Dean se abaixou do meu lado.
— Você esta bem?
— É... eu to – Falei, sorrindo em agradecimento. Pensei em beija-lo, mas ouvi a voz vindo de dentro do elevador e resolvi ajuda-lo.
Famoso juntos até o elevador e conseguimos abrir as portas.
— Isso foi tão... louco – Sam falou, quando subiamos para a sala de Dean, onde ele limparia o sangue do rosto.
— Com certeza – Concordo.
— Podíamos fazer outra vez – Sam sugeriu.– Podíamos fazer sempre.
— Sam...– Comecei a falar, me lembrando que sua motivação eram seus sonhos, mas Dean nos interrompeu:
— Quem dizer que deveríamos sair por ai caçando fantasmas?
— É. Deve ter muito mais dessas coisas espalhadas por ai.
Sam explicou.
— Não podemos largar tudo e sair por ai caçando fantasma – Dean falou.– É ridículo. Do que iriamos viver? Íamos cair na estrada e viver em motéis baratos e comer fast food?
— E qual o problema disso? Nos sonhos... os sonhos que eu te falei, fazíamos isso. Nós três, e era como se fossemos uma familia.
Fiquei calada, observando a conversa. Vi que Sam estava sugerindo algo absurdo mas que me parecia certo... E se aceitar ir com ele significa abandonar essa vida de merda que eu tinha, ótimo, vamos por o pé na estrada.
— Eu topo.
Falo, antes de refletir por mais do que dois minutos. Sam sorriu para mim.
— Sério?
— Claro, eu te sigo a onde for, grandão.
— Vocês só podem ter perdido o juízo! – Dean falou.– Não podemos abandonar nossas vidas e perseguir esse ideia maluca. Temos trabalho, familia...
— Família? Eu telefonei para os meus "pais" noite passada e deu que o número não existia. Liguei para minha ex noiva e era o telefone de um pet shop. Nada nessa vida se encaixa. Não gosto nem do meu nome, odeio esse emprego. Nada me prende aqui.
— Liguei para o Tyler – Falei, Sam se virou para mim surpreso.– No bar, quando eu estava meio bêbada... era o telefone de uma cafeteria. Sam, eu me lembro muito bem de discar aqueles numeros por cinco anos.
— Tem alguma coisa errada, não acha?
Sam se virou para Dean e questionou.
Dean balançou a cabeça em negação.
— Não. Eu sou Dean Smith. Sou publicitário, tenho duas irmãs, e essa é minha vida.
— Liga para uma delas – Falo, pegando o telefone na mesa e entregando para ele.
— Não vou fazer isso. Vocês são malucos.
— Vamos embora, Sam. Não vai dar em nada. Ele é um covarde – Falo, seguindo para a porta.– Não acredito que quase beijei você.
Sam veio atrás de mim, entramos no elevador e observamos Dean através das paredes de vidro até o momento em que as portas se fecharam.
~~
No dia seguinte, lá estávamos Sam e eu outra vez sentados nas pequenas mesas, atendendo aos telefones. Mais um minuto daquilo e eu teria lamentado não ter sido morta pelo espírito.
O telefone de Sam começou a tocar, mas ele não atendeu. Olhei curiosa em sua direção e o vi ficar de pé e agarrar uma pé de cabra que estava embaixo de sua mesa. Eu tinha deixado aquilo alí noite passada, por precaução. Sam deu três golpes no aparelho com a barra de ferro, tirou os fones e deu de ombros.
— Eu me demito.
Disse.
— Essa foram as palavras mais lindas que já ouvi você dizer, Samuel.
Falo, me levantando e pegando o pé de cabra de suas mãos, detonando o telefone na minha mesa.
— Doce liberdade – Falo.
Saímos da sala, deixando todo mundo em total estado de choque. Quando chegamos no hall, senti uma vertigem. Não falei nada a Sam e seguimos até meu carro, mas ao alcançar o veículo quase cai em frente a porta.
Sam também pareceu sentir a mesma coisa e se apoiou no capo, respirando com dificuldade.
— S/n, Sam! – Dean gritou, saindo do prédio e vindo na nossa direção.
— Ou eu estou de ressaca... ou estou ficando maluca – Falo, pousando uma mão no rosto.– Posso jurar que estou e lembrando de coisas que tenho certeza de que nunca fiz.
E um turbilhão de memorias invadiram minha cabeça, junto com nomes e imagens...
— Digo o mesmo – Sam balançou a cabeça.
Dean parou na nossa frente. Ele não estava usando gravata e o cabelo estava uma bagunça.
— Foi a droga de um anjo – Falou irritado e sem fôlego. – Zacharias. Ele manipulou nossas mentes e nos fez acreditar que essa era nossa vida. Só para me convencer a ser a marionete deles.
— E essa dor de cabeça também foi ele quem causou? – Pergunto, irritada. Agora eu lembrava de tudo, e estava bem nervosa.– Porquê vou mata-lo por isso.
— Então eu tinha razão – Sam falou, sorrindo.– Certo, quem é o mauricinho agora?
— Cala a boca, vadia – Dean saltou.– S/n, podemos conversar?
Concordei com a cabeça e me afastei com ele enquanto Sam entrou no carro.
— O que foi? – Pergunto.
— Não era só o Sam que tinha razão. Quando você falou aquelas coisas eu deveria ter acreditado em você não agido como um imbecil. Fui o único a não perceber que tinha algo errado, e a mergulhar nessa ilusão ridícula criada por Zacharias.
— Não foi culpa sua. No começo eu também não quis acreditar. Ele mexeu com a nossa cabeça, Dean.
Ele concordou apenas balançando a cabeça.
— Se arrependeu mesmo por quase ter me beijado? – Perguntou.
— Naquele momento sim – Falei, envolvendo seu pescoço com meus braços. Outra razão para matar Zacharias é esse idiota ter me feito esquecer o quanto amo esse cara na minha frente. – Desculpe por ter te chamado de covarde. E imbecil, babaca, insuportável...
— Você só me chamou de covarde – Dean ergueu uma sobrancelha.
— Na sua frente, amor, na sua frente – Falo e lhe dou um selinho.
Comecei a me afastar em direção ao carro, mas Dean segurou minha cintura.
— Espera – Pediu. Ele ficou alguns segundos encarando meus olhos e me puxou para um segundo beijo, dessa vez mais intenso e longo. Quando se afastou, disse: – Eu nunca trocaria essa vida. Apesar de tudo... os monstros, os demônios. Se isso significa perder você e meu irmão, estou bem com o que tenho.
Dei um meio sorriso, sentindo meu rosto esquentar. Nunca fui boa com declarações de amor. Então disse a única coisa que me ocorreu:
— Eu amo você.
Dean sorriu largamente e espelhou minhas palavras:
— Amo você.
Recebi outro beijo e o quebrei com um leve riso.
— É melhor irmos logo para o carro.
Ele concordou com um sorriso.
Seguimos para o carro.
No caminho, Dean perguntou:
— Do que mais você me chamou?
— É melhor você não saber – Respondo, prendendo uma risada.
— Sam sabe?
Entrei no carro e Dean foi no passageiro, já que o carro é meu, eu dirijo.
— Sei do que?
Sam perguntou ao ouvir seu nome.
— Da ofensas dirigidas a minha pessoa – Dean explicou.
— É melhor deixarmos isso para trás – Falei, piscando para Sam através do retrovisor.
— Concordo, S/n – Sammy piscou de volta.
— É um complô?
Dean questionou cruzando os braços.
— É – Confirmo.– Somos os caras legais que bebem cerveja e você é o careta que bebe shake diet.
Sam gargalhou no banco de trás e Dean fechou a cara.
— Isso não tem graça.
— Tem sim – Sam riu ainda mais.
— Tem mesmo – Confirmo, voltando minha atenção para o tráfego. Sam continou provocando o irmão.
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