𝑵𝑨𝑻𝑨𝑺𝑯𝑨 𝑹𝑶𝑴𝑨𝑵𝑶𝑭𝑭 — 𝒊𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆

Respirei fundo, antes de suspirar profundamente enquanto sentia algo passar bruscamente por trás de minhas costas, parecendo sorrateiro, mas ao mesmo tempo quase tão rápido quanto minha capacidade de perceber quem era. Bom, quase. Antes que a cabeleira castanha passasse por mim novamente, segurei seu pulso, com a outra mão agarrei seu braço e puxei-a, até que caísse diante de meus pés. Wanda Maximoff suspirou, tirando suas madeixas do rosto e me encarando, do chão. Ao mesmo tempo que sorria, eu podia perceber o quanto suas sobrancelhas se juntavam em um ar de derrota.

--- Muito bem, SN. --- Ouvi a voz de Natasha Romanoff atrás de mim e seus passos firmes chegando cada vez mais perto. Wanda havia se levantado, sussurrando algo sobre o quão irritante era não poder usar seus poderes e o quão ruim era em combate corpo a corpo. Eu sorri diante de seus praguejos, mas, ao sentir que o ambiente ficava gradativamente mais quente a medida que os passos pesados se aproximavam, eu me virei, deparando-me com Natasha, tão perto que sua respiração era excessivamente sentida sobre meu rosto. --- Você foi muito bem, SN.

--- Acho que já disse isso, Natasha --- Wanda respondera, séria, mas carregando em sua entonação brincadeira e um misto de provocação. Olhei-a, repreendendo-a com o olhar antes que soltasse uma piada impropria sobre mim e Natasha. --- Eu já vou indo. Continue dizendo a ela o quanto é boa, Natasha. Aproveite e diga que também quer saber se ela é boa em outras coisas. --- E saiu, com uma toalha nas costas e um garrafa vazia de água em mãos, como se o que houvesse acabado de dizer não tivesse sido a coisa mais sem noção que poderia sair de sua boca.

--- Ela as vezes é bem irritante. --- Eu disse, voltando a encarar a ruiva que já fazia o mesmo, olhando no fundo dos meus olhos, com aqueles verdes penetrantes parecendo ler a minha alma até que soubesse cada pequeno misterio que ela escondia. Ela deu dois passos, aproximando-se até que já não houvesse mais distancia entre nós duas e levou sua mão até uma mecha de cabelo que havia soltado do meu rabo de cavalo, depositando-a lentamente de trás de minha orelha esquerda, para em seguida pousar sua palma em minha bochecha e acaricia-la com o polegar.

--- Ela está certa. --- Minha respiração aquela altura já não podia ser descrita como regular. Meu peito subia e descia diante de sua respiração que chocava-se contra meu rosto. Eu podia sentir seu cheiro exuberante tão próximo que outros aromas não nutriam tamanha importância, pois deixaram de ser sentidos e apenas seu perfume doce invadia minhas narinas. --- eu quero realmente ver se você é boa em outras coisas. --- Seu braço direito passou por minha cintura, sua mão descansou na curva entre minhas costelas e minhas nádegas, até que me puxaram para mais perto, se é que tal coisa fosse possível, e logo seu rosto inclinava-se em direção ao meu. Seus lábios carnudos tocaram minha boca, cuidadosamente, como se ela esperasse minha rejeição, mas apenas iniciei o beijo que, dali em diante, eu poderia afirmar ter sido o melhor que já tive o prazer de apreciar.

Seus dedos emaranharam-se pelos fios do meu cabelo, enquanto sua outra mão apertava minha cintura, forte o bastante para que eu pensasse que, nem mesmo se eu quisesse, teria como escapar de seus braços. Sua língua travava uma guerra com a minha, disputando pelo poder de controle. Cedi a sua aclamação e deixei-a me conduzir até o paraíso. Porque fora aquela sensação que aquele momento transmitira, de se estar no paraíso.

Quando o beijo se cessara, Natasha me olhara, com suas iris brilhando e deixando o verde já intenso em uma coloração esmeralda cintilante. Seus lábios, vermelhos, curvaram-se para o alto, relevando o sorriso mais belo que já vi.

--- Não sabe o quanto eu quis fazer isso. O quanto desejei poder sentir seus lábios sobre os meus. --- Dissera isso quase colada na minha orelha, com sua voz arrastada e grossa, perfeitamente sensual, fazendo os pelos de meu corpo se arrepiarem no mesmo instante com o calor de seu halito sobre minha pele. --- E espero que me permita ter a sensação de se estar nas nuvens mais vezes. --- Sem que me desse tempo de responder algo, ela deixara a sala de treinamento, com o alto som de seu coturno sendo o único barulho no comodo a não ser minha respiração acelerada.