|| capítulo dois

ENQUANTO OS POGUES dirigiam o barco, contando sobre os boatos da ilha Goat, alguns diziam que aquele lugar era amaldiçoado, que a filha havia morrido afogada com o bebê, e nunca encontraram o corpo da criança, dando como sacrifício para Deus, afim de se livrar da maldição. Bom, eram apenas boatos. Caroline estava roendo as unhas, tentando esconder o nervosismo que estava sentindo.

Ela preferiu guardar o segredo que iria para as Olimpíadas. Talvez fosse revelar mais para frente, mas os pogues não precisavam saber daquilo. Seria algo a menos para eles se preocuparem.

Ao se aproximar da casa, Jj entregou a corda para o homem, prendendo o barco.

Jj não havia a olhado uma vez naquele dia. Ele estava irritado demais com a perca da corrida, principalmente porque era culpa de Rafe, seu namorado. Kiara nutriu o mesmo ódio, mas não descontou em Caroline, até porque sabia que a grande culpa era do Maybank, de ter apostado todo o dinheiro, mesmo sabendo que Rafe ganhava quase todo ano.

——— O que você está cavando? ——— Jj perguntou, mexendo em seu boné.

——— Valas.

Os adolescentes seguiam um homem mais velho, que os levava até a porta central da casa. O caminho era longo, com várias valas cavadas. Caroline sentiu um arrepio em sua nuca, roendo mais forte sua unha.

O que ela estava fazendo ali? Sempre odiou a história do ouro, e ela tinha outras preocupações agora. Mas ela cedeu ao "por favor" de Jonh B, o acompanhando.

——— Valas para enterrar... Pessoas? ——— Caroline curvou um pouco sua cabeça, conseguindo observar o homem dar de ombros, não a respondendo ——— Tem uma média de quantas pessoas você enterra por mês? Tipo, uma porcentagem? ——— Cléo colocou a mão no ombro da loira, dizendo com seus olhos para ela parar de falar.

——— E a quanto tempo você trabalha para o senhor Genrette? ——— Jonh B perguntou, andando na frente dos pogues

——— Nem me lembro mais. ——— O homem respondeu, colocando a pá de lado

——— Mas você tem carteira assinada, né? É legalmente né? Porque... ——— Cleo olhou para a loira novamente, balançando a cabeça negativamente, implorando para ela parar de falar. Caroline abaixou seu olhar, concordando com a cabeça.

O homem apontou para uma casa branca, caindo aos pedaços. Jj andou na frente de todos, mostrando a coragem que carregava por todos os pogues. Jj bateu algumas vezes na porta, perguntando se tinha alguém no local.

——— Só para saber, eles te drogam antes de fazer picadinho. Então não comam e não bebam nada. ——— Jj olhou para os pogues, seu tom de voz era sério, mas todos sabiam que era uma piada

——— Sem graça. ——— Caroline revirou os olhos, bufando.

Quando um homem abriu a porta, Caroline não foi com a cara dele. O homem era estranho, e disse algumas coisas assustadoras. Chandler Groff.

Caroline passou os olhos por todos os cômodos, notando que a tintura estava caindo a cada vento que passava, as janelas estavam velhas e enferrujadas. Até a casa que ela morava antes de ser uma "kook" era melhor do que ali.

——— Esse lugar tem cheiro de gente morta. ——— Jonh B disse, quebrando o silêncio do grupo de amigos

——— Eu não acharia estranho se tivesse um corpo em um freezer aqui. ——— Caroline ironizou, passando a mão por alguns livros que haviam na estante.

Chandler disse que chamaria Wes para vê-los. Ao entrar na pequena sala, os pogues se sentaram no sofá, prestando atenção no que o homem falava. Caroline desviou o olhar para a grande pintura de uma mulher no centro, notando como os traços eram bonitos e angelicais. Aquela mulher deveria ser muito bonita.

Wes disse que não tinha nenhum interesse no tesouro, explicando sobre a suposta maldição que rondava a família Genrette. Seu antepassado havia matado barba negra e sua esposa, sendo amaldiçoados por 300 anos. Caroline arregalou seus olhos ao escutar que as gerações tiveram mortes violentas. Ele contou que Larissa havia visto Elizabeth uma semana antes de morrer, e que ele havia recebido uma visita.

Chandler começou a explicar que havia um jeito da família não ser mais amaldiçoada. Disse que Elizabeth havia implorado por um amuleto, mas morreu sem ter seu pedido realizado. Eles achavam que se recuperassem, a maldição pararia. O colar estava localizado no antigo navio do barba negra, o aventureiro. Eles mostraram que havia um cofre escondido atrás da cama do pirata.

——— Vocês mergulham? ——— Wes perguntou, mudando seu olhar para Caroline ——— Se você em uma pista de gelo, você dominaria. ——— Caroline sorriu sem graça com o elogio do Genrette, abaixando sua cabeça por alguns segundos.

——— Todo mundo aqui mergulha. Mas só mergulha se a grana for boa. ——— Jj se interviu na conversa

——— Cinquenta mil nas despesas. Cinco mil adiantado. Queremos uma resposta, imediatamente.

Quando Jj estava pronto para responder, Jonh B se levantou, passando a mão pelo rosto do garoto, fazendo ele fechar a boca. Caroline se levantou, ficando ao lado de Sarah, a olhando um pouco assustada.

Ao entrar em uma pequena salinha, as reclamações começaram.

——— Vamos ouvir mesmo um cara que deveria estar em um sanatório? Visitas? Que parada é essa? ——— Jonh B colocou as mãos na cabeça

——— Ele é muito doído ——— Cleo continuou

——— Eu sei que ele é doído, mas ele estava chorando por causa da filha. Ele precisa de terapia. ——— Sarah disse com a voz manhosa

——— Se ele quiser eu indico meu psiquiatra, mas poderia deixar a gente fora dessa. ——— Caroline continuou, se sentando ao lado de Sarah

——— Não dá pra negar que tem fantasmas e uma maldição. Vocês não estão sentindo uma vibe pesada? ——— Kiara disse

——— Completamente pesada! E o que ajudaria a gente nessa, seria fugir pelas janelas! ——— Caroline abriu seus braços, os gesticulando.

Os pogues começaram a criar um debate ali mesmo: se aceitavam o trabalho ou não. Caroline sabia que não iria participar daquele plano, então deixou eles discutirem, mas Jj não deixou o debate terminar, já que ele abriu a porta e disse que eles aceitariam o trabalho.

————— ⛸️ —————-

Após voltar para a pista, Caroline deixou seus pensamentos sobre a maldição de lado, e se concentrou em encontrar um treinador de uma forma mais rápida. Ela já havia aceitado que não teria uma "conexão" como teve com Tonya com qualquer outro, agora seria apenas encontrar um que não falasse tanto, e deixasse ela fazer o trabalho sozinha.

Mas não foi bem assim. Três treinadores apareceram, mas Caroline odiou todos. Um usava uma boina horrível, com estampa de oncinha, outro tinha uma tatuagem de Harry Potter na testa. Ela não tinha nada contra tatuagens de Harry Potter, no braço, na perna, mas na testa? E o último tinha um hálito horrível.

——— Você não gosta de ninguém. É complicado. ——— Teresa estava sentada atrás de Caroline, comendo um pacote de salgadinhos. Desde que a mulher decidiu ser uma mãe melhor, ela acompanhava a filha em todas as decisões e lugares possíveis.

——— Sua mãe está certa. Você não gostou do primeiro por uma estampa. ——— Tonya continuou a fala de Teresa, vendo a Casteli mais velha concordar com a cabeça

——— Não era a estampa. Era a boina. Ele não está em Paris para achar aquilo o auge da moda! ——— Caroline deu de ombros, dizendo como se fosse algo óbvio.

Ao ver Rafe entrando, Caroline se levantou animada, colocando a mão em seu colar de tulipa. Ela sorriu em direção ao garoto, levantando suas mãos, mostrando onde ela estava. Rafe caminhou até ela, deixando seu sorriso aparecer ao ver Caroline andando até ele também. Ela o abraçou, dando um beijo delicado em sua bochecha.

——— Pronta para a festa? ——— Rafe olhou para Caroline, em seguida olhou para seu corpo, vendo a garota com a roupa de treinamento. Ela vestia uma blusa de frio preta por cima, e uma branca por baixo, um short que era até a metade das coxas. ——— Essa roupa não é um bom sinal.

——— Me desculpa, eu esqueci completamente. ——— Caroline colocou a mão na testa, fechando seus olhos, fazendo um bico com a boca ——— Me espera aqui. Eu vou me trocar e já volto!

——— Ou eu poderia entrar no banheiro com você, e a gente ficar por lá mesmo. ——— O Cameron murmurou, passando as mãos pelos braços de Caroline, retirando a blusa de frio que ela vestia. Caroline deixou seu olhar fixo no rosto do Cameron, enquanto observava ele passar a língua em seus lábios, retribuindo o olhar para Caroline ——— Seria muito mais divertido.

——— Eu prometi para você que tentaria me dar bem com o Topper. ——— Ela murmurou, engolindo seco. Rafe pareceu não se importar, seus olhos diziam o que ele queria naquele momento, e não era ir para a festa. ——— Eu já volto.

————— ⛸️ —————-

Rafe e Caroline chegaram de mãos dadas na festa. Caroline havia dito para o Cameron que tentaria se comportar na presença de Topper, e que faria aquilo apenas por ele, mas ao pisar na festa, e ver o sorriso de Topper após acertar uma bolinha, ela sentiu vontade de afogar ele na privada.

Ao ver Rafe, Topper gritou seu nome, e os dois se abraçaram fortemente.

"Lembra da xerife Pertekim? O pai dele atirou nela."

O abraço rapidamente foi interrompido, Rafe virou sua cabeça, olhando fixamente para a mulher que havia dito aquilo. Seus olhos se arregalaram de raiva.

——— O que você disse? Quer falar alguma coisa? ——— Rafe se aproximou da garota. Seus olhos estavam arregalados, e sua mandíbula trincada. O namorado da garota tentou o empurrar, mas Rafe apenas sorriu maliciosamente ——— Se quiser dizer algo, diga na minha cara. ——— Caroline estava atrás de Rafe, e não fez questão de o afastar dos dois. ——— Diga na minha cara. ——— Rafe bateu em seu rosto, sorrindo de orelha a orelha.

Topper o afastou, o levando para a área das bebidas. Caroline ficou alguns segundos observando a garota, a cerrando com seu olhar. Ela cruzou seus braços, andando em passos curtos até a garota

——— Sua vida é tão superficial que você precisa falar mal dos outros para ter um pingo de emoção? ——— Caroline manteve seu olhar fixo na garota, esperando uma resposta ——— Tchau.

Quando Caroline se virou novamente, ela escutou o grito de Rafe. O garoto gritou que seu pai era um grande homem, fazendo todos no local pararem de falar.

Caroline se aproximou, parando na frente Rafe.

——— É difícil Caroline. Eles fazem isso na minha cara. Eu poderia esperar isso na periferia, mas não aqui. ——— O garoto apontou para a garota que havia dito sobre seu pai ——— Aqui não. Que palhaçada é essa!? Quem você chamou pra sua festa?

Caroline segurou o rosto do Cameron, impedindo que ele continuasse a ir para frente.

——— Vamos beber em outro lugar. ——— A garota sugeriu, vendo Rafe concordar com a cabeça.

Os dois foram até um bar, onde Teresa trabalhava. Caroline e ele chegaram de mãos dadas, mas eles se afastaram quando Caroline disse que queria ir até o banheiro. Rafe disse que pegaria algumas bebidas, tentando se acalmar do ocorrido.

O banheiro estava vazio, tinha apenas uma cabine sendo usada. Quando Caroline terminou de usar, e foi lavar suas mãos, pelo reflexo do vidro a garota conseguiu enxergar Sofia. A morena estava ajoelhada no chão, recolhendo o lixo. Ao se levantar e sair da cabine, ela viu Caroline, deixando um suspiro pesado sair de seus lábios

——— Não sabia que trabalhava aqui. ——— Caroline abriu a torneira, lavando suas mãos

——— Algumas pessoas não se contentam só com o dinheiro da patinação. ——— Ela respondeu, recolhendo o lixo da pia do banheiro. ——— Fiquei sabendo que vai para as olimpíadas. Eu também vou. ——— Caroline desviou seu olhar para Sofia, que a olhou de volta

——— Parabéns. ——— A Casteli murmurou, balançando a cabeça positivamente.

Algo que não havia mudado era a relação entre Sofia e Caroline. As duas ainda frequentavam a mesma pista de gelo de Outer Banks, mas em horários diferentes, tudo para não verem o rosto uma da outra. Quando se viam em alguns lugares, seus olhares eram intensos, e o ar ficava cada vez mais pesado, obrigando alguma a sair dali.

——— Mas eu não consigo fazer alguns movimentos, talvez pelo meu joelho quebrado. ——— Sofia a provocou, passando a língua entre seus lábios.

——— E algumas pessoas nunca irão conseguir recuperar o emprego, talvez por mentiras em um tribunal. ——— Caroline a retrucou, fazendo Sofia abaixar a cabeça. Sofia sorriu sarcasticamente, balançando sua cabeça para Caroline

——— Aproveita a bebida, Casteli. ——— Sofia saiu do banheiro, deixando a loira ali.

Suas conversas geralmente acabavam daquele jeito: uma sempre ficava sozinha.

Ao sair do banheiro, Caroline procurou com os olhos seu namorado, mas não gostou da visão que teve. Ele estava conversando com uma mulher loira, alta, e mais velha. A mulher ria, do que ela estava rindo? A Casteli se sentou em uma das mesas, não tirando seu olhar dos dois. A vontade de se levantar, e atrapalhar toda aquela conversa era grande, mas incômodo era maior ainda.

Ela apoiou o cotovelo na mesa, gesticulando com suas mãos. Quando a mulher entregou um cartão para Rafe, Caroline não se conteve, e se levantou, caminhando em passos longos e rápidos até eles dois.

——— Oi. ——— A mulher loira disse, olhando para Caroline ——— Você não é aquela patinadora?

——— Sim ——— Caroline concordou com a cabeça, desviando seu olhar para o cartão, vendo um número de telefone. Ela não conseguiu esconder o incômodo, deixando uma de suas sobrancelhas arqueadas, enquanto arrumava sua postura

——— Ela é muitas coisas, incluindo minha namorada. ——— Rafe colocou a mão nas costas de Caroline ——— Essa é a senhora... Senhorita Robinson. A Hollis. ——— Ele corrigiu, olhando para a mulher em sua frente.

——— Se cuida Rafe.

Após a mulher sair, Rafe pegou o cartão, olhando fixamente para ele. Caroline fez um bico com sua boca, olhando para ele

——— Se cuida Rafe ——— Caroline a imitou, afinando um pouco sua voz. Seu tom entregava o ciúmes que a garota estava sentindo. Ela queria bater nos dois, e gritar, gritar muito. ——— Quem é ela?

——— A maior corretora e coroa dessa ilha. ——— Rafe a respondeu, guardando o cartão em seu bolso.

——— Ah.

Caroline olhou em volta, revirando seus olhos.

——— Tá com ciúmes? ——— O Cameron sorriu para Caroline, abaixando um pouco, para ficar na altura dela.

——— Porque eu estaria? ——— Caroline o respondeu ——— Tenho motivos?

——— Se ela oferecer algo grande...

Quando o garoto foi a abraçar, Caroline se afastou, deixando seu olhar cerrado para ele. Rafe tentou se aproximar de novo, ele foi empurrado por Caroline, que soltou uma risada ao escutar a piada de Rafe.

——— Eu tô brincando. É brincadeira ——— Rafe passou suas mãos pela cintura de Caroline, a puxando para mais perto. Ele se abaixou um pouco, ficando na altura da garota, a abraçando de lado.

————— ⛸️ ——————

No dia seguinte, Caroline já havia entrevistado dois treinadores, mas nenhum era bom o suficiente. Ela bufou, sem esperanças, se levantando da arquibancada, mas ao ver um homem de pele branca, cabelos loiros e olhos verdes entrar pela porta, ela teve um pingo de esperança.

——— Olá, prazer, William. ——— O homem se aproximou de Caroline, não tirando seu olhar do rosto da garota. Parecia que ele estava encantado ao vê-la, e Caroline conseguia sentir aquilo.

——— Caroline Casteli. Veio para a vaga de treinador? ——— Ela perguntou, segurando um caderno, onde fingia anotar as falas das pessoas, mas apenas anotava ingredientes para sua próxima receita.

O homem não a respondeu. Ele ficou a observando por vários segundos, deixando um silêncio constrangedor no local.

——— Então... Eu irei fazer algumas perguntas, e você responde, tudo bem? ——— Caroline quebrou o silêncio, vendo o homem concordar com a cabeça.

Pela segunda vez, Caroline sentiu que um treinador não seria apenas um treinador. Ela sentiu uma certa confiança naquele homem, foi um sentimento semelhante ao que sentia em relação a Tonya.

Depois que a entrevista acabou, Caroline colocou seus patins, dizendo para William dizer alguns movimentos que colocaria em uma coreografia. No começo, o homem pareceu confuso, mas fez o que a garota pediu, e ela gostou da sequência.

——— Olha, eu gostei muito do que você passou, e disse até agora. ——— Caroline patinou até ele. William se encostou na barra, que separava a pista da arquibancada, prestando atenção na loira ——— Eu me arrependeria se eu não te contratasse. Então... Amanhã ás sete da manhã.

——— Você está me contratando? ——— William perguntou, sorrindo de orelha a orelha ——— Não vai se decepcionar, senhorita Casteli.

——— Pode me chamar de Caroline ——— A loira sorriu

Ao ouvir o barulho da porta se abrindo, seu olhar se desviou para lá. Um medo instantâneo bateu em seu peito, pensando que poderia ser Carlos Singh, mas era apenas Jonh B. Ela sorriu para o Routledge, dando um último aceno para William, colocando as proteções nas solas de seus patins, saindo da pista. William a seguiu com o olhar, se fixando em Caroline.

——— Encontrei um treinador. Isso não é bacana? ——— Caroline disse sorrindo para Jonh B, mas ao ver que ele levava uma expressão séria, ela fez um bico com a boca ——— O que foi?

——— Você se lembra... Que você já mergulhou, no Caribe? Quando foi para uma competição lá? ——— O Routledge perguntou, fazendo Caroline revirar seus olhos. Ela se virou de costas para Jonh B, se recusando a continuar ouvindo, mas Jonh B puxou levemente seu braço, fazendo ela se virar novamente ——— Por favor Carol. A gente precisa do dinheiro. De verdade.

——— Eu não quero. Eu não vou participar. ——— Caroline negou com a cabeça, fazendo um "não" com seu dedo indicador ——— Eu nem queria ter entrado nisso. No começo talvez, mas depois não. E com toda a certeza não quero fazer isso agora.

——— Eu preciso de você. ——— Jonh B segurou as mãos da garota, deixando sua voz um pouco mais manhosa ——— Nós precisamos. Todos nós.

Caroline olhou para o garoto, respirando fundo. Ela não queria fazer parte daquilo, mas faria, pelos pogues. Caroline sabia que tinha muita coisa a perder, e se perdesse sua vida acabaria, não apenas sua carreira, mas tudo que construiu ao longo dos anos.

——— Um mergulho. E eu não faço mais parte disso. Você me entendeu, Jonh B? ——— Caroline foi firme, fazendo Jonh B concordar com a cabeça

————- ⛸️ ————-

——— Prestem atenção. Jj e Caroline vão mergulhar... ——— Jonh B começou, mas rapidamente foi interrompido por Kiara

——— Eu também vou. ——— A Carrera disse, sentindo o olhar de Caroline para ela

——— Ótimo. Nada do que morrer afogada com meus três melhores amigos ——— Caroline ironizou, cruzando seus braços, voltando seu olhar para Jonh B.

——— Bom... O Pope e eu vamos ver as coordenadas. Uma noite só. Com cuidado e silêncio.

Os cinco saíram, levando o barco até o "local histórico". Todos ficaram o caminho inteiro em silêncio, estavam preocupados demais com sua segurança para dizer alguma coisa. Ao chegar, Caroline, Kiara e Jj colocaram a roupa de mergulho, enquanto Jj explicava como - supostamente - eles ficariam lá em baixo.

Jonh B estava certo, ela já havia mergulhado uma vez. Com equipamentos de alta segurança, uma equipe de patinação, e ao lado de Samuel. E naquele momento, ela não tinha nada daquilo.

Ao prender o último botão, Caroline prestou atenção em cada fala de Pope, mantendo em sua cabeça cinco metros por segundo.

Caroline foi a primeira a descer para a água, começando a nadar como Pope havia dito. Ela segurava o tubo de oxigênio, respirando o mínimo que conseguia. Não demorou muito para que eles chegassem no local, e Caroline sentir um frio na espinha ao ver aquele barco afundado. Ela sempre quis conhecer o Titanic, mas sua vontade passou rapidamente.

Os adolescentes foram juntos até o quarto do barba negra, abrindo a parte secreta que havia. Jj pegou o amuleto, mostrando para as duas garotas. Caroline olhou para o chão, observando um objeto de mergulho ali. Não era deles. Ela olhou para Jj, que balançou a cabeça negativamente, e quando olhou para Kiara, viu a garota apontar para trás, e quando se virou, foi atingida na cabeça por uma pedra.

Um homem pulou em cima de Caroline, enforcando a garota de baixo da água. Jj e Kiara tentaram nadar o mais rápido que conseguiram, enquanto observavam Caroline se debater nas mãos do homem. Jj conseguiu acertar um gole nas costas do homem, fazendo ele retirar um pequeno facão de sua roupa, apontando para ele.

Em questões de segundos, Jj foi preso em um cômodo do navio. Kiara nadou até o homem, tentando acertar um soco em seu rosto, mas ela levou uma cabeçada. Caroline nadou até o cômodo que Jj estava, tentando abrir a porta, mas estava emperrada. Antes que pudesse ter alguma ideia, o homem bateu a cabeça de Caroline na porta, fazendo a garota cair para o lado. Kiara pegou o homem por trás, puxando sua roupa de mergulho, dando uma brecha para Caroline pegar o facão que ele segurava, rasgando seu tubo de oxigênio, fazendo o homem nadar desesperadamente para cima.

Caroline conseguiu abrir a porta do cômodo, chutando algumas vezes. Kiara segurou Jj, o levando para cima. Caroline subiu junto, retirando o capacete de mergulho.

——— Tinha alguém lá! ——— Jj disse ofegante, olhando para Caroline ——— Você está bem? ——— Ele perguntou ao ver a garota colocar as mãos no pescoço, mas ela concordou com a cabeça.

Quando Jonh B e Pope foram até eles com o barco, os adolescentes subiram rapidamente. Eles estavam ofegantes, e não demorou muito para a dor no estômago e a falta de ar tomar conta de seus corpos. Caroline começou a se contorcer no meio do caminho, enquanto Jj e Kiara estavam gemendo de dor.

Sarah segurou Caroline, colocando o braço da garota em volta de seu corpo, a levando até a kombi. Caroline se contorcia de dor, Kiara estava com a mão em seu estômago, e Jj lutava para respirar, mas isso não impediu que o garoto tirasse o amuleto de seu bolso, entregando para Sarah.

Ao chegar no hospital, Jj e Kiara foram para uma câmara hiberbárica. Caroline ficou em uma isolada.

——— Eu vou ligar para o Rafe. ——— Sarah olhou para o vidro transparente, pegando seu celular.

Do outro lado da ilha, Rafe estava conversando com Hollis. A mulher ofereceu uma grande parcela pela ilha Goat, e Rafe adorou o negócio. Seria um bom rumo, para ele e para Caroline. Se ele aceitasse, teria uma parcela da ilha, e ganharia muito dinheiro.

Enquanto Hollis falava, Rafe sentiu seu celular vibrar algumas vezes, mas não deu importância. Como o toque de Caroline estava personalizado diferente, ele não cogitou na ideia que fosse ela, mas quando o celular tocou pela quinta vez, e ele pegou, viu que era Sarah.

Não demorou muito para ele chegar no hospital. Ele perguntou para a secretária onde "Caroline Casteli" estava, e ele correu até a câmera hiberbárica que ela estava.

Seus olhos foram até Caroline, que ainda estava acordada. Ela estava deitada, olhando fixamente para o teto, enquanto seus dedos se mexiam em uma sequência. Rafe correu até o vidro transparente, batendo algumas vezes nele, até Caroline ouvir, e se virar, sorrindo largamente ao ver o Cameron do outro lado do vidro. Rafe sorriu também, e um suspiro pesado e aliviado saiu de seus lábios, ao ver a garota bem e sorrindo.

——— Será que vocês não podem conversar com ela uma vez sem a por em perigo? ——— Rafe disse na frente do vidro, enquanto olhava para Caroline. Ele não estava conversando com a loira, já que sabia que ela não conseguia o ouvir, então eu fala foi direcionada a Jonh B

——— Não era para isso ter acontecido. ——— Jonh B o respondeu

——— Nunca é. ——— Rafe se levantou, se virando para Jonh B e Sarah ——— Eu fico com ela. Vão embora.

Sem querer discutir, os dois foram. Eles sabiam que quando se tratava de Caroline, Rafe se tornava outra pessoa, e facilmente colocaria fogo naquele hospital por ela.

O Cameron pegou uma cadeira, a colocando na frente da câmera. Caroline manteve seu olhar fixo no Cameron, o observando sentar em sua frente. Ela fez um coração com suas mãos, sorrindo para ele, e Rafe fez o mesmo gesto, mandando um beijo com a boca para ela.

—-———- ⛸️ —————

O dia havia se passado, Rafe não dormiu, observando atentamente a Casteli. Se ela tivesse uma crise respiratória no meio da noite, ele estaria ali para vê-la, mas se dormisse, não iria conseguir a ajudar. Caroline, por outro lado, dormiu como um anjo.

Rafe revirou seus olhos ao ver Jj batendo no vidro de sua cápsula. Ele olhou para o loiro, fazendo uma careta com a boca, mas quando Jj apontou para trás, e Rafe conseguiu ver um homem, ele entendeu que aquele homem era perigoso.

——— Você pode, liberar aquela garota loira da cápsula? ——— Rafe apontou para Caroline, vendo a enfermeira erguer sua sobrancelha em dúvida ——— Por favor.

——— Ainda não deu o tempo necessário, meu senhor. ——— A enfermeira disse, olhando para Jj da outra cápsula ——— Respire meu jovem, o tempo já está acabando. ——— Quando a enfermeira tentou se afastar, Rafe a segurou pelo braço.

——— Tira ela ——— O Cameron olhou para a enfermeira, sorrindo de canto

A enfermeira fez o que ele pediu, abrindo a cápsula. Caroline ainda estava dormindo, de uma forma tão pesada que mal percebeu Rafe a pegando pelo colo, a segurando em seus braços.

——— E aqueles jovens que chegaram junto com ela? ——— A enfermeira perguntou

——— Deixa eles aí. ——— Rafe respondeu, antes de ir embora.


1. não sei o que eu mais gostei nesse
capítulo, a caroline defendendo o namorado,
o rafe pegando ela no colo e só tirando ela do hospital,
o rafe morrendo pela caroline e preferindo
ficar com ela do que ir pra festa
aff tantos momentos

2. william, seja bem vindo a vida
bagunçada de Caroline Casteli!

3. votem e comentem por favor, motiva demais!espero que
vocês tenham gostado!! beijos!!

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