𝐟𝐢𝐯𝐞, queen of crime
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— Naoto — Takemichi chamou a atenção do detetive — Posso te perguntar uma coisa antes de voltar para o passado?
— Claro.
— O que você sabe sobre a "Rainha das Rosas"?
— Como conhece esse nome? — perguntou, um pouco chocado.
— Pode me responder primeiro?
Naoto assentiu, um pouco desconfiado, e se dirigiu para o seu notebook, acessando os arquivos da polícia.
Os dois se encontravam no escritório do detetive juntando suas conclusões depois do encontro com Osanai, o antigo líder da Moebius. Ambos chegaram à conclusão de que o verdadeiro motivo que acabou ocasionando futuramente a morte de Draken foi o conflito entre as duas gangues, junto com a briga que ocorreu entre ele e Mikey, e agora impedir que isso aconteça vai ser o objetivo de Takemichi.
Porém, desde o momento que tinha voltado para o futuro, ele não tinha conseguido uma mínima menção da existência de Mahina ali e isso o estava incomodando profundamente.
— A "Rainha das Rosas", ou Mahina Yoshida, foi uma criminosa extremamente procurada pela polícia até uns anos atrás, considerada a mulher mais perigosa do país.
— O que ela fez? — Takemichi perguntou, aproximando-se de Naoto para poder ver as informações no notebook.
— Muitas coisas, variando de tráfico de drogas a assassinato. Ela era praticamente uma mercenária já que se pagassem o suficiente, fazia o serviço.
— Você tem alguma foto dela?
— Sim, só são um pouco antigas.
A sequência de fotografias mostravam uma mulher vestida de preto, com longos cabelos ruivos, batendo no meio das costas, e que estava sempre com uma expressão fechada no rosto. A última foto disponível foi a que mais chamou a atenção de Takemichi, que já tinha o seu cérebro funcionando em uma velocidade absurda.
A mulher estava entrando no cemitério da cidade, só que tinha mais um diferencial, o ângulo em que a fotografia foi tirada.
Por causa disso, um detalhe importante aparecia na tela do computador e que também chamou muito a atenção de Naoto.
Mahina Yoshida tinha a lateral esquerda da sua cabeça raspada e uma tatuagem muito específica de um dragão nesta região.
— Takemichi, como você soube sobre esse nome? — Naoto perguntou sério, girando na cadeira para encarar o outro.
— Ela está no passado.
— A Mahina Yoshida?
— Sim e faz parte da Toman.
— Mas isso não faz sentido.
— Como assim, Naoto?
— Porque ela agia sozinha. A "Rainha das Rosas" não fazia parte de gangue alguma e muito menos da Toman. Ela era uma criminosa que sempre agia por conta própria e com uma inteligência absurda, mal deixando rastros ou pistas sobre o seu paradeiro. Essas fotos foram tiradas no final de uma operação que já durava anos.
— Então deve ter acontecido alguma coisa que a fez sair — respondeu pensativo, tendo as memórias dela no restaurante e no hospital com Draken e Mikey aparecendo na sua mente.
— Agora que você disse isso, pensei em algo.
— O que?
— Tem uma data nos arquivos dela que bate com uma nos da Toman. Pensei que seria uma mera coincidência, já que são criminosos, mas agora sabendo o fato de que ela estava lá muda tudo.
— Qual o dia?
— O da morte dela.
— Ela está morta?!
— Já tem uns anos e, na verdade, ela foi assassinada.
— Como?
— Foi morta a tiros e o seu corpo foi encontrado por um visitante na escadaria do templo Musashi.
— Sabem quem fez isso?
— Até hoje não sabemos, não teve vestígios suficientes para encontrar qualquer suspeito, principalmente pela enorme lista de inimigos que ela conseguiu ao longo dos anos por causa dos seus serviços sempre muito bem executados.
— Em que sentido essa data choca com a Toman?
— Porque no dia seguinte ao assassinato da "Rainha das Rosas", a gangue fez uma série de crimes violentos pela cidade inteira, com até mesmo a participação efetiva de Manjiro Sano. Esse dia ficou conhecido como o "Furacão do Horror".
— A Mahina até poderia não participar mais da Toman, mas o Mikey ainda se importava muito com ela — Takemichi concluiu.
— Parece que sim e o fato dela também ter a tatuagem de dragão mostra que, talvez, a morte de Ken Ryuguji também a afetou de alguma maneira, podendo até mesmo ter sido o motivo que a fez se tornar a rainha do crime.
— Eu vou voltar para o passado e tentar impedir a briga contra a Moebius e descobrir quem Mahina Yoshida foi para a Tokyo Manji — Takemichi disse decidido.
Naoto se levantou e estendeu a mão, marcando mais uma volta para o passado.
(...)
— Você realmente esqueceu de contar para a Emma que eu voltei?! Já tem quase uma semana! — Mahina disse indignada, olhando para Mikey.
— Sim?
— Sinceramente — a garota revirou os olhos.
— Eu só não lembrei disso!
— Vou ter que concordar com a Mahina que você foi meio burro.
— Nem vem, Kenchin!
— Enfim, já avisando que amanhã vou na sua casa buscar ela.
— Pra quê?
— Vou fazer surpresa, contando que voltei, e sair com ela depois.
— Tudo bem então.
— O Pah vai demorar para chegar? — a ruiva perguntou, depois de olhar o horário no celular.
— Falando nele — Mikey disse, indicando com a cabeça para a entrada do galpão.
Pah-chin e Peh-Yan entraram juntos no galpão abandonado que tinham combinado de se encontrar para conversar sobre o caso da Moebius.
Depois do dia no hospital, Mikey nem pensou duas vezes em já envolver Mahina nas questões da gangue, começando a explicar algumas coisas que aconteceram depois que ela tinha saído do país. Quando eram mais novos, dizia em alto e bom som que confiava na garota e, principalmente, nas decisões dela e não seria o tempo que mudaria isso.
— Por que ela está aqui? — Peh-Yan perguntou e Mahina controlou muito a vontade de revirar os olhos.
— Porque eu quis — Mikey disse, dando de ombros — Ela faz parte da Toman e isso já é motivo suficiente.
— Mas...
— Cala a boca, Peh-Yan — Pah-Chin disse sério e o vice-capitão da terceira divisão se viu confuso — A Mahina é uma das fundadoras, aja de forma decente.
— Ela é o que?!
— Acho que você deveria começar a respeitar as pessoas, mesmo não as conhecendo, Peh-Yan — a garota disse completamente séria.
O garoto ficou em completo silêncio sentindo o olhar cortante de Mahina sobre si.
Quando ela apareceu na reunião e foi apresentada simplesmente como uma antiga amiga, ele não imaginava que poderia ser algo além disso, principalmente a possibilidade dela participar efetivamente da Toman.
O mundo das gangues, na opinião de muitos, não era feito para garotas.
Porém, Mahina nunca foi uma pessoa que ligou muito para esse tipo de coisa.
— Enfim — Mikey quebrou o silêncio — A Mahina já sabe o que aconteceu.
— O que você pensa sobre isso? — Pah-Chin perguntou, querendo do fundo do seu coração a opinião dela.
Ela sempre foi a estrategista, quem acabava determinando no fim o que eles iriam fazer, principalmente nos planos que faziam, como o dia que acabaram com a nona geração da Black Dragons.
— Concordo em enfrentar a Moebius, mexeram com alguém importante para você e, para mim, isso já é motivo suficiente. Só vai ter a questão da força deles, já que são uma geração a mais, certo?
— Isso.
— Também compartilho da mesma opinião da Mahina, toda ação tem uma consequência, sendo ela boa ou ruim — Draken acrescentou, conseguindo a aprovação de todos ali.
Porém, antes que pudessem continuar a conversa, uma pessoa entrou correndo dentro do galpão.
— O que aconteceu, Takemichy? — Mikey perguntou e Mahina se atentou mais ao desconhecido para ela.
Enquanto os meninos perguntavam o que ele fazia ali, a garota observava atentamente a pessoa que Mikey tinha comentado sobre, totalmente intrigada, já que são poucas as pessoas que realmente conseguem a atenção dele ou, minimamente, o seu respeito.
— Você pode parar o conflito contra a Moebius?
— O que?
— Eu não posso dizer porque, mas tem alguém conspirando por trás desse conflito.
Antes que Takemichi pudesse continuar, Pah-Chin o agarrou pelos cabelos e o jogou no chão com força, começando a perder a paciência, que já era curta por natureza.
— Cai fora. Mais uma palavra e você morre — sentenciou — Como vamos atacá-los? Você tem alguma ideia, Mah?
— Vocês não podem — Takemichi interrompeu — Vão acabar com a Toman desse jeito.
— Levanta — Pah-Chin disse para poucos segundos depois começar a bater no Hanagaki, descontando a frustração que sentia com toda essa situação.
Mahina observava a cena em total silêncio, sabendo que se fosse com ela, provavelmente estaria reagindo da mesma maneira.
Porém, as frases que Takemichi disse ressoavam na cabeça da garota, mostrando para ela que tinha alguma coisa fora do lugar. Tanta determinação assim só demonstrava ainda mais essa possibilidade e não foi só ela que tinha percebido isso.
Com uma troca de olhares silenciosa, ela e Draken andaram na direção de Pah-Chin, o loiro segurou o seu braço, o impedindo de continuar a brigar e Mahina se colocou na frente de Takemichi, de forma defensiva.
— Que merda que vocês estão fazendo? — o capitão da terceira divisão perguntou.
— O Takemichy disse que não vai desistir.
— Não é uma má ideia pensar além, Pah — Mahina complementou — Existem muitas possibilidades, principalmente contra uma gangue que não conhecemos a fundo.
— Kenchin e Mahina
— Mikey
— Estão desprezando a Toman?
— Não é nada disso.
— Todo mundo tem o direito de ser ouvido — a garota explicou, enquanto recebia o olhar frio do líder — Independente da situação.
— Não.
— Mikey, por favor...
— Assim, peço desculpas por estar interrompendo a briguinha, mas vocês continuam falando "Moebius" e eu queria que vocês pudessem parar de repetir o nosso nome, bebês do colegial — uma voz ecoou da entrada do galpão, interrompendo a fala de Mahina.
Vestido com um macacão vermelho, cigarro na boca e ajeitando o cabelo com um pente, Osanai, o próprio líder da Moebius, estava presente no local. Pah tentou avançar, mas logo foi acertado por um soco que o fez ir ao chão com força.
— Soube que vocês estão querendo brigar com a gente — Osanai estalou os dedos, sendo o sinal para que a sua gangue entrasse no galpão — Então pensei em trazer a luta até aqui. Agora é guerra, Mikey.
Em poucos segundos eles estavam cercados e Mahina respirou fundo ao sentir os olhares de vários membros da Moebius sobre as suas pernas, já que estava usando um short jeans. A garota achava ridícula toda aquela situação, principalmente a atitude de Osanai, respondendo às provocações da forma mais infantil possível.
— Acho que você pelo menos deveria melhorar as suas respostas, ficar nessa de falar que nós somos meros "bebês do colegial" só mostra que você é bem infantil.
— Não pensei que vadias podiam falar — Osanai respondeu, o que fez a sua gangue rir alto.
— Não pensei que acéfalos podiam falar — a garota rebateu e sorriu ao ver o rosto do líder se fechar.
— Quem você pensa que é?
— Alguém melhor do que você.
Takemichi observava incrédulo a atitude de Mahina, respondendo de cabeça erguida, parecia que ela não tinha medo de Osanai ou dos membros das gangues que agora a olhavam com raiva, já que uma garota qualquer estava desafiando o líder deles.
Isso era verdade, ela nunca teve medo de outras gangues, sempre confiou totalmente nela mesma e naqueles que andavam ao seu lado, não tinha motivo para duvidar de nada, que não conseguiriam vencer mais uma vez.
— Acho que eu deveria te ensinar a calar a boca — Osanai ameaçou, começando a andar na direção da garota.
— Quero ver tentar.
— Encoste um dedo nela e você está morto — a voz de Draken ecoou firme, enquanto se colocava na frente dela, no mesmo instante que Pah-Chin segurava o braço de Osanai, evitando que dirigisse um soco na garota.
— A sua briga é comigo, cuzão — o líder da terceira divisão disse firme — Não precisa se envolver nisso, Mah.
— Eu sei, mas é de você que estamos falando, então me envolveria do mesmo jeito — a garota respondeu, mas se afastou alguns passos para trás — Porém, também respeito que essa seja a sua vontade.
Pah-Chin assentiu com a cabeça, agradecido por tal confiança, grato por a ter de volta. Ele bem sabe como foi ruim ter um buraco no grupo, sentir que algo faltava todos os dias, e, depois do que aconteceu com o Kazutora, a situação se complicou ainda mais.
Takemichi observava nervoso toda a situação, ele sabia o que desencadearia toda a briga com a Moebius e, mesmo com as palavras de Peh-Yan, dizendo como Pah era forte, o seu conhecimento do futuro ainda deixava o seu coração inquieto, principalmente com a visão daquele trio em específico.
— Obrigada por ter me defendido, mesmo não precisando — Mahina disse para Draken, enquanto a luta começava a acontecer na frente deles.
— Sempre te protegi, não vai ser agora que vou parar — respondeu desviando o olhar para a mais baixa, que olhava para frente.
— Senti falta disso — ela disse em um tom de voz mais baixo.
— Também senti.
Mahina arregalou de leve os olhos e virou rapidamente o rosto para Draken, que já tinha desviado o rosto mais uma vez. Ela não imaginava que ele iria escutar, principalmente com toda a barulheira da luta de Pah, mas tudo que a envolvia, ele prestava muito mais atenção do que normal.
Desde crianças, eles sempre cuidaram das costas um do outro, era quase natural em uma briga eles lutarem lado a lado. Ela com reflexos incríveis e uma velocidade quase absurda e ele com a força física, praticamente uma dupla imbatível.
Além disso, toda a sintonia que os dois têm, Mahina sempre foi a única garota na vida de Draken.
A briga continuava e, mesmo que entendesse a vontade de Pah e o respeitasse profundamente, a garota estava nervosa, era óbvio como Osanai era forte, quase um completo monstro. Ela entendia a vontade de Peh intervir, inclusive compreendia também os questionamentos que Takemichi fazia para Mikey. Porém, como o líder respondeu, Pah-Chin não tinha desistido e isso bastava.
Não era qualquer um que poderia compreender tal coisa, mas quando envolvia os membros fundadores, tudo era completamente diferente.
A Toman não era só uma mera gangue de motoqueiros, era tudo para eles e a defenderiam com tudo que tivessem, independente do que o futuro planejava.
Mahina pensava assim, já que aquele grupo de pessoas sempre foi o refúgio dela, para onde corria com a intenção de ficar longe de casa, para poder ser ela mesma. Ver Mikey derrotar Osanai com um único chute e garantir que enquanto ele estivesse ali, eles nunca perderiam, era a mais pura demonstração do que mais sentia falta, a única certeza da sua vida, que a Toman nunca acabaria.
— Desculpa, Mah — Mikey disse, virando o rosto para a olhar — Não queria ter que fazer isso na sua frente.
— Às vezes, você até que age como um cara decente — respondeu se aproximando do garoto, apertando uma das bochechas dele.
— Ei! — reclamou.
— Você não consegue ficar sem implicar com ele? — Draken perguntou e Mahina sorriu de canto.
— Me diz se não é divertido as caras que ele faz?
— Tenho que concordar, pelo menos um pouco.
— Viu?
— Dá para vocês pararem de conversar sobre mim como se eu não estivesse aqui?!
— Essa é a graça da situação, Mikey.
Durante esse pequeno momento de distração, a movimentação de Osanai não tinha sido percebida, até que Draken reagiu rápido o suficiente para o impedir de atacar Mikey com o que restou de uma garrafa de vidro que tinha sido descartada ali, mostrando como ele fazia questão de jogar sujo.
Nem todas as gangues tinham o mesmo ideal da Toman, de trazer uma nova era para os delinquentes e isso foi claramente evidenciado na atitude da Moebius com o amigo de Pah, o que Draken fez questão de falar para todos os que estavam ali presentes. Era óbvio que eles eram fortes, mesmo estando em menor grupo, mas era essa era a verdadeira força da Tokyo Manji, a união.
— Os policiais realmente gostam de atrapalhar a nossa diversão — Mahina disse, arrancando uma risada alta de Mikey.
— Eles vieram celebrar a nossa vitória! — Peh comentou animado.
— Vamos sair daqui, Takemichy! — Mikey disse, já começando a correr para a saída que ficava nos fundos do galpão, sendo seguido pelo viajante do tempo.
Porém, não era como se tudo fosse dar tão certo no final.
Os olhos de Mahina se arregalaram quando percebeu Pah se aproximando do corpo de Osanai, ainda segurado por Draken, mas antes que o seu grito saísse da sua boca, a tragédia já tinha sido feita.
Tudo tinha sido tão rápido que ela mal conseguiu acompanhar.
Ela sentiu a mão de Draken envolver o seu braço, puxando-a para fora do galpão, enquanto gritava o nome de Pah para que ele fugisse junto com eles, mas o que realmente ficou na cabeça dela foi a frase que o capitão da terceira divisão disse para ela, quando resolveu se entregar, a olhando uma última vez.
— Saiba que vou sentir falta de lutar ao seu lado, Mahina.
Oi gente! Tudo bem com vocês?
Vou ser sincera e dizer nada que não gostei desse capítulo. Passei muito raiva escrevendo ele, mas é o que temos para hoje fml :)
Além disso, Mahina criminosa com a tatuagem do Draken foi a razão do meu colapso, doutor
Bem, espero que tenham gostado (mesmo que eu não tenha k k)! Não se esqueçam de votar e de comentar (AMO ler o feedback de vocês)!
Até a próxima! ♥︎
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