𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚏𝚒𝚟𝚎
O último click da tranca da terceira algema fez um sorriso vitorioso brotar em seus lábios. O metal pesado caiu no chão, junto com as duas outras, não fazendo tanto barulho por você estar agachada, perto do chão.
Finalmente livre, você revistou o quarto, atrás de algo que pudesse usar como arma, mas não conseguiu nada. No armário, só tinham algumas camisas masculinas largas e na cama os lençóis.
Com um suspiro frustado, você foi até a porta e encostou o ouvido nela. Sete homens, talvez oito. Seria muito difícil, talvez até impossível de ganhar deles na mão, principalmente porque alguns deles deveriam estar armados.
Uma ideia louca se passou pela sua cabeça. Tão louca, que até fez você parar para pensar novamente, mas não conseguia imaginar outra saída.
Dando de ombros, você foi até o guarda roupa e começou a fazer força em uma das laterais, até que o móvel começasse a pender para frente. Assim que viu que ele ia cair, saiu correndo de perto e foi para trás da porta. Colocou as mãos nos ouvidos para tentar abafar o barulho alto da madeira sendo violentamente quebrada no chão.
Como imaginado, a porta foi destrancada e aberta brutalmente. Você nem perdeu tempo. Esperou só que quatro homens entrassem no quarto e fechou a porta com toda a força que conseguiu, dando um chute na maçaneta e a quadrando logo em seguida, trancando vocês lá dentro.
Os quatro homens olharam não sua direção, com as sobrancelhas franzidas. Quando, finalmente, se deram conta do que estava acontecendo, você já estava atacando.
Não foi nada difícil nocautear o primeiro deles, que foi pego de surpresa com um soco seu bem na mandíbula. Ele caiu no chão antes mesmo de conseguir falar qualquer coisa.
— Façam ela ficar no chão! — Um deles gritou para os outros dois que sobraram.
Do lado de fora, você conseguia ouvir mais alguns homens batendo na porta, tentando abri-la. Não demoraria muito para eles realmente conseguirem. Por isso, você se apressou e avançou nos outros dois.
Um deles tinha um taco de baseball nas mãos e o outro uma faca relativamente pequena. Você chutou a mão que continha a lâmina, a jogando para longe, enquanto desviava de um golpe com o taco. Conseguiu desequilibrar o primeiro deles, roubando o taco logo em seguida. Com ele, não foi nem um pouco difícil nocautear os outros dois.
Soltando um suspiro mais alto, mas nem tanto cansado, você olhou na direção do último deles, que parecia um pouco assustado. Um sorriso divertido tomou conta dos seus lábios quando você percebeu que fazia tempo que você não entrava em uma briga de verdade.
Estava até com saudades disso.
— Quantos homens tem lá fora? — Você perguntou, despreocupada, olhando na direção da porta e ouvindo as batidas bruscas dos outros membros da Valhalla.
— Você não vai conseguir sair daqui.
— Não foi isso o que eu perguntei — Mais uma vez, você olhou na direção dele, dando de ombros logo em seguida — Só quero saber quantos homens tem lá fora.
— Mesmo que você consiga passar por eles, ainda tem dezenas de homens espalhados pelos corredores da mansão — Ele parecia nervoso e já tinha andado tanto para trás que as costas batiam na parede — Seus amiguinhos da Touman não vão conseguir parar os homens de Kisaki.
— Três? — Sua fala fez ele franzir as sobrancelhas, sem entender — Talvez dois.
Deixando ele de lado, sem fazer questão de explicar os seus próprios pensamentos, você se afastou da porta, tendo ciência de que ela logo ia ceder. Não demorou mais do que um minuto para os trincos de ferro estourarem e a porta cair para dentro do quarto, perto de você.
Assim que os dois homens entraram no quarto, você logo os derrubou, usando o elemento surpresa ao seu favor. O homem de antes só ficou lá, imóvel, olhando na sua direção.
Com o taco de baseball na mão, que você havia roubado de um deles, saiu daquele quarto, irritada por ter sido trancada e frustrada por ter demorado tanto para sair. Mesmo com toda a raiva, seus passos eram leves e silenciosos o suficiente para fazer com que ninguém conseguisse ouvir você se aproximando.
Você seguia os passos que tinha feito quando chegou aqui. Para sua sorte, não haviam vendado os seus olhos dentro da mansão, deixando mais fácil para você saber como chegar à saída.
— Quem é você? — Uma voz alta fez você parar de andar e se virar para trás. Não sabia dizer como dois homens se aproximaram sem que você notasse, mas podia ser porque você tinha se perdido em seus próprios pensamentos frustrantes — Não vou repetir a pergunta.
Finalmente, ele desceu os olhos para o taco de baseball na sua mão direita, coberto por uma fina camada de sangue, mas não o suficiente para ter matado alguém, apenas machucado muito.
— Essa não é a garota do Hanma? — O comentário do segundo homem fez você revirar os olhos — Você não devia 'tá no quar-
Antes que ele conseguisse acabar, estava inconsciente no chão, nocauteado com um único golpe do taco na cabeça. Sem dar tempo para o outro reagir, você chutou com força a lateral esquerda das costelas dele, o jogando no chão.
Enquanto ele levava as mãos até a área machucada, você agachou perto dele, colocando a cabeça do taco perto do queixo dele, ameaçando.
— O que 'tá acontecendo lá em baixo? — Seu tom era baixo, mas mortal.
— A Touman invadiu a casa — Ele respondeu, com certa dificuldade para respirar, provavelmente por causa do chute — As duas gangues 'tão brigando lá em baixo.
— E por que eu não escuto o barulho de tiros?
— É um tratado entre algumas gangues de Tokyo — O homem se apressava para responder, como se tivesse algum tempo mínimo para o fazer — Quando elas brigam, não tem armas de fogo.
— Então não pode matar?
— Poder pode, só não com pistolas.
Você afastou o taco de beisebol do queixo dele, sentindo uma expressão de alívio passar pelo rosto do homem. O deixando lá para que outros o achassem e cuidassem dos ferimentos dele, você seguiu o corredor para onde os sons de luta estavam mais altos.
Mesmo que de longe, você conseguia ouvir os sons dos socos e de alguns fações se chocando. Não conseguia acreditar que isso tudo estava acontecendo por sua causa. A ideia de participar de uma gangue já era ruim, mas a de ser a causa de uma briga entre elas era muito pior.
A urgência em achar Takemichi e os outros gritava na sua mente. Seus pensamentos vacilavam quando você imaginava a possibilidade de alguma coisa ruim acontecer com eles, inclusive com Draken. Não conseguia nem imaginar o que você faria se algo acontecesse com o seu namorado. Em tão pouco tempo, o Ryuguji se tornou uma das pessoas mais importantes da sua vida.
O som de passos vindo na sua direção fez você parar de andar e olhar ao redor. Acabou entrando na primeira porta que encontrou, quando percebeu que mais de cinco homens estavam vindo.
Fechou a porta silenciosamente atrás de você, colocando o ouvido perto dela para ouvir eles indo embora. O caminho estava livre. Você poderia seguir de novo.
— [Nome]?
A voz confusa, mas baixa, atrás de você quase fez você dar um pulo de onde estava. Rapidamente, se virou para trás e levantou o taco, preparada para atacar se precisasse, mas, ao ver Hanma com as mãos levantadas, como se estivesse se rendendo, você abaixou a arma.
— Que susto da porra — Você disse, soltando o ar que nem tinha percebido que estava prendendo.
— Eu quem digo — Ele falou e, só então, você percebeu que ele estava monitorando a briga por alguns tablets e tinham alguns rádios em cima da mesa na frente dele. Era ele quem estava dando as ordens para os homens por trás das câmeras — Como você fugiu? — Antes que você pudesse responder, ele balançou a cabeça, como se estivesse afastando o pensamento — Esquece, foi uma pergunta idiota.
— Não existe lugar impossível de escapar — Você deu de ombros, enquanto analisava a sala em que estavam — Já viu Prison Break?
Hanma não respondeu à sua brincadeira. Apenas encarava você, com atenção, como se estivesse tentando adivinhar o seu próximo passo. Para sua sorte, você era tão difícil de ler quanto ele. Mesmo que você nunca conseguisse entender o que se passava pela cabeça de Hanma, ele também parecia não ter ideia de como você vai agir.
— Seu namorado veio te buscar — Finalmente, ele falou, quebrando o silêncio que tinha se estabelecendo — Vai lá brigar ao lado dele?
— Era a ideia.
— A vaga na Valhalla ainda 'tá aberta pra você — Dessa vez, foi ele quem deu de ombros — Devia pensar a respeito.
— Por que quer tanto que eu fique?
— Você é inteligente e boa de briga. Não é à toa que a Touman também quer você.
— Só por isso? — Você se aproximou alguns passos, apertando o taco de baseball que tinha nas mãos com mais força — Teve todo esse trabalho de me trazer até aqui só porque eu sou inteligente e boa de briga?
Ele lhe olhava com a mesma atenção de antes, sem vacilar nenhum segundo. Você não dava mais passos na direção dele, mas estava perto o suficiente para acerta-lo com o taco se precisasse.
— Eu gostei de você — A sinceridade com a qual ele falou até fez você vacilar e afrouxar a arma que tinha em mãos — Queria ter a chance de te conquistar se você ficasse aqui — Um pequeno sorriso sincero tomou conta dos lábios dele — Mas acho que Draken chegou primeiro.
Suas sobrancelhas se arquearam, mais até do que você gostaria. Realmente, você não esperava por isso. Nunca se passou pela sua cabeça que Hanma pudesse sentir algo por você. Mas, mesmo assim, isso não mudava nada. A gangue dele ainda tinha feito você de boba, ainda tinha lhe enganado durante meses e lhe sequestrado, ainda estava no meio de uma briga com seu irmão e seus amigos lá em baixo. Além de tudo, seu coração já era de outra pessoa.
— Eu vou fazer o seguinte — A voz dele tirou você de seus pensamentos, fazendo você levantar o olhar e encarar as íris douradas de novo — Se vocês ganharem a briga, eu vou fugir e a gente nunca mais se vê de novo. Mas, se a Valhalla ganhar, você aceita sair comigo, pelo menos uma vez.
— Se vocês ganharem, vai ter que ser por cima do meu cadáver.
Sua resposta arrancou uma risada rápida dele, que continuou a lhe acompanhar com os olhos, até você ir até a porta e sair por ela. Só então, a atenção dele voltou para os tablets na mesa.
Você seguiu pelo caminho que estava fazendo antes, tomando cuidado para não encontrar com mais ninguém até descer para o último andar. As palavras de Hanma ainda ecoavam na sua mente, mas você afastou rapidamente todas elas. Precisava se concentrar no problema de agora.
Quando chegou no centro da briga, estava tudo um caos. Por volta de cento e cinquenta homens estavam trocando socos no grande salão da mansão. Alguns usavam objetos ao redor para ajudar nos golpes e diversos outros já estavam caídos no chão, alguns até inconscientes.
Dois ou três homens vieram até você assim que lhe viram, mas, por estarem com os macacões vermelhos da Valhalla, foram rapidamente derrubados por você. Seus olhos percorriam o lugar a procura de Takemichi e seu coração só relaxou um pouco quando você o encontrou, brigando com alguns membros da gangue rival, mais machucado do que você podia imaginar que ele aguentaria.
Com certa dificuldade, tendo que socar várias pessoas no caminho, chegou até ele e o agarrou pelo ombro. Seu irmão se virou para trás e tentou dar um soco em você, por puro reflexo, mas você desviou com muita facilidade.
— [Nome]? — Ele perguntou, com os olhos arregalados quando percebeu que se tratava de você.
Sem esperar ele falar mais nada, você o puxou para perto e o envolveu com seus braços. Takemichi nem precisou pensar muito para retribuir o seu abraço, lhe apertando mais ainda. Algumas legítimas dele molharam o seu ombro, mas você se recusava a chorar, não enquanto ainda tinham muito trabalho para fazer.
— Onde estão os outros? — Você perguntou, somente quando ele se afastou de você, provavelmente tentando ver se outros membros da Valhalla estavam próximos.
— Espalhados por aí, mas nenhum deles caiu no chão ainda.
Você olhou ao redor. Conseguia ver Baji e Chifuyu juntos, lutando lado a lado. Mitsuya estava próximo de Kazutora e de Mikey, os três com poucos machucados pelo corpo. Mesmo assim, você não conseguiu achar Draken em canto nenhum.
— Eu sei que é pedir muito — Seu irmão falou ao seu lado, fazendo sua atenção se voltar para ele novamente — Mas, será que você podia lutar pela Touman, só hoje?
Assim que você processou a pergunta dele, um sorriso involuntário tomou conta de seus lábios. Ele não precisava ter pedido. Desde o início, já era sua intenção brigar ao lado deles. Talvez, você já estivesse fazendo parte disso a muito tempo. Talvez, você já fosse da Touman e nem tivesse percebido ainda.
— Claro.
Sua resposta arrancou um sorriso radiante dele, que nem teve tempo para responder. Logo depois, três homens da Valhalla vieram na direção de vocês.
Brigar por Takemichi sempre foi algo que você gostou de fazer, mas brigar ao lado dele era melhor ainda. Seu irmão não era tão bom assim, mas também não lhe atrapalhava em nada. De um por um, vocês foram derrubando os membros da gangue rival, deixando uma pilha de corpos inconscientes por onde passavam.
A adrenalina já corria por todo o seu corpo, enquanto você destruía socos e chutes, também usando o taco de beisebol para nocautear os inimigos mais rapidamente. Era uma sensação revigorante poder descontar toda a raiva em uma briga, e você adorava isso.
— Cadê o Ken? — Você perguntou, assim que chegou perto o suficiente de Mikey. A briga já estava caminhando para o final, com diversos homens no chão, mas ainda não dava para saber quem era o lado vencedor.
— Acho que foi lá pra dentro atrás de Kisaki.
Você assentiu com a cabeça e abriu espaço entre a multidão, indo na direção que o loiro tinha apontado com a cabeça. Só saiu de perto de Takemichi quando se certificou de que ele estava junto dos meninos. Você confiava neles o suficiente para dar suporte ao seu irmão, e confiava suficiente no loiro para se proteger também. Por mais que você não quisesse admitir em voz alta, Takemichi cresceu e não precisava mais tanto da sua ajuda. Ele se tornou o que você mais temia, um garoto corajoso e destemido, sem medo de apanhar.
Um sorriso involuntário tomou conta de seus lábios quando você percebeu isso, mas resolveu focar em seguir em frente e encontrar Draken.
Quando você chegou no corredor que Mikey tinha indicado, percebeu que ele levava aos fundos da casa. Sem esperar muito, você passou pela porta de trás, já que era a única saída que aquele lugar tinha.
Suas sobrancelhas se arquearam e você parou de andar assim que viu Ken apontando uma 9mm na direção de Kisaki, que tinha os braços estendidos, totalmente rendido. Mesmo que o líder da Valhalla claramente não estivesse em condições de reagir, Draken não parecia alguém que ia baixar a arma. Muito pelo contrário, ele estava a um passo de atirar.
— Ken? — Sua voz saiu baixa e suave, mais fraca do que você gostaria que tivesse saído. O Ryuguji olhou na sua direção, com os olhos arregalados, obviamente não esperando que você fosse aparecer ali.
— 'Tá fazendo o que aqui, [Nome]?
— Mikey disse que você veio por aqui e eu 'tava te procurando.
Por um momento, ele não falou nada. Os olhos dele estavam tristes e vazios, provavelmente por você ter que ver ele apontando uma arma para alguém, mas ele não tinha abaixado ela. Draken ainda estava decidido a atirar em Kisaki, que não se moveu desde que você chegou, apenas lhe acompanhou com o olhar e expressão ilegíveis.
— Volta lá pra dentro, [Nome] — O tom autoritário que seu namorado usou fez você franzir as sobrancelhas. Não era assim que ele falava com você — Já já eu entro.
— Eu vou lá e o que? Você mata ele? — O deboche na sua voz não irritou o mais alto, que agora tinha os olhos focados em Kisaki.
— Ele te perseguiu durante meses, [Nome]. Ainda apontou uma arma pra você e te sequestrou.
— Ele também mandou Hiroshi atrás de mim e depois matou ele — Mesmo que você falasse como se não fosse nada demais, Draken arregalou os olhos e se virou para você, espantado, mas você apenas deu de ombros — Nem por isso eu quero ele morto.
Você começou a dar passos na direção dele, que não fez nada, apenas lhe acompanhava com as íris negras. Somente quando você chegou a centímetros dele, estendeu a mão e colocou em cima da dele, que segurava firme a arma, mas relaxou ao sentir o seu toque.
— Por mais que você ache que 'tá fazendo isso por mim, eu não quero que você mate ninguém — Sua voz era baixa, como se contasse um segredo — Você não é um assassino, não é como Hiroshi — Um sorriso sincero e caloroso surgiu em seus lábios, ao mesmo tempo em que você encarava os olhos dele a todo momento — E esse é um dos motivos para eu te amar tanto.
Draken soltou a arma e se virou para você, puxando sua cintura com ambas as mãos e rodeando os braços longos dele no seu corpo, lhe envolvendo em um abraço extremamente caloroso. Você deixou um suspiro pesado escapar, soltando o ar que você nem sabia que estava segurando, e retribuiu o gesto, enfiando o rosto na curvatura do pescoço dele, sentindo aquele cheiro tão deliciosamente familiar.
Pela primeira vez desde que foi sequestrada, você realmente se sentiu segura, como se nada mais importasse. Estar envolvida pelos braços de Ken sempre lhe deixou anestesiada, como um calmante natural.
— Que fofos — A voz de Kisaki fez vocês quebrarem rapidamente o contato e se virar para ele. Seus olhos arregalaram quando viu que ele tinha pegado a arma de Draken, que estava no chão momentos antes — Mas agora eu preciso resolver umas coisinhas — O tom sarcástico e debochado dele fez um calafrio percorrer o seu corpo. Mais uma vez no dia, uma arma estava apontada para você e o medo do loiro disparar nunca ecoou tão alto na sua mente — O Draken eu vou matar de qualquer jeito, mas, diz aí [Nome]. Você vai entrar pra Valhalla ou não? Se você entrar, eu não te mato, se você não entrar, pelo menos vai se encontrar com seu namoradinho no inferno.
Seus olhos se voltaram para o Ryuguji por um momento. Ele lhe olhava com intensidade, como se dissesse para você aceitar a condição de Kisaki e entrar para a Valhalla. Você sabia que ele só estava fazendo isso porque queria que você vivesse. Mas, a ideia de contribuir para uma gangue que está, nesse exato momento, agredindo seus amigos e seu irmão era repugnante.
Por isso, você virou novamente para Kisaki, com um pequeno sorriso nos lábios.
— Vai se foder — Foi sua resposta.
— Que pena — O deboche dele sempre lhe irritou, mas agora estava lhe dando um certo medo — Então, tchauzinho.
A vontade de fechar os olhos era muito grande. Não queria ver aquela arma apontada para você de novo. Não queria ver Draken levando um tiro. Não queria ver a bala vindo na sua própria direção. Queria correr. Queria, de alguma forma, impedir que a bala atingisse vocês. Mas tudo o que você conseguiu fazer foi ficar parada, olhando.
Somente o som alto de uma buzina fez você desviar levemente o olhar, a tempo suficiente de ver um caminhão vindo, na direção de Kisaki. O loiro arregalou os olhos e baixou a arma. Tentou sair do caminho do veículo enorme, mas não foi o suficiente.
Quando o corpo dele ia sendo atingido, seu rosto foi virado bruscamente por Ken. Você apenas ouviu o som do corpo do líder da Valhalla sendo atropelado. Seu rosto estava enterrado no peitoral do Ryuguji, que segurava sua cabeça, para que você não virasse e visse o acidente.
Uma única lágrima pesada escorreu pela sua bochecha, não por tristeza pela morte de Kisaki, mas por alívio de a arma não ter sido disparada.
Gritos vindos de dentro da mansão fizeram você dar um pequeno salto de onde estava. Você e Draken ficaram tensos de novo. Não sabiam se esses gritos significavam que vocês tinham ganhado ou se tinham perdido.
A porta de trás se abriu, fazendo você e o Ryuguji darem alguns passos para trás, prontos para correr. Mas, quando Baji passou por ela, com um sorriso triunfante no rosto, vocês relaxaram de novo.
— A gente ganhou, porra! — Ele gritou, o mais alto que conseguiu.
Uma risada aliviada e divertida escapou de seus lábios. Logo depois, os outros saíram da mansão, com alguns machucados, mas nada digno de nota. Quando você viu Takemichi, correu para ele e praticamente se jogou em cima do loiro, quase derrubando vocês dois.
— Calma, mana. Eu 'tô bem.
— Eu sei que 'tá — Você o apertou ainda mais forte, arrancando um grunhido de dor dele — Só 'tô feliz que tudo acabou bem.
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