𝚝𝚠𝚎𝚕𝚟𝚎

Sua mente pesava, completamente exausta. Você ainda não tinha recuperado 100% da consciência, mas conseguia ouvir algumas vozes no fundo, como se estivessem longe demais. Apenas entendia alguns sussurros, ainda assim, conseguiu reconhecer quem falava.

— Ela já não devia ter acordado? — Baji perguntou, inquieto.

— [Nome] acabou perdendo muito sangue — Mikey respondeu — É normal ela demorar um pouco mais pra acordar.

— E o que a gente faz quando ela acordar? — Foi a vez de Kazutora perguntar para o líder.

— Acho que falar a verdade é a melhor opção — O loiro não precisou de muito tempo para responder e desviou os olhos escuros para o seu corpo, completamente debilitado — Se ela saiu assim da casa do Henma, alguma coisa com certeza aconteceu.

— Ele se empenhou muito em conseguir a [Nome], não acho que tentaria matar ela depois de tanto esforço — Mitsuya disse, calmo.

Eu vou matar aquele puto — A voz de Draken fez você vacilar levemente, quase entregando que estava recuperando a consciência.

Um minuto de silêncio se fez depois da fala dele. Provavelmente todos estavam com raiva, mas sabiam que Draken era quem mais estava puto.

Sem querer prolongar mais o teatrinho, você abriu os olhos, soltando um gemido de arrependimento no segundo em que a luz clara invadiu suas pupilas. Devagar, você tentou se sentar, sentindo uma dor inexplicável atingir sua costela.

— Calma aí — Baji disse, indo até você e colocando as mãos nas suas costas, te ajudando a se sentar — Você se machucou feio, fica parada.

Seus olhos acabaram se voltando para o seu próprio corpo. Você estava usando a mesma calça moletom de antes, mas estava sem camisa, apenas com um top de academia. Seu ombro estava imobilizado, fazendo você se lembrar da hora em que o deslocou. Além disso, haviam curativos na sua costela esquerda, por causa do ataque com o taco de baseball que você havia levado. E, passando a língua pelo interior boca, percebeu que havia levado dois pontos, por causa do soco. Mas, mesmo com tudo isso, o que mais ardia era o ferimento causado pela bala em seu braço. Você não conseguia vê-lo, já que estava enfaixado, mas sabia que não tinha levado menos que dez pontos.

— Obrigada pela ajuda — Você disse, finalmente olhando para Draken, que tinha as íris negras fixadas em você, mas ainda não falava nada — Se você não tivesse aparecido, provavelmente os homens de Henma teriam me encontrado.

— O que aconteceu lá? — Antes que Draken conseguisse falar qualquer coisa, o comandante perguntou.

— Nada demais — Você respondeu, se levantando da maca em que estava. Finalmente, olhou ao redor. Vocês estavam em uma espécie de garagem, com diversas motos e alguns carros. No canto em que você estava, era como se tivessem montado uma área hospitalar de última hora. Tinha uma maca e alguns aparelhos e utensílios médicos espalhados por aí — Onde meu irmão tá?

— A gente pediu pra ele ficar em casa com Hina e Emma — Kazutora respondeu.

— Ele quase desmaiou quando te viu coberta de sangue — Mituya completou.

— Certo — Você andava até a saída, mancando levemente — Obrigada pela ajuda.

O seu plano era simplesmente sair andando dali e tentar pegar o primeiro táxi que conseguisse, até chegar em casa e dar continuidade à sua vida. Não sabia como seria a conversa com seu irmão. Takemichi tinha mentindo para você, sobre algo que atormentava o seu passado. Mas, todo o seu plano foi por água abaixo quando uma mão segurou firme o seu braço que não estava machucado.

— Você não pode sair assim — Ao levantar os olhos, você viu Mikey, com a expressão mais assustadora do que você já viu.

— Vai me obrigar a ficar aqui? — Você nem tentou esconder o deboche — Henma também tentou fazer isso.

— É perigoso, [Nome] — A voz de Baji chamou sua atenção para ele, ao mesmo tempo em que o loiro soltava o seu braço — Henma ainda tá atrás de você.

— Isso era pra me assustar?

— Não importa o quanto você se ache forte — Kazutora falou, se aproximando — É impossível lugar com uma gangue inteira de uma vez.

— E o que vocês querem que eu faça?

— A gente tem uma mansão um pouco afastada da cidade — Foi Draken quem respondeu, já do seu lado — A ideia era que todo mundo fosse pra lá.

— Assim a gente conseguia te proteger até a poeira baixar com o Henma — O comandante completou.

— Não preciso de proteção.

— Deixa de ser teimosa — Baji disse, claramente preocupado — A gente sabe que vacilou, e vamos concertar isso. Deixa a gente te proteger como pedido de desculpas.

Você encarou os olhos de Baji. Estava furiosa com todos eles, mas, ao olhar diretamente para seu melhor amigo, era como se um pouco dessa raiva fosse embora. As lembranças de vocês juntos, de você cuidando dele dando pt, dele se assumindo gay para você, todas elas fizeram você amolecer levemente por dentro. E não era só com Baji. Você tinha lembranças memoráveis com todos eles.

— Tá bom — Você respondeu, depois de um longo suspiro — Mas eu preciso passar em casa pra buscar algumas coisas.

— Draken vai com você de carro — Mikey disse, fazendo todo o seu corpo se arrepiar com a ideia de ficar sozinha com o mais alto, depois de tudo o que aconteceu — O resto vai pra mansão.

— Não é melhor dois irem com ela? — Kazutora perguntou, já indo em direção à moto para ir até a mansão.

— Não, porque na volta eles vão trazer Takemichi, Hina e Emma.

— Elas também vão ficar lá na casa? — Baji perguntou.

— Não vou deixar minha irmã sozinha — Mikey respondeu, fazendo um sinal para Draken ir logo com você — E acredito que Takemichi não vai querer deixar a namorada também.

O loiro alto tocou levemente o seu ombro, apontando com a cabeça para um Jaguar F-Pace. Você apensas assentiu e começou a andar em direção ao carro, com certa dificuldade, por causa dos machucados na costela. Assim que se sentou no banco do passageiro, sentiu seu corpo relaxar um pouco.

Draken demorou um pouco mais para entrar, já que tinha ido pegar uma sacola com Mitsuya. Quando entrou, ele lhe entregou o pacote.

— São seus remédios — Ele explicou, fazendo seu olhar cair para o que tinha dentro do saco, vendo várias embalagens de medicamentos — Tem uma receita aí explicando direitinho quando usar cada um.

— Obrigada — Foi a única coisa que você falou, ainda analisando os remédios.

O loiro aceitou o silêncio constrangedor que havia se formado e deu partida no carro. Galway Girl, de Ed Sheeran, começou a tocar quase de imediato, em um volume baixo. Draken arrancou o carro assim que o portão da garagem se abriu. Você conseguiu ver os outros subindo nas motos pela janela. Baji e Mikey olhavam na sua direção, com semblantes levemente preocupados. Você suspirou mais uma vez no dia, se aconchegando bem no banco.

De vez em quando, Draken olhava sorrateiramente para você, como quem queria falar algo, mas não achasse as palavras certas para isso.

— Sua casa é um pouco longe daqui, então vai demorar, mais ou menos, uma hora.

— Tudo bem — Você respondeu, sem olhar para ele.

O silêncio entre vocês tomou conta do veículo mais uma vez, somente sendo suprido pelo som da música que ainda tocava aleatoriamente na playlist dele. Sua cabeça estava cheia de perguntas que você queria simplesmente jogar para ele. Seu coração doía toda vez que você se lembrava que Draken havia mentido para você.

— [Nome], eu...

— Por que você mentiu? — Você o interrompeu, tentando esconder o tom manhoso em sua voz.

O loiro suspirou suavemente antes de responder.

— Takemichy contou que você teve alguns problemas com gangues no passado — Seus olhos se arregalaram e você, finalmente, encarou o homem ao seu lado — Mas ele não falou o que era — Ele se apressou em explicar — Só disse que você já teve problemas com isso.

Você relaxou um pouco, baixando o olhar para suas mãos em seu colo. Você mexia agonizantemente os seus dedos, nervosa com o rumo que a conversa estava tomando. Não queria que os meninos soubessem do seu passado com gangues, mas também não queria esconder algo tão importante deles.

— Aí a gente ficou meio sem saber o que fazer — Draken continuou a falar — Ninguém queria que você se afastasse da gente. Acho que a gente só pensou em que convencer de que nem toda gangue era ruim, antes de te contar que a gente faz parte de uma — Ele completou, dando de ombros.

Seus olhos se arregalaram levemente de novo, mas você não olhou para ele. Tudo era muito confuso e complicado dentro da sua cabeça. Um mar de pensamentos e sentimentos se debatia dentro de você, como as ondas se quebrando na areia da praia.

— Quando eu vi a mensagem de Mikey no seu celular, eu fiquei devastada — Você começou a falar, ainda sem olhar para ele — Henma já tinha entrado em contato comigo e dito que todos vocês tavam mentindo pra mim. Naquele dia do beco, eu realmente menti pra vocês, me desculpa por isso.

— Não precisa pedir desculpas.

— Preciso. Se eu tivesse falado a verdade antes, a gente não taria nessa situação merda.

Vai dar tudo certo, não se preocupe. E a culpa não é só sua. Se a gente tivesse falado também, isso não estaria acontecendo.

Você assentiu com a cabeça, sentindo seu coração bater em um ritmo menos acelerado, finalmente se acalmando um pouco.

— Quando você me mandou embora — A voz do loiro fez você voltar suas íris para ele — Eu quase não fui, mas acabei respeitando sua vontade de ficar sozinha.

— Eu não queria ficar sozinha — Somente quando ele olhou para você, com uma expressão de quem não estava entendendo, você explicou — Eu fiquei destruída quando percebi que Henma falou a verdade quando disse que vocês tavam mentindo, mais especificamente que você tava mentindo.

— Por que eu?

— Porque eu gosto de você, idiota — Você desviou o olhar e começou a encarar a janela, sem querer olhar para o loiro nesse momento.

Draken desviou o olhar da estrada só por um segundo. Os olhos dele estavam arregalados enquanto ele te encarava, já de lado, olhando para a janela. Mesmo assim, ele não ficou surpreso por muito tempo, já virando o olhar novamente para a estrada e dando uma risada nasal baixa.

Eu também gosto de você.

Mesmo que o loiro não conseguisse ver seu rosto agora, ele sabia que você estava sorrindo. E, de fato, você estava.

[...]

[Nome]!? — Emma perguntou, se levantando do sofá em que estava sentada, assim que Draken abriu a porta para você entrar na sua casa — Os meninos disseram que você tava machucada, mas não tanto assim.

A loira se aproximou com cuidado, sem saber se podia te abraçar, já que você estava completamente enfaixada. Uma pequena risada escapou de seus lábios, enquanto você via Hina saindo da cozinha e entrando no seu campo de visão.

— Isso foi só um presentinho dos homens de Henma — Você brincou, entrando na casa, seguida pelo loiro alto atrás de você — Não foi nada demais.

Você andava em direção às escadas, mas, ao ver o seu irmão entrando na sala, pela cozinha, parou instantaneamente. Takemichi sabia que tinha feito merda. A expressão de preocupado dele deixava isso claro.

— [Nome], eu...

— A gente conversa depois — Você interrompeu o seu irmão — Eu preciso buscar umas coisas lá em cima.

— Vocês já tão prontos? — Draken perguntou aos outros, que concordaram com as cabeças — Então tragam as malas pra a gente colocar no carro. [Nome], consegue subir as escadas sozinha?

— Consigo.

Assim que você respondeu, os outros três pegaram as malas deles, que já estavam prontas na sala, e foram com Draken até o carro. Enquanto isso, você subia as escadas com certa dificuldade, mas conseguiu chegar no corredor e abrir a porta de seu quarto.

Algumas de suas roupas tinham ficado na casa de Henma, juntamente com o seu celular. Você acabou suspirando fundo quando se lembrou disso, mas se apressou em pegar logo o necessário para passar um tempo na mansão dos meninos.

Achou uma pequena malinha enfiada no seu guarda-roupa e colocou todos os seus pertences de maior necessidade, além de algumas peças de roupa e itens de higiene. Também levou os matérias da faculdade e seu notebook.

Somente quando tudo já estava na mala, a fechou e saiu do quarto, entrando no corredor. Assim que passou pela porta, quase esbarrou no corpo alto e forte de Draken.

— Eita, foi mal — O loiro falou, assim que te viu — Vim descer sua mala.

— Obrigada — Você respondeu, enquanto ele a pegava de suas mãos — E pode avisar ao Takemichi que eu vou no banco da frente.

— Ele já tá atrás com as meninas, pode relaxar.

Você soltou uma risada nasal e desceu as escadas, devagar. Draken oferecia a mão para lhe sustentar quando você aparentava ter mais dificuldade, o que você aceitou de bom grado. Qualquer movimento que fazia ainda deixava o seu corpo extremamente dolorido.

Mesmo que devagar, vocês conseguiram chegar no carro, e você logo entrou no banco da frente, ao mesmo tempo em que Draken colocava sua bagagem na mala do veículo. Symphony, de Zara Larsson, invadiu os seus tímpanos, enquanto você se ajustava para ficar em uma posição que não doesse muito os seus hematomas.

Assim que o loiro alto entrou no carro, ele deu perdida, pegando um caminho que dava para fora da cidade.

— Vai demorar pra chegar, já avisando — Ele falou, sem tirar os olhos da estrada — E você, tá bem? — A última parte ele falou virando levemente para você.

— 'Tô sim. Mas, onde é que a gente tá indo mesmo?

— Uma mansão da Touman mais afastada da cidade. É pra onde os membros da gangue vão quando tao com alguma confusão maior com outra gangue.

— E todo mundo vai pra lá?

— Não. Só a gente, Mikey, Baji, Mitsuya, Kazutora e Chifuyu.

— Ou seja, basicamente todo mundo que eu conheço.

— A gente tem muito o que se desculpar com você — Ele respondeu, dando de ombros, depois de uma risada nasal fraca — E vai ser legal passar um tempo lá.

— E a faculdade?

— Acho que todo mundo vai faltar uns dias, mas você pode ir se quiser. É só sair bem cedo de lá e alguns caras vão com você.

— Eba, ganhei várias babás — O loiro acabou rindo do seu sarcasmo, mas não respondeu nada depois disso.

O caminho foi tranquilo e pacífico. A música tocava de fundo, não tão alta a ponto de atrapalhar a conversa. Basicamente, só você, Emma e Hina falavam, atualizando suas vidas na última semana, mas você evitou qualquer assunto sobre o que aconteceu na casa de Henma. Draken estava totalmente concentrado na estrada à frente e seu irmão não falou um piu durante as próximas duas horas.

Você sabia que seu irmão tinha muita coisa para falar, mas você não podia ouvir agora. Sua cabeça ainda estava quente, mesmo que estivesse disposta a ouvir o lado dele e, quem sabe, perdoa-lo.

— Quando a gente chegar, eu levo suas coisas até o quarto — A voz de Draken invadiu os seus tímpanos, pela primeira vez depois de muito tempo.

— Eu vou ter um quarto só pra mim?

— O ideal era que algum de nós ficasse com você — Ele respondeu, sem mudar de expressão ou desviar o olhar — Mas se você quiser ficar sozinha a gente entende.

Você teve que parar para pensar um segundo. Sabia que o loiro estava falando isso porque queria dormir no mesmo quarto que você. Isso era óbvio. E, sendo sincera comigo mesma, você também queria. Mesmo ainda estando com raiva pelos segredos e mentiras, essa até seria uma boa oportunidade para vocês se entenderem novamente. Mas, você respondeu:

— Eu prefiro ficar sozinha — Porque, por mais que você quisesse se reaproximar dele, também queria ter seu próprio espaço, principalmente para armazenar toda a carga de informação que tinha acabado de receber nos últimos dois dias.

Tudo bem — Agora, ele não conseguiu esconder o tom de decepção na voz.

Depois disso, não demorou muito para vocês chegaram até a casa e, sinceramente, era uma puta mansão. Bem maior do que você imaginava, com uma arquitetura moderna, predominando os tons neutros. Não haviam outras construções por perto, apenas uma floresta não muito densa.

Draken estacionou o carro o mais rápido que conseguiu, sendo o primeiro a descer do carro depois disso. Você abriu a porta ao seu lado e tirou o cinto de segurança, mas sentiu um pouco de dor ao tentar sair do veículo.

— Deixa que eu te ajudo — Ao olhar para cima, você encontrou os olhos do seu irmão.

Com um pequeno sorriso de lado, você aceitou a mão de Takemichi e conseguiu se levantar do carro. Depois de agradecer, ele ainda te ajudou a andar até a entrada da casa pela garagem, mas teve que voltar para pegar a própria mala.

Enquanto você analisava o interior da construção, quase de boca aberta, Draken chegou ao seu lado, dando uma risada divertida com sua reação.

— Deixa eu te levar pro seu quarto — Ele disse, fazendo um sinal com a cabeça para você segui-lo.

— Onde os meninos estão?

— Devem ter saído pra fazer a feira e resolver algumas coisas da gangue — O loiro carregava a sua mala e a dele, sem nenhuma dificuldade — Já já eles tão de volta.

Você assentiu com a cabeça e o seguiu até o andar de cima, subindo as escadas com certa dificuldade, mas sempre com a ajuda dele. Andaram pelo extenso corredor até chegar em um dos últimos quartos.

— Esse aqui é o seu — Draken disse, abrindo a porta e entrando, sem cerimônias — Tem lençol de cama e toalhas no armário. Pode usar o que quiser e ficar a vontade. Essa chave daqui é sua — Ele falou, te entregando o objeto em mãos — Mas já avisando que cada um de nós tem uma cópia.

— Por que isso?

— Pra caso alguém invada o seu quarto e tranque por dentro — Em passos sem pressa, ele foi até a sua cama e deixou a malinha deitada ali — Mas pode relaxar, ninguém vai entrar no dia a dia sem sua permissão.

— E o seu quarto é qual?

— O do lado direito — O loiro respondeu, com um sorrisinho de lado — O Mikey tá no da frente e Takemichi e Hina tão no da esquerda.

— Certo — Você falou, depois de um suspiro longo, e sentou na cama enorme posicionada no meio do quarto.

— Vou te dar um tempo pra tomar banho e descansar um pouco, mas depois você tem que descer lá pra sala — Ele fez uma pausa antes de continuar — Acho que todo mundo aqui tem muita coisa pra falar.

Você concordou com a cabeça, ciente de que ele estava completamente certo. Tanto eles precisavam esclarecer várias coisas para você, quanto você tinha que confessar muitas coisas para eles.

Sua cabeça estava baixa e seus olhos fixos no chão, mas, quando percebeu que o corpo na sua frente se aproximava, você levantou o olhar. Draken se ajoelhou na sua frente, deixando o rosto bem perto do seu e seus olhares fixados um no outro.

— De novo, me desculpa por tudo — Ele disse, em um tom baixo e sem desviar de você.

— Desculpo — Foi a única coisa que você falou antes de fechar os olhos e deixar um selar demorado na boca dele.

Tanto você como ele sabiam que essa história não ia terminar por aí, mas se sentiram intensamente aliviados com aquele selinho. Vocês dois já ansiavam por esse contato faz tempo, e o fato de, finalmente, terem tido só lhes deixaram ainda mais leves.

Quando vocês se afastaram, o loiro deu um sorriso sem mostrar os dentes e se afastou, saindo do quarto e fechando a porta logo em seguida. Você suspirou mais uma vez no dia, mas não passou muito tempo na cama. Logo, pegou suas roupas e matérias de higiene na mala, indo direto para o banheiro tomar banho.

Acabou pegando um IPod antigo que você tinha trazido, já que seu celular ficou na casa de Henma, e conectou com a caixinha de som, fazendo 2U, de David Guetta e Justin Bieber, ecoar por todo o cômodo.

Você só relaxou quando sentiu a água morna percorrer por todo o seu corpo, ardendo um pouco na área do corte do tiro e na parte da costela. Tirar os curativos não foi nada fácil, e você sabia que colocar novos seria ainda mais difícil. Por isso, acabou rapidamente o banho e já foi enfaixar novamente o seu corpo. Você vestiu o protetor de ombro novamente, para o imobilizar, pouco antes de fazer os curativos do braço e da costela.

Não demorou muito para trocar de roupa e pentear o cabelo, já que não faria mais nada depois disso. Assim que acabou de se arrumar, saiu do quarto e desceu as escadas, ouvindo as vozes dos meninos de algum lugar ali em baixo. Acabou seguindo o barulho até chegar em uma sala grande, com vários sofás e algumas poltronas. Todos estavam lá, como se estivessem lhe esperando, menos as meninas.

— Agora que você chegou — Mikey falou, olhando diretamente nos seus olhos — Vamos colocar as cartas na mesa, de uma vez por todas.

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