capitulo seis.


— chuva a favor ou contra mim?




— Daqui a pouco iremos parar - Suna gritou me olhando pelo retrovisor e eu concordei,
a sensação de andar de moto era sublime, porém a chuva batendo cada vez mais forte contra o vidro do capacete estava me deixando apavorada.

Agradeci mentalmente por ter colocado os coturnos e minha jaqueta de couro quando passamos por uma poça de agua formada pela chuva. Ele estava correndo em alta velocidade, era quase como se estivesse tentando driblar a tempestade, era impossível manter meus olhos abertos. O vento gelado batia forte cortando minhas mãos, me agarrei mais em Suna tentando buscar um pouco de calor que o corpo dele transmitia. Quando percebi que o moreno corria mais do que o necessário, apertei seus braços e fiquei agradecida por ele entender o que eu queria dizer e acabar diminuindo a velocidade.

ههههه

Senti o motor da moto ser desligado, desci ainda sentindo a chuva bater contra o capacete, levei meus dedos até a trava porém tive dificuldade para soltar e novamente iniciei uma briga ali. Dedos úmidos esbarraram no meu me ajudando a tirar o capacete, quando ele levantou o objeto a cima, levantei minha cabeça e nossos olhares finalmente se encontraram.

Já estava escurecendo, acho que o tom frio da noite misturado com o cinza da chuva deixava os olhos verdes amarelados de Suna mais vivos, pela primeira vez eu os vi com vida, parecia tanto que ele queria dizer tanta coisa, mas ainda sim permaneceu calado. Um pingo de chuva deslizou pelos seus cílios indo diretamente de encontro a suas maçãs, e eu por algum motivo me vi levantando as mãos, estava quase alçando a sua face, mas eu paralisei assim que ele saiu da minha frente, e eu soltei todo o ar que não sabia que estava segurando até então.

O segui com o olhar e só então pude perceber ao redor que não estávamos no campus e muito menos próximo à escola. Paramos de frente a um imenso prédio de luxo. Eu cruzei as sobrancelhas mas corri atrás do moreno que já estava entrando pela portaria. Passamos pelo porteiro que eu percebi que ele reconheceu o Rintarou, fomos direito para o hall de entrada, e eu me espantei com o tamanho do lugar, o teto era enorme feito de mármore marrom claro, e repleto de estátuas e quadros por todo o local. Vi que Suna me esperava de frente ao elevador então me mexi para lá, assim que entramos, perguntei:

— Aonde estamos?

— Apartamento do meu irmão - falou básico.

— Que? por quê estamos aqui? - cruzei meus braços.

— Vamos ficar aqui até a chuva diminuir, os pneus da neko estão gastos demais para andar em estrada molhada.

Saiu da cabine e só então eu percebi que estávamos na cobertura. Após entrar na casa de seu irmão eu fiquei um tanto inquieta, julguei que a família de Suna era mais rica do que aparentava ser.

— Neko? você chama a sua moto de gato? - falei rindo enquanto me sentei em uma poltrona que parecia ser incrivelmente confortável e eu estava certa, afundei todo o meu corpo nela.

— Sim, quando estou carente é neko-chan - disse e eu gargalhei mais ainda.

— Por deus Suna, tenha dó, são pronomes para pessoas não máquinas.

— O que foi? não gostou? prefere que eu diga, [Nome]-chan? - eu o olhei, ele deu o ênfase no meu nome e percebi que ele estava zoando o jeito que seu amigo me chamava.

— Oh sim - entrei na onda — Gosto muito que me chamem assim e como você prefere? gosta de Suna-kun ou Suna-sama? - sussurrei os pronomes.

— Prefiro que não diga meu nome - comentou fazendo totalmente o sorriso nos meus lábios desaparecer.

— Pensei que eu era a chata aqui - me levantei encarado ele do outro lado da sala.

— Desapontada? - ele caminhou lentamente em minha direção — Gostaria que eu disse-se o que? - se aproximou mais de mim e eu dei um leve passo para trás batendo na pequena mesinha ao meu lado.

Me desequilibrei um pouco quase caindo em cima do móvel, todavia, Suna agarrou minha cintura me puxando próxima a ele. O olhei assustada e pus minha mão em seu peito vendo que ele estava aproximando sua face a minha. Ele curvou um pouco a cabeça e posou seus lábios ao lado do meu ouvido.

— Gostaria que eu disse-se que prefiro que você diga meu nome gemendo? - foi o suficiente para eu sentir todos os pelos do meu corpo se arrepiar. O empurrei para longe, ele cambaleou para trás e levantou a mão mostrando que tinha ido apenas para pegar o isqueiro, olhei para a mesinha e ali continha tabaco.

Ele ainda sorria para mim enquanto acedia o cigarro e eu revirei os olhos, passei a mão na nunca que ainda estava arrepiada, merda de corpo.

V-vou ao banheiro - comentei enquanto passava correndo por ele.

— A terceira porta a direita - ouvi ele devolver e tapei meus ouvidos, não estava afim de ouvir sua voz novamente.

Assim que entrei no lavabo abri a torneira e joguei água no meu rosto, me olhei no espelho e percebi o quão eu estava vermelha, ainda podia sentir todo o calor que Suna transmitiu enquanto estava próximo demais de mim. Amarrei meu cabelo para o alto, e joguei água ali atrás. Por que diabos eu estava tão quente? Ele literalmente não tinha feito nada.

Eu juro que da próxima vez que ele se aproximar tão repentino a mim eu irei chutar o pau dele, quem ele pensa que é?

Meu subconsciente gritava enquanto eu tentava me acalmar. Respirei fundo, obrigando meu coração a pulsar regularmente, assim que me senti confiável de novo abri a porta novamente e caminhei para a sala. Encontrei Suna na varanda fumando outro cigarro, me juntei a ele que me olhou de soslaio.

— Você ainda está vermelha - comentou soltando a fumaça com cheiro de menta.

— Não estou, é meu fluxo sanguíneo levando oxigênio para minhas células - comentei passando as costas das minhas mãos nela.

— Então você deve estar bem agitada para o seu fluxo sanguíneo estar visivelmente acelerado assim - ele riu na minha cara.

— Cala boca - bufei para ele. — Onde está seu irmão? - mudei o rumo da conversa.

Porém ele não me respondeu, então virei meu olhar para ele, parecia que buscava as palavras certas para me responder.

— Morto. - foi tudo e eu arregalei os olhos.

— Sinto muito, eu não sabia

Que legal [Nome] você mudou o assunto para um pior ainda - meu subconsciente praticamente bateu no meu crânio.

— Não há por que sentir, já faz tempo - comentou jogando o resto do cigarro no cinzeiro. — Vamos - me chamou.

— Para onde? - segui ele virando o corredor.

— Embora - paramos de andar em um quarto, ele abriu o guarda roupa e tirou duas camiseta de lá, e jogou uma para mim.

Olhei para ele confusa.

— Vista se quiser - disse enquanto tirou o moletom que vestia no corpo, e seus músculos foram expostos sem nenhum filtro para mim. Ele se virou parando em minha frente, subi meu olhar arrastado para o seu rosto.

— Você poderia sair? eu quero me trocar - ele comentou enquanto escorregou devagar a mão para o botão de sua calça. E por eu ter acompanhando o movimento senti minha cara esquentar de novo, joguei a mão nos meus olhos e sai sem rumo do quarto.

Ele era realmente um pervertido, se não queria que eu o visse se trocando por quê caralhos ele tirou a camiseta na minha frente? Irritante.

Me tranquei no banheiro tirando minha jaqueta e logo em seguida minha blusa branca, coloquei a camiseta roxo escuro dele e me olhei não espelho, até que não ficou mau, prendi uma ponta da camisa na lateral do jeans para ficar mais curta e pus a jaqueta de novo. Quando sai do banheiro Rintarou já estava na porta do apartamento trocado e me esperando.

— Ainda está chovendo não sei se você percebeu - cruzei meus braços.

— Tudo bem, eu já cansei de ficar olhando para sua cara - ele comentou enquanto entrávamos no elevador.

— Fico feliz, pois saiba que eu não aguento ficar no mesmo local que você - devolvi mostrando o dedo do meio para ele.

Saímos da cabine e julguei que estávamos no estacionamento. Passamos por alguns carros até ele parar de frente para um volvo xc60. Ele me olhou e eu arqueei a sobrancelha para ele.

Ele destravou o carro e eu percebi que o volvo era dele.

— Bem como você disse que não aguenta ficar no mesmo local que eu, acho que você pode voltar para o campus andando - comentou enquanto balançava a chave na altura dos meus olhos.

— Se você fizer isso eu juro que digo para o porteiro que você me sequestrou - apontei o dedo no rosto dele e ele riu. Em seguida eu corri para entrar no carro.

Ele entrou logo em seguida, ligando o carro e logo já estávamos na estrada de novo.

— Se você sabia que tinha um carro no estacionamento, por quê demorou tanto no apartamento? Já vai dar meia noite, duvido que deixem a gente entrar no campus agora - comentei enquanto colocava o cinto.

— Queria fumar e você precisava trocar a blusa - ele disse enquanto desligava o rádio que eu tinha ligado.

— Por que desligou? - olhei para ele.

— Porque eu quis - foi simples.

— Onde aprendeu andar de moto? - falei sendo a minha última tentativa de manter algum assunto decente com ele.

— Com meu irmão, a moto era dele - eu olhei para ele que mantinha seu olhar na estrada, eu queria perguntar mais, era óbvio que estava curiosa para saber mais dele, porém eu não tinha certeza até a onde eu poderia ir com Suna, tinha medo de ultrapassar seus limites que eram bem visíveis.

— Ah, entendo.

Depois disso eu não tentei puxar mais nenhuma conversa, senti que seria em vão e estava bem claro que ele não queria uma conversa agora. Talvez lembrar de seu irmão o deixava apreensivo. Encostei minha cabeça no vidro e comecei a contar os postes de luzes para distrair enquanto o tempo não passava. De vez em quando eu me pegava olhando disfarçadamente para ele, que estava concentrado dirigindo. Olhar para Suna tão sério e calmo assim, foi quase impossível não lembrar dele agarrando minha cintura e dizendo aquelas palavras obscenas no meu ouvindo mais cedo. Neguei freneticamente minha cabeça até encostar ela de novo no vidro, no fundo eu sentia que estava ficando maluca, desde o início eu jurei manter distância de Rintarou Suna e olha onde eu estava agora, num carro, ao lado dele e apenas nós dois. eu queria saber em que momento eu deixei que isso acontecesse.

[...]

A medida que estávamos mais próximos do colégio a chuva diminuía sua intensidade. O que foi finalmente um favor para nós, chegamos de frente aos portões do campus mais rápido. Assim que Suna parou o carro o segurança do local caminhou até o automóvel, Suna abaixou o vidro e o homem posicionou a lanterna nos nossos rostos.

— Não sabia que a escola era parque de diversões, sr.Rintarou Suna - o guarda comentou e pude ver Suna revirar os olhos.

— Está mais para parque do horror, não acha? - devolveu e pude ver o homem trincar o maxilar.

Engoli em seco e falei:

— Desculpe, shachō-san, tivemos que sair para fazer um trabalho e acabamos ficando presos na chuva, eu juro que isso não vai se repetir - juntei as mãos e fiz a reverência em respeito.

— Certo, mas só dessa vez, eu sei que o seu pai não gostaria de ser informado sobre isso não é, Rintarou? - comentou abaixando a lanterna.

— Claro - Suna respondeu sem vontade, avançado o carro dentre o campus.

— Você deveria ser mais educado com os mais velhos Suna, ele como segurança poderia ter dedurado a gente - comentei tirando o cinto de segurança. Vi Suna rir e fiquei sem entender.

— Qual a graça?

— Nada. - ele negou enquanto passava os dedos pelos lábios e me olhou.

Parou o carro em frente ao meu dormitório, e eu molhei meus lábios, bem já era hora de nos despedirmos. Fiz um som com a garganta para começar a falar.

— Obrigado por me trazer - reverenciei ele — É desculpa qualquer coisa. - ele apenas acenou com a cabeça e então eu abri a porta do carro e antes de fechar fiz mais um sinal de tchau com a mão e logo o carro seguiu outra direção.

Cruzei o dormitório sabendo que a porta provavelmente já estava trancada e fui diretamente pular a janela do meu quarto, Isabella me deixou boa nisso então eu não tinha do que reclamar. No momento agora, eu só queria deitar e dormir entretanto eu sabia que seria impossível ter uma noite tranquila após esse longo dia ao lado dele.





NOTAS DA AUTOTA

Sei nem o que comentar sobre esse capítulo, não sei se ta como eu imaginei, gostaram?

Eu gosto de escrever sobre o Suna porque ele é realmente um personagem interessante, eu nunca sei o que ele vai querer falar e muito menos pensar, literalmente sai tudo minutos antes de pensar em postar o cap.

E a propósito queria falar que carta no Japão é igual aos EUA,com 16 anos já podem dirigir, porém moto depende de algumas regiões sabe, a maioria é só com 18 mesmo por ser considerado um móvel de grande risco.

bom é isso, desculpe erros ortográficos*

até o próximo, 👯‍♀️👯👯‍♂️


obs: Sim eu postei antes porquê irei viajar e meus planos de postar pelo menos mais um capitulo domingo iria falhar.





muito obrigado pelos 2k de visualizações.

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