𝗨𝗠

Se alguém me dissesse que eu passaria as férias dividindo um quarto com João Tchoca, eu teria rido na cara da pessoa. Mas lá estava eu, trancada no mesmo cômodo que ele, pensando seriamente se dormir na banheira seria uma opção viável.

O dia começou bem, até. Todo mundo animado, preparando as coisas pra ir pra represa, música tocando, Memphis Depay já no clima de festa desde o café da manhã. Só que tinha um pequeno problema...

Eu odeio cachoeiras. Represas. Qualquer coisa que tenha pedra e rocha em volta.

— Bora, Carol! — Bruna me puxou pelo braço. — Todo mundo já tá lá dentro!

— Acho que vou ficar na beira mesmo — sorri amarelo.

A última vez que me meti num lugar desses, quase morri. Uma pessoa da minha família achou que seria engraçado me empurrar na cachoeira. Spoiler: não foi. Bati a cabeça, desmaiei e, se não tivessem me socorrido, eu nem estaria aqui pra contar história.

— Para de frescura, Monteiro! — a voz irritante do João surgiu atrás de mim. — Medo de molhar o cabelo?

Cruzei os braços e encarei ele com ódio.

— Medo de te jogar nessa água e fingir que foi um acidente.

— Vixe, estressada. Tá precisando relaxar.

— E você tá precisando calar a boca.

Ele riu, e isso me irritou mais ainda. Mas antes que eu pudesse responder, Memphis e Luciano apareceram correndo e... BOMBA! Me pegaram no colo.

— NÃO, NÃO, NÃO, NÃO! — comecei a espernear. — VOCÊS NÃO OUSAM ME JOGAR!

— Relaxa, só uma brincadeirinha — Memphis gargalhou.

— JOÃO, FAZ ALGUMA COISA! — implorei, vendo a água cada vez mais perto.

— Faço sim — ele cruzou os braços. — Vou assistir.

E então... SPLASH!

Fui parar na água. Saí desesperada, coração na boca, enquanto todo mundo ria da minha cara.

— Isso não tem graça! — reclamei, encharcada.

— Na verdade, tem sim — João disse, segurando o riso.

Dei um chute na água na direção dele, e ele desviou, ainda rindo.

Eu sabia que aquela viagem ia ser um inferno.

Mais tarde...

A casa estava silenciosa. Todo mundo já tinha ido dormir, menos eu. Não conseguia pegar no sono depois do trauma aquático do dia. Então, decidi ir pegar um copo d’água.

Só que, ao sair do quarto... adivinha quem eu encontro na cozinha?

— Tá me seguindo, Monteiro? — João arqueou a sobrancelha, segurando um copo.

— Claro, porque meu sonho é ser sua sombra — revirei os olhos.

Ele riu, e ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Sobre hoje... — ele coçou a nuca. — Foi mal, tá? Eu não sabia que você tinha medo dessas coisas.

Levantei a sobrancelha, surpresa.

— João Tchoca pedindo desculpa? O que aconteceu? Bateu a cabeça também?

Ele riu.

— Eu sou chato, mas não sou insensível.

Fiquei sem saber o que responder. Talvez, só talvez, João não fosse tão insuportável assim.

Mas isso não significava que eu ia facilitar as coisas pra ele.

— Tá desculpado... por enquanto.

Ele sorriu.

Acho que essas férias vão ser mais loucas do que eu imaginava.


                                                                        












Para disfrutar o Carnaval!!!

Voy a publicar os capítulos

De todas as fics Creados

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