ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗛𝗜𝗥𝗧𝗬 𝗧𝗪𝗢❕
ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝗵𝗶𝗿𝘁𝘆 𝘁𝘄𝗼. ᠉ ࣪ ˖
foi apenas um pesadelo!
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𝗡𝗔 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔-𝗙𝗘𝗜𝗥𝗔, todos os alunos que haviam visto cena no Dia dos Namorados passou a contar para o restante de Hogwarts, e Astraea e Perseu começaram a ser considerados o mais novo casal de Hogwarts, todos que viam os dois juntos passavam por eles rindo e apontando, enquanto diziam o quão lindo os dois ficavam juntos. Eles nem ligavam pra esses comentários mais, os dois simplesmente decidiram aceitar esse fato, mesmo eles tendo algo sem rótulos. Nenhum dos dois sabiam dizer o que eles eram, então apenas aceitavam ser o que as pessoas diziam que eles eram.
Astraea estava agora na Sala Comunal de sua casa, era madrugada, o começo de uma nova semana em Hogwarts. E a ruiva havia acordado em seu dormitório a duas hora atrás, algo a incomodando, fazendo ela não conseguir dormir, então para tentar de algum modo fazer seu sono chegar, Astraea foi até a Sala Comunal, que de algum modo o barulho das águas que soava para fora da janela, fazia ela se acalmar e conseguir dormir em um sono profundo, um sono profundo que fazia a ruiva entrar no mundo dos sonhos e ter sonhos que de algum modo, fazia ela ficar extremamente confusa, já que os sonhos de Astraea sempre era em flashes de momentos, nunca era apenas um sonho, sempre vários, na maioria das vezes sonhos sem sentidos e com pessoas desconhecidas.
E mais uma vez esse era um dos sonhos que para Astraea não fazia sentido, ela estava em Hogwarts, mas especificamente na biblioteca, a ruiva olhou pela biblioteca vendo que estava vazia, não tinha ninguém ali. E como a curiosidade falou mais alto, a ruiva começou a andar pelo corredor cheios de livros, parando na ala proibida, e olhando uma última vez para trás para ver se tinha alguém, o que não havia, Astraea entrou na ala proibida, começando a andar pelo lugar vazio e completamente escuro, a biblioteca parecia sinistra naquele momento, não havia luz, não havia pessoas, só o silêncio e o único barulho que realmente ecoava ali, era o barulho dos passos calmos e sigilosos de Astraea. A ruiva franziu o cenho ao ver uma mulher de costas para ela, olhando um livro na biblioteca, ela usava um vestido que ia até o chão, e seu cabelo estava preso em um coque elaborado com joias.
— Quem é você? — Astraea perguntou, arregalando os olhos com isso. Ela nunca falava nos seus sonhos, era sempre flashback.
— Estive esperando por você. — A mulher falou se virando para ela, e Astraea pode ver os olhos verdes esmeralda da mulher refletir, enquanto uma lamparina ao lado das duas mulheres se acendia. — Astraea Sacturn Black, Herdeira da Casa Black, Princesa da Noite, A Híbrida Original, Cônjuge das Sombras, A Preferida dos Deuses, A Garota do Oráculo, Aquela que deve lutar ao lado de Harry Potter.
Astraea levantou uma sobrancelha, ela se perguntou que tipo de títulos eram aqueles que a mulher desconhecida havia lhe falado. A mulher de olhos esmeralda deu um passo para frente, sorrindo enquanto folheava o livro que estava em suas mãos, que para Astraea parecia mais um diário.
— Não respondeu minha pergunta. — Ela disse voraz. — Quem é você?
— Oras, criança. — A mulher sorriu. — Não está na cara? Sou Morgana Le Fay.
Astraea franziu a testa, olhando para a mulher enquanto tentava se lembrar quem ela de fato era. E quando pareceu se lembrar, Astraea arregalou os olhos, dando um passo para trás enquanto encarava Morgana em sua frente, aquela ali na frente não era só uma bruxa com um simples nome inofensivo, não, aquela era Morgana Le Fay, a bruxa qual quase venceu Merlin, o bruxo mais poderoso de toda história. Morgana era uma lenda, uma das maiores bruxa das trevas de todo mundo bruxo, ela quase matou Merlin, quase tomou um reino inteiro para ela, possuía um dos mais poderosos dons, fazer magia sem o uso de uma varinha, ela tinha a pura e rara magia das trevas, um dom tão poderoso que nem Voldemort e muito menos Dumbledore tinham, Morgana era tão poderosa que deixava os dois bruxos no chinelo.
— Como? — Astraea perguntou, sentindo sua voz falhar. — Você está morta.
— Estou morta. — Ela concordou. — Mas isso aqui não é o mundo real, é um sonho. E como você sabe, uma bruxa tão poderosa como eu não iria ser limitada de aparecer em sonhos, ou até mesmo fora do mundo dos sonhos, como um vislumbre.
— E porque você apareceu em meu sonho? — Astraea perguntou curiosa.
— Eu gostaria de lhe dar um conselho, como amiga. — Morgana falou olhando para ela. — Existe um livro, mais especificamente um diário, ele está na biblioteca nesse mesmo lugar onde nos estamos. Quando você precisar de alguém para que lhe ensine sobre seus poderes, procure o diário, ele irá te ajudar e irá te instruir a conseguir controlar seus poderes.
— Como? — Astraea perguntou totalmente confusa, Morgana estava falando coisas que nem tinha sentido, e a ruiva percebeu que ela sabia sobre alguma coisa que Astraea não sabia.
— Siga minhas instruções. Garota do Oráculo. — Morgana falou, e Astraea sentiu o sonho começando a fixar turvo. — Eu poderei te ajudar quando chegar o momento certo, poderei te ajudar quando você se tornar aquela que todos esperam que você se torne. Salvadora.
Antes que Astraea pudesse perguntar qualquer coisa, Morgana desapareceu, juntamente com a biblioteca. E agora Astraea se encontrava em outro lugar, um lugar completamente desconhecido para ela. A ruiva estava deitada, deitada em algo que parecia folhas, e ela rapidamente se levantou, olhando em volta e vendo que estava em uma floresta, estava de dia, e dava para ver tudo, mas não tinha ninguém ali. Existia apenas uma trilha, mas quando Astraea observou direito ela pode ver que na verdade eram duas trilhas, uma ao contrário da outra. E Astraea fez uni-duni-tê antes de escolher ir para o caminho a direita, a ruiva então seguiu até o final da trilha andando em passos lentos e cautelosos, até parar na frente de uma casa onde havia duas pessoas, um homem e uma mulher.
E quando eles se viraram, a ruiva arregalou os olhos ao ver o quanto o homem parecia com Harry, e a mulher ao seu lado não era tão diferente, na verdade os olhos era o olho de Harry puro. E Astraea soube imediatamente quem eles eram, James Potter e Lily Potter, seus padrinhos, e a ruiva imediatamente sorriu com isso, vendo que os dois também estavam sorrindo para ela como se estivessem esperando por esse momento.
— Padrinho, madrinha. — Astraea falou correndo até eles.
James foi o primeiro a pegar a afilhada nos braços, matando a saudade que estava dela, o mais velho girou Astraea no ar, arrancando risadas dela. Depois de por Astraea novamente no chão, James sorriu enquanto apertava ela em seus braços, tentando suprimir a saudade de quatorze anos que tinha de sua afilhada. Lily foi a próxima a abraçar Astraea, as duas ruivas se abraçando de modo carinhoso, um carinho materno que Lily supria pela afilhada, assim como Dahlia tinha com Harry.
— Você está bem? — Lily perguntou segurando o rosto de sua afilhada nas mãos, e olhando para ela com toda preocupação do mundo.
— Estou bem. — Ela falou sorrindo. — Estamos todos bem.
Os dois sabiam o que aquele “estamos todos bem” significa, e eles sorriram aliviados por isso. Não era de se esperar que James e Lily se preocupavam com Regulus, apesar de tudo, o irmão mais novo de Sirius que eles juravam detestar, havia também se transformado alguém importante para os dois, na verdade para todos. E Dahlia era a melhor amiga de James, os dois eram como irmãos, era de se esperar que James Potter se importava até demais com Dahlia Manoly, já que os dois eram como grude em Hogwarts e permaneceram assim até depois, até o acontecimento do dia trinta e um de outubro.
— Você e Harry. — Falou James orgulhoso. — Eu vejo vocês dois juntos, e eu não consigo sentir mais do que puro orgulho. Vocês são tão parecidos comigo e com sua mãe quando estão juntos, tão parecidos. Aposto que dão muito problema para McGonagall.
— Levamos uma detenção juntos. — Astraea falou sorrindo. — No nosso primeiro dia de aula ainda.
— Essa é minha garota. — James levantou a mão, fazendo um toque com a afilhada.
— James! — Lily ralhou, e os dois olharam para a ruiva vendo ela com as mãos na cintura enquanto olhava para o marido. — Você não deve dizer isso! Levar uma detenção no primeiro dia de aula não é motivo para se orgulhar.
— Desculpe meu lírio. — James sorriu culpado, mas Astraea viu ele piscando os olhos para ela, o que fez a ruiva rir.
— O que eu estou fazendo aqui? — Astraea perguntou olhando para os padrinhos, esses que suspiraram parecendo saber de algo. De novo alguém que parecia saber de algo que Astraea não fazia a ideia do que era.
— Escute minha garotinha. — James falou se aproximando da afilhada, e segurando em seu rosto com todo amor que existia nele. — Tempos difíceis estão chegando, você deve estar preparada para encarar tudo e todos. Deve tomar cuidado em quem confiar, muitas pessoas irão tr trair, um pelo inimigo, um pelo amigo e um pela família. Você deve derrubar todos eles, enfrentá-los sem medo, escolher o lado certo e apenas ser você. Não mude, não recue, enfrente seus maiores pesadelos e medos de frente, nunca, de jeito algum, deixe que alguém te destrua, se levante, mostre para eles a bruxa que seus pais lutaram para criar, mostre a eles quem é Astraea Sacturn Black!
— Nós não temos muito tempo. — Disse Lily ao lado do marido. — Mas me escute querida, fique ao lado de Harry e de Perseu.
James revirou os olhos quando sua esposa citou o nome de Perseu, e Astraea percebeu que não era só seu pai quem não gostava de Perseu, mas sim seu padrinho também, e a ruiva não duvidava que Sirius o odiaria quando ele soubesse que Astraea era sua sobrinha.
— Quando chegar o momento certo. — Continuou Lily. — Você saberá de tudo, exatamente tudo o que as pessoas escondem de você. Não os odeie por isso, tudo o que eles fizeram, tudo o que eles estão fazendo, é apenas para proteger você, se lembre disso. Nunca deixe que ninguém mude seus pensamentos, não deixe que eles te envenenam com suas palavras, não deixe que eles mudem seus pensamentos e principalmente nunca deixe sua família e amigos, por causa de pessoas que você ao menos conhece. Você é forte! Uma garota extremamente poderosa e forte, você consegue fazer tudo, não desista, persista, e continue até chegar lá. Você é o melhor de nós Astraea, você é a nossa salvadora!
— Está acabando o tempo. — James falou, e Astraea pode ver seus padrinhos começarem a ficar turvo. — Mas se lembre de tudo o que dissemos, você é Astraea Sacturn Black, seus pais são as pessoas mais corajosas que eu já conheci e tudo o que eles fizeram foi para te criar assim. Para que você fosse assim, e para que você consiga fazer aquilo que está destinado para você! Mas pra isso você precisa se aceitar, aceitar quem é e aceitar seus poderes, tudo gira em torno de você, e apenas você tem que decidir qual destino quer. E o mais sábio será você continuar ao lado de Harry, vocês dois são a chave para tudo e quando os tempos nebulosos chegarem, os dois terão que se juntar para o mundo bruxo poder salvar. Então fiquem juntos, porque nada é mais poderoso do que um Potter e uma Black juntos, nem mesmo Voldemort. E por favor minha garotinha, tome conta de Harry.
— E diga a ele que nós o amamos e estamos orgulhosos dele. — Lily acrescentou sorrindo, e Astraea pode ver uma lágrima caindo no rosto bonito de sua madrinha. — Assim como estamos de você.
— Eu irei. — Astraea sorriu em meio às lágrimas que ela nem havia percebido que estava caindo por seu rosto. — Irei vê-los de novo?
James e Lily se olharam, sorrindo para Astraea em seguida, a ruiva quase não via o rosto dos dois mais e ela sabia que estava na hora de se despedir.
— Sim. — James falou analisando o cabelo da ruiva. — Mas até lá, não se esqueça que estamos sempre juntos de você.
— Em seu coração. — Lily falou apontando para a ruiva.
— E principalmente não se esqueça quem você é, Astraea. — James piscou. — Até mais, minha garotinha
— Até logo, minha bruxinha. — Lily falou sorrindo.
E essa foi a última coisa que Astraea viu antes de sua visão ficar um preto completo, Astraea sabia que aquilo não era só um sonho, sabia que aquilo era um aviso, e James e Lily estavam ali avisando dos perigos que sua vida iria ter, e Astraea iria seguir todos eles. Ela nunca, nunca mesmo não iria escutar os avisos que seus padrinhos lhe deram, ela não era tola para fazer isso, sabia que aquilo que eles haviam lhe falado era importante, sabia que aquilo de alguma forma iria mudar tudo. E quando Astraea abriu os olhos de novo, ela estava em volta da floresta, portanto agora era de noite, e ao olhar para trás, ela não viu mais o caminho que ela havia seguido para ir até seus padrinhos. Astraea então se levantou, limpando sua roupa que havia sujado.
Astraea então começou a andar pelo caminho, sentindo a floresta ao seu redor desaparecer, e tudo o que ela viu foi um clarão de luz batendo em seus olhos, e depois ela estava em um lugar desconhecido, era um lugar com piso azul nas paredes, o chão feito de pedra, havia algo no meio do local, como um portal, algo se mexia entre a fumaça prateada e a ruiva podia ouvir vozes vindo de dentro do lugar, e Astraea percebeu rapidamente que eram almas que sussurrava entre o véu.
A ruiva então desviou seu olhar, vendo uma pessoa caída no chão. E ela rapidamente correu até lá, arregalando os olhos ao ver quem era, Astraea correu até sua mãe, essa que estava deitada no chão de olhos abertos, olhos abertos que continham lágrimas no canto, Astraea se ajoelhou diante de sua mãe, percebendo que ela não respirava mais, e algo ecoou dentro de sua mente. Sua mãe estava morta.
— Mãe? — Astraea chamou, sem resposta. — Mãe?
Dahlia não respondeu, ela não respondeu porque já estava morta, Dahlia Black estava morta.
— Mãe, acorda! — Astraea falou desesperada agarrando sua mãe enquanto chacoalhava seu corpo. — Acorda! Por favor mãe, por favor, acorda!
Astraea chorava desesperada, sua mãe não respondia, sua mãe não se mexia, não respirava, seu coração não batia mais ela havia perdido a vida. E Astraea perdeu a vida junto com ela, porque sua mãe era tudo para ela, sua melhor amiga, sua parceira, sua mãe, sua cuidadora, sua mãe, Dahlia era o mundo de Astraea, e ela havia perdido ela. Quando Astraea levantou o olhar para cima, seus olhos agora ardendo em lágrimas, ela viu corpos, mais corpos no chão, e a ruiva se levantou imediatamente, olhando ao redor enquanto começava a andar. Ela conseguiu identificar todos eles, e conforme Astraea olhava entre os corpos, ela sentia seu mundo desabar ainda mais.
Seu pai estava ali, morto, juntamente com seu tio Sirius, seu tio Remus, sua tia Marjorie. Harry e Hendery também estava morto, e havia mais, Azely, Colin, Benjamin, Astória, Luna, Apolo e Perseu. Estavam todos ali, todos mortos, nenhum deles respirava, nenhum deles estava vivo mais, todos eles mortos, o olhar sem vida, o coração sem bater. Nenhum restou, ninguém sobreviveu, ninguém resistiu.
— Pai? — Ela perguntou para seu pai, esperando que ele respondesse, sem resposta.
— Harry? Hendery? — Astraea chorou, vendo seus dois melhores amigos mortos.
— Azely? Colin? — Ela soluçou, vendo os dois garotinhos mortos, portanto nenhum dos dois responderam, porque já não estavam mais vivos.
— Tio Sirius? — Ela viu seu tio morto, o olho aberto olhando para ela, portanto ali não existia mais vida. — Tio Remus? Tia Marjorie?
Nenhum dos três responderam, assim como os outros. Astraea passou por Apolo, Benjamin, Luna e Astória, também os chamando, mas eles não responderam também. Por último Astraea parou no último corpo, e ela se ajoelhou diante de Perseu, segurando seu rosto entre as mãos, ele também tinha os olhos abertos, mas a turbulência que Astraea era acostumada a ver, já não existia mais, seus olhos agora estavam opacos, vazios, nenhum sentimento sendo transmitido, nenhuma onda agitada sendo vista através de seus olhos. Não havia nada ali, não havia vida mais.
— Perseu? — Ela perguntou, seu mundo desabando de vez. — Não, não, não! Por favor, acorda Perseu! Acorda, loirinho. Por favor! ACORDA!
Ele não o fez, e Astraea deixou os soluços escaparem de sua garganta, o choro descendo como fogo por seus olhos, queimando seu rosto como brasa quente enquanto ela havia acabado de ver as pessoas mais importantes para ela mortas. Astraea escutou barulhos de passos ecoando, portanto ela não ergueu os olhos para ver quem era, ela estava ocupada demais chorando pela morte das pessoas que ela amava. Mas quando ela percebeu a presença da pessoa ali, ela foi rápida em ergueu seu olhar para ver quem era, não desgrudando do corpo sem vida de Perseu por nada. Mas a pessoa que ela viu ali, fez ela perder o fôlego, não era Voldemort, não era Morgana, não era ninguém conhecido ou desconhecido. Era ela, era Astraea, ela parecia um pouco mais velha, Astraea diria uns dois anos, e aquela sua versão tinham olhos tenebrosos, escuros, e seu cabelo não era ruivo, era preto. Ela havia perdido a cor, parecia outra pessoa, não parecia Astraea.
— Você os matou. — Sua versão mais velha falou. — Matou cada um deles.
— Não. — Astraea negou, chorando. — Eu não matei eles, eu não matei ninguém.
— Você fez. — Ela falou se abaixando, um sorriso macabro em seu rosto. — Todos aqui, todos que nem estão aqui, morreram por sua causa. Você matou eles, você fez isso e apenas você!
— NÃO! — Astraea gritou se levantando. — Eu não matei ninguém, eu não sou uma assassina.
— Sim, você é. — A versão mais velha falou, se aproximando de Astraea e segurando em seu rosto, não como James ou Lily fez, não, seu toque era forte, era sem amor. — Você é a ruína desse mundo, você vai matar todos que você ama. Acabar com suas vidas, tirar o que sobrou de felicidade deles, você vai acabar com cada um aqui. Cada pessoa importante para você aqui, você vai matar e vai ser somente por sua culpa!
Astraea perdeu o fôlego sentindo sua versão mais velha lhe pegar pelo pescoço, o ar em seus pulmões sumindo. Aquela Astraea era forte, e ela apertava o pescoço da ruiva cada vez mais, em seu olhar não havia mais brilho, não havia mais felicidade, a constelação que antes havia ali tinha sumido, dando espaço a pura escuridão, não restava nada além de apenas rancor, ódio, morte e a mais pura e verdadeira escuridão.
— Você é uma assassina Astraea Sacturn Black. — Ela continuou a falar, um sorriso sádico presente em seu rosto. — Você não é uma salvadora porque você não consegue salvar ninguém, você nem nem ao menos se salva! Destruidora de Realidades, o sangue que corre em suas veias é indigno, você é um erro, o bebê milagroso não passa de um erro cósmico cometido pelos Deuses, àqueles qual sua própria criação irá matá-los. Você pode negar quanto quiser, mas não irá mudar o fato de você ter matado todos aqui, porque você é assim, leva a morte onde quer que você esteja, não uma salvadora, uma destruidora.
— Não a escute. — Uma voz falou em sua cabeça. — Não dê ouvidos a ela.
Astraea então sentindo sua visão ficando turva, olhou para o lado vendo todos os corpos jogados no chão olhando para ela, seus olhos sem vida, e ela derramou mais lágrimas, se culpando internamente. Todos ali, todos estavam mortos por culpa dela, e seja lá o que sua versão macabra estava falando sobre ser uma salvadora, ela sabia que não era, ela era uma destruidora, uma assassina.
— Astraea. — Ela ouviu a voz de alguém a chamando, uma voz conhecida mas tão distante. — Astraea!
Astraea não deu ouvidos, apenas se culpando, apenas desejando a morte. Rezando para todos os Deuses ou divindades a levarem, querendo morrer, querendo desaparecer do que ter que ficar ali olhando as pessoas que ela amava mortas, as pessoas que ela mesmo matou. A voz novamente soou em sua cabeça, sendo totalmente ignorada, os pensamentos ruins rondando sua cabeça, seus olhos lacrimejando devido o aperto que ela sentia no pescoço, sua vida chegando ao fim, algo se quebrando dentro dela, algo se partindo, um fio dourado perdendo o brilho prestes a se romper em sua mente.
— ASTRAEA! — A voz gritou, e Astraea sentiu um puxão em sua mente, o fio dourado agora voltando a brilhar mais do que nunca, o aperto em seu pescoço sumindo, as pessoas mortas desaparecendo, sua visão ficando preta de uma vez.
Astraea então abriu os olhos, se levantando em um pulo. Ela estava novamente na Sala Comunal da Sonserina, seu corpo todo suado, sua respiração fora do controle e seu pescoço totalmente dolorido, e Astraea tentou recuperar o ar que lhe faltava, tossindo algumas vezes até conseguir respirar com calma novamente. Ela sentia uma mão em suas costas acariciando o lugar, seus olhos cheios de lágrimas enquanto ela se lembrava do sonho.
— Ruivinha. — Ela ouviu a voz de Perseu falar.
Astraea então olhou para ele, e diferente de seu sonho, Perseu respirava, Astraea ouvindo seu coração bater forte em seu peito, sentindo seus pulsos, vendo o olhar turbulento antes sem vida agora completamente agitados como uma onda. E a ruiva suspirou fundo, soltando um soluço enquanto se lançava sobre o corpo do loiro-acastanhado com tudo, Perseu mesmo perdido abraçou Astraea de volta com toda a força que ele tinha, e os dois ficaram assim por um momento, Astraea sentindo a forte colônia seca e fria, como cedro e vetiver, o cheiro forte de uva verde exalando. E Astraea apertou seus braços ainda mais ao redor de Perseu, como se a qualquer momento ele fosse desaparecer, como se fosse escapar de suas mãos, e era disso que Astraea tinha mais medo. A ruiva então se afastou, pegando no rosto de Perseu com cuidado, sentindo que ele estava ali, vendo que ele não estava morto, estava vivo e bem, e estava ali com ela.
— Você está aqui. — Ela disse.
— Sim. — Disse ele como se fosse óbvio. — Eu estou aqui ruivinha, estou bem, estou aqui, com você.
Astraea sorriu em meio às lágrimas, e Perseu colocou a mão sobre o rosto dela, limpando as lágrimas que escorriam por seu rosto com cuidado. Tudo o que Astraea precisava ouvir era aquilo, saber que ele estava de fato ali e que não era só um sonho, que ela não estava sonhando que ele estava ali e que na verdade ele havia morrido. Não, ele realmente estava ali com ela.
— O que aconteceu com você? — Ele perguntou, preocupação em sua íris.
— T-tive um pesadelo. — Ela falou com a voz falhada. — Primeiro, começou como um sonho, mas no final foi um pesadelo.
— Quer falar sobre? — Perseu alisou o cabelo de Astraea, arrumando os que estava caído em seu rosto se misturando com suas lágrimas atrás de sua orelha
— Não. — Disse ela com rapidez. — Não quero me lembrar daquilo, não quero.
— Está tudo bem. — Ele beijou a testa de Astraea, abraçando ela contra seu corpo. — Está tudo bem, eu estou aqui agora, você está bem agora, ruivinha. Eu prometo para você, nada vai te machucar aqui, nada vai te afetar, eu não vou deixar isso acontecer. Foi apenas um pesadelo, apenas isso! Todo mundo tem pesadelos, ruivinha.
— Você... — Astraea começou a falar, chamando a atenção. — Você está tendo pesadelos frequentemente?
— Não. — Perseu falou, apertando os braços em volta da ruiva. — Você está?
— Sim. — Astraea falou sussurrando. — Desde que eu cheguei em Hogwarts.
— Eu não tenho mais pesadelos, porque parte do meu tempo eu estou pensando em você ou estou com você. — Perseu disse baixinho. — Você é o meu sonho.
— E você é o meu. — Astraea falou, levantando o olhar para o loiro-acastanhado, que já olhava para ela. Ele sorriu, beijando o canto da boca de Astraea.
— Agora durma, vou estar aqui quando você acordar. — Ele falou baixinho no ouvido de Astraea, a voz dele deixando a ruiva confortável e aconchegada, como estivesse em casa, e ela realmente estava.
Astraea então soltou um suspiro, apertando a camiseta do loiro-acastanhado contra seus dedos, fechando seus olhos querendo de algum modo voltar a dormir em paz, uma coisa que ela sabia que conseguiria. Porque Perseu estava ali, ele era como um calmante para ela, e ela sabia que estava segura com ele ali, sabia que podia dormir em paz porque não teria pesadelos outra vez, não com Perseu ali.
As semanas de Astraea apenas piorou, a ruiva não estava conseguindo ter noites de sonho mais, as suas notas decaindo um pouco, juntamente com seu humor. Os pesadelos ficando cada vez mais constantes, e desde aquela noite na Sala Comunal, Astraea e Perseu quase não tiveram tempo para ficarem juntos mais, o casal passava tempo juntos a maioria das vezes à noite. Ou quase às vezes durante as aulas e o café da manhã, mas Astraea parecia cada vez mais cansada e também focada em conseguir aumentar suas notas, o que fazia a ruiva ficar cada vez mais ocupada a cada dia.
Astraea gostaria de poder falar com seus pais, mas a ruiva mal tinha tempo para comer, então ela sempre acabava adiando a carta para outro dia, e nunca mandava. Para ela estava ficando cansativo guardar tudo para si, e infelizmente o fundo de sua mente já não era o lugar seguro que fora no passado. Astraea se lembrou do que sua mãe sempre dizia a ela. “Um dia teremos que enfrentar os nossos medos.” era o que Dahlia Manoly sempre dizia a ela, mas nesse momento, se lembrando das palavras de sua mãe. Ela quis tudo, menos enfrentar o pesadelo que rondava sua mente.
— Levantem-se, Potter e Sinclair.
Uma duas semanas depois do pesadelo na Sala Comunal. Astraea se veria, mais uma vez, olhando para Harry que estava ajoelhado no chão da Sala de Snape, os dois tentando de algum modo esvaziar a mente. Acabara de ser forçada, mais uma vez, a aliviar um fluxo de lembranças infantis que nem sequer sabia que ainda guardava, a maior parte ligada à sua amizade com Hendery durante seus anos em Massachusetts no ensino fundamental.
— A última lembrança. — Disse Snape se referindo a Harry. — Qual foi?
— Não sei. — Respondeu Harry, levantando parecendo cansado e totalmente inerte as coisas que aconteciam ao seu redor. — O senhor se refere àquela em que meu primo tentou me fazer ficar em pé no vaso sanitário?
— Não. — Disse Snape suavemente. — Me refiro à do homem ajoelhado no meio de um aposento mal iluminado...
— Não é... nada.
Os olhos escuros de Snape perfuraram os de Harry. Provavelmente o lembrando do que o professor disse sobre a extrema importância do contato visual para a Legilimência, Harry piscou desviando o olhar para Astraea. Essa que se segurava na cadeira evitando cair, a ruiva parecia mais cansada, exausta e totalmente sobrecarregada do que qualquer dia durante essa semana. Astraea mal havia comido, o mínimo que ela conseguiu relar na boca foi um pequeno pão de doce de leite, durante o dia todo a única coisa que ela comeu foi isso, o restante do seu tempo livre passando na biblioteca estudando.
— Como é que aquele homem e aquele aposento foram parar em sua mente, Potter? — Perguntou Snape.
— Foi... — Respondeu Harry, olhando para Astraea com um olhar de preocupação. — Foi só... só um sonho que eu tive.
— Um sonho?
Astraea se sentindo exausta demais para se meter na conversa, apenas se sentou na cadeira, sua pele mais branca do que nunca, seus olhos extremamente cansado e seu físico parecendo levemente mudado. Como se ela tivesse emagrecido de um tempo para cá, o que ela não duvidava que havia acontecido devido ao fato de mal conseguir comer durante essas duas semanas.
— Você sabe para que estamos aqui, não sabe, Potter? — Disse o professor em um tom baixo e perigoso. — Você sabe para que estou cedendo as minhas noites e ocupando-as com essa tarefa monótona?
— Sei. — Disse Harry formalmente.
— Então lembre-me por que estamos aqui, Potter.
— Para eu e Astraea aprendermos Oclumência. — Respindeu Harry.
— Correto, Potter. E por mais obtuso que você seja. — Harry olhou para Snape, provavelmente o odiando. — Seria de esperar que após dois meses de aulas você tivesse feito algum progresso. Quantos outros sonhos você teve com o Lorde das Trevas?
— Somente este. — Astraea imediatamente percebeu as mentiras nas palavras do amigo, mas decidiu ficar em silêncio, como esteve durante todo o tempo que ficou ali.
— Talvez. — Disse Snape, apertando ligeiramente seus olhos escuros e frios. — Talvez você sinta prazer em ter essas visões e sonhos, Potter. Talvez eles o façam se sentir especial... importante?
— Como ter sua mente invadida por um Bruxo das Trevas que quer Harry morto, faria ele se sentir especial ou importante. Professor? — Astraea se meteu, erguendo minimamente a cabeça para olhar para Snape. O professor imediatamente olhou para a ruiva, se deparando com o olhar frio e gélido que ela lhe enviava.
— Isso faz você se sentir importante, Sr. Potter? — Snape falou, deixando claro que não estava falando com Astraea.
— Não, não faz. — Respondeu Harry de queixo duro e com os dedos apertando o punho da varinha.
— Ainda bem, Potter. — Disse Snape friamente. — Porque você não é especial nem importante, é não cabe a você descobrir o que o Lorde das Trevas está dizendo aos seus Comensais da Morte.
— Não... essa é a sua tarefa, não é? — Disparou Harry.
Dava pra ver que ele não tinha a intenção de dizer isso, parecia ter escapado de sua boca com raiva. Durante muito tempo os dois se encararam, Harry parecendo convencido de que havia ido longe demais. Mas surgiu uma expressão curiosa, quase satisfeita no rosto de Snape quando ele respondeu. Diferente do que Astraea pensou que iria acontecer.
— É, Potter. — Disse ele com os olhos brilhando. — É a minha tarefa. Agora, se estiver pronto, começaremos novamente.
Astraea preparou para se levantar, mas Snape apontou a varinha para ela, um olhar frio presente no seu rosto, como sempre.
— Você pode ficar sentada. Srta. Sinclair. — Ele falou ríspido.
Snape então se virou para Harry novamente, a varinha levantada.
— Um... dois... três... Legilimens!
Harry pareceu ficar em transe, sendo atingido pelo feitiço mais uma vez naquele dia. Mas diferente do que Astraea pensou que aconteceria, Harry levantou a varinha, pronto para se defender.
— Protego!
Snape cambaleou, sua varinha voando para longe. Os dois pareceram ficar em transe, e Astraea se levantou pronta para intervir, o que não foi preciso.
— CHEGA!
Harry parecia ter levado um empurrão no peito, já que cambaleou vários passos para trás e bateu em algumas prateleiras que cobriam as paredes de Snape, e Astraea ouviu alguma coisa se partir e fez uma careta com isso. Snape tremia ligeiramente e tinha o rosto muito pálido, Astraea sentiu o cheiro de algo invadir sua narina, e ela tinha certeza que Harry havia quebrado algum frasco de poção. E quando Astraea olhou, um dos frascos às suas costas estava quebrado como ela havia deduzido que aconteceu, a coisa viscosa em conversa que havia dentro girava no restinho da poção derramada.
— Reparo. — Sibilou Snape, e o frasco tornou a se fechar imediatamente. — Bom, Potter... sem dúvidas isto foi um progresso...
Um pouco ofegante, Snape endireitou a Penseira em que ele mais uma vez guardará os pensamentos antes de começar a aula, quase como se ainda estivesse verificando se continuavam ali. E por vários momentos, Astraea ficou curiosa para saber quais pensamentos eram esses, e ela sempre se perguntava o que aconteceria se ela tentasse ver o que Snape parecia querer esconder, mas ela não arriscaria fazer isso, pelo menos não ainda.
— Não me lembro de ter lhe dito para usar um Feitiço Escudo... mas sem dúvidas foi eficiente.
Harry não falou, e Astraea parecia sentir que ele estava evitando dizer algo, provavelmente para não xingar o professor. A ruiva tinha a certeza de que ele acabara de invadir as lembranças de Snape, que acabara de ver cenas que não eram para ser vistas do professor.
— Vamos tentar outra vez? — Disse Snape. — Se levante agora, Sinclair.
Astraea obedeceu, segurando na cadeira para pegar apoio, ela andou em passos lentos até Harry, suas pernas quase falhando. Astraea sabendo que desta vez ia ter muita mais dificuldade para esvaziar a mente, já que seus pensamentos estavam cheios, como uma bola de problemas.
— Quando eu contar três, então. — Disse Snape erguendo a varinha. — Um... dois...
Astraea não tinha tido tempo de se dominar e tentar esvaziar a mente e Snape já gritava “Legilimens!” Ela estava na biblioteca, Morgana a sua frente conversando com ela, igualmente no sonho a duas semanas atrás. Então logo ela estava abraçando Lily e James, seus padrinhos conversando com ela, a conversa que ela não havia esquecido até agora. E de novo o sonho mudou, agora ela estava na Sala Azul, o objeto parado no meio da sala, e logo a visão de Dahlia, Regulus, Hendery, Apolo, Astória, Colin, Azely, Benjamin e Perseu mortos apareceram. Quando os pensamentos iria mudar novamente, Astraea cambaleou para trás, um grito saindo de seus lábios ao seu corpo cair no chão, ela estava exausta demais para reagir, exausta demais para fazer qualquer coisa, mover qualquer músculo ou até mesmo falar.
— POTTER!
Astraea abriu os olhos, vendo Harry caído de costas outra vez, ele como Astraea não se lembrava de ter chegado à sala, os dois ofegavam como se tivesse corrido uma maratona. Astraea se levantou cambaleando, se segurando na cadeira para conseguir recuperar o fôlego que faltava em seus pulmões.
— Explique-se! — Disse Snape, que agora estava em pé ao lado de Harry, parecendo furioso.
— Não sei o que aconteceu. — Disse Harry com sinceridade, e Astraea mesmo com dificuldade foi até seu melhor amigo, ajudando ele a levantar. A ruiva analisou ele de cima a baixo, os dois se segurando um no outro enquanto se olhavam preocupados, e a ruiva rapidamente percebeu que havia um galo na parte de trás da cabeça de Harry no ponto que baterá no chão, e ele parecia febril. — Nunca vi isso antes, quero dizer, eu lhe disse, sonhei com a porta... mas nunca esteve aberta antes...
— Você não está se esforçando o bastante!
Por alguma razão, Snape estava ainda mais furioso do que há dois minutos, quando Harry possivelmente tinha visto suas lembranças. E Astraea fuzilou o professor por isso, fazendo um carinho na nuca de seu melhor amigo para que ele pudesse melhorar, pelo menos um pouco.
— Você é preguiçoso e desleixado, Potter, é de admirar que o Lorde das Trevas...
— Será que o senhor pode me dizer uma coisa? — Disse, disparando mais uma vez. — Por que chama Voldemort de Lorde das Trevas? Até hoje só ouvi Comensais da Morte o chamarem assim.
Snape abriu a boca em um esgar... uma mulher então gritou em algum lugar fora da sala. O professor virou a cabeça abruptamente para o alto e ficou observando o teto.
— Que diabos? — Resmungou.
Astraea ouviu uma agitação abafada no Saguão de Entrada. Snape olhou para os lados, franzindo a testa.
— Vocês viram alguma coisa anormal quando vieram? Potter e Sinclair?
Harry e Astraea sacudiram a cabeça negativamente. Em algum lugar acima a mulher tornou a gritar. Snape se dirigiu a passos largos para a porta, a varinha em riste, e desapareceu de vista. Harry e Astraea hesitaram por um momento, então eles se olharam brevemente, e Harry foi atrás de Snape juntamente com Astraea, os dois se segurando um no outro.
Os gritos vinham de fato do Saguão de Entrada, tornaram-se mais fortes à medida que Harry e Astraea corriam em direção aos degraus de pedra das masmorras. Quando chegaram ao alto, encontraram o saguão cheio, os alunos tinham corrido em massa do Salão Principal, onde o jantar ainda estava sendo servido, para ver o que estava acontecendo, outros lotavam a escadaria de mármore. Astraea e Harry abriram caminho por um grupo compacto de alunos altos da Sonserina, ao qual Theodore Nott, um garoto que Astraea havia conversado a uns dias atrás fazia parte, os dois viram que os espectadores haviam formado um grande círculo, uns pareciam chocados, outros até temerosos. A Prof. McGonagall estava de frente a Harry e Astraea do outro lado do saguão, dava a impressão de estar se sentindo ligeiramente nauseada com o que via.
A Prof. Trelawney encontrava-se no meio do Saguão de Entrada com a varinha em uma das mãos e uma garrafa vazia de xerez na outra, parecendo completamente tresloucada. Seus cabelos estavam em pé, os óculos de tal maneira tortos que um olho estava mais aumentando do que o outro, seus inúmeros xales e cachecóis caiam desalinhados dos ombros, dando a impressão de que ela própria estava se rompendo. Havia dois malões no chão aos seus pés, um deles de tampa para baixo, dava impressão de que fora atirado atrás dela. A Prof. Trelawney olhava fixamente, cheia de terror, para alguma coisa que Astraea não podia ver, mas que parecia estar parada ao pé da escadaria.
— Não! — Gritava ela. — NÃO! Isto não pode estar acontecendo... não posso... me recuso a aceitar!
— Você não viu que isso ia acontecer? — Perguntou uma voz infantil e aguda, parecendo insensivelmente risonha, e Astraea juntamente de Harry se deslocaram ligeiramente para a direita, e a ruiva constatou que a visão aterrorizante de Trelawney era nada mais que a Prof. Umbridge. — Incapaz como você é de prever até o tempo que vai fazer amanhã, certamente deve ter percebido que o seu lamentável desempenho durante as minhas inspeções, e a ausência de melhoria, tornaria inevitável a sua demissão?
— Você não p-pode! — Berrou a Prof. Trelawney, as lágrimas escorrendo pelo rosto por baixo das lentes enormes. — Você não pode me demitir! Es-tou aqui há dezesseis anos! Hogwarts é a minha c...c-asa!
— Era sua casa... — Disse a Prof. Umbridge, e Astraea sentiu revolta de ver o prazer que distendia na cara de sapo da Umbridge enquanto apreciava a Trelawney afundar, soluçando descontrolada, sobre um dos malões. — Até uma hora atrás, quando o ministro da Magia contra-assinou a ordem para sua demissão. Agora, tenha a bondade de se retirar do saguão. Você está nos constrangendo.
Mas ela continuou contemplando, com uma expressão de prazer triunfante, e Astraea quis tirar essa expressão da cara dela com um belo soco, a Prof. Trelawney tremia e gemia, balançando-se para a frente e para trás em seu malão, tomada de paroxismos de pesar. Astraea ouviu um soluço abafado à sua esquerda e se virou vendo Lilá e Parvati chorando baixinho abraçadas. Ouviu então passos, a Prof. McGonagall se destacava dos espectadores, marchará direto para Trelawney e estava lhe dando palmadinhas firmes nas costas, ao mesmo tempo que puxava um enorme lenço de dentro das vestes.
— Pronto, pronto, Sibila... se acalme... assoe o nariz no lenço... não é tão ruim quanto você está pensando, agora... você não vai precisar sair de Hogwarts...
— Ah, sério, Prof. McGonagall?! — Exclamou Umbridge em tom letal, dando alguns passos à frente. — E a sua autoridade para afirmar isso é...?
— A minha. — Disse uma voz grave.
As portas de carvalho da entrada tinham se aberto. Os estudantes de ambos os lados se afastaram depressa, e Dumbledore apareceu na entrada. O que ele andará fazendo lá fora Astraea nem podia imaginar, mas havia algo impressionante naquela visão recortada contra a noite estranhamente brumosa. Deixando as portas escancaradas, ele atravessou o círculo de espectadores em direção a trêmula Prof. Trelawney, sentada no malão com o rosto manchado de lágrimas, e à Prof. McGonagall ao seu lado.
— Sua, Prof. Dumbledore? — Disse Umbridge com uma risadinha particularmente desagradável. — Receio que o senhor não esteja entendendo a situação. Tenho aqui... — Ela puxou um pergaminho de dentro das vestes. — Uma ordem de demissão assinada por mim e pelo ministro da Magia. De acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Três, a Alta Inquisidora de Hogwarts tem o poder de inspeccionar, colocar sob observação e demitir qualquer professor que ela, isto é, eu, ache que não está desempenhando suas funções conforme exige o Ministério da Magia. Eu decidi que a Prof. Trelawney está abaixo do padrão esperado. Eu a demiti.
Para grande surpresa de Astraea, Dumbledore continuou a sorrir. Ele baixou os olhos para a Prof. Trelawney, que continuava a soluçar e engasgar em cima do malão, e disse:
— A senhora está certa, é claro, Prof. Umbridge. Como Alta Inquisidora, a senhora tem todo o direito de despedir os meus professores. No entanto, não tem autoridade para expulsá-los do castelo. Receio... — Continuou com uma leve reverência. — Que o poder de fazer isto ainda pertença ao diretor, e é meu desejo que a Prof. Trelawney continue a residir em Hogwarts.
Ao ouvir isso, Trelawney deu uma risadinha tresloucada que mal escondia um soluço.
— Não... não, eu v-vou, Dumbledore! V-vou embora de Hogwarts, p-procurar minha fortuna algures...
— Não. — Afirmou Dumbledore com severidade. — É meu desejo que você permaneça, Sibila.
Ele se virou então para a Prof. McGonagall.
— Será que posso lhe pedir para acompanhar Sibila de volta aos aposentos dela?
— É claro. — Disse McGonagall. — Vamos, levanta-se, Sibila...
A Prof. Sprout saiu correndo da aglomeração e segurou o outro braço de Trelawney. Juntas, elas passaram por Umbridge e subiram a escadaria de mármore. O Prof. Flitwick se apressou em segui-las e empunhando a varinha à frente, disse com a vozinha esganiçada: “Locomotor malas!”, e a bagagem da Prof. Trelawney se ergueu no ar e subiu as escadas atrás dela, o Prof. Flitwick fechou o cortejo.
A Prof. Umbridge estava paralisada, encarando Dumbledore, que continuava a sorrir bondosamente. E Astraea imediatamente deu risada da cara da professora, sabendo que ela não esperava pelo o que Dumbledore havia lhe feito.
— E o que. — Perguntou ela com um sussurro que ecoou pelo saguão. — Você vai fazer com Sibila quando eu nomear uma nova professora de Adivinhação e precisar dos aposentos dela?
— Ah, isso não será problema. — Disse Dumbledore em tom agradável. — Sabe, já encontrei um novo professor de Adivinhação, e ele prefere ficar no andar térreo.
— Você encontrou...?! — Exclamou Umbridge estridentemente. — Você encontrou? Permita-me lembrar-lhe, Dumbledore, que, de acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Dois...
— O ministro tem o direito de indicar um candidato adequado se, e apenas se, o diretor não puder encontrar um. — Citou Dumbledore. — Tenho o prazer de lhe informar que desta vez o encontrei. Posso apresentá-lo a você?
E se virou para as portas abertas, pelas quais agora entrava a névoa noturna. Astraea ouviu o ruído de cascos. Correu um murmúrio de espanto pelo saguão e os que estavam mais próximos das portas rapidamente recuaram mais, alguns tropeçando na pressa de abrir caminho para o recém-chegado. Em meio à névoa surgiu um rosto que Astraea nunca vira na vida. Cabelo louro-prateados e surpreendentes olhos azuis, a cabeça e o tronco de um homem se completavam com o corpo de um cavalo baio.
— Este é Firenze. — Disse Dumbledore, feliz, a uma assombrada Umbridge. — Creio que você o aprovará.
✦ —— Olá estrelas e constelações!
Quem é vivo sempre aparece né? Voltei depois de três dias, e tudo o que eu tenho a dizer sobre isso é que minha escola voltou então consequentemente estou cheia de coisas pra fazer de novo. Aiai, esse sonho da Astraea com a Morgana ainda vai render hein, e só coisas boas, ata amo, tenho até um plot perfeito para isso, e esses titulos que a Astraea recebeu, coitada, mal sabe ela que depois de Ordem da Fênix o que ela mais vai receber é título. E esse reencontro da Astraea com a Lily e o James? Oi suicídio, me aguarde! Socorro, eu amo esses dois, e eu tive que pelo menos fazer ele ter uma pequena interação com a Astraea, mesmo eles estando mortos, e aguardem meus amores, que tudo o que a Lily e o James falaram vai ser muito importante pra história! E enfim... não tenho nada a dizer sobre o pesadelo. Mas tenho a dizer sobre o Perseu tirando a Astraea dele, certeza que ele sentiu o que ela estava sentindo no pesadelo, aí meu casalzinho lindo, amo eles. Agora sobre a Astraea nesse capítulo... tadinha, não vai ter um momento de paz mais, mentira, vai sim, mas só pouco. E eu já disse para vocês que eu odeio a Umbridge? Sim, eu odeio a Umbridge, tomara que morra essa praga.
✦ —— E infelizmente por hoje foi só isso, e esse capítulo eu fiz ficar menor que os outros porque tô achando os capítulos muito grandes. Tanto que nem a parte da Oclumência com o Snape eu ia colocar, e muito menos a cena com a demissão da Trelawney, mas isso pareceu importante de se colocar aqui, então eu coloquei. E aqui eu deixo minhas despedidas, mas não se esqueçam de comentar o que acharam, votar e compartilhar com os seus amigos para que a fanfic possa crescer ainda mais! Beijos meus amores, e até o próximo capítulo!
MALFEITO FEITO!
— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.
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