ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗙𝗢𝗥𝗧𝗬 𝗡𝗜𝗡𝗘❕

ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗳𝗼𝗿𝘁𝘆 𝗻𝗶𝗻𝗲. ᠉ ࣪ ˖
crise em meio a verdade!
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𝗘𝗦𝗧𝗔𝗠𝗢𝗦 𝗡𝗔 𝗦𝗔𝗟𝗔 𝗗𝗘 𝗗𝗨𝗠𝗕𝗟𝗘𝗗𝗢𝗥𝗘, isso é tudo o que eu pensei quando a sensação de ter sido sugada pela chave de portal passou, mesmo depois de toda a emoção que eu passei eu não tive tempo para descansar, mas ao sentir o chão gelado nas minhas costas tudo o que eu quis foi permanecer deitada ali, obviamente foi exatamente o que eu fiz. De repente o cansaço de ter passado pelas lembranças de meu tio sendo torturado pela mãos de Voldemort, a emoção que passei ao ajudar Harry a entrar na sala de Umbridge, a sensação de quando fomos pegos pela sapa rosa e seus fiéis seguidores, os acontecimentos da floresta, o fato de eu ter voado em um Pégasus, sobre eu ter descoberto que meu nome está em uma profecia, não em qualquer profecia, mas sim em uma profecia que envolve Harry, Tom Riddle e muito mais. Os acontecimentos com os Comensais, os machucados, a sensação de desespero em saber que meus amigos estavam machucados, ter visto minha família e ter deixado eles saberem sobre meu paradeiro e de meus pais, a profecia sendo quebrada, o reencontro de meu pai e meu tio e a quase morte de meu tio.

E ainda tem mais, eu sendo morta por Bellatrix, encontrando Hades no submundo, descobrindo sobre quase a metade de uma história que me envolve, saber dos planejamentos de Riddle com Morgana, o fato de Morgana nunca ter sido ela mesma e sim a deusa da noite, saber o porque os deuses estão em minha vida, ter voltado a vida, ver todos abalados com minha morte, indo atrás de Harry e torturando Bellatrix, encontrando com Tom Riddle e lutando contra ele, a luta de Dumbledore e o Riddle, ver Harry sendo possuído e tudo mais, acho que tudo isso foi demais para mim. Ainda tem o fato de ter um poder super estranho correndo pelas minhas veias, sem contar que esse poder parece que vai sair a qualquer momento e destruir metade do mundo, me sinto tão confusa em relação a tudo, o mundo parece confuso, as pessoas parecerem confusas e eu pareço ser um pingo preto em meio a uma tela branca, sinto como se eu estivesse perdida que nem um cego fica no meio de um tiroteio, o cansaço, a confusão e tudo mais me abalaram tanto que eu estava prestes a desmaiar, só sentia uma única lágrima descer pelo meu rosto, mas não pude deixar as outras descerem, preciso me manter forte, não posso desabar, não posso.

— Filha? — A voz de minha mãe me chamando soou pela sala de Dumbledore, mas não tenho força de vontade para levantar de onde estou. — Minha estrelinha, está tudo bem?

— Não. — Os olhares de todos sobre mim me deixaram mais sobrecarregada ainda. Me levantando eu me apoiei na mesa se Dumbledore, o sentimento familiar que venho sentindo desde sempre me deixando furiosa, não sei de onde está vindo isso, mas o porquê eu sei. — Não está nada bem, eu não estou nada bem.

— O que você tem? Está machucada? Me mostre onde é! — Sentia suas mãos passando pelo meu braço e procurando algum machucado, mas não há nenhum, não quando estou ferida mentalmente.

— Não. — Me afastei com calma. — Não tem nenhum machucado, não se preocupe, mãe.

— O que há com você, estrelinha? — Suas mãos tocaram meu rosto  com gentileza e ela me obrigou a olhar em seus olhos que são tão parecidos com os meus. — Diga para mim o que aconteceu.

— Eu morri, mãe. — Minhas palavras pareceram a afetar imediatamente, também pude ouvir alguns suspiros pesados serem soltados pelo restante das pessoas que estavam ali, sei que isso doeu. — Mas isso não é nem o começo de tudo, o fato de eu ter morrido e voltado a vida misteriosamente não me fez ficar assim. O fato de vocês estarem escondendo coisas de mim me fez ficar assim, as mentiras, enganações e tudo mais está sendo demais pra mim. Eu preciso saber!

— Filha... — Claro que meu pai tentaria intervir.

— Sei que tem muitas coisas a serem explicadas. — Andei pela sala até parar na frente de todo mundo, as pessoas que estão aqui é meus pais, Harry, meu tio e Perseu, por um momento eu achei que tio Remus e tia Marjorie estariam aqui também, mas devem estar arrumando as coisas no Ministério. — Muitas coisas mesmo, principalmente o fato de nós três estarmos vivos que tem que ser explicado para muita gente. Mas, tem coisas que eu quero saber e vocês dois não vão fugir de me explicar, não importa se não é o momento certo, se não é o lugar certo ou se tem pessoas aqui que não devem ouvir o que será dito, eu quero que vocês me digam toda a verdade de uma vez se não eu vou acabar surtando!

— Minha estrelinha, nós nunca escondemos nada de você. — Eu posso estar sendo uma escrita agora, afinal, são meus pais. Mas não pude deixar de rir com a frase que acabei de escutar.

— Nunca? — Perguntei com ironia. — Então o fato daquela profecia ter meu nome é uma mera coincidência?

— Profecia? — Meu tio falou pela primeira vez.

— Sim, profecia. — Encarei meus pais com um sorriso irônico. — Profecia essa que tem o nome de Harry e de Voldemort, profecia essa que vocês me disseram que era sobre os dois, mas não é realmente verdade não é? Não quando tem o meu nome enfiado naquilo.

— Se acalme, iremos te explicar tudo.

— É claro que vão! — Mal percebi quando minha voz levantou de tom.

— Abaixe o seu tom, ela é sua mãe!

— Desculpe, mãe. — Não pude encará-la nos olhos, sinto vergonha de levantar a voz para a mulher que me deu a vida e principalmente me deu a educação que eu não estou mostrando ter.

— Está tudo bem. — Eu podia sentir que ela tinha um leve sorriso no rosto, mesmo que não pudesse vê-la.

— Sei que eu exagerei, mas... — Mordi o lábio inferior. — Eu só... tô confusa. Tudo pareceu cair em cima de mim como um balde de água frio assim que eu entrei nessa escola e eu simplesmente não estou conseguindo lidar com tudo isso depois que a animação de estar aqui passou.

— Escute. — Meu pai colocou a mão em meu ombro me obrigando a olhá-lo. — Está tudo bem estar sobrecarregada, okay? Você só não precisa guardar isso para você, ponha tudo pra fora, Astraea. Somos seus pais e estamos aqui para te ouvir e para te aconselhar.

— Quando eu morri... — O ar ficou pesado do nada, sei que falar de morte vai ser um tabu gigantesco agora. — Pensei que teria uma vida pós-morte tranquila, sei que não tem desculpas para a decisão que eu tomei e mesmo com todas as coisas que poderia acontecer depois disso, tenho que dizer que se eu tivesse que fazê-la novamente, eu faria sem nem contestar. Mas não é isso que eu quero falar agora, a única coisa que está me incomodando é uma simples coisa: por que eu me encontrei com Hades depois que morri?

— O que?!

— O mais estranho ainda, por que eu me encontrei com mais três deuses durante minha estadia em Hogwarts? Ah, espera. — Fiz uma pausa enquanto parecia pensar, não estou pensando, não quando tudo o que eu tenho a falar está na ponta da língua. — Eu já sei muito bem o porque disso, eu me lembro perfeitamente bem de Hades me dizendo que o motivo de eu ter nascido não foi um acidente, mas sim algo que foi planejado por um deus primordial com o nome de Caos, mesmo que isso seja uma loucura e que eu possa ter tido um sonho muito doido sobre isso, eu sinto que não é um sonho e que tudo isso é a mais pura verdade. Então, eu só vou perguntar uma vez e espero que vocês como meus pais me respondam. — Dava para ver o quão afetados eles estavam com isso. — Hades já me explicou sobre a situação da Selene e Hécate, sobre o motivo dos deuses estarem em volta de mim e até mesmo sobre o fator de eu poder me transformar uma deusa, sem contar no fato de eu ser uma tríbrida, algo que eu acreditava não existir. Ele também me disse sobre Caos, os deuses primordiais e até mesmo sobre as escolhas que eu tenho, mas eu quero saber se vocês sabiam disso tudo, quero que vocês me contem sobre a minha linhagem e principalmente quero que me contem sobre a profecia e tudo mais, e não ousem esconder uma palavra sequer de mim, se tem uma coisa que eu odeio é mentiras e caso mintam de novo para mim, não vou ser capaz de perdoá-los. Mesmo que vocês sejam meus pais.

— Astraea... — Perseu me chamou, não estou com paciência para ter que lidar com ele agora.

— Isso é assunto de família, não fale nada agora. — Tive que me obrigar a parecer rude, sei que se eu falasse com ele de forma carinhosa ele viria até mim e me daria um abraço com todas suas forças, mas agora não é o momento para isso. — Vamos lá, sem enrolação.

— Sim, a gente sabia. — As palavras de minha mãe pareceram me acertar em cheio, dei um passo para trás. As suas palavras não foram o suficiente para me matar, mas o seu olhar foi. — A gente só queria te proteger...

— E esse meio de proteção era mentir pra mim? Isso não é proteção, mãe! — Eles sabem que eu odeio mentira. Principalmente quando essa mentira se trata de uma das coisas mais importantes da minha vida.

— Quando eu soube que estava grávida de você tudo o que eu quis foi te proteger, eu havia resolvido não contar para seu pai por causa das situações que nos encontrávamos. Eu não queria que você crescesse em um mundo cheio de coisas cruéis e assim estava decidido, mas Remus me fez mudar de ideia e seu pai ficou sabendo no final, se eu dissesse que me arrependo de ter tomado essa decisão eu estaria mentindo. Dois meses depois, tudo já estava nos trilhos, seu pai já sabia, nos havíamos nos mudado para uma casa afastada, ele havia desistido de ser um Comensal e tudo estava se encaixando, foi de repente. Mas em um dia um dos Deuses apareceu em nossa casa e nós avisou sobre você, sobre quem de fato era a bebê que eu carregava e sobre seu potencial e destino. — Minha mãe me encarava, eu sentia a verdade através de suas palavras e principalmente, através de seus olhos. — Saber que minha filha tinha um futuro tão grande pela frente me fez temer, me fez ter medo e querer fugir o mais longe possível, tudo era confuso, eu era jovem, seu pai era jovem e você era apenas uma semente em minha barriga, eu não queria que você tivesse que passar por tantas coisas, coisas essas que seu futuro estava aguardando, mas em momento algum, eu desisti de ter você. Porque eu te amava incondicionalmente e faria de tudo para que você ficasse segura, saber que havia o sangue de Caos correndo por suas veias me fazia ter tanto medo, o poder que eu sentia em você mesmo você ainda estando dentro de minha barriga era tanto, foi por isso que tive que tomar uma decisão drástica. Eu implorei para qualquer Deus que estivesse me ouvindo que fizesse seus poderes adormeceram, que fizesse com que você não fosse um alvo para outros deuses e até mesmo para os monstros que viriam atrás de você, eu queria que você tivesse uma vida normal, uma infância e até mesmo uma adolescência normal, não queria que você se sobrecarregasse com tantas coisas em suas costas, só queria o seu melhor, te manter segura, protegida e longe de pessoas que queria te machucar, mas além de tudo, eu queria você feliz.

Ver a lágrima descendo pelo rosto da minha mãe me fez arrepender de ter forçado ela a me contar, mas, eu preciso saber. Mesmo que meu coração esteja sendo despedaçado ao vê-la assim, eu ainda preciso saber e não posso esperar mais, não posso deixar que minha vida seja repleta de mentiras. Meu pai para apoiar minha mãe, colocou sua mão em cima de seu ombro e ela suspirou antes de recomeçar a falar.

— Foi totalmente inesperado saber sobre aquilo, saber que minha filha tinha herdado poderes e até mesmo a essência de Caos, saber que você era considerada como uma arma para Selene e Hécate, tudo isso era tão confuso e avalassador, porque para mim você era apenas minha filha, apenas minha pequena menininha. Eu não queria que você sofresse, não queria que você passasse por coisas ou até mesmo experiências ruins, tudo o que me importava era você e eu não ligava para o que os deuses haviam guardado para você, saber que todos te queriam morta, saber que a qualquer momento poderiam te tirar de mim e além de tudo, usá-la para algo tão grandioso como isso, só me fez querer protegê-la ainda mais. Os deuses me prometeram que você ficaria bem, que eles cuidariam de tudo e que fariam o possível para mantê-la segura, eu tive que acreditar e tive que aceitar, não importava o que eu teria que lidar pela frente por causa disso. Quando eles fizeram seus poderes adormeceram e colocaram um escudo protetor ao seu redor eu me senti aliviada, porque de algum modo eu sabia que você não corria tanto perigo, conforme os meses iam passando, todos os doze deuses do olímpio faziam questão de estarem por perto, faziam questão de me ajudarem e de mantê-la protegida. Apolo e Hermes foram o que mais se manteram por perto, ambos os dois não queriam ao menos deixá-la desprotegida, por isso os deuses fizeram uma promessa, uma promessa que quando você completasse quinze anos, eles iriam aparecer e te entregar objetos protetores. — Imediatamente a lembrança do tênis que Hermes e do bracelete que Apolo me deu invadiu minha mente, coloquei a mão sobre o bracelete em um ato repentino. — O escudo protetor iria se desfazer no momento que batesse a última badalada do sino para a meia-noite, no exato dia do seu aniversário, assim como o seu lado lobo iria aparecer, por causa disso você veio para Hogwarts, essa escola tem proteção, nenhum monstro seria capaz de alcançá-la aqui e nenhum dos deuses inferiores poderia te fazer mal, pelo menos não fisicamente. O plano no começo era que você deveria ter ido para o Olímpio, mas eu não deixei, eu sabia que Hogwarts era seu sonho, foi por isso que você não aceitou estudar em nenhuma Escola de Magia, nem o Castelo Bruxo, nem Ilvermorny e nenhuma outra, seu sonho sempre foi Hogwarts e eu não podia tirar isso de você, por isso conversei com Dumbledore, por isso implorei para que ele te mantesse segura aqui, mais importante, implorei para que os deuses não deixassem você a sós. Para que não deixassem que nada te afetasse e para que te ajudasse em qualquer coisa que fosse preciso.

— Morgana Lefay. — Pensei altamente. — Ou melhor dizendo, Nyx.

A confusão não era nítida somente em meus pais, mas também no restante na sala, Sirius, Harry e Perseu pareciam tão confusos quanto antes, ver suas feições deixava claro que os três não estavam entendendo nada do que estava acontecendo ali, eles ainda estão recebendo a informação e eu estou tentando entender ela.

— Há um tempo atrás eu andei tendo pesadelos, comecou depois que eu voltei de casa do Natal. Dumbledore havia receitado que eu fizesse aulas de Oclumência com Snape junto com Harry, no começo eu não entendi o porque, achei até que era por causa de eu ser próxima de Harry e Tom Riddle quisesse tentar invadir minha mente como vem feito com a dele, mas depois descobri que não era por causa disso, apesar da Oclumência me ajudar a não ter a mente invadida por bruxos, ainda não proibia de ter a mente invadida por outro seres, ou melhor dizendo, deuses. Perseu tentou me ajudar me dando uma poção do sono para espantar os pesadelos, mas o problema não era os pesadelos em si, mas sim quem estava por trás dele. — A mera menção do nome de meu namorado fez ele dar um passo até mim, ignorei sua presença e voltei minha atenção para meus pais. — Uma semana depois eu estava bem novamente, os pesadelos não me afetavam mais, mas em um dia tudo mudou e quando os pesadelos ameaçaram voltar alguém me ajudou, essa pessoa me deu um conselho e me contou coisas que eu precisava saber, coisas sobre o fato de os deuses menores estarem invadindo minha mente e outras coisas, ela me deu um conselho e me disse para ir atrás do diário de Morgana, eu fui e no final, Morgana ou Nyx, me ajudou a fazer um escudo mental, um escudo que me protegeria de ter minha mente invadida, acho que os deuses se referiam a essa ajuda no final.

— Obrigada por nos contar sobre isso. — Acenei, não sei se sou capaz de dizer mais nenhuma outra coisa. — Como você sabe, além das coisas que Hades te disse, minha linhagem vem de uma antiga alcateia de lobos, isso foi passado de geração em geração, apenas alguns membros de nossa família, como sua tia, não tem a licantropia correndo nas veias. Mas eu tenho e você também teve, além de todas as coisas envolvendo os deuses, você ainda é uma alfa genuína da família Manoly, mas além disso… as chances de você ter herdado o vampirismo de seus tios foi alta, eu tenho uma pequena parte e achei que você também herdaria uma pequena parte, mas eu estava errada, seu lado vampirico acabou sendo maior que o meu e por causa disso você tem uma metade vampirica em você, mas essa metade está adormecida e só irá acordar quando você morrer. — Mas eu já morri. — Você deve estar se perguntando, se era para ser assim, então, por que esse lado não acordou quando você morreu à algumas horas atrás? No começo eu realmente não sabia como os seus poderes de Caos iriam voltar, pensei que seria depois que você fizesse quinze anos, juntamente quando o escudo de proteção desmoronasse, mas assim que você morreu e voltou, eu senti todo aquele poder que havia sentido quando estava grávida de você voltando. Foi aí que percebi que para o seu poder voltar, você teria que morrer, e assim voltando como uma nova pessoa, como o receptáculo de Caos e como o que os deuses dizeram que você iria se tornar. Como a Salvadora Celestial.

A cada segundo que mais informação chega para mim, mais confusa eu fico. Sinto que assim que tudo isso acabar de ser explicado, eu irei surtar completamente.

— Você é uma junção de três espécies, uma bruxa, uma loba e uma vampira, resumidamente, uma tríbrida. Mas além disso, você é o receptáculo dos poderes de Caos, uma arma forjada por Selene e Hécate e principalmente, uma futura Deusa Primordial. — Ouvir isso da boca de Hades era confuso, mas ouvir isso da minha mãe é ainda mais. — Você queria saber de tudo e eu vou te contar tudo. Minha família como você sabe, é uma antiga família bruxa, assim como os Merlin’s e como Morgana Lefay, minha família foi uma importante linhagem de bruxos antigos e ainda é. Meus ancestrais tinham magia pura, magia feita sem varinha e alguns até mesmo tinham magia negra, como Morgana, isso continuou por anos, até minha engravidar de mim e eu engravidar de você, nossa geração de bruxos da família Manoly continuou e nossos poderes também, mas você já sabe disso tudo. O que você não sabe é que minha família não é inteiramente Manoly, e mesmo que quiséssemos, ainda não somos inteiramente Manoly, nossa família além de bruxos, ainda tem sangue vampirico e de lobos, então não é uma família inteiramente de bruxos puros. O fato é que, meu avô é o próprio Merlin.

Abri a boca em choque, o que eu acabei de ouvir?

— O que?! — Não sou a única chocada, pela ação de Perseu, ele também parece em estado de choque pelo o que ouviu.

— Minha avó se casou com ele, assim eles tiveram meu pai que se casou com minha mãe e que por fim me teve junto com meus irmãos. Você não é apenas uma Black, muito menos uma Manoly, apesar de nem eu e você termos o sobrenome Merlin, ainda temos o sangue deles correndo em nossas veias. — Puta merda, minha família é muito complicada, se eu já achava a árvore genealógica da família de meu pai muito complicada, imagina ao saber da família da minha mãe. Eu vou morrer do coração. — Eu já te expliquei tudo o que eu sei, não há mais nada que eu esconda de você. O restante não cabe a mim explicar, de fato eu sei sobre uma das profecias que te rodeiam, mas isso também envolve Harry e precisamos esperar até Dumbledore chegar. O resto, somente os doze deuses principais podem te explicar, há questões que nem eu mesma faço ideia que existem, então, não posso te dizer tudo, mas assim que eles decidirem que você tem que de fato saber sobre tudo, você irá saber e não terá mais nada que você não ficará sabendo, nada mesmo.

Eu não consiguia dizer nada, fazer nada. Tudo o que consegui fazer foi permanecer em silêncio, assim como todos os outros na sala, meus olhos estavam focados em meus pais e eu não fazia questão de mudar isso. Foi então que a llareira vazia irrompeu em chamas verde-esmeralda, me fazendo saltar um passo para trás  e olhar para o homem que girava no interior da grade. Quando a figura alta de Dumbledore deixou o fogo, os bruxos e bruxas, nas paredes que eu havia esquecido da existência, acordaram de repente, muitos deles soltando exclamações de boas-vindas.

— Obrigado. — Disse Dumbledore brandamente.

Ele não olhou imediatamente para ninguém da sala, mas encaminhou-se para o poleiro ao lado da porta e retirou, do bolso interno das vestes, a minúscula e recém nascida, Fawkes, que ele colocou com gentileza no borralho morno embaixo do suporte dourado em que a fênix adulta habitualmente ficava.

— Bom, vocês todos. — Disse Dumbledore, finalmente afastando-se do filhote de fênix. — Vocês vão ficar contentes em saber que nenhum dos seus colegas vai sofrer danos permanentes em decorrência dos acontecimentos desta noite.

— Pelo menos isso. — Comentei baixinho.

Pareceu para mim que o diretor estava lembrandoo da extensão dos danos que causamos, e embora Dumbledore, para variar, estivesse olhando para Harry, e embora sua expressão fosse bondosa em vez de acusatória, Harry não conseguia olhá-lo nos olhos e eu não conseguia decifrar qualquer coisa que ele quisesse dizer.

— Madame Pomfrey está remendando todos. Ninphadora Tonks talvez precise passar algum tempo no St. Mungus, mas parece que irá se recuperar totalmente.

— Remus... — Minha mãe parecia pensar antes dr falar. — Remus está bem?

— Marjorie? — Meu pai parecia preocupado ao querer saber sobre sua melhor amiga de escola.

— Estão todos bem, nada muito grave. — Meus pais pareceram aliviados ao saber disso e eu também. — Há muitas questões a serem resolvidas agora, Sirius, você está bem?

— Estou. — Os olhos de meu tio não desviaram de mim e de meus pais.

— Astraea, Harry, Perseu?

— Estamos bem. — Foi Perseu quem falou por nós, duvidava muito que eu e Harry conseguiríamos dizer alguma coisa.

— Fico aliviado em saber disso. Mas agora... acho bom começarmos as explicações, como eu disse, tem muitas coisas a serem resolvidas.

— A profecia. — Dumbledore me encarou. — A profecia no Ministério, por que meu nome está nela?

— Direto no assunto, acho que você e Harry precisam saber sobre isso, não? — Concordei imediatamente, Dumbledore se voltou para Harry. – Você quer saber o que tenho escondido de você durante todos esses cinco anos em Hogwarts, Harry?

Olhei para o citado por cima do ombro, Harry continuava sem se mexer, tenho certeza que ele está em transe. Mas então seus olhos verdes se focaram em Dumbledore e ele acenou.

— Voldemort tentou matá-lo quando você era criança por causa de uma profecia feita pouco antes do seu nascimento. Ele sabia da existência dessa profecia, embora não conhecesse todo o seu conteúdo. Dispôs-se a matá-lo ainda bebê, acreditando que estava cumprindo os dizeres da profecia. Descobriu, à própria custa, que estava enganado, quando a maldição que ele lançara para matá-lo saiu pela culatra. Então, desde que recuperou o corpo, e particularmente desde a sua extraordinária fuga de suas mãos no ano passado, ele decidiu ouvir aquela profecia inteira. Esta é a arma que ele tem buscado com tanta diligência desde o seu retorno: o conhecimento de como destruí-lo.

O sol acabara de nascer totalmente agora, o escritório de Dumbledore estava banhado em luz. A redoma de vidro em que a espada de Godric Gryffindor era guardada brilhava esbranquiçada e opaca, a pequenina fênix chilreava em seu ninho de cinzas.

— A profecia quebrou. — Disse Harry, confuso. – Eu estava puxando Neville juntamente com Astraea para cima naqueles degraus de pedra na... na sala onde fica o arco, rasguei as vestes dele e a profecia caiu...

— A coisa que quebrou foi apenas o registro da profecia guardada pelo Departamento de Mistérios. Mas ela foi feita para alguém, e essa pessoa tem meios de lembrá-la perfeitamente.

— Quem a ouviu? — Perguntei, embora já estivesse tendo um vislumbre de quem era.

— Eu. — Dumbledore falou calmamente. — Em uma noite fria e chuvosa, há dezesseis anos, em uma sala do primeiro andar no Cabeça de Javali. Eu tinha ido lá para ver uma candidata ao cargo de professora de Adivinhação, embora fosse contra o meu pensamento que se continuasse a ensinar essa disciplina. A candidata, porém, era trineta de uma Vidente muito famosa, muito talentosa, e achei que tinha o dever de cortesia de conhecê-la. Fiquei desapontado. Pareceu-me que a moça não tinha o menor vestígio daquele talento. Disse-lhe, gentilmente, espero, que não a achava qualificada para o cargo. E me virei para sair.

Dumbledore passou por Harry em direção ao armário preto que ficava ao lado do poleiro de Fawkes. Curvou-se, correu um trinco e apanhou dentro do armário a bacia rasa de pedra, com as runas gravadas na borda, em que eu e Harry vimos seu a memória de Snape. O diretor voltou, colocou a Penseira em cima da escrivaninha e levou a varinha à têmpora. Dela, retirou fios sedosos, diáfanos e prateados de pensamentos e os depositou na bacia. Acomodou-se outra vez à escrivaninha e observou seus pensamentos rodopiarem flutuando na Penseira por um momento. Então, com um suspiro, ergueu a varinha e tocou, com a ponta, a substância prateada. Ergueu-se da Penseira uma figura envolta em xales, os olhos enormes por trás dos óculos que girou lentamente, os pés dentro da bacia. Mas quando Sibila Trelawney falou, não foi com sua voz normal, etérea e mística, mas no tom áspero e rouco que Astraea nunca a ouvira usar nenhuma vez.

— “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima, nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês, e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece, e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver. — Achei que havia acabado a profecia, mas assim que a voz de Trelawney voltou a falar, presumi que não. — Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas deverá derrotá-lo, porém, ele não estará sozinho, nascidos do mesmo dia, nascidos do mesmo instante, aquela que irá ajudá-lo a cumprir sua missão, aquela que irá ajudá-lo a matar o Lorde das Trevas, da escuridão irão temer o seu nome, do Caos irão temer o seu poder e da realidade, irão temer o seu título. A Salvadora precisará estar ao seu lado, para quando o momento chegar, Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas cumprir o que lhe espera, derrotá-lo e matá-lo, pois no fim. Apenas um sobreviverá. Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...

A Prof. Trelawney girando lentamente tornou a afundar no líquido prateado e desapareceu. O silêncio no escritório era absoluto. Nem Dumbledore nem Harry, nem meus pais, nem Perseu e meu tio e nem nenhum dos quadros, faziam o menor som. Até Fawkes silenciara.

— Prof. Dumbledore? — Dsse Harry baixinho, porque o diretor, ainda contemplando a Penseira, parecia completamente absorto em pensamentos. — Isso... isso significava... que significava isso?

— Significava que a pessoa que tem a única chance de vencer Lorde Voldemort para sempre nasceu no fim de julho, há quase dezesseis anos. Este menino nasceria de pais que já haviam desafiado Voldemort três vezes. — Meus padrinhos e Harry, mas o que eu tenho a ver com a profecia? — Mas ele precisará de ajuda, a ajuda de sua alma gêmea, de alguém que divide a mesma ligação que ele. De você, Astraea.

Quando Dumbledore me encarou, eu senti como se alguma coisa se fechasse sobre mim. Minha respiração parecia outra vez penosa.

— Significa... eu?

Dumbledore respirou profundamente.

— O estranho, Harry. — Disse ele mansamente. — É que talvez nem significasse você. A profecia de Sibila poderia se aplicar a dois meninos bruxos, ambos nascidos no mês de julho daquele ano, os dois com pais na Ordem da Fênix, os pais de ambos tendo escapado por um triz de Voldemort três vezes. Um, é claro, era você. O outro era Neville Longbottom.

— Mas então... então, por que era o meu nome e não o de Neville que estava na profecia?

— O registro oficial foi rotulado de novo depois que Voldemort o atacou na infância. Pareceu claro para o encarregado da Sala da Profecia que Voldemort só poderia ter tentado matá-lo porque sabia que você era aquele a quem Sibila se referia. — Parecia haver um “mas” no meio disso. — Mas também tem outro fato Harry, Neville não nasceu no mesmo instante que Astraea e ele muito menos, tem sequer alguma ligação com ela.

— Então... talvez não fosse eu?

— Receio. — Disse Dumbledore lentamente, como se cada palavra lhe custasse um grande esforço. — Não haver dúvidas de que seja você.

— Mas o senhor disse... Neville nasceu no fim de julho também... e a mãe e o pai dele...

Senti vontade de bater nele, sinceramente, ele é burro ou se faz? Não ouviu o que Dumbledore disse não?

— Você está se esquecendo do resto da profecia, do sinal que identifica o menino capaz de vencer Voldemort... o próprio Voldemort o marcaria como seu igual. E ele fez isso, Harry. Ele escolheu você, e não Neville. Marcou-o com essa cicatriz que tem provado ser uma bênção e uma maldição.

— Mas ele pode ter escolhido errado! Pode ter marcado a pessoa errada! — Vou quebrar a cara desse meliante.

— Ele escolheu o menino que considerou ter maior probabilidade de lhe oferecer perigo. E repare, Harry: ele não escolheu o Sangue puro, que, de acordo com o credo dele, é o único tipo de bruxo que vale a pena ser ou conhecer, mas o mestiço, como ele próprio. Viu-se em você antes mesmo de ter visto você, e, ao marcá-lo com essa cicatriz, ele não o matou conforme pretendia, mas lhe concedeu poderes e um futuro, que o equiparam para escapar dele, não uma mas quatro vezes até o momento... algo que nem os seus pais nem os de Neville jamais conseguiram.

— Por que ele fez isso então? — Perguntou Harry, que parecia se sentir entorpecido e gelado. — Por que tentou me matar ainda bebê? Ele deveria ter esperado para ver se Neville ou eu parecíamos mais perigosos quando estivéssemos mais velhos e tentado matar quem fosse então...

— Este teria sido, de fato, o caminho mais prático, exceto que a informação que Voldemort tinha sobre a profecia estava incompleta. O Cabeça de Javali, que Sibila escolheu por ser mais barato, há muito tempo atrai, digamos, uma clientela mais interessante do que o Três Vassouras. Como você e seus amigos descobriram às próprias custas, e eu à minha, àquela noite, é um lugar em que jamais é seguro supor que ninguém está nos ouvindo. Naturalmente, eu nem sonhava, quando saí para me encontrar com Sibila Trelawney, que fosse ouvir alguma coisa que valesse a pena. Minha... nossa... única sorte foi que a pessoa que nos ouvia foi descoberta, quando a profecia mal se iniciara, e expulsa do prédio.

— Então só ouviu...?

— Ele só ouviu o início, a parte que predizia o nascimento de um menino em julho, cujos pais haviam desafiado Voldemort três vezes. Em consequência, ele não pôde avisar ao seu senhor que atacá-lo seria correr o risco de transferir poderes para você e marcá-lo como seu igual. Então Voldemort nunca soube que poderia ser perigoso atacá-lo, que poderia ser mais sensato esperar, saber mais. Ele não sabia que você teria o poder que o Lorde das Trevas desconhece… e muito menos que você não estaria sozinho nisso, que você teria ajuda e que teria uma terceira pessoa envolvida na profecia.

— Mas eu não tenho. — Protestou Harry com a voz estrangulada. – Não tenho nenhum poder que o lorde não tenha, eu não poderia lutar como ele lutou esta noite, não sou capaz de possuir pessoas nem... nem matá-las...

— Há uma sala no Departamento de Mistérios. — Interrompeu-o Dumbledore. — Que está sempre trancada. Contém uma força mais maravilhosa e mais terrível do que a morte, do que a inteligência humana, do que as forças da natureza. E talvez seja também o mais misterioso dos muitos objetos de estudo que são guardados lá. É o poder guardado naquela sala que você possui em grande quantidade, e que Voldemort não possui. Esse poder o levou a tentar salvar Sirius hoje à noite. Esse poder também o salvou de ser possuído por Voldemort, porque ele não poderia suportar residir em um corpo tomado por uma força que ele detesta. No fim, não teve importância que você não pudesse fechar sua mente. Foi o seu coração que o salvou.

— Uma parte da profecia... falava... nenhum poderá viver...

— ... enquanto o outro sobreviver... — Completou Dumbledore.

— Então. — Harry parecia estar retirando do peito as palavras do que lhe parecia um poço de profundo desespero. — Então isso significa que... que um de nós terá de matar o outro... no fim?

— Sim.

Durante muito tempo, nenhum de nós dentro da sala falamos. Em algum lugar muito distante das paredes do escritório, pude ouvir o som de vozes, de estudantes descendo para o Salão Principal para tomar café cedo, talvez. Parecia impossível que houvesse gente no mundo que ainda desejasse comer, que risse, que não soubesse nem ligasse para o que eu havia acabado de ouvir aqui dentro.

— Sinto que lhe devo mais uma explicação, Harry. — Disse Dumbledore hesitante. — Você talvez tenha se perguntado por que nunca o escolhi para monitor? Devo confessar... que preferi... você já tinha responsabilidade suficiente.

Assim que ergui a cabeça para o diretor, pude ver uma lágrima escorrer pelo rosto de Dumbledore e desaparecer em suas longas barbas prateadas.

— O esclarecimento da profecia já foi feito, sinto que agora devemos explicar sobre todo o resto. — Dumbledore arrumou sua postura e vi que ele tentava se recuperar. — Astraea, você não perguntou nada, diferente de Harry. O que lhe está afringindo?

— Eu não preciso saber de mais nada. — Dumbledore me analisou, apenas fechei o punho e respirei fundo para não desabar aqui mesmo. — Só tenho uma pergunta. Por que? Por que vocês esconderam tudo isso de mim?

— Para te proteger.

— Vocês são todos iguais. — Soltei uma risada baixa, as lágrimas se acumularam nos cantos dos meus olhos mas eu fiz de tudo para não chorar. Não posso desabar, não posso. — Até quando a desculpa que é para me proteger vai ser usada para redimir suas mentiras?

— Filha...

— Não fale mais nada. — Virei de costas, respirei fundo quando o poder de Caos quis surgir, olhei para a minha mão e ali estava, a luz vermelha, o propósito Caos. — Já ouvi o que eu precisava.

Meus pais e até mesmo Dumbledore tentaram me fazer permanecer, ignorei os três enquanto andava pela sala em direção a porta, sentia os quadros, Harry, Sirius e Perseu me olhando, nesse momento, não sinto necessidade de permanecer aqui, não sinto necessidade de ouvir mais desculpas, de ouvir a verdade poe trás das mentiras de todo mundo. Apenas quero sair, quero respirar, quero poder sentir outra coisa além de mentiras e mentiras.

— Se preparem para o que irão ouvir agora. — Encarei meu tio e Harry. — Não lhe garanto que não irão ouvir desculpas pelas mentiras que eles esconderam por quinze anos, porque vocês irão. Só quero que saibam uma coisa, em nenhum momento eu gostei de fazer parte dessas mentiras, em nenhum momento eu quis que vocês não soubessem de tudo. Mas eu não posso usar a desculpa que era para proteger vocês, porque não era, a única coisa que tenho que dizer é que eu não pude dizer nada, porque eu não tinha permissão e muito menos o direito de dizer alguma coisa. Mas escutem tudo, é uma longa história, cheia e repleta de mentiras.

Mesmo sem olhar para trás, sei que meus pais estão arrependidos, que estão se culpando e que estão ofendidos. Mas eu não me importo com isso nesse momento, o mínimo que eles podem fazer é agradecer por eu ter escutado tudo até o fim sem recrutar, sem surtar e muito menos, sem desabar. Porque no final, eles me criaram bem e definitivamente essa criação não tinha desobediência no meio. Até o fim, eu sempre iria ouvi-los, mas não disse que iria entendê-los, porque eu não vou. Não agora.

Rapidamente eu abri a porta e saí o mais rápido dali possível, todo o peso em minhas costas surgiu e o bule que se formou em minha garganta foi forte, não sei para onde estou indo, não sei como estou me movendo quando não sinto meu corpo, quando não sinto minha mente. Só sei que estou indo para algum lugar e que esse lugar será melhor do que ficar na sala de Dumbledore.

Não notei que estava correndo, não notei que passei por vários estudantes, só sei que pude finalmente perceber as coisas que aconteciam ao meu redor quando o corredor escuro e abandonado de Hogwarts foi tudo o que eu vi, assim que respirei fundo ar, ele não veio, cambaleei para o lado e me apoiei na parede assim que estava prestes a cair, de repente o ar de meus pulmões fugiu completamente, as lágrimas caiam sem eu ao menos senti-la e o peso que caiu sobre minhas costas só ficava cada vez mais grande.

A água molhou meus pés, subiu pelo meu quadril e cobriu minha cabeça por completo, tentei respirar, tentei sair dali, mas era inútil. É assim que uma crise de pânico é? O sentimento de afundar nas águas turvas e escuras das mentiras que todos tem falado para mim durante anos, quando mais tento sair, mais eu me afundo. Achei que ficaria assim pra sempre, achei que o sentimento de não conseguir respirar, de desespero, de dor, medo, frustração e entre outras coisas seriam para sempre, mas não foi.

Foi questão de um segundo, a água desapareceu, o ar voltou aos poucos e eu pude me mexer. Graças a ele, graças a Perseu. Não estava mais apoiada na parede, não, os braços de meu namorado me rodearam e eu cai de joelhos, seu cheiro amaderado e totalmente único invadiu meus sentidos e eu pude finalmente resgatar o ar que me faltava, me encostei sobre seu peito e deixei as lágrimas, os soluços e tudo mais vir.

Um de seus braços me segurava fortemente pela cintura, uma mão estava sobre minhas costas e ele esfregava ela para me fazer sentir melhor, para me fazer perceber que estava ali, que estava com ele. Sua outra mão parou em meu rosto e ele me obrigou a olhá-lo, seus cabelos loiro-acastanhado caia sobre sua testa e quase cobria seus olhos, seus belos olhos azuis escuros e tão turbulentos que posso dizer que é como um tsunami em meio ao meu mar calmo, seus lábios se mexiam mas eu ainda não conseguia ouvir nada. Tudo está silencioso, tudo está escuro e tudo está tão sem sentido.

— Ruivinha. — Ouvir o apelido que ele me chama desde a meses atrás fez eu sentir um alívio, é ele, é realmente ele. — Respire, está tudo bem, eu estou aqui.

— Perseu...

— Sim, minha estrela. Sou eu, seu loirinho, lembra? Eu estou aqui, eu estou aqui com você. — Ele limpou uma lágrima que caiu sobre meu rosto e me abraçou, com minhas mãos trêmulas eu as enrrosquei em volta de seu pescoço e puxei ele para mim, só preciso dele, só preciso do meu loirinho. — Pode chorar, estou te segurando. Não há nada a temer, eu vou te segurar.

Fiz como ele pediu, chorei por tudo, chorei pelos pesadelos que tive a tempos atrás, chorei por ter visto meu tio a meses atrás e nem ao menos ter tido a chance de abraçá-lo, chorei pela saudade das pessoas que partiram que eu guardei por anos, pelas torturas de Umbridge, pela situação que meu melhor amigo, Harry, se encontra, pelos acontecimentos do Ministério, pelo meu tio ter quase morrido, por eu ter morrido, por ter ouvido tudo o que Hades me disse, por ter voltado a vida, pela situação de todos ao me ver morta e logo reviver, por ter visto Harry ser possuído, por ter ouvido tudo de meus pais e Dumbledore, chorei pela minha vida, pelo medo, pela do, mas principalmente, chorei por tudo. Porque eu sei que com Perseu aqui eu posso fazer isso, sei que posso desabar se ele estiver aqui, porque nesse momento, ele é tudo o que eu tenho, o único que posso garantir, que ficará ao meu lado e o único que eu sempre irei deixar me ver assim, que irei deixar me ver desabar. Porque é ele, meu loirinho.

—— Olá estrelas e constelações!
Estive sem internet esses dias e por isso o meu sumisso! Não posso garantir que não vou desaparecer de novo porque coisas assim sempre acontecem comigo, afinal, eu consegui um pouco de internet pra postar esse capítulo, mas vou ficar sem e dependendo só vai voltar essa semana e eu nem sei o dia exato. Esse aqui é o penúltimo capítulo do ato um e eu já estou terminando o último capítulo, falta só algumas palavras e pronto, não posso garantir que irei postar hoje, porque nem sei se a internet vai durar, mas eu vou tentar o meu máximo para não demorar tanto!

—— Não tenho muito o que dizer sobre esse capítulo, somente que eu entendo a Astraea e que também entendo o lado da Dahlia e Regulus, mas sinceramente, se meus pais escondesse esse tipo de coisa de mim, eu iria surtar, ainda bem que a Astraea não fez isso né? A gata só teve uma crise de pânico, só isso, mas como sempre nosso protegido ajudou ela, te amo Perseu. Falando no nosso casal, próximo capítulo tem momentos muito fofos entre eles e eu estou rendida! Lembrando que se você se encontrar em momento como o de Astraea, procure ajuda o mais rápido possível, ansiedade, crise de pânico e entre outros problemas é uma coisa séria e ninguém tem que passar por isso sozinho! Se estiverem mal, lembre-se que sempre terão alguém para apoiá-los e se precisarem, não pensem duas vezes antes de contarem comigo, estarei aqui para todos vocês. Enfim, é isso meus amores, espero que tenham gostado do capítulo de hoje, não se esqueçam de votar e comentar e até breve!

MALFEITO FEITO!

— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.

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