ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗙𝗜𝗙𝗧𝗘𝗘𝗡❕

ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗳𝗶𝗳𝘁𝗲𝗲𝗻. ᠉ ࣪ ˖
na cabeça de javali!
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𝗢 𝗗𝗜𝗔 𝗗𝗔 𝗩𝗜𝗦𝗜𝗧𝗔 𝗔 𝗛𝗢𝗚𝗦𝗠𝗘𝗔𝗗𝗘 amanheceu claro, mas ventoso. Depois do café da manhã, eles se enfileiraram perante Filch, que conferiu seus nomes na longa lista de alunos que tinham permissão dos pais ou guardiões para visitar a vila. E Astraea agradeceu por ter mandado uma carta para seus pais pedindo para que eles deixasse ela ir. Astraea estava atrás de Harry e viu que quando chegou na sua vez, Filch, o zelador, cheirou-o longamente, procurando algum cheiro
diferente. Depois fez-lhe um breve aceno com a cabeça e segurou a tremedeira do queixo, e Harry foi em frente, desceu a escada de pedra e saiu para o dia frio e ensolarado. Filch apenas olhou para Astraea com olhos estreitos e fez um aceno para que ela fosse, a garota obedeceu rapidamente, alcançado o trio de ouro que esperava por ela.

— Hum... por que o Filch estava cheirando você? — Perguntou Rony, quando ele, Harry, Astraea e Hermione saíram, decididos, pela estrada que levava aos portões.

— Imagino que estivesse procurando cheiro de Bombas de Bosta. — Disse Harry com uma risadinha.

Hermione e Rony se entreolharam confusos, recebendo um olhar de te explico depois pela parte de Harry.

Os quatro passaram entre os altos pilares de pedra, encimados pelos javalis alados, e viraram à esquerda, tomando a estrada para a vila, a força do vento fazendo os cabelos fustigarem seus olhos.

— Aonde é que estamos indo, afinal? — Perguntou Harry. — Ao Três Vassouras?

— Sempre quis ir lá. — Respondeu Astraea animada.

— Ah... não. — Respondeu Hermione, despertando do seu devaneio, fazendo Astraea murchar imediatamente. — Não, está sempre lotado e muito barulhento. Disse aos outros para nos encontrarem no Cabeça de Javali, o outro pub, sabe qual é, fora da estrada principal. Acho que é um pouco... sabe... suspeito... mas os estudantes em geral não vão lá, por isso acho que não seremos ouvidos.

Eles desceram a rua principal, passaram pela Zonko’s – Logros e Brincadeiras, onde não se surpreenderam de encontrar Fred, Jorge e Lino, passaram pelo correio, de onde as corujas saíam emintervalos regulares, e viraram para uma ladeira lateral, no alto da qual havia uma pequena estalagem. Um letreiro maltratado de madeira estava pendurado sobre a porta, em um suporte enferrujado, com o desenho da cabeça decepada de um javali, pingando sangue na toalha branca que o envolvia. O letreiro rangia ao vento quando eles se aproximaram. Os quatro hesitaram à porta.

— Bem, vamos. — Disse Hermione, ligeiramente nervosa. Harry entrou à frente sendo seguido por Astraea.

Não era nada parecido com o que sua mãe havia falado sobre os Três Vassouras, cujo grande bar dava a impressão de calor e reluzente limpeza. O Cabeça de Javali compreendia uma salinha mal mobiliada e muito suja, e tinha um cheiro forte, talvez de cabras. As janelas curvas eram tão incrustadas de fuligem que pouquíssima luz solar conseguia chegar à sala, iluminada com tocos de velas postos sobre mesas de madeira tosca. O chão, à primeira vista, parecia ser de terra batida, mas, quando Astraea e Harry o pisou, deu para perceber que havia pedra sob o que concluiu ser uma camada secular de sujeira acumulada.

Havia um homem no bar que trazia a cabeça toda envolta em sujas bandagens cinzentas, embora ainda conseguisse engolir incontáveis copos de uma substância ardente e fumegante por uma fenda no lugar da boca, dois vultos encapuzados se achavam sentados a uma mesa junto a uma janela, Astraea julgaria que fossem Dementadores se não estivessem conversando com um forte sotaque de Yorkshire, e em um canto sombrio junto à lareira havia uma bruxa com um véu negro e espesso que lhe caía até os pés. Só era
possível ver a ponta do seu nariz porque seu volume fazia o véu levantar um pouco.

— Não sei como está se sentindo, Hermione. — Murmurou Harry, quando atravessaram o recinto até o bar. Ele olhava especialmente para a bruxa com o pesado véu. — Não lhe ocorreu que a Umbridge possa estar embaixo daquilo?

Hermione lançou um olhar de avaliação para a figura velada.

— A Umbridge é mais baixa do que aquela mulher. — Murmurou. — E, de qualquer forma, mesmo que venha aqui não há nada que possa fazer para nos impedir, Harry, porque verifiquei mais de duas vezes as regras da escola. Não estamos fora do perímetro permitido, perguntei especificamente ao Prof. Flitwick se os estudantes tinham permissão para entrar no Cabeça de Javali e ele disse que sim, mas recomendou várias vezes que trouxéssemos os nossos copos. E consultei tudo em que pude pensar sobre grupos de estudo e deveres, e decididamente estamos cobertos. Só não acho que seja uma boa ideia a gente ficar alardeando o que está fazendo.

— Não. — Disse Harry. — Principalmente porque não é bem um grupo para fazer deveres que estamos organizando, não é?

O barman saiu de um aposento nos fundos e se aproximou deles. Era um velho de ar rabugento, com uma espessa cabeleira e barbas grisalhas, ele era alto e magro e tinha uma careta no rosto.

— Quê? — Resmungou ele.

— Quatro cervejas amanteigadas, por favor. — Disse Hermione.

O homem meteu a mão sob o balcão e tirou quatro garrafas muito empoeiradas, muito sujas, e bateuas em cima do bar.

— Seis sicles.

— Eu pago. — Disse Harry, entregando-lhe, depressa, a moeda de prata. Os olhos do homem fotografaram Harry, e se detiveram uma fração de segundo em sua cicatriz. Então ele virou as costas e guardou o dinheiro numa velha registradora de madeira, cuja gaveta se abriu automaticamente para recebê-lo.

Harry, Astraea, Rony e Hermione se retiraram para a mesa mais afastada do bar e se sentaram, correndo o olhar ao seu redor. Então, o homem com as bandagens cinzentas e sujas bateu no balcão com os nós dos dedos e recebeu mais uma bebida fumegante do barman.

— Querem saber de uma coisa? — Murmurou Rony, olhando para o bar entusiasmado. — Poderíamos pedir qualquer coisa que quiséssemos aqui. Aposto como aquele sujeito nos venderia qualquer coisa, não ia nem ligar. Eu sempre quis experimentar uísque de fogo...

— Você... é... monitor. — Lembrou Hermione com rispidez.

— Ah! — Exclamou Rony, o sorriso sumindo do rosto. — É...

— Então, quem foi que você disse que viria encontrar a gente? — Perguntou Harry, abrindo a tampa enferrujada da cerveja amanteigada e tomando um gole.

Harry então deixou a garrafa na mesa, e pegou a garrafa da mão da ruiva que tentava abrir sem se cortar, o moreno entregou a garrafa já aberta na mão da ruiva que limpou um pouco a poeira ao redor da garrafa antes de beber.

– Meia dúzia de pessoas. — Repetiu Hermione, verificando o relógio e olhando para a porta, ansiosa.

— Pedi para chegarem por volta dessa hora, e tenho certeza de que todos sabem onde fica... ah, veja, talvez sejam elas agora.

A porta do pub se abrira. Uma faixa larga de poeira e luz dividiu momentaneamente o recinto, e em seguida desapareceu, bloqueada pela chegada de várias pessoas. Primeiro entrou Neville com Dino e Lilá, seguidos de perto por Parvati e Padma Patil com Cho e uma de suas amigas risonhas, então, sozinha e parecendo tão sonhadora que poderia ter entrado por acaso, Luna Lovegood, depois Katie Bell, Alícia Spinnet e Angelina Johnson, Cólin e Dênis Creevey, Ernesto Macmillan, Justino FinchFletchley, Ana Abbott, e uma garota da Lufa-Lufa, com uma longa trança descendo pelas costas, cujo nome Astraea não sabia, três garotos da Corvinal que ela tinha certeza de que se chamavam Antônio Goldstein, Miguel Corner e Terêncio Boot, Gina, seguida de um garoto louro e magricela de nariz arrebitado, e, fechando a fila, Fred e Jorge Weasley com o amigo Lino Jordan, todos três carregando grandes sacas de papel, cheias de artigos da Zonko’s.

— Meia dúzia de pessoas?! — Exclamou Harry, rouco, para Hermione. — Meia dúzia de pessoas?

Astraea riu da reação do amigo tomando mais um gole de cerveja amanteigada.

— É, bom, a ideia pareceu muito popular. — Respondeu Hermione, feliz. — Rony, quer puxar mais umas cadeiras para cá?

O barman congelara no ato de limpar mais um copo, com um trapo tão imundo que parecia nunca ter sido lavado. Possivelmente nunca vira seu bar tão cheio.

— Oi. — Disse Fred, chegando primeiro ao bar e contando rapidamente seus companheiros. — Pode nos servir... vinte e cinco cervejas amanteigadas, por favor?

Então a porta se abriu novamente, e de lá entrou Perseu Dempsey com sua aura parecendo radiante. Fred notando o garoto, se virou para o barman novamente.

— Na verdade, são vinte e seis. — Corrigiu rapidamente.

O barman o encarou por um momento, então, jogando no chão o seu trapo, irritado, como se tivesse sido interrompido no meio de alguma coisa importante, começou a passar as cervejas amanteigadas cheias de poeira de baixo para cima do balcão.

— Obrigado. — Disse Fred, distribuindo-as. — Pessoal, pode ir se coçando, não tenho ouro para tudo
isso...

Astraea e Harry observava, entorpecido, enquanto o enorme grupo apanhava as cervejas com Fred e procurava moedas nos bolsos para pagá-las. Perseu simplesmente pegou sua cerveja e jogou as moedas em cima do balcão, recebendo um olhar raivoso do barman, o loiro-acastanhado sorriu presunçoso e foi na direção do quarteto.

Harry ao lado da ruiva não conseguia imaginar para que toda essa gente aparecera até lhe ocorrer o horrível pensamento de que poderiam estar esperando uma espécie de discurso, ao que ele se virou para Hermione.

— Que foi que você andou dizendo a essas pessoas? — Perguntou em voz baixa. — Que é que elas estão esperando?

— Eu já falei, só querem ouvir o que você tem a dizer. — Disse Hermione para acalmá-lo, mas Harry continuou a olhar tão zangado que ela acrescentou depressa. — Você não tem de fazer nada por enquanto, eu vou falar com eles primeiro.

— Oi, Harry. Oi, Astraea. — Cumprimentou Neville, sorrindo e se sentando em frente aos dois.

Astraea acenou e sorriu de volta, já Harry tentou retribuir o sorriso, mas não respondeu, sua boca estava excepcionalmente seca. Cho cabara de sorrir para os dois amigos e se sentara à direita de Rony. A amiga dela, que tinha cabelos louroavermelhados e crespos, não sorriu, mas deu a apenas Harry um olhar cheio de desconfiança, indicando que, se tivesse tido escolha, não estaria ali. Em pares e trios, os recém-chegados se acomodaram em volta de Harry, Astraea, Rony e Hermione, alguns parecendo muito excitados, outros curiosos, Luna mirando sonhadoramente o espaço, Perseu foi o único a ficar de pé, ficando um pouco distante de todos. Quando todos terminaram de puxar cadeiras e se sentar, a conversa morreu. Todos os olhares se concentraram em Harry.

— Hum. — Começou Hermione, a voz ligeiramente mais alta do que normalmente, nervosa. — Bom... hum... oi.

O grupo transferiu as atenções para ela, embora os olhares continuassem a se voltar a intervalos para Harry. Astraea tomou mais um gole de cerveja amanteigada, só prestando atenção no que estava para acontecer.

— Bom... hum... bom, vocês sabem por que estão aqui. Hum... bom, Harry, aqui, teve a ideia, quero dizer. — Harry lhe lançara um olhar cortante. — Eu tive a ideia... que seria bom se as pessoas que quisessem estudar Defesa Contra as Artes das Trevas, e quero dizer realmente estudar, sabem, e não as bobagens que a Umbridge está fazendo com a gente...

A voz de Hermione de repente se tornou
mais forte e mais confiante. E Astraea deu um aceno para ela continuar.

— Porque ninguém pode chamar aquilo de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Apoiado, apoiado. — Disse Antônio Goldstein, e Hermione pareceu se animar.

— Bom, eu pensei que seria bom se nós, bom, nos encarregássemos de resolver o problema.

Ela parou, olhou de esguelha para Harry e Astraea e continuou.

— Com isso, eu quero dizer aprender a nos defender direito, não somente em teoria, mas praticando realmente os feitiços...

— Mas acho que você também quer passar no N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas, não? — Perguntou Miguel Corner.

— Claro que quero. — Respondeu Hermione imediatamente. — Mas, mais do que isso, quero receber treinamento em defesa adequado porque... porque...

Ela respirou fundo, tomou fôlego e concluiu.

— Porque Lorde Voldemort retornou.

A reação foi imediata e previsível. A amiga de Cho guinchou e derramou cerveja amanteigada na roupa; Terêncio Boot teve uma contração involuntária; Padma Patil se arrepiou; e Neville deu um ganido estranho, que ele conseguiu transformar em uma tossida. Todos, porém, olharam fixamente, e até mesmo pressurosamente, para Harry. Menos Perseu, que revirou os olhos e voltou a prestar atenção na Grifinória.

— Bom... pelo menos este é o plano. —  Disse Hermione. — Se vocês quiserem se juntar a nós, precisamos resolver como vamos...

— E cadê a prova de que Você-Sabe-Quem retornou? — Perguntou o garoto loiro da Lufa-Lufa, num tom bem agressivo.

— Bom, Dumbledore acredita que sim... — Começou Hermione.

— Você quer dizer que Dumbledore acredita nele. — Interrompeu o garoto louro, indicando Harry com a cabeça.

— Quem é você? — Perguntou Rony, sem muita polidez.

— Zacarias Smith, e acho que tenho o direito de saber exatamente o que faz você afirmar que VocêSabe-Quem retornou.

— Olhe. — Respondeu Hermione, intervindo rapidamente. — Não foi bem para tratar desse assunto que organizamos a reunião...

— Tudo bem, Hermione. — Disse Harry.

Astreaea então percebeu o por que havia tantas pessoas ali. E achou que Hermione devia ter previsto. Algumas daquelas pessoas, talvez até a maioria, aparecera na esperança de ouvir a história de Harry em primeira mão.

— O que me faz afirmar que Você-Sabe-Quem retornou? — Ele repetiu a pergunta, encarando Zacarias nos olhos. — Eu o vi. Mas Dumbledore contou a toda a escola o que aconteceu no ano passado, e, se você não acreditou nele, também não vai acreditar em mim, e não vou perder a tarde tentando convencer ninguém.

O grupo inteiro pareceu ter prendido a respiração enquanto Harry falava. Astraea sorriu pela fala do amigo, bebericando sua bebida.

Zacarias então falou, mudando de tom.

— Só o que Dumbledore nos contou no ano passado foi que Cedrico Diggory foi morto por VocêSabe-Quem, e que você trouxe o cadáver de volta a Hogwarts. Ele não nos deu detalhes, não nos contou exatamente como Cedrico foi morto, acho que todos gostariam de ouvir...

— Se você veio ouvir, exatamente, como é que Voldemort mata alguém, eu não vou poder ajudá-lo.

Astraea cuspiu a cerveja amanteigada, se afogando enquanto levava algumas batidinhas nas costas por Rony. O grupo olhou para ela rapidamente, voltando sua atenção a Harry logo depois.

Quando Astraea se recuperou ela olhou pra Harry, notando que ele não tirou os olhos do rosto agressivo de Zacarias Smith, e estava decidido a não olhar para Cho.

— Não quero falar sobre Cedrico Diggory, está bem? Portanto, se é para isto que você veio, é melhor ir embora.

Ele lançou um olhar zangado em direção a Hermione. Astraea sabia que ele achava que aquilo era culpa dela, resolvera pintá-lo como uma espécie de aberração, e é claro que todos tinham aparecido só para saber até que ponto chegava sua história delirante. Mas nenhum deles se levantou, nem mesmo Zacarias Smith, embora continuasse a observar Harry atentamente.

— Então. — Recomeçou Hermione, com a voz novamente muito esganiçada. — Então, como eu ia dizendo... se vocês quiserem aprender alguma defesa, então precisamos resolver como vamos fazer isso, com que frequência vamos nos encontrar e aonde vamos nos...

— É verdade. — Interrompeu a garota, com a longa trança nas costas, olhando para Harry. — Que você é capaz de produzir um Patrono?

Correu um murmúrio de interesse pelo grupo quando ela disse isso.

— Sou. — Confirmou Harry, ligeiramente na defensiva. — Assim como Astraea também pode.

Todos olharam para a ruiva, que sorriu constrangida e acenou com a mão.

— Um Patrono corpóreo?

— Daí me paciência. — Resmungou Astraea quando terminou sua cerveja amanteigada, cruzando os braços imediatamente.

— Hum... você conhece Madame Bones? — Perguntou Harry.

A garota sorriu.

— É minha tia. Sou Susana Bones. Ela me contou como foi a sua audiência. Então... é verdade mesmo? Você conjura um Patrono em forma de veado?

— Conjuro.

— Caramba, Harry! — Exclamou Lino, parecendo profundamente impressionado. — Eu não sabia disso!

— Mamãe disse a Rony para não espalhar. — Comentou Fred, sorrindo para Harry. — Disse que Harry já chamava muita atenção sem isso.

— Ela não está errada. — Murmurou Harry, e algumas pessoas deram risadas.

— E você? — A garota de trança perguntou em direção a Astraea.

— Eu o que? — Questionou a ruiva confusa.

— Também consegue conjurar um patrono? — Perguntou com curiosidade.

— Consigo. — Respondeu simples.

— Isso é muito maneiro. — Disse Lino.

Astraea acenou com a cabeça sorrindo de leve. Harry suspirou um pouco, agradecendo por não ter tanta gente em cima dele pelo menos por um minuto.

— Qual é seu patrono? — Dessa vez foi Lilá quem perguntou.

Astraea olhou para ela, pensando se falava ou não, então sabendo que se mentisse na hora que eles vissem ela conjurando o patrono saberiam que ela tinha mentido, então decidida ela falou.

— Uma fênix. — Sorriu.

Todos a olharam abismados, e assim começou os cochichos.

— Pensei que só Dumbledore tinha o patrono de uma fênix. — Disss alguém.

— Agora sabe que não é só ele. — Respondeu Astraea de modo simples.

Então voltando a atenção para Harry, o grupo começou a fazer perguntas novamente. A bruxa de véu, sentada sozinha, mexeu-se ligeiramente na cadeira e Astraea estranhou .

— E você matou um basilisco com aquela espada que fica na sala de Dumbledore? — Perguntou Terêncio Boot. — Foi o que um dos quadros na parede me contou quando estive lá no ano passado...

— Hum... é, matei, sim.

Justino Finch-Fletchley assobiou, os irmãos Creevey se entreolharam, assombrados, e Lilá Brown exclamou baixinho um "Uau!".

— E no nosso primeiro ano. — Contou Neville ao grupo. — Ele salvou a Pedra Teosofal...

— Filosofal. — Sibilou Astraea e Hermione.

— Isso... das mãos de Você-Sabe-Quem. — Concluiu Neville.

Os olhos de Ana Abbott estavam redondos como dois galeões.

— E isso para não mencionar. — Disse Cho, Astraea viu quando Harry se virou instantaneamente para ela, Cho estava
olhando para ele e sorrindo, seu estômago deu mais uma cambalhota. — Todas as tarefas que ele precisou realizar no Torneio Tribruxo no ano passado, passar por dragões, sereianos e acromântulas e outros seres...

Houve um murmúrio de concordância favorável em torno da mesa.

— Escutem. — Disse ele e todos silenciaram na mesma hora. — Não quero parecer que estou tentando ser modesto nem nada, mas... tive muita ajuda em tudo que fiz...

— Não, com o dragão você não teve. —  Disse Miguel Corner imediatamente. — Aquilo foi um voo super irado.

— É... bom. — Concordou Harry, sentindo que seria grosseiro discordar.

— E ninguém ajudou você a se livrar dos Dementadores, agora no verão. — Disse Susana Bones.

Astraea que estava analisando suas unhas ergueu a cabeça imediatamente, encontrando o olhar de Harry, ela acenou com a cabeça para que ele não contasse, mas foi ignorada.

— Na verdade, eu tive ajuda sim. — Disse Harry, deixando todos surpresos. — E eu sei que fiz algumas coisas sem ajuda, mas o que estou tentando dizer é que...

— Você está tentando fugir do compromisso de nos mostrar tudo isso? — Perguntou Zacarias.

— Tenho uma ideia. — Disse Rony em voz alta, antes que Harry pudesse falar. — Por que você não cala a boca?

— Sabia que eu tive a mesma ideia? — Falou Astraea olhando pro ruivo com a mão sobre a testa fazendo uma massagem ali.

— Ora, todos viemos para aprender com Harry, e agora ele está dizendo que, no duro, não sabe fazer nada disso.

— Não foi isso que ele disse. — Reagiu Fred.

— Quer que a gente limpe seus ouvidos para você? — Perguntou Jorge, tirando um longo instrumento metálico de aspecto letal, de dentro de uma das sacas da Zonko’s.

– Ou enfie isso em qualquer outra parte do seu corpo, para falar a verdade, não somos muito luxentos. — Acrescentou Fred.

Astraea riu, fechando os olhos em seguida tentando de alguma forma parar a dor de cabeça que ela estava.

— Bom. — Disse Hermione depressa. — Continuando... a questão é, estamos de acordo que queremos tomar aulas com o Harry?

— E com Astraea. — Murmurou Harry para Hermione baixinho.

— E também com Astraea.

Houve um murmúrio de aprovação geral. Zacarias cruzou os braços e se manteve calado, talvez porque estivesse ocupado demais em prestar atenção ao instrumento na mão de Fred.

— Certo. — Disse Hermione, parecendo aliviada de que alguma coisa tivesse sido finalmente decidida. — Bom, então, a próxima questão é, com que frequência vamos ter essas aulas? Na verdade, eu acho que não adianta nada nos encontrarmos menos de uma vez por semana...

— Calma aí. — Disse Angelina. — Precisamos ter certeza de que não vão se chocar com o nosso treino de quadribol.

— Não. — Disse Cho. — Nem com o nosso.

— Nem com o nosso. — Acrescentou Zacarias.

— E óbvio. — Disse Perseu, dizendo a primeira coisa durante todo esse tempo. — Nem com o meu.

— Tenho certeza de que vamos encontrar uma noite que sirva para todos. — Disse Hermione, com leve impaciência. — Mas, sabem, as aulas são muito importantes, estamos falando de aprender a nos defender dos Comensais da Morte de V-Voldemort...

— Muito bem! — Bradou Ernesto Macmillan, que Harry esperara que falasse muito antes disso. — Pessoalmente, eu acho que as aulas são realmente importantes, possivelmente mais importantes do que qualquer outra coisa que vamos fazer este ano, até mesmo os N.O.M.s que vêm aí!

Ernesto olhou para os lados ostensivamente, como se esperasse que os colegas fossem gritar. "Claro que não são!", mas ninguém disse nada, então ele continuou.

— Pessoalmente, não consigo entender por que o Ministério nos impingiu uma professora inútil como essa, em um período tão crítico. É óbvio que se recusam a admitir o retorno de Você-SabeQuem, mas daí a nos mandar uma professora que está tentando nos impedir por todos os meios de usar feitiços defensivos...

— Nós achamos que a razão por que Umbridge não quer que treinemos Defesa Contra as Artes das Trevas. — Disse Hermione. — É que ela tem uma ideia alucinada de que Dumbledore pode usar os alunos da escola como um exército particular. Acha que ele poderia fazer uma mobilização contra o Ministério.

Quase todos pareceram perplexos com essa notícia, todos, exceto Luna, que começou a falar.

— Bom, isso faz sentido. Afinal de contas, Cornélio Fudge tem um exército particular.

— Quê?! — Exclamou Harry, completamente perturbado com a inesperada informação.

— É, ele tem um exército de heliopatas — Confirmou ela, solenemente.

— Não, não tem. — Retorquiu Hermione com rispidez.

— Tem sim.

Astraea abriu os olhos imediatamente, preparada para ajudar Luna caso fosse preciso.

— E o que são heliopatas? — Perguntou Neville, sem entender.

— São espíritos do fogo. — Explicou Luna, arregalando os olhos saltados e parecendo mais maluca que nunca. — Figuras altas, grandes e flamejantes que galopam pela terra queimando tudo que encontram...

— Isso não existe, Neville. — Disse Hermione com azedume.

— Ah, existe, existe, sim! — Repetiu Luna, zangada.

— Me desculpe, mas onde está a prova de que existe? — Retorquiu Hermione.

— Há muitos depoimentos de testemunhas oculares. Só porque você tem a mentalidade tão tacanha que precisa que se enfie as coisas embaixo do seu nariz...

Astraea Interrompeu se levantando e olhando para as duas.

— Do mesmo jeito que bruxas, vampiros, lobos, deuses, fadas, ogros, gigantes e várias criaturas mágicas existem. Heliopatas também pode existir, não é porque é algo desconhecido por você que não exista. Os trouxas acreditam que nossa espécie não existe, mas pasme, ela existe e somos a prova viva disso. Um ser que não existe para você, pode ser um ser que existe para outra pessoa e assim vai, não é porque a sua imaginação é infértil que a dos outros também tem que ser. — Astraea falou raivosa enquanto olhava para a Grifinória, essa que corou.

— Hem, hem. — Fez Gina, numa imitação tão perfeita da Prof. Umbridge que várias pessoas se viraram assustadas, mas em seguida caíram na gargalhada. — Nós não estávamos decidindo quantas vezes vamos nos encontrar para tomar aulas de defesa?

— Estávamos. — Disse Hermione na mesma hora. — Sim, estávamos, você tem razão, Gina.

— Bom, uma vez por semana parece legal. — Sugeriu Lino.

— Desde que... — Começou Angelina.

— Tá, tá, o treino de quadribol. — Disse Hermione em tom tenso. — Bom, a outra coisa é decidir onde vamos nos encontrar...

Isso já era mais difícil, o grupo todo se calou.

— Na biblioteca? — Sugeriu Katie Bell, após alguns instantes.

— Não consigo imaginar Madame Pince muito satisfeita vendo a gente fazer azarações na biblioteca. — Disse Harry, e Astraea concordou.

— Talvez uma sala fora de uso? — Sugeriu Dino.

— É. — Concordou Rony. — Talvez a McGonagall nos ceda a sala dela, já fez isso quando Harry estava praticando para o Tribruxo.

— Certo, vamos tentar encontrar um luga. — Disse Hermione. — Mandaremos um recado para todos quando tivermos acertado a hora e o local do primeiro encontro.

Ela vasculhou a bolsa e tirou um pergaminho e uma pena, então hesitou, como se estivesse criando coragem para dizer alguma coisa.

— Acho... acho que todos deviam escrever seus nomes para sabermos quem está presente. Mas acho também. — E inspirou profundamente. — Que todos devemos concordar em não sair por aí anunciando o que estamos fazendo. Então, se vocês assinarem estarão concordando em não contar a Umbridge nem a mais ninguém o que pretendemos fazer.

Fred estendeu a mão para o pergaminho e o assinou com animação, mas Astraea e Harry repararam na mesma hora que várias pessoas pareciam bem menos satisfeitas com a perspectiva de colocar os nomes na lista.

— Hum... — Disse Zacarias lentamente, sem receber o pergaminho que Jorge tentava lhe passar. — Bom... tenho certeza de que Ernesto vai me avisar quando souber da reunião.

Mas Ernesto parecia bem hesitante em assinar, também. Hermione ergueu as sobrancelhas para ele.

— Eu... bom, nós somos monitores. —  Desabafou. — E se descobrirem essa lista... bom, quero dizer... você mesma disse, se a Umbridge descobrir...

— Você acabou de dizer ao grupo que era a coisa mais importante que você ia fazer este ano. — Lembrou-lhe Harry.

— Eu... certo. — Disse Ernesto. — Acredito realmente nisso, só que...

— Assina logo, inferno! — Astraea xingou, levando um olhar sério de Hermione.

— Ernesto, você realmente acha que eu deixaria essa lista largada por aí? — Perguntou Hermione, irritada.

— Não. Não, claro que não. — Disse Ernesto, perdendo um pouco da ansiedade ao ver o olhar furioso da ruiva sobre ele. — Eu... é claro, vou assinar.

Ninguém mais fez objeções depois de Ernesto, embora Astraea tenha visto a amiga de Cho lançar a ela um olhar de censura, antes de acrescentar o nome à lista. Quando a última pessoa assinou, Hermione recolheu o pergaminho e guardou-o com cuidado na bolsa. Havia um clima estranho no grupo agora. Era como se tivessem acabado de assinar uma espécie de contrato.

— Bom, o tempo está correndo. — Disse Fred com vivacidade, ficando em pé. — Jorge, Lino e eu temos uns artigos de natureza delicada para comprar, veremos vocês depois.

Novamente em trios e pares, o restante do grupo também se despediu. Cho transformou o ato de fechar a bolsa para sair em um verdadeiro ritual, seus longos cabelos negros, balançando à frente do rosto e ocultando-o como um véu, mas a amiga permaneceu ao seu lado, de braçs cruzados, estalando a língua, de modo que Cho não teve outra escolha senão sair com ela. Quando a amiga abriu a porta do pub, Cho olhou para trás e acenou para Harry. Astraea ergueu a sombrancelha vendo onde isso ia dar. O último a sair foi Perseu que encontrou o olhar de Astraea sobre ele e deu um pequeno sorriso saindo em seguida.

— Bom, acho que tudo correu bastante bem. — Comentou Hermione feliz, enquanto ela, Harry, Astraea e Rony saíam do Cabeça de Javali, para o dia ensolarado, alguns minutos mais tarde.

Harry e Rony iam agarrados às suas garrafas de cerveja amanteigada, Astrae e Hermione apenas se contentando com a garrafa que tomaram no Cabeça de javali.

— Aquele Zacarias é um chato. — Disse Rony, olhando de cara feia para o vulto de Smith, apenas discernível a distância.

— Também não gosto muito dele. — Admitiu Hermione, levando um aceno de concordância da ruiva. — Mas ele me ouviu conversando com Ernesto e Ana na mesa da Lufa-Lufa, e pareceu realmente interessado em vir, e aí, que é que eu podia dizer? Mas, na verdade, quanto maior o número de pessoas melhor será, quero dizer, Miguel Corner e os amigos dele não teriam vindo se ele não estivesse saindo com a Gina...

Rony, que estava bebendo as últimas gotas da sua cerveja amanteigada, engasgou-se e cuspiu cerveja nas vestes. Astraea olhou pra Hermione chocada ao saber da fofoca, e colocou a mão no bolso para poder esquentar suas mãos frias.

— Ele está O QUÊ? — Engrolou Rony, indignado, suas orelhas agora parecendo cachinhos de carne crua. — Ela está saindo com... minha irmã está saindo... que é que você quer dizer, com Miguel Corner?

— Bom, é por isso que ele e os amigos vieram, acho, bom, é claro que estão interessados em aprender defesa, mas se Gina não tivesse contado a Miguel o que estava acontecendo...

— Quando foi que isso... quando foi que ela...?

— Eles se conheceram no Baile de Inverno e se reencontraram no fim do ano passado. — Disse Hermione muito conciliadora. Os quatro tinham acabado de entrar na rua Principal, e ela parou à porta da Escriba Penas Especiais, onde havia um bonito arranjo de penas de faisão na vitrina.

— Humm... eu bem que gostaria de comprar uma pena nova. — Ela entrou na loja. Harry, Astraea e Rony a acompanharam.

— Qual deles era o Miguel? — Rony exigiu saber, furioso.

— O moreno. — Disse Astraea.

— Não gostei dele.

— Grande novidade. — Resmungou Hermione e Astraea baixinho.

— Mas. — Rony seguiu Hermione por uma fileira de penas dispostas em potes de cobre. — Pensei que Gina gostasse do Harry!

— A Gina gosta do Harry? — Perguntou a ruiva se metendo na conversa. — Eu tô passada, chocada.

Hermione olhou para os dois e sacudiu a cabeça.

— Gina costumava gostar do Harry, mas desistiu já faz meses. Não que ela não goste de você, claro. — Acrescentou gentilmente para Harry, enquanto examinava uma longa pena preta e dourada.

Astraea percebeu que Harry nem estava prestando atenção no que Hermione estava dizendo, e ela sabia muito bem o motivo disso.

— Então é por isso que ela agora fala? — Perguntou a Hermione. — Ela não costumava falar na minha frente.

— Exato. Acho que vou levar esta...

Hermione foi até o balcão e pagou quinze sicles e dois nuques, com Rony bafejando em seu pescoço, enquanto Astraea esperava ao lado de Harry que mais parecia uma estátua.

— Rony. — Disse ela com severidade ao se virar e sentir que pisava o pé do amigo. — É exatamente por isso que Gina não lhe disse que está se encontrando com o Miguel, ela sabia que você não ia aceitar. Então, por favor, pare de insistir no assunto, pelo amor de Deus.

— Que é que você quer dizer com isso? Quem é que não está aceitando alguma coisa? Não vou ficar falando de nada... — Mas continuou resmungando baixinho pelo caminho.

Hermione girou os olhos para Harry e Astraea e então comentou em voz baixa, enquanto Rony continuava a murmurar imprecações contra Miguel Corner.

— E por falar em Miguel e Gina... e a Cho e você?

— Finalmente! — Astraea sorriu.

— Como assim? — Perguntou Harry depressa, parecendo nervoso.

Astraea olhou para o moreno, vendo que ele parecia pensar em algo e já sabendo o que ele pensava, ela se aproximou ainda mais falando pra ele.

— Sim, tá obvio. — Astraea sussurrou para ele, quando percebeu a situação que Harry estava.

— Bom. — Disse Hermione com um leve sorriso. — Ela simplesmente não conseguia tirar os olhos de você. E Astraea não estava muito atrás.

— Onde que eu entro nessa história? — A ruiva questionou rápido.

— Perseu Dempsey não tirava os olhos de você também.

— O que?! — Astraea e Harry perguntaram juntos.

Hermione murmurou e então continuou.

— Sem contar que pareceu que ele veio por sua causa. — Disse Hermione rapidamente. — Estava comentando com Luna sobre hoje e Perseu acabou passando na hora e ouvindo a parte que eu citei que você também vinha, ele depois veio me perguntar se podia vir e eu falei que sim. E ele parecia bem interessado em saber que você iria vir.

— Impossível. — Disse Astraea.

A ruiva olhou para a vila, tentando focar em outra coisa sem ser o que Hermione havia acabado de falar, o que era meio impossível. Os dois não se suportavam, pelo menos era isso o que ela pensava, e era impossível que o loiro-acastanhado tivesse vindo apenas por causa dela hoje. Totalmente impossível.

—— Olá estrelas e constelações!
Esse é o maior capítulo até agora, com mais de 5000 palavras, mas eu realmente preciso detalhar esses acontecimentos pata que fique mais especifico pra vocês quando começar as aulas da Armada de Dumbledore, assim vocês não vão ficar perdidos e muito menos sem entender, e olha que falta só dois capítulos pra que se dê inicio a Armada de Dumbledore e ao plot que eu estive pensando desde o início da fanfic. Agora voltando a esse capítulo, o motivo do patrono da Astraea ser uma fênix vai ser explicado daqui pra frente e também vários acontecimentos me deixaram pasadas, o Perseu fazendo parte da Armada de Dumbledore é algo surpreendente mas não é algo que me faz ficar assustada, agora a inocente da Astraea achando que ele entrou só pra aprender feitiços. Alguém avisa?

—— Eu espero que tenham gostado do capítulo, votem comentem e compartilhem, e acredite eu estou adorando ver voces adicionando a sua biblioteca essa história, isso realmente faz meu dia feliz.

MALFEITO FEITO!

— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.

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