Cap.50 Todo império precisa de um rei
Capítulo pré-revisado na visão dos personagens, boa leitura
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Todo império precisa de um rei
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Por Hikai,
June estava estressada, tivemos que retornar para o banheiro da festa logo após deixar Mirai e os outros na mansão para que não levantasse suspeita e agora minha querida está aqui passando batom descontroladamente e marcando meu pescoço e colarinho, além de borrar os lábios esse sempre será o disfarce perfeito, nos aprontávamos tranquilamente quando escutamos barulho de rádio.
— Senhor preciso que saia da cabine privativa, houve um problema e deve ir para o saguão. — June fingia balançar a cabine desde o momento que ouviu passos pelo banheiro e agora abri a porta saindo primeiro enquanto minha companhia arrumava os cabelos antes de sair.
— Querida o batom... — Desconversei e ela fingiu estar com vergonha apenas para ajeitar tudo e assim seguimos o caminho indicado ouvindo um famigerado tom de negação do segurança que sussurrou: ricos.
No saguão fomos informados pelo próprio senador que o leilão beneficente seria suspenso por tentativa de invasão e que todos os itens adquiridos seriam devidamente entregues aos seus donos, não pude deixar de sorrir com tal possibilidade, em pensar que ele vai ter uma bela surpresa quando adentrar o escritório. Nos despedimos de todos e antes de sairmos acabei por esbarrar em um conhecido que não imaginei que estaria aqui.
— Rikiya que surpresa. — Indaguei o levando a sorrir.
— Hikai nunca imaginei que estaria aqui, achei que eventos governamentais não fizessem o seu tipo. — Ele me ofereceu um charuto ao qual neguei.
— Digamos que o jogo mudou não é mesmo? — Alisei a mão de June que estava presa em meu braço.
— Deverás. E por falar nisso temos uma reunião marcada para hoje não?
— Certamente, apareça na mansão por volta das 15hs está bom pra você?
O mesmo concordou e pude sentir o olhar reprovatório de June. Nossa conversa mudou drasticamente para o que havia de interessante nesse leilão os olhos dele iam das telas e expositores sendo retirados para June em seu vestido Borgonha deslumbrante no maior estilo Jessica Rabbit, tenho certeza que ela se inspirou no modelo e só por esse motivo é completamente entendível que esteja chamando tanta atenção, fora o fato da pele ser vermelha, os cabelos intensamente castanhos e os chifres curtos e para fechar com chave de ouro o batom possuía a mesma cor, June não é considerada Hellgirl atoa e além de fazer jûs ao codinome, gosta do efeito que provoca.
— Hikai meu caro você precisa me dizer onde arruma essas acompanhantes tão belas. — Rikiya riu se aproximando.
— Isso é um segredo de estado meu caro. — Rimos um pouco antes de todos os participantes serem redirecionados para a garagem e logo vi a mulher ao qual Shigaraki estava encarregado de distrair se aproximar.
— Diga aquela coisinha que talvez ela tenha uma chance. Até que o esquema de vocês foi interessante. — June chegou a retorcer o semblante em um misto de ódio e aversão.
— Não faço ideia do que está falando. — Desconversei levando-a rir.
— Claro que não sabe, só não facilitem tanto da próxima vez.
— Se houver uma próxima vez. — June respondeu e Riza boa olhou de cima abaixo antes de afastar.
— Certamente haverá.
...
Depois daquele encontro desagradável tive poucas horas para planejar minha próxima reunião, Lia já estava de volta e pronta para ser a minha secretária. A garota de longos cabelos pretos foi resgatada por Sato há dez anos atrás e até hoje se manteve na mansão.
Lia não mora aqui, pois costuma dizer que a casa é extremamente barulhenta e badalada e se opõe a sua personalidade intelectual e tudo piorou bastante quando se envolveu emocionalmente com um dos membros da minha família, no fim teve o coração quebrado. Olhei para dentro da sala que usaríamos para reunião constatando o quanto estou cansado, mas ainda preciso estabelecer uma boa margem financeira se um dia quiser parar e sumir do mapa.
— Senhor. O senhor Katsukame mandou avisá-lo que já está a caminho devo mandar servir a comida? — Deixei meus pensamentos de lado e a observei melhor, Lia usava um vestido midi em tom escuro sua franja reta cobria suas sobrancelhas e seus olhos puxados em tom de verde se destacavam bem.
— Peça que comecem com as bebidas, Rikiya não costuma demorar e mantenha seus sentidos bem apurado, afinal temos um negócio pra fechar hoje.
Como informado ele não demorou a chegar, tivemos tempo apenas de planejar algumas situações antes de uma das meninas da casa.
— Gosto da forma como me recebe meu caro.— Apertamos as mãos antes de nós sentarmos a mesa, minha sala possui vista direta para o ring, porém hoje está fechado.
— Sei que não gosta de enrolar então façamos negócios. — Fui direto ao ponto.
— Claro que sim, vamos fechar as transmissões do ring em seis canais diferentes e embasados como uma luta totalmente condicente com o padrão esportivo. — Ironizou, cortando um charuto e Lia nós serviu bons drinks. — Mas antes meu caro, preciso de informações.
— Que tipo de informação? — Dessa vez fui eu que comecei a fumar.
— Tem alguma informação a respeito do projeto fênix?
Apesar de ter entrado em alerta preferir esperar que ele desse o próximo passo.
— Não faço ideia do que está falando, no máximo ouvi um sussurro a respeito disso durante o evento de ontem já que fomos expulsos antes do fim.
Rikiya riu, obviamente sabia que eu estava mentindo.
— Acho impossível que alguém com os seus conhecimentos não saiba disso, mas em prova da minha boa fé vou te dar uma informação interessante que tenho comigo. O governo quer controlar ainda mais os heróis eu vi uma amostra do projeto fênix e posso garantir que no mundo como conhecemos será praticamente impossível coexistir.
— E como você conseguiu essa proeza? — Me interessei.
— Essa é a parte que você agradece a minha boa fé me dando as informações que preciso.
— Vejamos, até onde sei o projeto falhou em todas as tentativas e pra completar está incompleto, agora se puder fazer o favor de responder minha pergunta.
— Meu caro, não importa se é uma estrutura governamental ou particular ainda são necessários fundos de arrecadação e o senador... Estava incumbido disso a diferença é que ele é um porco que só se importa com seus próprios interesses e vem desviando de maneira violenta as ações desse projeto com o intuito de engordar mais ainda seus bolsos.
— Isso não é nenhuma novidade Rikiya e pelo visto não há nada que possamos fazer sabe ao menos quando será lançado o projeto?
— Pode ser hoje, amanhã ou até mesmo já ter sido lançado estão montando tudo no sigilo nem mesmo a senador que está arrecadando dinheiro sabe ao certo quando será lançado o que importa é que eles conseguiram concluir através dos projetos de Kai, parece que Overhaul apagou todos os dados do computador mas com um hacker o banco de dados recuperado foi o suficiente para implementar no projeto, já que aparentemente algumas cápsulas entre outras arquivos foram roubados do cassino. E a propósito sabe algo sobre isso? — Continuei fumando meu charuto calmamente não poderia dar a Rikiya motivos para confirmar tal suspeita.
— Se, se refere ao Meikai, tudo que sei foi que Overhaul planejou, agora os motivos desconheço. — Afirmei.
— Engraçado você falar isso, havia uma quantidade absurda de dinheiro nos cofres dele, praticamente a quantia exata que foi roubada e devo dizer que não imaginei que o líder dos preceitos fosse ser tão... Inexperiente.
— Certamente. — Concordei o observando melhor, Rikiya está se tornando perigoso.
— O que me leva ao meu próximo assunto, AFO já teve sua vez, Overhaul caiu. Creio que agora seja a minha vez de definir os novos termos não acha? — Respirei pesado, esse inferno nunca vai ter fim, pois todos eles almejam o poder e controlar o submundo que vem crescendo em proporções desiguais.
— E creio que queira o meu apoio. — Fui direto, não estou com muita paciência para isso.
— Vim aqui para isso nosso acordo será mais do que formal seremos praticamente sócios com a diferença que se você tentar me trair não terá uma segunda chance.
— E o que eu ganho com isso?
— Vejamos... Que tal se todo dinheiro arrecadado com as transmissões for seu? Não quero um centavo e na verdade não preciso.
Olhei para Lia um pouco desconfiado e a mesma balançou a cabeça como se dissesse que estava tudo bem continuar:
— Prossiga com a sua ideia e me diga de uma vez o que você quer em troca, afinal caridade não é a sua praia. — Cuspi tais palavras que mas pareciam Sato falando.
— Não farei mais rodeios, eu quero a sua mão de obra ilimitada, apenas que seus subordinados se submetam a mim.
Dessa vez tive que rir.
— Vejamos, você quer que meus trabalhadores terceirizados sejam seus? — Ele assentiu. — Assim fica mais fácil se a polícia e os heróis descerem o cacete pra não dizer matar o pessoal que trabalha pra mim? Seu exército fica livre e intacto e todos que confiam em você continuaram mantendo a sua fé. — Não havia motivos para continuarmos com as cordialidades.
— Exato. — Fumei mais meio charuto antes de o responder.
— Por mim tudo bem, mas que fique claro que se submeter as suas ordens não faram com que confiem em você e se puder lidar com isso sem que sofra baixas aceito o seu acordo. — Ergui minha taça de vinho.
— Não se preocupe com isso, sei que todos iram adorar trabalhar conosco.
Após aceitar meu brinde, Rikiya pediu para que organizássemos uma luta amistosa apenas para garantir um patrocínio a transmissão e eu concordei e pelas próximas oras conversamos a respeito de como ele se tornaria o novo "rei" desse mundo caótico e destronado, mesmo que afirmasse que os planos do governo iam contra as suas convicções e que todos devem ter o direito de usar sua individualidade da forma como bem entender e sem restrições, lá no fundo sinto que ele almeja o mesmo que os outros afinal todo império precisa de um rei e no fim desse mesmo dia eu pude averiguar com Lia minhas dúvidas:
— E então?
— Ele é um aficionado pelas próprias convicções e mesmo que lute contra possui um forte senso político a respeito dos ideais que deseja e vai defender. — Ofereci a ela uma taça de suco ao qual aceitou e me levantei tragando meu charuto calmamente.
— Quero que investigue algo pra mim.
Lia apenas concordou enquanto eu deixei claro que a partir de agora deveríamos tomar muito mais cuidado.
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