Cap.5 Excitação

Notas iniciais: Não preciso nem dizer o que acontece nesse capítulo né? Então se não gosta de conteúdo mais +18 pule para os primeiros ...
Música: 
Wallflower  - Kimberly August

Cap. pré-revisado. Boa leitura.

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Capítulo 5 - Excitação

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Mirai relaxava no chuveiro do quarto tranquilamente, raramente usava aquele banheiro, pois preferia a banheira do último andar ao qual só ela, Toga e Magne usavam. Por estar no quarto, não se preocupou em levar as coisas e fechou os olhos, sentindo a água percorrer o rosto, lembrando da bagunça de horas antes.


Flashback

O não casal retornará ao covil em silêncio e, assim que a viu, Toga gargalhou.

— Eu ganhei, não foi? — Sorriu, encarando a amiga.

— Do que estão falando? — Twice fez a pergunta que todos queriam. Mirai revirou os olhos.

— Você ganhou. Teve um babaca que não me deixou em paz, vai querer o seu prêmio agora ou mais tarde? Lembrando que estou toda suada. — Twice arqueou a sobrancelha enquanto Shigaraki coçou o pescoço.

— Não ligo pro suor, pode pagar! Vai querer escolher a faca ou posso usar uma da minha coleção? — Toga estava altamente empolgada.

— Que merda, o quê está acontecendo aqui? — Twice se mostrou desesperado e Toga riu antes de explicar:

— Apostei com a Mi que todos os marmanjos sujos olhariam para ela facilmente nesse vestido e tentariam algo.

— Mas aí é muito fácil. — Twice balançou as mãos.

— E era para ser mesmo, até um babaca me perturbar. — Mirai respondeu, indo de encontro à amiga. — Aonde você quer cortar? — Sorriu e a loira se empertigou com tanta emoção.

— Pode ser na coxa direita? — Bateu as pontas dos dedos e em seguida pegou a faca que deixava no urso.

— Pode sim, não esquece o frasco, se bem que é mais fácil beber direto da fonte. — Mirai piscou e assim foi feito, com agilidade Toga passou a faca na coxa esquerda com a precisão de um palmo acima do joelho, um corte rápido e superficial o suficiente para colher as gotas de sangue que tanto adorava.

— Eu adorei a sua proposta. — Bateu a ponta dos dedos uma nas outras e depois disso a lilás se despediu, indo em direção ao quarto assim como Tomura, que pretendia manter os planos do caos.

Off


A garota respirou profundamente após limpar o rosto úmido, desligou o chuveiro e deu graças por ter usado um hidratante de banho. Agora já seca, vestia uma das camisetas de Tomura e calcinha de renda azul, saiu do banheiro enxugando os cabelos e, quando virou para a cama, não resistiu em admirar o azulado: Tomura estava sentado na ponta da cama, pressionando os pontos de tensão em seu ombro esquerdo, e ela deixou a toalha no cabide externo antes de ir até ele, subir na cama e começar a massagear os ombros.

— Amanhã vou pôr as nossas roupas na lavanderia. — Sussurrou. De início, ele não se importou, mas percebeu que a mesma ficou esperando por uma resposta.

— Desde quando você virou empregada da liga? — Ele ironizou, sentindo o corpo relaxar. Agora a massagem descia pelas costas ao redor da coluna e escápula. E mesmo não querendo, ele soltou um som de satisfação.

— Não sou. Vou levar as nossas roupas e só, além do mais, tem umas cinco camisas suas limpas e mais nada. — Afirmou.

— Por que será? Deve ser culpa de uma certa mulher que adora usar as roupas alheias. — Ironizou e ela intensificou o aperto.

— Eu? Você vive desintegrando meus vestidos e outras peças, não tem muito motivo para reclamar. — Continuou com a massagem, tendo dificuldade para chegar até a lombar. — Deita aí para eu terminar a massagem ou pelo menos tira a camisa. — Falou séria e ele recusou, não se sentia confortável sem camisa. — Tudo bem, então vou... — Mirai tentou afastar a mão, mas ele impediu, segurando-a com calma.

Uma calma nunca vista antes por ela.

— Não te dei ordens para parar. — Aquelas palavras eram sempre as mesmas. Mirai aproveitou para revirar os olhos antes de tomar a situação. A garota esperou que ele soltasse a mão e correu pelo abdômen apenas para distraí-lo. Após isso, rodeou as pernas no quadril, se sentando sobre ele. Tomura tomou um susto pela ofensiva, mas não o suficiente para ativar a individualidade. Os dedos suaves de Mirai o empurraram para a cama e, talvez por reflexo ou simplesmente pelo contato, agarrou um pouco abaixo do quadril, ouvindo-a emitir um leve som de surpresa.

— Bem melhor assim, não acha? — Tencionou os dedos nos ombros masculinos, sentindo as mãos apertarem abaixo das polpas, à esquerda alisou o quadril subindo de leve por dentro do moletom, a pele extremamente quente de Mirai chamou atenção, de forma inusitada elevou o tronco, deixando-a levemente confusa. Os olhos vermelhos miraram os esfumaçados com tanta intensidade que a garota sentiu o coração disparar e tudo piorou ao notar a respiração tão próxima de si. Sem demora, Tomura surpreendeu-a selando os lábios e logo em seguida exigindo passagem que foi concedida. As mãos apertaram a cintura com força. Mirai era capaz de sentir tudo, desde os dedos pelo seu corpo ao membro embaixo de si, os dedos delicados engancharam nos fios azulados em uma carícia gostosa, hora outra arranhando a nuca. Os lábios ásperos de Shigaraki agora mordiam de leve o queixo feminino, saboreando o momento, as mãos subiram por dentro do moletom, apalpando os seios, prendendo os bicos entre os dedos enquanto a língua passava pelo pescoço e sorriu lascivamente antes de deixar uma mordida. Mirai gemeu baixinho.

— Era isso que você queria, não é? — Mirai não respondeu, apenas olhou intensamente nos rubis antes de beijá-lo com luxúria, deixando uma mordida no lábio inferior. As maçãs do rosto estavam estupidamente vermelhas devido à alta excitação. — Se continuarmos, saiba que não terei pena de você, ainda estou puto com a sua desobediência. — Ela mexeu o quadril rebolando sobre ele.

— Você nunca teve, Tomura... — Beijou o pescoço sendo derrubado na cama. Shigaraki se pôs de joelho entre as pernas femininas, levantou o indicador esquerdo e, sorrindo, tocou os cinco dedos na camiseta, desintegrando-a lentamente. Mirai viu os olhos vermelhos brilharem quando encarou o torso nu, sem saber que na cabeça dele a ideia era deixar várias marcas.

As mãos de Tomura prenderam os braços dela a cima da cabeça baixando os lábios em seu objetivo, beijou entre os seios antes de alcançar o esquerdo chupando com vontade, depois fez o mesmo com o direito e só parou quando os bicos ficaram intumescidos, Mirai sentiu a mão escorregar pelo corpo alcançando a calcinha e por algum milagre ao invés de desintegrar a peça a adentrou fazendo movimentos circulares no clitóris da garota o indicador deslizava pelas terminações nervosas alcançava a entrada e retornava ao clitóris, os lábios torturam o pescoço mais um vez e ele deslizou o indicador para dentro a sensação não foi das melhores pelo inicio corrido apenas suportável, percebendo o olhar manteve a calma pensando no que mais Mirai escondia após uns minutos voltou a movimentar o dedo e desceu o outro. Na cabeça da garota, tudo se intensificava. Era muito gostoso quando se masturbava, mas outra pessoa o fazendo também é uma delícia.

Gemeu de leve e o azulado observou, não teria coragem de voltar a mordê-la quando as expressões estavam entorpecentes demais. Quando gozou, se contraindo nos dedos, ele sorriu maliciosamente.

— As camisinhas estão na gaveta. — Sussurrou, tendo a completa atenção do azulado. - Acha que comprei para que Shigui? — Sussurrou novamente, dessa vez alisando o abdômen por baixo do tecido, ele não gostava de ser tocado, mas quando se tratava dela não vinha problema nenhum e até mesmo gostava. Mirai puxou o moletom para cima na intenção de tirá-lo e ele a ajudou, porém, a impediu de tocá-lo por mais tempo, foi até a gaveta e pegou uma camisinha, desabotoou a calça calmamente, mirando os olhos embebidos em luxúria, rasgou o pacotinho.

— Tira essa calcinha, Mirai. — O tom de voz rouco fez as coxas tremerem, os dedos cálidos deslizaram pelo próprio corpo, retirando a peça lentamente e dessa vez foi ele a morder o lábio inferior. Ela não deixou de olhar para o membro sendo exposto e a camisinha deslizando. Em sua mente, seria uma imagem para se guardar. Shigaraki analisou algumas ideias que tinha em mente, pensou se fariam o trivial ou se usaria algumas cordas para amarrá-la e realizar todas as suas fantasias obscenas, se bem que, se tratando de Mirai, ela poderia gostar simplesmente por ser ele a sugerir. No fim, deitou-se sobre ela, encaixando o membro na fenda melada, alargando ao seu tamanho e a garota revirou os olhos.

— Isso dói Shigui. — Sentiu as unhas da mesma arranharem-lhe as costas e, por esse motivo, as prendeu sobre a cabeça. Não é porque não teria pena dela que seria um babaca, agora totalmente dentro, se moveu normalmente, nem tão forte, nem tão rápido, o corpo de Mirai tentava se acostumar e, com o tempo e as investidas na mesma proporção, a sensação passou a ser agradável.

A respiração dela tornou-se intensa conforme Tomura metia sem dó. Soltou os pulsos femininos para que a destra levantasse a perna feminina pela coxa, tornando os movimentos melhores. Ele gemeu baixinho, observando a expressão no rosto de Mirai praticamente pornográficas.

— Acho que podemos começar. — Sussurrou, mexendo o quadril desleixadamente, ela arregalou os olhos. — É muito tola se pensou que essa foda seria assim... — A lasciva chegou a resvalar conforme o corpo feminino era tomado por diversas sensações. Tomura começou a se mover violentamente cada vai e vem provavelmente ecoava pelo corredor e o mesmo não se importava a destra agora se movia sobre o clitóris, Mirai sentia a mistura perfeita entre prazer e dor e novamente sentiu as pernas tremerem diante da estimulação e se perguntou mentalmente se era possível ter outro orgasmo tão rápido, mas estava tão excitada que porra, ele não estava dando uma trégua e agora se sentia literalmente no nirvana não havia outra palavra pra descrever a sensação que passava não só por todo o seu corpo como inundava a mente, as unhas cravaram novamente nas costas masculinas, ele tomou os lábios num beijo bruto. — Você vai precisar aguentar muito mais do que isso. — Sussurrou sentindo o corpo feminino se contrair. — Se por um lado ela estava assustada, por outro sentia o corpo ressoar enquanto Tomura beijava o pescoço.

— Você disse que não pegaria leve. — Não dava para competir, agora vis-à-vis, ambos sorriam com uma louca cumplicidade, no entanto, na cabeça do azulado, Mirai aprendeu a não provocá-lo novamente, um ledo engano.

I hear you're quite the little odd ball
A little strange I hope it's true

I'm just an itty bitty wallflower
But I could be real good for you

Eu ouvi dizer que você é um pouco excêntrico
Um pouco estranho, espero que seja verdade

Eu sou apenas um pouquinho tímida
Mas eu poderia ser muito boa para você

...

Os orbes esfumaçados se recusavam a abrir, Mirai só tomou ciência de que o dia havia começado devido ao lado direito da cama completamente vazio. Tentou se levantar, mas desistiu ao sentir o corpo levemente dolorido e o meio das pernas destruído em um misto de ardência, leve dor e satisfação. Sentou-se, encostando as costas na cabeceira.

— Bem que ele avisou que não pegaria leve. — Esfregou as coxas uma na outra à procura de alívio, desviou o olhar para a cômoda do lado esquerdo, sentindo o cheiro forte de café. Esticou a mão para pegar o copo e viu que havia um bilhete:

"Não se incomode em levantar, creio que não vá conseguir.
Deixei café e bolo de morango pra você e espero que até a noite esteja completamente recuperada.

PS: Tem dinheiro no moletom azul escuro."

Só haviam dois pensamentos na cabeça de Mirai:

1: Como raios ele poderia ter energia para mais? Queria mais? Será que conseguiria andar?
2: Até parece que ela não conhecia todos os lugares em que ele escondia dinheiro naquele quarto.

Respirou fundo, deixando os pensamentos de lado, tomou o café da manhã e acabou por substituir tais pensamentos pela possibilidade de aquela ser uma demonstração de que ele se importava. Quando acabou, tomou coragem para levantar da cama, sentindo as pernas formigarem de leve, e sorriu, cheirando a camisa que vestia. Depois de passar horas nos braços de Shigaraki, acabou por dormir utilizando a camisa dele.

— Até que para uma primeira vez, foi... Intenso. — Sussurrou antes de seguir para o banheiro do piso superior. Aproveitou que estava sozinha para encher a banheira, fechando a torneira antes de transbordar. Às vezes se perguntava como o "QG" tinha tantos recursos se eles trabalhavam na escuridão. Tirou a camisa, se assustando no processo; não esperava que os dedos de Shigaraki fossem ficar em seu corpo. No lado esquerdo da cintura tinha a marca da mão de Tomura, acima dos seios chupões roxos e no pescoço uma marca de mordida leve. Virou de costas conferindo o resto no espelho; a mesma marca da cintura estava dos dois lados da bunda. — Da próxima vez vou revidar tudo isso, parece que participei de uma luta. — Sussurrou, afundando na banheira. De imediato sentiu o corpo relaxar, aliviando as dores entre as coxas, e por um minuto desejou que Tomura chegasse exausto da operação.

Após o banho relaxante, Mirai vestiu uma calça jeans e um moletom preto, queria cobrir o corpo todo devido às marcas. Seguiu para a cozinha com a bandeja em mãos, afinal, ninguém na liga era empregado, e após lavar a louça do próprio café, foi até o quarto para pegar o dinheiro e enfiou as roupas sujas numa mala com rodinhas, além do lençol que carregava a marca de sua virgindade perdida.

— Droga, por que Kurogiri não está aqui em uma hora dessas? — Sussurrou, arrastando a mala pelas escadas. Sem dúvida alguma, o dia seria no máximo normal.

Enquanto Mirai se preparava para ir até a lavanderia e ao shopping, num canto afastado da cidade, precisamente em uma instalação militar, as coisas saíam do controle: Dabi sorria ao pôr fogo em um dos andares subterrâneos, enquanto Twice e Toga, disfarçados, eram levados ao prêmio. Shigaraki, por outro lado, estava distante dali, ao lado de Spinner e Mister Compress.

O trio criava um caos no silêncio, trabalhavam tão rápido que acabavam por frustrar os heróis que tentavam intervir. A liga, que aos poucos se tornava cada vez mais conhecida, e em três horas, a correria pelos locais se instalou. Se divertiam vendo os outros andar em círculos, já que o propósito daquela distração era ambíguo.

Mirai assistia a toda bagunça pela TV. Depois de colocar a roupa na lavanderia e alugar um quarto de hotel para que fosse entregue, a garota seguiu ao shopping, onde fez compras e parou para comer. Tinha seus próprios planos e, já que não estava 100% inteira, precisava aparentar. Após se entupir de comida, a garota voltou para o quarto alugado, onde se maquiou escondendo as partes do corpo que ficariam à mostra e trocou as peças básicas pelo disfarce da vez, ou seja, um vestido médio e acinturado de uma grife francesa na cor azul-claro, sandálias de salto italiano e um fedora na mesma cor da roupa. Precisava estar a cara da sociedade burguesa se quisesse alcançar seus objetivos.

Mirai retornou ao QG em busca dos diamantes que havia roubado com Toga e chegou a choramingar ao se despedir das peças, deixando para trás apenas um colar simples e um par de brincos de gota. Como a boa gatuna que era, conhecia ótimos comerciantes ilegais para o repasse. Já a metros de distância do QG, Mirai pegou um táxi até o estacionamento do shopping. Era imperceptível o que seus amigos faziam ali, não para ela que já estava acostumada.

— Sato baby, temos que conversar... — sussurrou, obtendo o mais puro silêncio.

— É sério Sato? Meu tempo é corrido demais. — O homem surgiu das sombras. Dessa vez, os fios negros estavam presos, deixando à mostra os piercings nas orelhas, além de descamisado, expondo a tatuagem de dragão que começava no peitoral esquerdo e terminava no pulso. Mirai mordeu a bochecha internamente. Sato sempre fora um gostoso.

— O que você quer?

— Desde quando me trata com tanta hostilidade? — revirou os olhos enquanto ele se vestia.

— Desde que o cara com diversas mãos ferrou com o nosso negócio. Aí, pra completar, fizemos o dever de casa e sei que ele é o tal do Shigaraki. — Encarou a lilás de forma fulminante e a mesma se aproximou.

— O que foi que aconteceu, a polícia bateu na sua porta por acaso? — chutou.

— Foi exatamente isso que aconteceu. A mansão saiu em todos os jornais como o maior desmanche de drogas da história e ainda prenderam a porra do fabricador! Então, a menos que o seu assunto me seja relevante, vou deixá-la a ver navios. Fora que tivemos que mudar a mansão de lugar, uma porra de um trabalho inútil do caralho! — reclamou. O fabricador era um vilão que conseguia produzir drogas, entre outras coisas, devido a sua individualidade. Era uma fonte inesgotável de dinheiro.

— Baby... Para de reclamar. Se vim até aqui, é porque posso compensar. E não se esqueça que o ringue clandestino dá tanto dinheiro quanto as drogas. — Cruzou os braços. — Além do mais, tenho diamantes comigo e sei que Hikai não resiste. — Piscou. Sato ponderou tais palavras, fechou os punhos e ela notou os cortes nas falanges próximas, o que o deixava ainda mais sexy.

— Agora você falou a minha língua. — Passou o polegar direito sobre o queixo, além de sorrir. — E já sabe qual é o meu pagamen... — Mirai não esperou pelo término das palavras e o puxou pelo colarinho, chocando as bocas em um beijo bruto. Deixou que o moreno consumisse bastante de sua energia e, quando sentiu a pressão da destra no quadril, se afastou.

— Já chega. Da próxima vez juro que uso minha individualidade em você. — Limpou os lábios. Não é como se quisesse realmente beijá-lo, apenas sabia jogar. Sato sorriu satisfeito, há meses que queria beijá-la daquele jeito e, depois do pequeno contrato, levou a garota até o parceiro que, para a surpresa da jovem, estava na Red Velvet.

— Quem é viva sempre aparece. — O barman, mais que conhecido por ela, sussurrou.

— Peter, você não trabalha à noite?

— Sabe como é, né? Hikai me ofereceu um trabalho extra e não pude resistir.

— Bom saber. Não vejo a hora de trabalhar com você. — O sorriso sempre doce arquitetando mais de uma tramoia.

— My baby girl está de volta. — Hikai praticamente berrou ao se aproximar dela, abraçando-a. — Me diga o que tem pra mim.

— Que tal... — Mirai contornou a barba por fazer com a ponta dos dedos antes de sentar na banqueta e cruzar as pernas. — 500 mil em diamantes certificados. — Os orbes azuis de Hikai brilharam.

— Você não brinca em serviço, baby. — Apesar de bem mais velho, ele possuía seu charme e sempre fora um gentleman quando se tratava da garota. Tanto que criaram laços de proteção e afetivos únicos.

— Quero participar da venda de hoje, já estou a caráter. — Foi enfática, deixando claro que não poderiam negociar a respeito disso.

— E quanto vou levar dessa vez?

— Bom... Dependendo do comprador, ele irá diminuir o valor em 50%, mas sabemos que comigo ao lado o lucro será o máximo. Então, te ofereço 80 mil. — Ele sorriu.

— É pouco. — Sato comentou.

— Não. Na verdade, é até muito se levarem em conta que não farão nada além de me colocar lá dentro. 80 ou nada. — Pediu ao barman um martini, mas foi negado pelo próprio Hikai.

— Você é menor de idade, não deveria beber.

— Sou menor apenas quando convém a vocês. — Mostrou a língua. — E aí, vai aceitar a minha proposta?

Hikai revirou os olhos antes de concordar. Mirai deu pulinhos de alegria antes de ir até ele e abraçá-lo. Discretamente, escorregou a destra até o bolso do paletó.

— Vai encontrar uma compensação extra no seu bolso e preciso de um favorzinho. — Sussurrou.

— My baby, pra você é sempre sim. — Mirai continuou abraçada a ele, sussurrando exatamente do que precisava. A garota só se desgrudou para pegar a mala.

— Voltamos logo. — Hikai comentou, abrindo um portal. O feixe de luz branca invadiu a boate em tons de bordô e por ele Mirai passou, adentrando o quarto de hotel alugado.

— Pode entrar, Hikai. Eu o convido. — Somente com o comando é que a individualidade dele o permitia ir ao lugar escolhido por outro.

— O que viemos fazer aqui, querida?

— Preciso de mais um portal. — Ele revirou os olhos antes de cumprir com o combinado. Mirai levou a mala de roupas para a liga antes de voltar, em seguida, para a boate, somente com a mala de diamantes. Tanto Sato quanto Peter ficaram confusos.

— Acho melhor irmos, aqueles burgueses são um saco. — Hikai abriu o portal e os olhos dela brilharam. Aquele era um espaço comum, logo, não precisava de convite. O salão era grande, muito iluminado e estupidamente rico em detalhes: as cadeiras com estofado de cetim carmesim e mesas de madeira nobre. No palco, ao longe, uma mulher com um vestido vermelho elegante apresentava o que deveria ser um mercado oculto para nobres, excêntricos talvez. Hikai era da casa, estava acostumado a lidar com esse meio e tinha uma mesa fixa.

— Vou te explicar como funciona. — Ela concordou. — Todos nas mesas de madeira são compradores e as mesas com tecido preto são os vendedores. A cada venda, teremos um fiscalizador, lógico que ele possui uma individualidade específica pra isso. — Levantou-se da mesa. — E como me ofereceu 80 mil, tenho o comprador perfeito pra você. — Hikai se levantou da mesa e caminhou até o outro lado do salão, onde um homem com vários seguranças estava sentado. O homem de pernas cruzadas possuía duas mulheres ao seu lado. Em seus dedos, havia anéis claramente de ouro e sobre a outra, uma bengala com a ponta de prata.

— O que tem pra mim hoje, portal inferior? — Chamou-o pelo codinome.

— Diamantes verificados. Com a certeza de que não foram roubados. — Mentiu, e o homem achou a ideia interessante.

— Traga-a até aqui, quem sabe não negociamos. Coffee e Bright precisam de uns acessórios extras. — Ambas as mulheres olharam para ele. Hikai não tardou a buscar a garota, que sentou à mesa constrangida devido ao olhar do homem. — Vamos conversar com o básico: seu nome, senhorita.

— Mi... Queeny. Meu nome é Queeny, e o seu?

— Ah... Creio que não seja necessário. — Sorriu. — O que tem pra mim hoje? — A garota colocou a mala sobre a mesa, abrindo-a.

— Simplesmente o estoque de uma das maiores joalherias da cidade. — Ele estalou os dedos e foi o que bastou para mais um homem se aproximar da mesa. O olho do tal sujeito se alongou, e para Mirai aquilo era nojento. Elevou a peça verificando a veracidade.

— Podem prosseguir. — Se afastou.

— E quanto quer por essa mala?

— Além de diamantes, há ouro, prata, rubi, etc. Então, quero seis milhões em espécie. — A postura reta era perfeita, passava uma confiança sem fim.

— Deixe-me ver. — Ele passou a mão pelas peças. — Te ofereço sete pela mala fechada. — Ela bateu as unhas na mesa, ativando a individualidade gentilmente. Pediu uma taça d'água e, depois de refrescar a garganta, voltou aos negócios.

— Que tal cinco e meio? E posso garantir que todos são legalizados. — Puxou os papéis do bolso interno da maleta. — Não é todo dia que você verá isso. — Piscou.

— E como conseguiu tal proeza? — De fato, estava curioso. Ela era astuta e até cogitou a hipótese de utilizar os poderes para ver se a jovem estava mentindo.

— Segredo profissional, assim como o seu nome. E então, vamos fechar em 5,5? — O homem estalou os dedos mais uma vez.

— 5,5, hein? Um número específico demais, não acha? — Estava extremamente desconfiado e Mirai internamente desejou revirar os olhos. Ao invés disso, sorriu.

— Sou específica em tudo e, se esse aspecto te incomoda... — ameaçou fechar a maleta. — Posso encontrar outro comprador. — E bingo! Para Hikai, ela foi atrevida, mas o homem em questão amava mulheres que tomavam iniciativa.

— Senhorita Queeny, você me surpreende pela audácia. — Riu. — Pode me chamar de Creation e vamos fechar no seu valor. — A maleta foi fechada e Mirai entregou especialmente a ele. Outra foi posta no lugar, com a quantia exata do dinheiro que ela exigiu. — Se quiser ficar para o restante do evento, será bem-vinda em minha mesa. — Sussurrou.

— Agradeço o convite, mas tenho outros compromissos. — Mentiu, nem deveria estar ali, mas estava radiante pelo ocorrido. Mirai retornou à mesa com Hikai, sorrindo por ter fechado o melhor negócio da semana.

— Baby girl, você foi maravilhosa. Que tal bebermos para comemorar?

— Ainda não, Hikai. Quem me garante que a grana não vai sumir?

— Não se preocupe, Creation trabalha com o governo. Da onde você acha que sai tanto dinheiro? Ou como pagam aos heróis? Com cerca de 80% da população sendo composta por super-humanos e com vários se sobressaindo ao extremo.

— Nossa, que interessante. E quem mais sabe sobre isso? — Perguntou curiosa.

— Baby girl, por mais que eu te ame, não posso revelar meus contatos profissionais. Mas é mega seguro. Então, vamos comemorar. — Sem saber, a garota havia chamado atenção demais.

O grupo passou um longo tempo assistindo às apresentações, claramente encomendadas para deixar os compradores entretidos. A garota nem percebeu quando um homem parou atrás de si.

— Você é nova aqui. — A voz saiu meio abafada e ela desviou o olhar da apresentação artística para contemplar o homem em trajes brancos utilizando uma máscara da peste.

— E você, quem é? Se estiver interessado em joias, as minhas acabaram. — Foi direta.

— Na verdade, não. Você é bem sutil, mas está claro que utilizou a individualidade naquela transação. Creation não costuma ser tão mão aberta. — Comentou. A garota terminou a taça, dessa vez de suco de manga, e olhou para ele, encarando a máscara sem medo algum.

— O que posso dizer? Sou boa com vendas e mulheres detestam maus perdedores. — Se levantou, jogando o cabelo para o lado. — Acho que já deu pra mim, Hikai. Se tiver a gentileza de me levar, eu aceito. — Antes de sair, olhou novamente para a máscara sem temor.

Ela não fazia a menor ideia de que aquele encontro viria a calhar em algo maior.

Quatro horas mais tarde:

A liga estava reunida na sala, discutindo o recrutamento de novos membros. Kurogiri preparava algumas bebidas para quebrar a tensão, enquanto Shigaraki descartava as ideias de membros que julgava inúteis. Um barulho ecoou pela sala de reunião, chamando a atenção de todos. Tomura foi o primeiro a abrir a porta, usando apenas a mão no rosto, como sempre.

— O que está fazendo aqui, Mirai? — A garota estava sentada na mesa, de pernas cruzadas.

— Boa noite pra você também, Shigaraki... — Optou por não provocá-lo.

— E o que tem nessa maleta, senhorita? — Kurogiri se adiantou, enquanto os outros membros adentravam na sala.

— Bom... Toda organização precisa de dinheiro, então me adiantei quanto a isso, mesmo que o mestre tenha uma fonte duvidosa de renda. — Shigaraki se aproximou, sentando-se na cadeira principal, e não foi nenhuma surpresa ter Mirai a poucos centímetros de si.

— Imagino que tenha uma explicação decente para isso. — Uniu as pontas dos dedos enquanto apoiava os cotovelos na mesa. Os olhos esfumaçados miraram o olhar vermelho.

-— 600 mil para o caixa da liga está bom pra começar? Mesmo que possamos roubar tudo o que precisamos,

Shigaraki baixou uma das mãos e segurou na ponta do tecido azul do vestido.

— E de onde saiu esse dinheiro? — Shigaraki questionou, ainda esfregando o tecido entre os dedos. Mirai temeu pelo pior, mas ele apenas estava provocando.

— Digamos que sou excelente com números. — Piscou.

— Se isso nos atrapalhar de qualquer forma, já sabe...

— Sou tão profissional quanto vocês, na verdade até mais. — Ironizou. — E se te deixa tranquilo, o dinheiro veio da venda legal dos diamantes. - Sorriu, na hora Tomura soube que ela estava mentindo.

— Nem ferrando! Você revendeu para a loja? — Twice perguntou.

— Não, o mercado negro dos "mocinhos" é bem mais divertido. — Sempre direta, suspirou ao olhar para a mão do chefe da liga que agora fazia movimentos circulares com o indicador na coxa feminina esquerda. -— Bom... Acho que vocês devem ter assuntos mais importantes do que isso. - Ficou de pé assim como Dabi e Sppiner.

— Tanto faz. Kurogiri cuide disso. Agora vamos ao que interessa, hoje teremos mais uma reunião com possíveis membros para a liga e, depois do caos de hoje cedo, creio que os heróis se concentraram nos ataques — Shigaraki informou.

— Tomara que seja divertido. -— Toga sorriu.

— Eu tenho a pessoa certa para ligar. Vai ser muito bom! -- Twice estava empolgado.

— Já discutimos isso. Faltam cinco horas até o recrutamento. Até lá, façam o que quiserem. — Shigaraki se levantou. — E só mais uma coisa, Spinner, Dabi leve Mirai com vocês, ela deve se útil para alguma coisa. — Por algum motivo, Shigaraki estava estressado, Dabi tirou as mãos dos bolsos e pegou um cigarro mentolado, olhou para Mirai sério.

— Os lobos vão te devorar com esse vestido.

Ela sorriu.

— Não se preocupe, esse vestido foi caro demais para ficar sujo de sangue e sei que você é perfeitamente capaz de queimar qualquer coisa. — Sem que a mesma visse, ele riu.

— Era mais fácil se pegarem logo. — Mister Compress sussurrou e Toga gargalhou alto.

— Vem com a gente que te atualizo no caminho. — Não teve tempo de responder, pois Twice já o empurrava para fora da sala.

No segundo andar, Mirai andava calmamente até o quarto, assim que entrou retirou os saltos e foi até uma das sacolas de roupa que havia comprado contemplando as peças.

— Acha mesmo que caí na sua desculpinha? — Shigaraki sussurrou, surpreendendo-a. Os orbes esfumaçados olharam para o canto escuro do quarto, dando de cara com o brilho carmesim.

— A que se refere Shigui? — Sussurrou o apelido que o mesmo detestava, tudo não passava de uma distração para ela.

— Hoje não é o melhor dia para me irritar. — Ela ignorou, voltando a procurar por peças dentro da sacola.

— Finalmente! — Vibrou ao retirar uma máscara horrenda de dentro da bolsa, olhou para o azulado em pé . — Ok, Shigui, precisamos conversar a respeito do seu ciúme desenfreado, existe uma coisa chamada limites. — Ironizou.

— Mulher...

— Ok, senhor nervosinho. — Levantou as mãos, balançando desleixadamente na frente dos seios. — Já ouviu falar do mercado negro, não?

— Não me faça de idiota, Mirai.

— Bom, então você sabe que não preciso mentir e adorei a aura daquele lugar. — Sorriu, passando as mãos nos cabelos, desgrenhando-os. - Certamente irei lá mais vezes. — Shigaraki revirou os olhos antes de passar a mão no rosto.

— Mulher, você está me tirando do sério... - Os olhos esfumaçados miraram os rubis sorrindo.

— Não é como se fosse um grande esforço, você vive estressado. Apenas relaxe. — Se aproximou, passando as mãos no abdômen sobre a camisa preta. — Posso te fazer uma massagem mais tarde... — Teve ambos os pulsos segurados.

— Não tente me manipular, sua cretina. — Sussurrou. Mirai forçou o corpo e ficou na ponta dos pés e, sorrindo, passou a língua pelos lábios dele.

— Pode bater se quiser, acho que minha bunda aguenta outra surra. — Instigou, sabia que ele nada faria se fosse um pedido, mesmo assim Tomura apertou os pulsos dela.

— Se você não retornar com os outros, juro que dessa vez não serei tão benevolente. — Quando sentiu o aperto suavizar, teve a certeza de que venceu.

— Pode deixar, chefe. — Se afastou, pegou algumas peças de roupas e partiu para o banheiro. Na cabeça de Shigaraki, ela era uma enrascada...

Aqueles com quem ela trabalhava não conseguiam se conter, até mesmo Mister Compress gargalhava.

— Você tá de sacanagem, Mirai, só pode. Que porcaria é essa? — Twice gargalhou.

— Minha nova individualidade, horas. Sou sêxtuplas. — Sacudiu os dedos em volta dos seis olhos, ainda segurava a peruca preta em uma das mãos.

— Olha, até que está bem posto, mas não deixa de ser ridículo. — Mister Compress riu e Mirai se fingiu de ofendida.

— Para uma liga de vilões, vocês são bem preconceituosos. Imagina o bullying que a sêxtuplas sofreria se fosse real. Que tragédia. — Ironizou. Toga, que gargalhava sem parar, cutucou Dabi, que ainda estava aturdido com aquela ideia ridícula. A lilás colocou a peruca e a bolsa.

— Pronto, vamos logo com isso. — Com a mesma pose de sempre seguiu para o lado externo da liga, cerca de alguns minuto depois Spinner apareceu com o furgão branco.

Dabi e Mirai entraram pela porta dos fundos, o moreno não disse uma única palavra enquanto Sppiner dirigia, mas Mirai parecia inquieta.

— Sppiner pode me deixar a alguns metros da delegacia? — Pediu tranquilamente, observando o trânsito.

— Garota, por acaso você é maluca? Nem fodendo que vou fazer isso.

— Qual é, lagartão, pode me deixar lá e eu me viro rapidinho. — Até mesmo Dabi ficou curioso a respeito dos planos malucos dela.

Primeiro, não me chama assim e segundo, temos uma missão pela frente, não somos seus choffer garotinha. — Mirai revirou os olhos.

— Espera Spinner, quero ver do que essa garota é capaz. Se vamos usá-la, pelo menos que valha para alguma coisa. — Mirai pouco se importava com as palavras dele, só queria chegar à delegacia o mais rápido possível e cumprir com o combinado com Hikai.

Spinner parou a exatos meio quilômetro de distância da delegacia, o local onde estacionou lhe dava uma boa visão sem que fosse necessária a aproximação e já passavam das dezoito horas quando a garota seguiu o percurso trajando uma calça jeans escura e uma camisa social de gola alta, além de um blazer preto, nos pés scarpins e para completar, o cabelo que escondia lindamente quatro dos seis olhos, deixando à mostra apenas os verdadeiros.

— Boa noite, cavaleiros. — Sorriu ao passar pela recepção da delegacia.

— Em que posso ajudar? — Um dos policiais perguntou.

— Vi. Em busca de um prisioneiro, ele atende pelo codinome de fabricador. Nesse momento, ativou a individualidade, deixando-a se estender ao máximo.

— Senhorita, creio que isso... Seja o seu desejo, é uma ordem. — O policial sorriu.

— Gostaria que todas as câmeras fossem desativadas também.

— E assim será.

Conforme andavam pela delegacia, tudo parecia completamente normal, as pessoas continuaram a trabalhar como se a mesma não estivesse ali prestes a soltar um criminoso. Os guardas abriram a porta que dava para as celas e a garota deixou claro que não iria entrar, preferia aguardar pelo homem na recepção. Exigiu também que os pertences do mesmo fossem devolvidos e avisou que iriam dar um passeio de metrô. Em meia hora, o fabricador estava de pé diante dela, com as vestes trocadas e tão confuso quanto os outros. Mirai sentiu uma pequena dor tomar conta de suas têmporas, mesmo assim sorriu.

— Muito obrigada, queridos, vocês foram maravilhosos, vamos? — Estendeu a mão ao homem confuso que depois de alguns segundos aceitou, por onde passavam a caminho da saída recebiam acenos de despedida e quando finalmente tocaram o asfalto, Mirai respirou pesado. — Temos no máximo dez minutos até o efeito passar, então temos que andar rápido. - Continuou arrastando o homem pela rua, se embrenhando pela multidão, atravessou os sinais sem se importar com a indicação, correndo um pouco no processo e por fim de atirou na porta da van. Dabi abriu a porta e ajudou a entrar. Depois disso, Spinner deu a partida, se afastando o mais rápido possível da delegacia. A garota fechou os olhos por um segundo, sentindo a vertigem ecoar por todo o seu ser.

A garota dormiu por doze minutos até se recuperar do baque, o homem continuava confuso até a mesma tirar a máscara e respirar aliviada.

— Isso coça muito! — Tirou a peruca, revelando seus lindos fios coloridos. — E aí, aonde vamos? — Sussurrou para Dabi.

— Se preocupa em desovar esse cara primeiro. — O moreno respondeu, a garota levantou balançando os dedos e ele sorriu ao ver o rosto familiar.

— Você é a protegida do Hikai. Devo entender que foi ele quem lhe ordenou?

— Na verdade, não. Digamos que estou apenas pagando um favor. — Piscou. — Vai ficar nesse hotel aqui, quarto 66, já está tudo pago. E não tente fugir ou sair do país; meu amigo aqui tem a individualidade de rastrear qualquer um apenas por um fio de cabelo. — Mirai arrancou um fiapo do homem, que permaneceu confuso. Spinner abriu a porta da van, e ele desceu com o papel em mãos, completamente perdido. O trio continuou seguindo rumo em silêncio.

— Rastreador, hein... Que individualidade ridícula. — A voz de Dabi ecoou pela van.

— Concordo que um homem como você fica bem melhor colocando fogo em tudo. — Sussurrou. — Mas o fabricador não faz a menor ideia da sua individualidade, e seria um desperdício não usá-la a meu favor. — Dabi sorriu. — Agora, qual é a missão?

— Relaxa, princesa, vamos desestabilizar uns heróis. — Dabi piscou.

— Vai ser fácil, é só você piscar pra eles desse jeito sexy ou sorrir que não tem pra ninguém. — Ironizou.

— Ah, fala sério, vão ficar flertando na porcaria da van enquanto dirijo? — Spinner estava impaciente.

— Relaxa, Spinner, ninguém aqui está flertando. — Piscou novamente para a garota; ele era realmente uma perdição.

[...]

A missão ocorrera com sucesso. Acabou por usar sua individualidade apenas na hora da fuga e, apesar disso, pôde acompanhar os movimentos de Dabi de perto. Quando retornaram para o QG, viram na íntegra os efeitos de seu pequeno trabalho pela TV. Os olhos esfumaçados miravam em silêncio, estranhando; nem mesmo Kurogiri estava ali.

— Nossa, isso é tão estranho. — Comentou enquanto pegava um pouco de sorvete no freezer. Quando virou, tanto Dabi quanto Spinner haviam sumido, provavelmente foram para os quartos ou atrás de seus próprios interesses. A garota, no entanto, decidiu que, pelo menos por hoje, não aprontaria; ainda tinha algumas pendências pessoais a resolver.

Bem distante dali, um homem de cabelos prateados e terno branco adentrava a Dark Magic, uma boate concorrente da Red Velvet, porém usada para lavagem de dinheiro.

— Senhor Kurono. — O homem em farda policial fez uma pequena reverência.

— Você sabe o preço de me convocar sem motivos.

— Não, senhor... Tenho informações úteis para o seu mestre. — Sussurrou.

— Então não enrole.

— Uma mulher conseguiu submeter todo o departamento de polícia à sua vontade, apenas para resgatar o prisioneiro 37698. — Conferiu o papel que tinha em mãos. — Ele é conhecido como Fabricador...

— Interessante. — O prateado tirou de dentro do terno um envelope e entregou nas mãos do homem. — Me passe tudo o que você conseguiu, inclusive as gravações.

Apesar da face expressar satisfação, não era capaz de sorrir. Sentia-se satisfeito por ter tudo o que queria tão facilmente quando se tratava de informações pertinentes para o seu mestre.

Sem saber, Mirai cometeu uma pequena falha.

•ೋ° °ೋ•

Notas finais: Não é só de putaria, zoeira e desobediência que a Mirai e a fic vivem.

Eu refiz esse capítulo umas seis vezes e ainda acho que não está bom, porém vamos em frente quem sabe eu o edito mais para frente.

Obrigada por lerem ;*

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