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Tudo o que vai, volta

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Enquanto isso na sala de reunião da agência Hero:

— Recebemos informações de que a Yakuza vai agir novamente, meu informante detalhou o local e o horário. — Passou o papel para as mãos do Sir responsável pelo local:

Parque central - lote 236 - terça-feira.

— Não acho que devemos esperar tanto. — O policial informou, mas naquela sala não só estavam pessoas da própria agência e alguns policiais, como o próprio promotor de Musutafu, esse um senhor de meia idade e calvo, usava óculos e não possuía individualidade como a grande maioria que trabalha na polícia.

— Não. Vamos agir na quarta-feira, quanto mais provas tivermos contra Kai Chisaki, melhor para a condenação diante a justiça.

Apesar de não aprovar tal método Nighteye não se opôs, o promotor sorriu explicando as exigências do governo sem que os heróis soubessem que ele próprio não passava de mais dos nomes na extensa lista de pagamentos de Overhaul.

Na mansão do moreno a luz do dia parecia  agredir uma certa garota para que saísse da cama, os fios estavam esparramados pelo lençol, ao despertar encontrou a cama vazia e se espreguiçou de leve:

— Bom dia garota. — A voz do moreno estava abafada devido a máscara e após coçar os olhos não pode deixar de notar o quão belo ele estava em trajes socais.

— Bom dia, já está pronto? — Retribuiu se levantando e pegando a camisola no chão, Mirai caminhou em direção ao banheiro notando como Kai terminava de ajeitar as mangas da camisa social. A garota fez suas higienes e tomou um banho, seguiu para o closet onde vestiu uma calça social escura scarpins e camisa branca afivelada, deixou os fios soltos e retornou para o quarto devidamente perfumada achando estranho a brisa vinda da varanda e o fato de que Chisaki ainda estava lá e degustava uma xícara de café.

— Não esperava por isso. — Ironizou se aproximando.

— Se refere aos morangos ou ao café extremamente amargo que aquele cozinheiro fez? — Resolveu se fingir de desentendido, arrancando um sorriso da lilás que se sentou de frente tirando os saltos para manter o conforto.

— Ora Kai, eu sei que minha presença é incrivelmente hipnotizante, só não imaginei a que gamaria na... Terceira vez. — Piscou.

Ele riu.

— Não se engane garota, você é completamente descartável.

Ela suspirou como se estivesse ofendida e comeu o morango.

— Se sou completamente descartável por que me quer tanto?

O olhar pareceu devorá-la de cima a baixo.

— Gosto de suas... habilidades e espero que aceite o cargo que te ofereci.

— Entendo. — Mirai se levantou deixando os saltos ao lado da cadeira caminhou até ele parando bem de frente e claro que a destra de Kai tocou a cintura de leve fazendo com que a mesma se sentisse levemente inclinada a sentar em seu colo, o moreno se afastou e permitiu tal ato no fundo adorava tais iniciativas e as pernas cruzadas dela deixavam tudo mais apetecível, os lábios roçaram nos dele antes de perceber que a porta do quarto foi aberta e por ela chronostais passou e ao ver a cena pigarreou constrangido.

— Estão esperando por você na sala de reuniões Overhaul.

O moreno não desviou o olhar apenas sorriu:

— Diga que já vamos. — Assim que saiu do quarto o não casal tratou de se afastar, se recompor e terminar o café, por fim seguiram para a sala de reuniões tranquilamente onde Kai foi informado por telefone que a invasão a mansão estava próxima e sentado em sua cadeira repassou como procederiam a partir de agora.

— Mandem todos retornarem até a madrugada de quarta-feira, façam os últimos testes até amanhã e você — apontou para Mirai — Passará o restante da manhã no laboratório, depois aumente a folha de pagamento. Aqueles que não forem necessários saiam. — Toga e Twice que até então estavam calados olharam para Mirai, no fim das contas ela foi a única a se levantar já que se recusava a saber demais, tinha em mente que se adentrasse tão profundamente o submundo não conseguiria sair.

— Não saia da mansão garota. — Exigiu e ela sorriu.

— Kai, vou aumentar a folha de pagamento me dê os nomes por-favor. — O moreno apalpou os bolsos e não encontrou o que procurava e o prateado pigarreou.

— Deve ter ficado no quarto. — Chronostais sussurrou.

— Ah claro ficou na mesa da varanda, me deem licença. — A lilás sorriu antes de deixar o ambiente e algumas pessoas confusas.

...
...

Após garantir todas as ordens que Kai lhe deu fossem cumpridas, a garota aproveitou para tomar um banho relaxante e depois resolver sair para fazer compras ainda sentia o braço doer pela quantidade de sangue que tirou e diferente do que imaginou Overhaul não pôs alguém em sua cola, afinal de contas tinha com o que se preocupar, o celular tocou e a garota agora dentro do próprio carro com os vidros fechados atendeu estranhando o fato de não reconhecer o número:

— Quem é?

— Senhorita, estamos te aguardando no estacionamento do shopping, não demore por favor .

— Ora Kuro por que não mandou mensagem?

— Não é ele, é o Compress.

—  Ha, sim. Nesse caso Compress espero que esteja preparado para dar uma bela voltinha e recomendo que tire essa máscara, já-já estarei ai. Bjin Compress. 

O telefone foi desligado e a garota ligou o carro, enquanto dirigia cantou mais pneu do que qualquer outra coisa em sua mente seria mais fácil colar um daqueles adesivos no vidro que diziam recém habilitado, mas nem isso foi, só teve umas aulas de direção e que se vire e com isso levou quase uma hora para percorrer o trajeto que se fazia em vinte minutos, não ousou estacionar o carro, entregou a chave para o manobrista e mandou uma mensagem para Compress avisando que estava na entrada do estacionamento. Em poucos minutos ouviu a voz familiar e ao olhar para o lado ficou surpresa pela beleza do homem, os fios curtos em tom castanho, um belo sorriso nos lábios além do semblante calmo.

— Nossa... Não esperava por isso. — Sussurrou deixando-o envergonhado.

— Não diga essas coisas senhorita. 

—  Mas Compress, você é bonito...

—  Obrigado.

—  De nada. —  Sorriu gentilmente. —  Agora me diga o que o Shigaraki quer, tenho certeza de que você não veio até aqui por boa vontade. 

Ele riu baixinho.

— Não seja assim senhorita, estou a serviço da liga, preciso que me relate o que Overhaul te passou. 

Mirai pareceu inclinada a se divertir, mas sabia que Compress não merecia isso afinal de contas quem sempre a estressava era o azulado e pensando desse jeito envolveu o braço dele o arrastando para o shopping.

— Vamos nos distrair, aqui somos alvos fáceis o que gosta de fazer no tempo livre hein? — Ele respirou pesado, a ideia era até interessante, porém tinha pressa.

— Senhorita....

—  É serio Compress, não confio no Kai e sei que ele pode ter sim mandado alguém me vigiar. As informações que tenho são excelentes. —  Sussurrou.

—  Nesse caso vamos até aquele pub. — apontou para uma livraria e cafeteria escura no primeiro andar do shopping. A temática do local combinava bastante com o castanho e para Mirai tanto faz,  gostava de ir a lugares diferentes, pois sempre aprendia algo. Mal entraram e foram recebidos por uma garçonete de cabelos rosa e sorriso largo, a mesma os levou até a mesa número oito a mais afastada do lugar, ele pediu um cappuccino e ela um caramel macchiato.

— E então senhorita?

— Eu tenho quase certeza que o governo está usando os testes de Ovehaul ao seu favor, veja bem fomos a uma reunião e além de socialites e empresários haviam políticos, um deles o senador atual e uma velha conhecida do Tomura, alguém que ele teve uma queda, enfim — divagou com desdém — Se eu estiver errada Kai está usando os meios do governo para fazer os testes na cidade agora se eu estiver certa, como roubamos parte do projeto fênix o governo pode completar o resto com os protótipos do próprio Kai. — Concluiu.

— E Overhual tem um estoque infinito ao que parece.

— Exatamente, eu não sei como funciona, mas ele não se preocupa muito com a possiblidade de ficar sem recursos, na verdade nunca se preocupou. 

Mr.Compress riu.

— Senhorita não faz ideia de onde vem a fonte dele não é? —  Ela negou. —  Bom,  antes que me esqueça o chefe mandou lhe entregar isso. —  Mexeu no bolso do paletó e retirou um pequeno papel, o pedido de ambos foi entregue e após consumirem Compress se despediu deixando claro que ela deveria tomar mais cuidado e não relaxar em nenhum momento enquanto estive com os preceitos e para comprovar tais palavras mostrou o braço mecânico que adquiriu após Kai arrancar o verdadeiro, por questões de segundos ela se assustou como se tivesse realmente deixado de lado toda a violência e guerra implícita no mundo ao qual vivia.

— Não se preocupe Mr.Compress, ficarei bem. —  Sorriu observando o castanho se afastar e assim tomou coragem para desdobrar o papel: 

𝑁𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟.
𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑒 𝑚𝑎𝑙𝑑𝑖𝑡𝑜 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑎𝑚 ℎ𝑜𝑗𝑒,
𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎 𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎 𝑎𝑡𝑒́ 𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑎̃.
𝑃𝑆: 𝑁𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑞𝑢𝑒 𝐷𝑖𝑎𝑏𝑎

"Tão delicado." — A garota pensou antes de terminar o café  e pagar a conta, deu algumas voltas pelo shopping comprando apenas um par de sapatos novos, antes de ir embora foi ao banheiro onde picou o papel em inúmeros pedaços e deu descarga, retornou para o carro e antes de sair ligou para o único que poderia ajudá-la a sumir da mansão sem ser vista...

Mirai estava dentro do quarto decidiu que não arrumaria nada por agora ainda estava cedo e levantaria suspeitas então pelo resto do dia tentou descobrir mais sobre a operação que ocorreria no dia seguinte falhando miseravelmente, pois ninguém abria a boca, no fim teve que se contentar com a própria curiosidade e seguiu para o tatame.