Cap.40 Quando foi que deixei transparecer?

Notas iniciaismúsica no capítulo My Nemesis - Five fingir death punch

*╔═════❖•ೋ° °ೋ•❖═════╗*

Quando foi que deixei transparecer?

*╚═════❖•ೋ° °ೋ•❖═════╝*

Eu te dei tudo
E, em troca
Você não me deu nada
Mostra-me um sinal
Por favor, me dê alguma coisa
Eu não vou esconder o que está dentro de mim
Meu nêmesis

Por Shigaraki,

Porque aquela discussão começou? Nem eu mesmo me lembro, na verdade, tudo o que quero por agora é relaxar e aproveitar que hoje é o único dia em que não preciso me preocupar com nada. As emoções de Mirai são complicadas o suficiente para me tirar do sério e não são o que preciso, pelo menos agora, mesmo que seus olhos marejados não saiam da minha cabeça e o fato de que lá no fundo sei que poderia ser diferente, mas entre ela e os meus objetivos sempre optarei pelo segundo. Se bem que... Mirai nunca interferiu ou me pediu para escolher e a todo momento permaneceu ao meu lado então que merda está acontecendo comigo?

Off


— Ele tá alucinando coitado. — Twice implicou.

— Também depois daquele barraco até eu estaria brava. Nunca vi a Mi daquele jeito e a culpa com toda certeza é dele. — Toga.

— Só acho que vocês deveriam calar a boca e jogar mais, vamos acabar perdendo.  —  Spinner.

— Concordo com o lagartão estão pegando leve e não vamos conseguir chegar a lugar nenhum assim. — Dabi.

O grupo concentrado no jogo só parou após a primeira vitória, quem levou foi Shigaraki é claro, apesar de ter ganho o olhar permanecia distante o âmago doía, se lembrando que havia deixado claro que nunca a machucaria e no fim tratou as próprias palavras como nada e em algum canto da cabeça ecoava que aquela foi a melhor forma de afasta-la, que precisava deixar evidente que Mirai não significava nada. Sem sombra de dúvidas, uma baita de uma mentira que forjou para tentar se convencer.

Seus pensamentos foram contados pelo pigarrear ao lado:

— Quando foi que você fez alguma coisa legal por ela? - Mr.Compress perguntou. —
E não estou falando de algo carnal.

Ele não poderia revelar que comprou uma ilha, ilha está que levou grande parte do dinheiro que a mesma arrecadou. Nem a própria teve o entendimento para isso fora as pessoas que precisou matar para que ninguém soubesse da compra e assim permaneceu em silêncio.

— É pelo visto a única coisa que ele fez foi comer a garota. — Twice riu.

— Da pra calar a boca? Esse assunto é irrelevante e não é da conta de vocês! —  Shigaraki coçou o pescoço enquanto Dabi acendeu o cigarro.

— E lá se vai mais um balcão. — Twice sorriu levando a cerveja aos lábios.

— É sério Tomura você precisa de ideias melhores, já matou alguém por ela? —  Toga Perguntou.

— E onde isso é bom? — Mr.Compress

—  Não há nada mais bonito do que matar aqueles que estão enchendo o seu saco, imagina uma linda declaração de amor. — Toga manuseou a faca na ponta dos dedos e foi a vez de Dabi rir.

— Essa ideia é estúpida, pior do que arrumar uma namorada. Não te levamos na casa de estripe pra isso. — E assim Dabi apoiou o braço sobre o ombro de Toga que apenas descansou a cabeça na lateral do peito dele.

Tomura respirou fundo antes de voltar a jogar, aquela tarde na liga era pra ser de descanso, mas não, geral estava pegando no pé do líder porque ouviram o barraco entre ele e a lilás na mansão tá que se descontrolou e desintegrou o corrimão todinho, mas e daí? Acidentes acontecem e já que não se aguentaram de curiosidade seguiram ia gritos da lilás para ver o que ocorria.

— Falou o cara que namora uma Stripper — Toga alfinetou. — Já sei! A Mi agora uma farra, acho que ninguém sabe se divertir como ela. Que tal você dar uma festa hein? — Toga.

— Por acaso você ficou maluca? Festas são naturalmente desnecessária e não estou nem um pouco afim de fazer isso, fora que você já matou a sua vontade de farra.

— Então vai perdê-la pro tucano facinho. Olha sinceramente nem te conto o que ouvi em uma das reuniões deles. — Twice Ironizou atraindo a atenção de todos.

— É sério isso? Quando foi que viramos um grupo de apoio em busca de uma namorada pra Shigaraki? Não tem uma missão, uns cara pra matar não? — Dabi reclamou.

—  Ah fica quieto Dabi e presta atenção no jogo que você está perdendo! Conta logo Twice. — Toga se empolgou.

— Eu estava esperando pra saber do plano já que Toga se atrasou e acabei ouvindo por acidente.

— Acidente sei... — Dabi Ironizou.

— Fica quieto estamos perdendo. — Toga.

— Continuando, eu ouvi que Overbabaca levou a sua garota para Londres e que passaram um bom tempo por lá, um dos idiotas ainda mencionou o quanto ela estava gostosa em um vestido curto e com o casaco dele quando foram buscá-los no hotel.

Shigaraki se segurou para não desintegrar o controle ao invés disso apoiou a destra no balcão com força.

— É. Dessa vez você se fudeu. —Dabi riu.

— Nós ganhamos! — Toga comemorou.

— Caralho como só me dei conta disso agora, o Shigaraki é corno! — Twice bebeu mais um pouco e foi a vez de Toga rir:

— Pra ele ser corno precisa assumir algo e é evidente que não quer.

— Ah então é por isso que ela e o Dabi estavam se engolindo na festa há alguns meses atrás? — Foi a vez de Spinner abri a boca antes de pegar uma cerveja e seguir para o lado de Dabi sendo olhado por todos menos Shigaraki que agora planejava inúmeras maneiras de se vingar.

— X9. E sobre isso, além de não interessar a nenhum de vocês a garota estava a solteira e foram só uns beijos. — Dabi acendeu o cigarro.

— Remendado ela nunca esteve solteira. Olha só o estado do Tomura, ele tá colapsando! — A voz de Twice parecia cada vez mais melodiosa, voltou a beber e Mr.Compress se aproximou.

— Acho que já deu pra você.

— Que nada ainda aguento mais umas duas garrafas. Nem comecei!

E assim o que deveria ser um dia de relaxamento na liga se transformou numa divertida algazarra.

Twice praticamente bêbado perdendo a linha, Toga e Dabi competindo contra Spinner em uma partida de vídeo game e Mr.Compress se perguntando o que estava fazendo ali, já Shigaraki, bem... Olhava para o balcão destruído puto da vida, passou as mãos pelo cabelo e pegou o copo saindo do local em direção a sala que servia para a reunião.

— Você está com algum problema Tomura? — A voz veio do canto direito da sala. — Eu ouvi a conversa...

— Você também Kurogiri, não estou com paciência para isso. — Reclamou.

— Todos ouviram a confusão de vocês e sendo claro, sabe o que fazer. — Shigaraki revirou os olhos.

— Vocês se juntaram para me tirar do sério? A essa hora ela já recebeu o meu presente e não tenho com o que me preocupar. — O azulado retirou a mão do rosto e por um minuto desejou não ter nada com a garota, mas pelo ciúme e raiva crescente em seu peito faria com que todos entendesse de uma vez por todas que Mirai era sua e que ninguém encosta em seus brinquedos.

...

Na mansão a lilás se preparava para regressar a casa de Overhaul, sua noite fora uma bagunça sem fim. Depois de discussão com Shigaraki, Mirai acabou por passar grande parte da noite ao lado de June e Sato que é claro colocaram o Porsche pra rodar além de obrigar a Hikai a abrir um portal para outro país somente para fazer compras, no fim encerraram a noite no quarto com uma sessão de filmes que fez a lilás chorar até pegar no sono e agora após arrumar a mala adentrava o carro decidida a não ser feita de idiota, Sato fez questão de dirigir até a casa dos Yakuza.

— Não se meta em encrenca. — Pediu recebendo um beijinho na bochecha.

— Pode deixar. — Respondeu de maneira branda tendo o pulso segurado com leveza.

— É sério Mirai, você ainda está magoada então não se deixe levar pela tristeza ou ponha a sua dor de lado. — Recebeu mais um beijo.

— Relaxa gatinho, não vou ficar sofrendo por quem não merece e no momento estou topando qualquer coisa para me divertir.

Sato respirou pesado, pela resposta sabia que a lilás colocaria a dor de lado e que provavelmente faria alguma besteira. As malas estavam sobre a cama e dessa vez arrumava as roupas no "closet" despreocupada, afinal se Kai precisasse de sua presença mandaria chamá-la  ao acabar tomou mais um banho e seguiu o costumeiro ritual pós-banho, deitou-se na cama e abriu o notebook  afinal há tempos não estudava e uma hora precisaria por a matéria em dia. 

Mirai estudou por duas horas, preparou as anotações e quando acabou foi até a cozinha dando graças aos céus por está vazia podendo se servir do que quisesse(ou seja besteira) e no término da refeição lavou a louça e decidiu dar uma volta pela casa, sabia que a  mansão possuía um belo jardim, porém não foi muito longe.

— Pelo visto sente-se em casa. —  A voz abafada pela máscara fez com que a garota desse um sorriso ainda de costas, só havia andado até a sala.

— Sim, é bem tranquilo aqui sem os preceitos andando por todos os lados, agora por exemplo vou ao jardim, você vem? — Ele se aproximou passando a frente da garota e a encarando de cima.

— Sinto muito atrapalhar o seu descanso mas temos trabalho pela frente garota. — Ironizou 

— Olha não se acostume, mas dessa vez vou deixar passar. — Estava a se divertir com a pior tirada que poderia inventar e o efeito era o mesmo, a mão se fechava em um puno louco para liberar a individualidade enquanto se sentava no sofá confortavelmente. 

— Vou te dar no máximo uma hora, então se arrume. Vista algo escuro e deslumbrante — A voz de Kai estava densa enquanto Mirai recostava na cadeira e levava a xícara de chá aos lábios.

— Preciso saber onde vamos, você tem me metido em muitos problemas ultimamente.
— Cruzou as pernas discretamente e ele se aproximou olhando-a de cima, porém Mirai continuou a observar o jardim.

— Iremos a uma reunião na inauguração da câmara de Musutafu, esteja elegante e bem disposta. — Sobre a mesa deixou o suporte com seis balas.

— Pelo visto agora confia em mim. Por que acha que vou cooperar ou seguir suas ordens. — Dessa vez Kai tirou a máscara antes de sentar a poltrona de frente a ela e desvirar a xícara vazia se servindo do chá quente no bule de cerâmica vermelha.

— Não é que eu confie em você — degustou o chá — Mas sinto que dessa vez você quer estar aqui.

Instantaneamente as costas relaxaram no encosto acolchoado e resolveu ironizar:

— Não se apegue muito, espero que essa reunião valha a pena, pois quero estrear o colar que me pagou. — Sorriu ingenuamente e ele se deixou levar.

— Certamente que um decote acompanharia muito bem.

Ela riu com a sugestão e é claro que não levaria a frente, faria tudo do seu jeito...

O belo vestido ressaltava as curvas  ela realmente tinha engordado bem mais do que imaginou, ao ponto do quadril ficar muito marcado e certas sobrinhas leves na lateral da barriga ressaltarem, mesmo querendo usar o colar preferiu tapar o busto e por os brincos, assim como os fios em um belo coque a maquiagem leve e um batom vermelho escuro que não costumava usar, terminou a produção com um perfume pouco adocicado ao qual se arrependeu, mas permaneceu firme. Batidas soaram na porta conforme colocava o salto e um famigerado entre foi dito: Kai Chisaki usava um lindo smoking em tom verde escuro sem gravata, a camisa preta com os botões aberto e na face uma máscara comum do mesmo tom escuro, os olhos âmbar percorreram pela garota que tentava fechar o final do vestido ele se aproximou e passou os dedos pelas costas tocando-lhe a pele, mesmo enluvado se arrepiou principalmente quando o zíper foi puxado e o gancho foi fechado.

— Nada mal, vamos?

— Claro. — Na cabeça de Mirai algo se formava, como disse antes ele nunca lhe tratou mal e agora além de estar ali sendo um verdadeiro cavalheiro tinha plena certeza de que deveria se preparar caso algo desse errado.

A antiga arena de Musutafu foi completamente reformada, o lugar localizado ao leste da cidade sofrera bastante com a degradação e vandalismo e os orbes esfumaçados da garota brilharam ao encontrar analisando a arquitetura parecida com o coliseu romano em seus tempos de glória, um bom trabalho para se arrecadar uma grande quantia de dinheiro e se reeleger com facilidade. O piso de mármore polido ressaltava a grandiosidade do local, mesmo que por fora continuasse imperfeito, um disfarce perfeito para algo tão sujo e equivocado, a destra de Overhaul resvalou na cintura se aproximando do ouvido feminino a enchendo de tensão:

— Ande garota.— Enfiou a outra mão no bolso e ela suspirou.

— O que viemos fazer aqui? Além de abrilhantar aquela revista maravilhosa.— Sussurrou.

— Um teste novo dos meus produtos e claro sabe como funciona nesse eventos, já te trouxe antes e sei que está adorando desfilar por aí com esses traje de madame. — Ironizou sentindo a mão feminina com as unhas bem pintadas deslizarem pelo peito.

— Nisso você tem razão, agora sorria para a câmera quero estar bem bonita na revista. — Piscou e assim se posicionaram da melhor forma, as fotos foram feitas na entrada antes do evento começar e para Mirai totalmente compreensível afinal da última vez que tiveram um evento como esse acabou presenciando sangue e violência.
Após o curto momento das fotos ela caminhou ao lado de Overhaul atenta até pararem em uma mesa redonda bem no centro um tecido preto adornava o mogno puro com um enfeite de centro dourado, um homem em terno escuro cabelos penteados para trás se levantou, sua pele clara contratava com seus olhos castanhos escuros tão intensos quanto os fios e ao seu lado direito uma ruiva de óculos  e tipoia encarava a lilás, por dentro ela sorria. 

— Não pensei que te veríamos aqui Overhaul — O homem ponderou e Kai bem... Fingiu não ter escutado tal petulância.

— Hum. Parece que o tempo lhe fez mal Akiko, esqueceu quem está no comando agora?

O castanho sorriu de lado, sempre lidava com subordinados de ALL for one, porém Kai era completamente diferente, por mais que Shigaraki sênior fosse literalmente o rei da vilania era sutil em se livrar dos subordinados que lhe peitavam, num dia estavam ali e depois simplesmente desapareciam e é claro que Akiko não fazia ideia de que muitos viravam Nomus. Já Overhaul não, se tivesse que matar faria durante o dia e com que tudo não passasse de um incidente onde jamais seria possível ligá-lo a isso.

Pensando no perigo que era provocar Overhaul, Akiko sorriu abertamente antes de se sentar dando-se por vencido.

—Hoje Riza  está disponível caso precise e vejo que sua bela companhia está se tornando frequente. Queeny não é mesmo?

Mirai assentiu e sua mente tentou recordar do homem falhando no processo, realmente não o conhecia, mas se a tal de Riza estava ali é bem provável que o outro homem com quem tratou a venda dos diamantes tivesse lhe passado tal informação. No fundo sentia que conspiravam uns consta os outros.

— Um belo nome, me diga Overhaul a sua acompanhante é de qual firma? Estou começando a me interessar, desde que Marawani sumiu fica difícil de conseguir boas companhias com facilidade.

A saliva desceu amarga, afinal de contas se lembrava do container no cais e das mulheres e adolescentes desesperadas, discretamente pressionou a mão na cluch que trazia consigo sorrindo.

— Não sou uma mera acompanhante de luxo. — Respondeu sem conseguir se conter o olhando com empáfia e um pouco de ódio que foi direcionado a  Riza que matina um sorriso irônico no rosto.

— Ah... Nesse caso me perdoe senhorita.

Ela riu, se lembrando vagamente de como Shigaraki agia diante disso e resolveu arriscar misturando a sua personalidade.

— Dessa vez está perdoado, mas dá próxima talvez... Não tenha tempo de pedir desculpas. — Comentou conforme Kai puxava a cadeira para sentar.

— Isso foi uma ameaça? — Levou o drink aos lábios olhando no fundo dos orbes dela, que sorriu amavelmente.

— Entenda como um aviso.

Overhaul se sentou na cadeira ao lado.

— Está com sorte senador. Queeny não costuma ser tão gentil, na verdade já era para estar morto, então espero que saiba aproveitar esse generoso gesto de bondade. — Abriu o botão do smoking e discretamente os olhos dela vagaram belo pelo corpo.

O homem achou estranho que o vilão que se dizia o novo rei do submundo apoiasse tal investida o levando a crer que estava blefando ou a garota era realmente forte.

— E o que deseja? — A voz saiu como um sussurro a contragosto.

— Mande seus subordinados distribuírem isto. — Tirou do bolso interno uma pequena case de couro a abriu mostrando ao castanho doze comprimidos vermelhos.

— E como espera que eu faça isso?

Kai riu

— Ah Akiko não se faça de idiota é seu trabalho descobrir como vai colocar esse produto nas ruas até quinta-feira e saberei se falhar. — Pela primeira vez naquela noite Overhaul retirou a máscara ao notar o garçom se aproximando e pegou um copo de Whisky levando aos lábios lentamente.

— Entendo, tenho dois dias para resolver essa pendência e o que ganho com isto? — Comentou tocando nos frascos.

— O fato de estar vivo devia ser o suficiente, não acha? — Comentou tão sério e friamente que por uma fração de segundo o senador preferiu quando ele estava de máscara.

— Certamente.

— Finalmente estamos conversando de maneira adequada, agora me fale tudo o que sabe sobre a décima quinta variante da polícia.

Naquele momento Mirai entendeu que Shigaraki jamais chegaria aos pés de Kai, não para colocar todos aos seus encalço de maneira tão convincente sem usar violência, primeiro que muitos ainda encaravam a liga como um grupo de vilões medianos e vagabundos que não saiam na mídia ou nos alertas desde o incidente em que culminou no fim do posto de All Might  diferente de Kai que carregava o título dos Yakuza e só esse fato já é mais do que o suficiente para infligir medo e segundo que toda a movimentação sempre foi feita por baixo dos panos e ALL for One conseguia ser o mais astuto e sorrateiro entre os vilões levando Tomura pelo mesmo caminho e Kai Chisaki não ficava para trás nesse quesito, sendo ainda mais sorrateiro na opinião da garota. O fato é que Mirai não fazia a menor ideia do que Shigaraki planejava só tinha plena certeza de que Kai Chisaki seria derrubado.

A reunião continuou de forma entediante até que o palco escureceu e a apresentação começou: um grupo de sete mulheres em trajes vermelhos desceu pelos lenços pendurados em cima fascinando a todos por parecerem voar pelo local, exímias acrobatas que dançavam ao som de Melanie Martinez a música tocava ao fundo e suavemente enquanto Mirai se acomodava melhor na cadeira tendo o braço de Overhaul sobre o encosto.

— Gostei desse evento Kai. — Sussurrou.

— Imaginei que diria isso, vamos para a pista lá tem cadeiras melhores e podemos assistir a vontade. — Concordou, aquela era a primeira vez que conseguia ver através do líder da Yakuza, ele aparentava estar mais leve. A dupla seguiu para a pista podendo assistir ao espetáculo de perto entre degustações e no fim daquele evento foram registradas mais fotos, Mirai sorria lindamente se sentindo leve e quando finalmente retornaram para a mansão dos Yakuza tudo parecia calmo demais e óbvio que tal situação não durou muito, dois dias depois o noticiário divulgou ataques fora do padrão ocorrido á noite por bandidos claramente fracos, um deles havia acabado de sair da cadeia e cumprido pena por assalto ao banco, porém o que chamava atenção é o fato da individualidade do infrator ter se amplificado exponencialmente em um curto período de tempo para depois falhar, o mesmo incidente foi visto em Londres, Marrocos e Suíça o que deixou a garota em alerta, pois seja qual for o plano de Overhaul estava prestes a ser concluído.
Nesse dia em específico Mirai ficou completamente livre, não tinha mais cálculos para fazer a respeito das finanças visto que Overhaul parecia mais interessado em outros trâmites como se o dinheiro no momento fosse irrelevante, os preceitos com quem costumava conversar estavam ocupados lhe restando apenas estudar e treinar.
Não queria ser pega desprevenida novamente ainda sentia no corpo efeito do último sequestro e jamais conseguiria deixar essa sensação ruim de lado, pois toda vez que ouvia o nome do vilão que agora estava preso recordava do ocorrido, respirou fundo tentando se lembrar dos golpes que Overhaul lhe ensinou e passou boa parte do fim do dia treinando sozinha, ao acabar foi para o quarto onde tomou um bom banho e vestiu um macacão preto colocou um par tênis e pegou a bolsa de ombro. O celular tocou e na mesma hora atendeu:

— Temos um jantar em meia hora.

— A sua sorte é que já estou pronta e dessa vez espero que não seja num lugar duvidoso.

Ele riu.

— Me encontra na garagem e não demore.

Revirou os olhos ao desligar e seguir caminho a frente, tentou enrolar o máximo que podia para ir ao local e quando finalmente encontrou com ele o mesmo tamborilava os dedos no capô do carro.

— Demorei tanto assim? E cadê a sua máscara?

Ele sorriu claramente revoltado.

— Só entra no carro, antes que eu mande te dar um tiro.

— Acho que já passamos dessa fase. Agora que tal me contar onde vamos? — Debochou ao ralhar os dedos pelo peitoral coberto.

— Entra no carro. — Se afastou.

— OK estressado. — Apesar de tudo estava realmente curiosa

...

Nem em seus maiores e melhores pensamentos imaginou que Kai Chisaki fosse um ser humano de tanto bom gosto, a dupla olhava para a cidade dentro de um yate, bonito e totalmente equipado, recostados na cadeira aproveitavam uma boa bebia enquanto ele olhava as finanças mais do que satisfeito. 

— Os seus rendimentos no cassino não foram ruins, realmente tem ideias interessantes e talvez tenha um cargo a sua espera. — Ela sorriu antes de olhar para o corpo dele completamente relaxado e encarando o mar.

— Depende da vaga e o quanto está disposto a me pagar — mexeu o drink. — E a propósito, o quê viemos fazendo aqui?

— Observando.

— O quê precisamente?

— Não seja curiosa aprecie a sua comida, a boa bebida ou quem sabe o mar.

Mirai revirou os olhos se tinha uma coisa em Kai Chisaki que odiava é o fato de que constantemente servia de álibi sem saber do que se tratava e agora sua mente parecia uma calculadora tentando por em números todas as vezes em que passou por isso, se sentindo levemente irritada.

— Quando retornarmos a mansão eu quero lutar com você. — Inquiriu fazendo-o desviar o olhar e segurar o copo entre os dedos da destra, a perna esquerda se apoiava acima do joelho direito com o tornozelo e o smoking com os botões aberto lhe conferia um ar extremamente charmoso.

— Tem certeza que quer treinar? Seu corpo aparenta estar cansado.

Ela sorriu agora bebendo o líquido colorido e levemente alcoólico.

— Deixa que eu decido isso — pousou o copo na mesa e se inclinou levemente dando uma visão melhor se seu rosto confiante e seu busto decotado — Pode vir com tudo Chi-sa-ki, debochou notando um brilho diferente nos olhos âmbar e por um minuto se arrependeu, soube que estava ferrada no momento em que ele aceitou.

.
..
...

Por Mirai,

Senti meu corpo tremer, eu estava tão confusa e nem percebi quando uma lágrima verteu pelo meu rosto. A posição que Kai me colocou relembrou de tudo o que passei nas mãos daquele monstro, senti o tecido quente da luva recolher minha lágrima.

— Tudo bem pra você? Se não quiser não precisamos continuar. — Overhaul me soltou e sacudi a minha cabeça de leve, não que eu pensasse sobre isso desde que tudo acabou, mas nunca me encontrei tão próxima do perigo novamente e parando para pensar Shigaraki não me deu tempo para sentir tal reação, estava sempre me ocupando e isso só me faz pensar nele.

— Mirai está me ouvindo?

— Não-não, podemos continuar. —  Agarrei os meus pulsos distribuindo uma leve carícia antes de me por em posição de luta e Overhaul sorriu como se não acreditasse que eu poderia fazer isso, fui com tudo pra cima dele o golpeando e quando ele não desviava simplesmente segurava meus pulsos por fim tentei um movimento inusitado e o mesmo me derrubou no chão com força fazendo com que minha cabeça e meu corpo todo batesse no chão.

— Droga Kai! Dessa vez você se superou. — Me estendeu a mão e claro que aceitei, ele fez leve carícias em minhas costas.

— Precisa melhorar a sua defesa e o seu ataque, ambos são ridículos. Isso porque está comigo a três meses. — Revirei os olhos indignada, tá que eu sou ruim, mas consegui me defender com um chute da última vez na cara de Marawani.
Cruzei os braços e olhei para ele que se refrescava bebendo uma garrafa d'água.

—  Está cruel hoje Kai. — Ironizei. — Fora que, olha pra mim — dei uma voltinha — Não fui feita para combate corpo a corpo.

Ele riu.

— Irônico dizer isso, pois aposto que uma boa chave de perna consegue dar. — Sussurrou bem baixo e para o azar dele eu escutei, sei que se referiu as últimas vezes que sentei em sua cintura no meio da luta para imobilizá-lo, me aproximei disposta a devolver tal ironia e cheguei a encostar em seu corpo levemente suado.

— Nunca reclamaram, pelo visto está louco para testar não é? — Me afastei. — Vou tomar um banho e quem sabe seja agraciado com a minha "chave de coxa". — Ironizei, Kai não disse nada apenas riu da minha tirada enquanto escapava de seus lábios o famigerado "essa garota", não me importei muito e segui para o meu quarto onde retirei minhas roupas úmidas de suor e adentrei o banheiro, tomei uma ducha quente a modo de amolecer meu corpo dolorido e depois segui para o armário onde peguei uma camisola rosa e minha calcinha branca, hidratei o meu corpo com meu hidratante favorito e por fim coloquei a roupa vesti o robe preto opaco por cima para não chamar atenção e fiz um coque em meus cabelos estava com fome e claro que calcei minhas pantufas de gatinho e fui para a cozinha atrás de morangos. 

Assaltei o congelador discretamente em busca de sorvete e não tinha então vasculhei a geladeira e achei meus preciosos peguei um pouco de leite condensado e leite gelado, tirei os cabinhos dos morangos e os piquei, coloquei metade num copo alto e fui adicionando minha mistura maluca, procurei por um mixer e nada até que vi um armário a cima, catei uma das banquetas indo em direção ao meu objetivo, mas antes de chegar alguém que parecia arrastar chinelos no chão se aproximou.

— O que você pensa que está fazendo? — Me assustei e quase caí do banco se não fosse pelas mãos dele que seguraram minha cintura impedindo que eu fosse ao chão e como isso meu ventre ficou em direção a sua boca.

— Estou atrás do mixer. — Aos poucos meu corpo foi escorregado até o chão conforme meus pés tocavam no piso frio me arrastava por ele.

— Não fica aqui — sussurrou se afastando. — E da próxima vez pega algo melhor do que uma banqueta! — Reclamou.

— Que tal você deixar as coisas claras ou comprar sorvete de morango? Isso meio que facilita o meu trabalho.

Revirei os olhos enquanto ele andava pelo local, Kai abaixou bem na minha frente e sentir minhas pernas tremerem.

— Está na minha frente garota. — Revirei os olhos ele puxou de dentro do armário o Mixer que eu tanto queria, o próprio Overhaul bateu os morangos e encheu dois copos o que sobrou ele pegou um garfo e me entregou, nos sentamos nas banquetas e comemos a minha fruta favorita, tive que sorrir sem mostrar os dentes sentindo a festa no meu paladar e quando bebi a vitamina percebi que cheguei ao nirvana.

— Céus isso é muito bom! — Comentei por alto e ele sorriu.

— Da forma que fala nunca provou vitamina antes.

— De fato nunca tomei e é quase tão bom quanto o sorvete. — Mentira é bem melhor  só não vou assumir.

— São mais saudáveis, porém, aumentam o peso pela quantidade de gordura. — Comentou.

— Então está dizendo que estou acima do peso?

— Não. Estou dizendo que o seu sedentarismo tem a ver com a sua péssima alimentação — terminou a vitamina. — Aposto que come sorvete como primeira refeição, massa no almoço e sorvete de sobremesa, lancha algo bem gorduroso e após a janta nada saudável repete o café da manhã.

Por um minuto fiquei boquiaberta, ele estava com a razão.

— Ok senhor sabichão sua alimentação é bem mais... Saudável.

— E sem restrição. — Arqueou a sobrancelha. Kai é um vencedor e até mesmo em uma conversa ele queria ficar a frente.

— Pelo menos isso né Kai, quem sabe meus treinos com você melhore. — Comentei.

— É só acordar mais cedo, se alongar e deixar o resto comigo.

— Ou posso fazer tudo do meu jeitinho e dar uma movimentada firme no meu corpo pelo menos nos fins de semana.

Ele riu e se calou e pelo restante da madrugada ficamos ali terminando a vitamina e jogando conversa fora se bem que a cada palavra dita parecia mais um flerte, quando acabamos, lavei a louça enquanto Kai secou e guardou tudo. Eu sabia que ele não gostava de tirar as luvas. 

Ao fim daquilo tudo ele me acompanhou até o quarto e antes de abrir a porta me virei e segurei em sua manga.

— Hoje foi... Divertido. — Deixei um selinho em sua bochecha, coloquei a mão na maçaneta e senti a destra de Kai rodear minha cintura seus lábios vieram em direção aos meus e apenas aceitei quando nossos lábios se tocaram harmoniosamente, não havia pressa, mas o ritmo era lento e constante até sua esquerda envolver minha nuca aprofundando e ainda de olhos fechados os revirei era um ponto fraco e tanto, um suave toque desceu pelas minhas costas e sem querer abrir a porta o que ocasionou em nossos corpos sendo puxado para dentro, nos separamos pela falta de ar e dois dos dedos dele seguraram no laço do meu robe sorrindo de uma forma lasciva que nunca vi antes.

—  Pode me mostrar a chave de coxa agora.

Meu coração acelerou, uma coisa é beijar outro cara e me deixar levar pela adrenalina, outra completamente diferente é me entregar, no entanto, as mãos de Kai tocando meu corpo tão gentilmente me deixou tentada a experimentar, pois, nunca fui tratada dessa forma.

Off

•ೋ° °ೋ•

Notas finais: Vestido usado por Mirai.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top