77.Omissões
A garota recolocava o pente na arma, atirava perfeitamente e acertava o alvo, repetia o ato trocando de arma a cada novo tiro e deixava o moreno extasiado assistindo, não havia perdido o tino ou sequer errado uma vez.
-- Você abriu um rombo no alvo. -- Ele informou e ela sorriu, enquanto trazia o marcador para perto de si, ia trocar a folha para testar algumas armas mais pesadas.
-- E acho que consigo fazer de olhos fechados.-- Piscou recolocando o abafador, porém, Sato a impediu tirando os tampões.
-- Não seja tão egoísta amor você testou sete das doze armas, deixa eu brincar um pouco. -- Piscou dando um beijo no ombro exposto.
-- Tá bom e para de graça se o Shigaraki ver você fazendo algo assim ele vai ter uma crise. -- Ironizou se sentando para assistir.
-- Que medo... Mais ele não está aqui não, é mesmo? -- Ironizou colocando o abafador e assistindo. Sato se preparou para atirar e ela sorriu ele sempre foi bom, tão bom quando qualquer outro profissional, porém, ninguém fazia suas marcas e assim a maior pontuação do vingança do rei continua sendo dela, a garota de fios lilases.
-- Eu venci de novo. Então já sabe o que faremos não é mesmo? -- Sorriu com malícia.
-- Mirai não...
-- Vamos as compras! -- Sem esperar pela aprovação dele enlaçou o braço masculino e se dando por vencido Sato se deixou ser arrastado até a saída do vingança, as armas não eram um problema, afinal todas seriam enviadas a mansão e vendo o sorrido dela suspirou sabendo que esse é só o começo...
Ambos estavam sentados no melhor lugar do Leviatã com uma vista incrível da cidade de Musutafu.
-- E então Sato como estão nossos preparativos? -- Degustou o suco de morango sorrindo sem mostrar os dentes.
-- Se refere a visita ao papi ou ao nosso próximo trabalho? -- Ela respirou pesado.
-- Fala logo Sato.
-- Nervosinha. Sobre a viagem podemos ir a qualquer momento. Liguei para Drac e ele falou que estamos liberados assim que chegar seja de madrugada, de manhã, noite, tanto faz. Agora a respeito do narebaman eu utilizei aquele cache gordo para triplicar o número de armas e munições sem registros, fora que contratei trezentos metahumanos e quatrocentos seres humanos sem individualidades que são bandidos e não conseguem emprego por que pessoas com individualidades possuem preferências.
Mirai sorriu de leve.
-- E a contenção caso alguém queira deixar o serviço e fugir? -- Agora ela encarava a paisagem, nunca agiu dessa forma antes, onde precisava se calçar e até mesmo matar pessoas para encobrir a organização do pai e a si mesmo.
-- Balaor é a contenção máxima, mas Akira vai trabalhar com você, fora que qualquer um que queria fugir é no mínimo burro. -- Mirai suspirou, Akira faz parte da mansão antes de Mirai e sempre trabalhou apenas para Hikai e não aprova os próprios 'familiares' do azulado, segundo ela, só dão despesas e dor de cabeça. A individualidade de Akira é o contrato literalmente ela toma posse de sua vida através de um contrato que geralmente faz os outros assinar, uma individualidade simples que nas mãos de Hikai o fez manter todos os subordinados que contratava na linha antes de conquistarem sua confiança.
-- E ela já fez os contratos imagino. -- Mirai suspirou.
-- Assinados e engavetados por June ainda hoje. -- A lilás sorriu, no fundo não sabia o que faria sem eles. -- Agora me explica como vamos matar o tal do AFO. -- Sato sussurrou.
-- E quem disse que vou matá-lo? -- Ela terminou de beber o suco pedindo que trouxessem um sorvete duplo para depois da refeição deixando o moreno confuso. -- Eu vou me certificar de que nunca mais o vejam e pra isso vamos precisar do Drac.
-- Mirai... O que você está planejando.
Ela sorriu.
-- Deixe-me te contar. -- A cada minuto escutando o plano, Sato pensava que ela deve estar se corroendo de raiva e acima de tudo sentia que se alguém descobrisse uma centelha dessa ideia, tudo iria por água baixo fora a chance enorme de serem mortos e não negaria que o plano é incrível, pelo menos mentalmente.
-- Espero que não haja um traidor entre os nossos informantes. -- Ele comentou levando-a a rir de leve.
-- Informantes são naturalmente traidores Sato, quando foi que ficou tão ingênuo? Que tal usar sua bela habilidade naquele que vai nos servir? -- O sorriso pérfido brilhava nos lábios alheio fazendo-o se aproximar e puxar a destra dela até os lábios, adorava essa aura meio corrompida que a lilás aparentava quando estava claramente concentrada em seus planos.
-- Se é assim que deseja, eu o farei, mas antes. -- Mordeu de leve o dorso da mão ao qual beijava. -- Que tal me conceder a sua energia? -- A malícia chegava a escorrer dos lábios alheios e ela riu de leve, não poderia ceder, infelizmente precisava se preservar e só pelo olhar ele soube que não teria o que tanto queria e assim o não casal passou o restante do almoço entre conversas a respeito do ring, da transmissões e de como sentiam falta de uma boa recepção.
Foi só o tempo de deixar as coisas no quarto da lilás que partiram para onde Hiaki estava...
A garota estava ansiosa, mal adentrou o hospital e foi atrás de Drac que os aguardava um pouco a frente da recepção.
-- Onde está meu pai?
-- Calma Mirai, não estresse o bebê. -- Ele sorriu afagando as costas dela e o olhar de Sato atrás de ambos deixava tudo pior, principalmente por estar boquiaberto:
-- Puta merda Mirai! Você engravidou do arrombado? Puta que pariu! E por que eu fui o último a saber? Essa é a sua consideração caralho?! -- Sato fez um pequeno escândalo.
-- Para de gritar estamos no hospital! -- A lilás estreitou os olhos e ele respirou pesado:
-- Eu vou lá fora fumar e já entro. Agora entendi por que tava tão arrisca com o cigarro e as drogas. -- Sussurrou a última parte se afastando e ela ainda pode ouvir:" Oh porra agora teremos que ter o triplo de cuidado! Eu vou matar aquele filho da puta!"
A garota balançou a cabeça em negativa enquanto o mais velho ria de leve.
-- Ele não muda.
-- Sinto muito por isso. -- Se referiu ao escândalo.
-- Nem se preocupe, agora vamos ver o seu pai. -- Começaram a andar e algo ecoou na mente da garota.
-- Espera aí Drac, como você sabia da minha condição se descobrir em Paris? -- Ele Suspirou, pararam em frente a porta do quarto daquele que ia visitar.
-- Eu tratei de você antes de sumir esqueceu? Sabe -- passou a mão pela nuca -- Hikai ficou uma pilha de nervos quando contei, nos primeiros três minutos imaginou diversas formas de matar o cara que te engravidou e depois começou a fazer planos para a festa de um ano da criança e calcular todos os presentes que ia dar. A única preocupação dele era como você reagiria e independente da escolha estaria ao seu lado e se te visse agora surtaria, aposto que diria algo do tipo: "My baby você prefere que o primeiro par de brincos dela seja de diamantes rosa ou negro? Tudo bem se for garoto vai ficar lindo de orelhas furadas".
Foi inegável o sorriso na face dela, assim como as lágrimas que escorriam livremente.
-- Desculpa, eu não devia chorar. -- Colocou a mão na maçaneta.
-- Está sensível meu bem e não há problemas nisso. Agora vamos.
Ela Assentiu, aos poucos adentraram o quarto e quando viu o homem que cuidou de si a vida todo deitado naquela cama com aparelhos respiratórios, desabou, deixando as lágrimas caírem livremente antes de se aproximar e fazer um carinho na cabeça azulada e deixar um beijo em sua testa, se sentou na cama fazendo carinho no peito dele.
-- Você precisa acordar logo papai, do contrário vai perder toda a diversão. Sabia que eu planejo dar um chá de sumiço naquele desgraçado? Fora que eu vou redecorar a sua mansão todinha e queria te ter ao meu lado quando essa criança chegar ao mundo. -- Mirai sorriu fungando e após se levantar, limpou as lágrimas olhando para Drac, afinal não tinha ido até lá apenas para ver o estado do próprio pai.
-- Preciso conversar com você. -- A seriedade que passava em seu olhar deixava até mesmo Drac confuso, sabia que Mirai tinha ideias demais, mas, nunca a viu em ação.
-- Prefere outro lugar? -- Ela negou.
-- Eu preciso que você entre em contato com o diretor do Tártaro e de um jeito de me colocar lá dentro. -- O castanho não gostou da ideia.
-- Com você grávida isso está fora de questão. -- Ela Suspirou.
-- Drac me escuta, dentro de dois dias toda escória do Japão vai estar livre seja de prisões pequenas ou grandes e eu pretendo evitar isso. Tenho plena capacidade mental em saber que nem todos que estão presos podem ser soltos e sem um portal fica difícil de movimentar a todos, por isso vou focar no Tártaro é lá que Shigaraki vai atacar com mais vontade, pois o ALL for One o aguarda e ele simplesmente não consegue entender que ALL for One não ama ninguém, ele não está fazendo tudo isso para passar sua individualidade e seu 'trono' para o Shigaraki e sim para o utilizar como sucessor, não existe um pingo de bondade sequer naquele homem e eu não vou deixá-lo estragar a minha vida com seus ideias de merda. -- Respirou fundo apertando os dedos no próprio vestido.
-- Só tem um problema nisso tudo Mirai, o homem por que você se apaixonou compartilha desses ideias e se ele te machucar quando descobrir o que fez? Na verdade nem eu mesmo sei aonde isso vai parar.
A garota sorriu de leve.
-- Shigaraki não me machucará e se o fizer sou capaz de me defender e antes que pergunte, sim. Eu vou pagar para ver. -- Ela se levantou indo até a pequena geladeira do quarto com garrafas d'água, pegou uma, abriu e bebeu tranquilamente antes de continuar. -- Sobre o plano, você já ouviu falar de Kraken? -- Ele arregalou os olhos antes de os fechar e sorrir de leve.
-- Pelo seu semblante acho que está tudo bem com o meu pequeno plano.
-- Não há nada de pequeno nessa extração Mirai e pelo visto vou ter apenas vinte e quatro horas para me preparar.-- Drac se levantou da poltrona ajeitando o jaleco médico. -- Mande alguém da sua equipe me mandar a relação de todas as prisões de Musutafu, acho que os contatos que temos dão conta do sistema prisional. -- Sorriu para ela que apenas o abraçou.
-- O que eu não faço por você garota. -- Ela sorriu.
-- Te mandarei a relação daqueles que são importantes, ladrões comuns não fazem a diferença -- Ele concordou e antes que dissessem mais alguma coisa Sato adentrou o quarto.
-- O que foi que perdi? -- A dupla que estava no local se entre olhou sorrindo de maneira cúmplice e depois contaram os detalhes e para Drac, Hikai sentiria tanto orgulho de vê-la a frente de seus ideais que talvez, só talvez considerasse deixá-la assistir ao próprio plano e após a conversa ambos passaram um bom tempo recordando dos momentos que tiveram em família e horas depois se despediram de Hikai e Drac, afinal de contas tinham que manter os planos.
...
Mirai se encontrava na cama havia tomado um banho quente e lavado os cabelos, o pijama xadrez estava um pouco apertado devido ao crescimento do corpo, mas igualmente confortável fechou os olhos relaxando por completo e teve o sono impedido pelos passos no ambiente.
- O que a gravidez não faz. Já está dormindo Diaba? - Sussurrou.
-- Shigui eu tô bem cansada, passei o dia resolvendo problemas na mansão. -- Desconversou -- E como foi o seu dia, algo novo pra me contar? -- Torceu para que ele falasse da festa e até mesmo a convidasse ou abrisse o jogo a respeito da invasão ao tártaro.
-- Não, nada de novo. -- Ouviu o barulho de algo caindo no chão e sabia exatamente que o mesmo estava se despindo. Shigaraki tinha o costume de dormir de calça e camisa e não demorou muito a se deitar ao lado dela enlaçando a cintura e desferindo leves carícias pelo ventre algo que aquecia o coração da lilás. -- Amanhã não virei, não terei tempo para isso.
Ela suspirou sabia exatamente o motivo.
- Ok, vou estar ocupada também, quero escolher algumas coisa pro bebê e depois quero que você venha ver. - -Sorriu.
-- Mirai amanhã será impossi... -- O olhou séria crispando as sobrancelhas. -- Darei um jeito Diaba.
-- Que bom. -- Se aconchegou mais entre os braços antes de finalmente dormir. Shigaraki não fazia a menor ideia do que a garota planejava aprontar.
Não foi surpresa alguma acordar sozinha, na maioria das vezes ele ia embora ainda de madrugada, se levantou pontualmente ás dez horas da manhã e após as devidas higienes e o desjejum pôs em prática o plano, levando cerca de duas horas e meia para achar um vestido preto da forma que queria e Sato acompanhou para todos os lados. A dupla retornou a mansão ás quinze horas em ponto onde pararam para comer algo e seguiram para a arena, Mirai notou como alguns homens estavam animados com o retorno do ring e depois de resolver algumas questões com a firma de obras retornou ao salão principal, sentindo uma enorme vontade de dormir ao qual foi ignorada, Sato sabia o que aconteceria assim que viu o sorriso aberto.
-- Parece que Drac conseguiu bem mais do que uma ligação. -- Comentou encarando a tela do telefone e foi abraçada por Sato que aproveitou para ler em primeira mão expressando surpresa e ao mesmo tempo sorrindo de leve.
-- E pelo visto seu ressecado precisa aprender a não desafiar a rainha que escolheu. -- Mirai suspirou.
-- Bom isso vemos mais tarde, trouxe os ingressos? -- Ele assentiu. -- Então em breve abriremos o show.
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