9.Coração quebrado
-- Então Diane Charlotte Guisy você quer ser minha noiva? -- Encarou aqueles olhos de cor violeta que se mantiveram petrificados, a garota não disse nada apenas ficou ali encarando o anel que possuía a mesma cor de seus olhos deixando o loiro apreensivo em busca de uma resposta.
-- Howzer eu não posso -- uma lágrima caiu de seus olhos, a face séria do loiro se desfez em confusão e um sonoro por que foi lançado ao ar -- Eu não posso fazer isso com você, quer dizer você é o namorado perfeito e eu... Bem olha pra mim, eu sou a garota quebrada.
-- E eu estou aqui pra isso, pra te apoiar e demonstrar que tudo em você é perfeito. Podemos superar tudo desde que estejamos juntos -- fechou o porta anel e colocou em cima da cama.
-- Howzer, você quer construir uma vida comigo e hoje mais do que nunca demonstrou seus planos para o futuro, não é justo que eu te enrole ou faça falsas promessas, meu coração ainda está preso no passado e você não merece passar por isso -- baixou o olhar ao se referir aquilo que mais a magoava.
-- Deixa que eu decido se mereço ou não, eu só tenho olhos pra você Diane. Você é a mulher da minha vida e posso esperar se for preciso -- acariciou aquele rosto delicado.
-- Nós estamos juntos há dois anos, nesses dois anos essa é a primeira vez que você entra no meu quarto, que você dorme na minha cama é a primeira vez que me viu acordar, eu não posso e não vou te fazer esperar. Você merece coisa melhor só não consegue entender isso. -- Se levantou e saiu do quarto, as lágrimas agora rolavam furiosamente por sua face e a mesma calçou o tênis que havia deixado na área, pegou um casaco na pilhas de roupa pra lavar e passou pela porta da sala deixando a prateada sem entender nada.
-- Diane espera, droga!
-- Você fez o pedido não foi? -- Elizabeth já o encarava com ternura.
-- Fiz... E ela recusou -- o olhar entristecido do garoto era de cortar o coração.
-- Eu já sabia que isso ia acontecer, tentei te avisar, mas você não me ouviu. Então tomei a liberdade de ligar pro Gil e ele disse que a qualquer hora vinha te buscar pra um papo de homens.
-- Obrigado Elizabeth, eu estou precisando de um porre... Até por que eu não sei se o não foi só pelo noivado ou se estou solteiro -- calçou o sapato e foi em direção a porta.
-- Howzer -- a prateada chamou: -- De tempo pra ela, quando estiver pronta ela irá até você -- viu o loiro concordar com aquilo, ao sair respirou fundo e foi até o quarto da amiga ficando admirada com o empenho dele, havia flores por todos os lados e uma caixinha de veludo em cima da cama. -- Ah... Diane o que foi que você fez? -- Pensou enquanto discava para a única pessoa que poderia ir ao encontro da morena já que no momento tinha que correr para o café.
Enquanto isso na mansão Von Stain, Elaine estapeava e socava o peitoral do irmão descontroladamente, apesar dos movimentos brutos não havia traços de violência, a intenção era que ele sentisse o quão insatisfeita estava.
-- Como pode fazer isso comigo irmão?! Depois que a mamãe morreu você prometeu que nunca iria me deixar, prometeu que estaríamos sempre unidos! -- O rei apenas respirava fundo enquanto seus olhos demonstravam tristeza. -- No fundo você agiu como todos os outros, escolheu o trono ao invés da família -- seu corpo foi abraçado.
-- Me perdoe irmã, nada do que eu diga será capaz de amenizar todo o seu ódio por mim e eu entendo isso, mas, por favor não diga que eu escolhi governar ao invés de vocês.
-- Você não magoou só a sua família, você magoou a mulher que tanto ama também.
-- E eu nunca serei capaz de me perdoar por isso.
-- Mas ele esta de volta para corrigir os erros -- Helbram adentrou a sala e assim que Elaine o viu caminhou em sua direção, o garoto abriu os braços na esperança de um abraço mas o que recebeu foi um belo tapa no rosto.
-- Como você ousa voltar aqui depois de tudo que fez?
-- Pelo visto a princesa ainda não me concedeu o perdão real. -- Ironizou.
-- Você é um idiota! Se não tivesse aprontado o King não teria sumido, que tipo de amigo é você? -- King se aproximou na intenção de contar a verdade mais os olhos fulminantes de Helbram suplicaram para que não o fizesse.
-- Apenas me perdoe Elaine é o que eu te peço com todo o meu coração, eu juro que não vou descansar enquanto o King não corrigir os erros que cometeu ao ir me resgatar.
-- Assim espero -- se virou e chamou o irmão, tinham assuntos sérios a tratar, mas antes que saíssem do local o celular de Elaine tocou e com um sinal de pare, pediu para o irmão a esperar enquanto atendia a ligação:
Ligação
-- Elaine está em casa?
-- Sim Ellie, pode falar
-- Eu preciso que você leve comida pra Diane no hospital, ela saiu daqui afoita e não consegui dizer nada, mas sei onde vai no fim de tudo e não vou conseguir levar nada pra ela comer por que fiquei de cuidar da cafeteria pro Meliodas poder levar o Ban no bar...
-- Então o Howzer fez o pedido? -- Queria que seu irmão sofresse. -- Mas não é muito cedo pra isso?
-- Fez sim, ao que parece ele passou a noite aqui.
-- Então finalmente ela resolveu seguir em frente?! -- Observou King se incomodar com aquilo e sorriu internamente.
-- Ela não aceitou o pedido e simplesmente saiu correndo de casa. -- Elaine colocou o celular no viva-voz: -- E o Howzer ficou arrasado, se você estivesse aqui ficaria apaixonada ao entrar no quarto dela, ele tentou ir atrás, mas eu o mandei pra casa, meu coração esta apertado ao pensar na confusão que deve estar a cabeça da Diane, mesmo depois de tanto tempo o coração dela continua pertencendo ao seu maldito irmão! Juro que se um dia ele voltar, vou bater tanto nele que ele vai mudar de cor! Pois graças a ele Diane não consegue seguir em frente.
Elaine respirou fundo:
-- Pode deixar que eu vou levar o almoço pra ela. -- Desligou o celular e encarou o irmão.
-- Eu espero que você rale muito pra conseguir o perdão da Diane por que o meu você não vai ter nem tão cedo! -- Passou pela porta da sala deixando os garotos perplexos.
-- Você ouviu isso meu irmão, ainda há uma chance! -- Helbram sacudiu o amigo.
-- Se ela estiver chorando mais uma vez significa que sou um merda e que não há chances, não enquanto eu não me desculpar.
-- Então faça isso, está esperando o quê? Seja homem e vai logo atrás dela! -- O sacudiu novamente, King respirou fundo pensado em como deveria proceder de agora em diante.
" Eu jamais desistirei de você Diane..."
...
Diferente do que suas amigas pensavam a morena não foi pro hospital, passou duas horas numa intensa corrida só queria esfriar a cabeça e colocar seus pensamentos no lugar, encarou o relógio que marcava pontualmente dez horas, resolveu correr de volta para casa sabia que seu ap estaria vazio e quando chegou pegou a chave dentro do porta recados respirando aliviada pois, no meio de seu impulso esqueceu tudo. Entrou rapidamente e seguiu para o banheiro social, não queria entrar no quarto e dar de cara com aquelas lindas flores e as memórias do que acabara de acontecer resolveu apenas tirar o suor do corpo e ir ao encontro de sua mãe.
...
No hospital as lágrimas da garota perdida eram silenciosas, havia se deitado na cama e encostado a cabeça no ombro de sua progenitora:
-- Mamãe, sinto tanto a sua falta faltam cinco dias para o seu aniversário e três pro meu e tudo o que eu mais quero é você acordada, nesses últimos dez anos eu mudei tanto e gostaria que você pudesse me ver, me abraçar dizer um simples "bom dia" ou até mesmo uma bronca por eu não está vivendo a minha vida -- beijou a testa da matriarca e se levantou queria por novas camélias nos vasos visto que a última visita foi há quatro dias, Diane nunca demorou tanto para voltar ao hospital, mas devido ao trabalho como bombeira acabou postergando a visita cada vez que vinha trazia novas camélias pois, sua mãe adorava o cheiro de flores recém colhidas sorriu ao olhar aquele semblante calmo com a certeza de que ela não estava sofrendo e pelo menos isso amenizava a dor de não ver os enormes orbes violetas cheios de carinho que lhe acordavam todos os dias, voltou para a cama e segurou aquela mão morna deu um sorriso de leve, seu coração quebrado encarava mais uma vez as lembranças de quando sua mãe estava acordada e pronta para puxar-lhe a orelha.
Definitivamente esse era o seu maior sofrimento.
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