Diga, Parte 3

Desculpa ligar essa hora
Devia deixar pra depois
Eu fico impulsivo assim quando penso em nós dois
Logo eu, que não sou de falar
Gritando até não ter mais ar
Percebendo que você não vai me ouvir
Pois saiu de casa pra imaginar
Como será viver sem mim

O silêncio no apartamento era quase insuportável. Desde a última discussão, um abismo parecia ter se formado entre vocês dois. Você estava no quarto, deitada na cama com o celular em mãos, mas a tela brilhante não conseguia prender sua atenção. As palavras de Katsuki ainda ecoavam na sua mente, como cicatrizes que se recusavam a fechar.

Ele estava na sala, mas o apartamento parecia maior do que nunca. O barulho da televisão não escondia o arrastar dos pensamentos que o consumiam. Ele sabia que tinha errado, mas pedir desculpas não era algo que vinha fácil para Katsuki. A culpa o corroía, mas o orgulho ainda o prendia.

Do seu lado, o peso da mágoa se misturava com um desejo ardente de reconciliação. Não era justo desistir agora, não depois de tudo o que vocês haviam construído juntos. Não quando o amor entre vocês ainda era tão palpável, mesmo quando escondido atrás de mágoas e orgulho.

A noite avançava, e a tensão não cedia. Você decidiu que não aguentava mais. Saiu do quarto e encontrou Katsuki no sofá, a luz da televisão projetando sombras em seu rosto cansado. Ele não olhou imediatamente para você, mas seus ombros se enrijeceram quando percebeu sua presença.

— Katsuki. — Sua voz soou firme, mas não agressiva.

Ele desligou a televisão com o controle remoto, jogando-o de lado. Finalmente, os olhos dele encontraram os seus, e havia algo ali que quase partiu seu coração.

— O que foi? — Ele perguntou, mas o tom não era de raiva. Era de cansaço.

Você respirou fundo, reunindo coragem.

— A gente precisa conversar.

Ele balançou a cabeça, cruzando os braços em um gesto defensivo.

— Sobre o quê? Sobre como você acha que eu sou um idiota?

— Não é isso, e você sabe. — Sua voz tremeu levemente, mas você continuou. — Eu só quero entender... entender por que você sempre sente que precisa lutar contra mim, como se eu fosse o inimigo.

Katsuki ficou em silêncio por um longo tempo, o olhar perdido. Então, finalmente, ele suspirou e passou as mãos pelos cabelos, algo que sempre fazia quando estava nervoso.

— Eu não sei. — Ele admitiu, a voz mais baixa do que o normal. — Talvez seja porque... eu não quero te perder.

Você franziu a testa, confusa.

— E isso significa lutar comigo?

— Significa que eu sou um idiota que não sabe lidar com as coisas. — Ele murmurou, os olhos fixos no chão.

Seu peito apertou. Ele estava tentando, mesmo que fosse do jeito torto dele.

Você deu um passo à frente, se sentando no sofá ao lado dele. Colocou a mão sobre a dele, que estava apoiada na perna. Ele não afastou, mas também não reagiu imediatamente.

— Katsuki, eu nunca quis que você fosse perfeito. Eu só quero que a gente pare de se machucar.

Ele finalmente olhou para você, e os olhos dele estavam brilhando com algo que parecia ser arrependimento.

— Eu não sei fazer isso. — Ele confessou.

Você apertou a mão dele, oferecendo um pequeno sorriso.

— A gente pode aprender juntos.

A conversa continuou, e, aos poucos, as palavras quebraram as barreiras que vocês tinham erguido. Não foi fácil, mas foi honesto. Ele falou sobre o medo que tinha de não ser suficiente para você, e você contou sobre as noites em que chorou sozinha, imaginando se ele realmente te amava.

— É claro que eu te amo. — Ele disse, quase indignado.

Você riu, apesar da tensão.

— Então mostra, Katsuki. Não com palavras. Mostra com quem você é.

Mais tarde, a tensão no ar havia diminuído, mas ainda havia uma hesitação entre vocês. Como se ambos estivessem tentando entender o que vinha depois.

Foi você quem deu o primeiro passo, inclinando-se para ele e envolvendo-o em um abraço. Ele hesitou por um momento, mas então seus braços envolveram sua cintura, puxando você para mais perto.

— Obrigado por não desistir de mim. — Ele murmurou, e seu coração quase derreteu com a sinceridade na voz dele.

— Eu nunca desistiria de você. — Você respondeu, acariciando os cabelos dele.

Quando ele se levantou do sofá e te puxou para o quarto, parecia um gesto natural. Não havia urgência, apenas um entendimento silencioso de que vocês precisavam se reconectar.

Na cama, ele traçou os dedos pelo seu rosto, estudando cada detalhe como se quisesse memorizar você e no momento, as palavras se tornaram desnecessárias. O toque dos dedos de Katsuki em seu rosto era suave, mas carregado de uma intensidade que falava mais do que qualquer frase poderia expressar. Seus olhos fixaram-se nos seus, e, pela primeira vez, você viu ali algo além da raiva e do orgulho. Ele estava despido de qualquer reação, literalmente se deixando ser visto por você, mostrando o quanto realmente se importava.

Ele inclinou-se devagar, seus lábios encontrando os seus em um beijo que não foi apressado, como se cada segundo fosse uma forma de se redimir, de se conectar de novo. Suas mãos, que antes pareciam tão fortes e firmes, agora eram gentis, tocando seu cabelo, deslizando para a nuca, mantendo você perto como se temesse que pudesse se afastar.

O calor de seus corpos foi se intensificando à medida que ele te puxava para mais perto, os dedos agora acariciando a pele exposta de seu pescoço, desenhando linhas invisíveis que faziam seu corpo estremecer. Você não se importava com mais nada a não ser a sensação de estar ali com ele, a sensação de finalmente ser vista, sem defesas.

O toque de Katsuki se aprofundou, como se ele quisesse sentir cada parte de você. Ele desceu a mão pelas suas costas, sentindo a leveza de sua pele, a suavidade que ele tanto desejava, como se não fosse mais possível viver sem isso. Seus corpos se ajustaram, como se estivessem feitos um para o outro. Você suspirou contra os lábios dele, um som baixo e cheio de desejo, o que o fez intensificar a pressão de seu corpo contra o seu, mais intensa a cada movimento.

As mãos dele continuaram explorando, agora com mais urgência. Ele te fez deitar-se de costas, e o toque dele viajou lentamente até os seus ombros, enquanto seus lábios se moviam para o seu pescoço, deixando um rastro de beijos e mordidas suaves. Você se curvou para ele, em um movimento instintivo, as mãos nos cabelos dele, puxando-o para mais perto, como se a necessidade dele fosse algo que você não conseguia controlar.

Katsuki levantou a cabeça, seus olhos agora fixos nos seus, um brilho intenso refletido na expressão dele, como se tudo o que havia acontecido entre vocês tivesse se dissolvido. Ele sussurrou, a voz rouca de desejo:

— Eu quero você... agora.

Com um suspiro, você respondeu, seus olhos fechando momentaneamente, permitindo-se entregar completamente àquele momento. O beijo continuou, mais profundo e mais urgente, enquanto as roupas começaram a se desfazer, cada movimento de vocês cada vez mais coordenado, como se o mundo tivesse parado e nada mais importasse além do toque, do calor e do desejo que ardia entre vocês.

Quando finalmente, o momento culminou, o mundo parecia ter desvanecido. Você estava envolvida por ele, completamente, fisicamente e emocionalmente. Os corpos suados deitados juntos, os corações acelerados, e o sussurro dele em seu ouvido, dizendo:

— Você não tem ideia do quanto significa para mim.

E ali, naquele instante, entre suspiros e toques suaves, você soube que tinham alcançado algo profundo. Não era perfeito, mas era real, e isso era o suficiente. Seu coração acelerou, e você sorriu antes de responder:

— Então, vamos continuar sendo importantes um para o outro.

Ele te beijou, e o mundo ao redor desapareceu.

Mais tarde, vocês estavam deitados na cama, e o silêncio entre vocês era confortável. Katsuki estava deitado de costas, e você estava ao lado dele, com a cabeça apoiada no peito dele. Os dedos dele traçavam padrões suaves em seu braço, um gesto instintivo que ele provavelmente nem percebia estar fazendo.

— Eu sei que ainda vou errar. — Ele disse, quebrando o silêncio.

Você ergueu a cabeça para olhar para ele, encontrando seus olhos.

— Todo mundo erra. O importante é o que a gente faz depois.

Ele sorriu levemente, um gesto raro vindo dele, mas que sempre fazia seu coração acelerar.

— Então, eu vou fazer isso dar certo. Não importa o que aconteça.

Você sorriu de volta, sentindo que, pela primeira vez em muito tempo, tudo estava exatamente no lugar certo.

🔺🔻🔺


Os dias que se seguiram foram um recomeço. Não perfeito, mas cheio de esforço. Katsuki, fiel ao que prometeu, tentava mais. Ele ainda era teimoso e explosivo, mas agora havia momentos em que ele se segurava, tentando entender antes de reagir.

Você também fez sua parte, sendo paciente e lembrando a si mesma do porquê tinha escolhido ficar ao lado dele.

E, mesmo nas noites difíceis, quando as coisas pareciam desmoronar, vocês se lembravam da promessa que fizeram. Porque, no final, o que importava era que vocês tinham decidido lutar juntos.

E vocês continuavam determinados a fazer dar certo.


Diga que não vai sair na minha vida
Diga que não passa de mentira
Quando dizem que o amor morreu
Diga que o tempo fecha todas as feridas
E que pra nós existe uma saída
Que nem por um segundo me esqueceu

NOTAS: Muito obrigada por ter lido até o fim, espero que tenha gostado desse pequeno conto com o Katsuki e lembre-se que sempre há novas fics de BHNA no meu perfil.

Boas festas de fim de ano 

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