𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐕; missão com Itachi.
( parte I. )

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𝐏𝐎𝐑, 𝐇𝐀𝐍𝐍𝐈.

Deidara e eu voltamos para a Akatsuki. Eu realmente precisava me desabafar e mostrar para Gaara que estava tudo bem, agora, depois de seis anos. Mas ele não parecia estar bem. Mesmo ele parecendo estar se dando bem com Shukaku. Aliás, isso foi outra coisa que achei estranho. Quanto tempo eu perdi?.

— Até mais. - disse Deidara me tirando dos meus pensamentos e me deixando na porta de meu quarto.

— Não está com raiva de mim? Está? - questionei.

— Relaxa, Hanni. - sorriu. — Ainda teremos outra oportunidade para ficarmos. - deidara deixou um beijo em minha bochecha e caminhou me deixando ali sozinha.

Uma parte de mim temia que Deidara achasse que eu apenas o usei para fazer o que eu queria. Estávamos nos beijando quando decidi que queria ir até Sunagakure. Ele prontamente me ajudou, mesmo sabendo que Pain pode não gostar dessa atitude imprudente.

Tomei um banho frio e vesti uma roupa confortável o suficiente para dormir bem. Deixei o sono chegar aos poucos e realmente ele chegou. Adormeci vendo a luz da lua entrando pela janela aberta.

Mas novamente o mesmo sonho de sempre voltava a se repetir. Novamente aquele mesmo bosque. A mesma mulher me olhando. Por que o mesmo sonho? Quem é ela? Ela parecia tão familiar... Sua voz tentava falar mas era falha, até finalmente conseguir.

— A flor de lótus...

Meus olhos se abriram de uma só vez ao sentir a pele do meu braço arder como fogo, olhei para o mesmo que parecia estar avermelhado, logo batidas na porta chamaram minha atenção. O coração acelerado me fez suspirar fundo, levei uma mão na testa sentindo os dedos molhar por causa do suor. As batidas ficaram insistentes então caminhei vagarosamente até a porta. Ao abri-la, me deparei com Konan parada.

— Bom dia, Hanni! - ela dizia sorrindo animada mas  observou que eu não parecia estar tão bem. — Aconteceu alguma coisa? Você está pálida.

— Não. Eu só... - tentei inventar algo. — Só tive um pesadelo. Mas que horas são? - mudei de assunto.

— Umas oito e vinte de manhã. Me desculpe por te acordar cedo, mas Pain pediu para que eu a chamasse até sua sala.

Engoli seco me lembrando da noite anterior.

— Ah, isso. Eu já vou indo, obrigada! - digo e observo Konan se afastando.

Entro no quarto novamente, escovo os dentes e fecho a porta por trás de mim. Caminhei devagar pelo corredor. Uma sensação de apreensão tomou conta de meu peito, não era como se fosse o fim do mundo se ele dissesse que eu estaria dispensada. Mas ainda assim não queria sair assim. Suspirei pensando em inúmeras coisas que ele podia estar querendo dizer. De frente a porta da sala de Pain, suspiro fundo mais uma vez e dei algumas batidas na porta, não demorou muito para que ele autorizasse minha entrada, assim o fiz.

— Já melhorou do álcool? - perguntou me encarando.

— Álcool? - questionei sem entender do que se tratava.

— Sim ué. - me encarou. — Para passar a noite em Sunagakure com Deidara só podia estar bêbada. Ninguém em sã consciência volta para a vila que fez uma chacina, passa a noite por lá e acha que está tudo bem.

Suas palavras saiam de forma fria, me fazendo realmente questionar se eu fiz certo ir até lá. Mas não me arrependia, afinal, era o aniversário de meu pai e só isso importava.

— Eu não estava com efeito de álcool. - me pronunciei. — E também não me arrependo de ter ido. Se vai me dar alguma punição, que seja de uma vez. - disse sem rodeios. — Me de a punição, ou me dê alguma missão ou do contrário voltarei até meu quarto para descansar.

— Você fala muito, Hanni. - ele me encarou. — Você tinha uma missão hoje a noite mas ela está cancelada, eu quero que você vá com Itachi até a vila da folha após o almoço, é só isso pode sair.

— Ok. - apenas disse me virando para sair daquela sala.

Vou saindo devagar daquela sala até que giro a maçaneta da porta, sinto um vento frio passando por mim e assim que abro a porta Pain a fecha no mesmo instante, e estica seus braços colocando um de cada lado dos meus ombros.

— Tem mais uma coisa, Hanni. - ele disse enquanto encarava no fundo dos meus olhos.

— O que foi? - perguntei prontamente. — Precisa de alguma coisa?

— Sim... - ele olhou para o colo dos meus seios que estava livre pois usava apenas uma regata. — Não anda por aí com essas roupas, garota - sua voz agora saia mais séria. — Este lugar tem muitos homens.

— Então cabe a eles se controlarem. - disse arrancando uma risada fraca do mesmo.

— Hanni, eu entendo que você tenha sido criada sozinha e passou a infância com seus amiguinhos. Mas aqui é diferente, eles não são seus amigos, te veem no máximo como uma aliada, mas não significa que eles não fariam mal algum a você.

Por um lado ele tinha razão. Alguns membros eu nem mesmo os conhecia. Estava sendo tolice andar de qualquer maneira pela casa, mas eu confiava cegamente que podia matar qualquer um que ousar tentar me tocar.

— Pain... - chamei sua atenção para meus olhos. — Eu compreendo sua preocupação, mas se alguém tentar fazer algum mal a mim, eu lhe corto a cabeça.

Ele sorriu. Pelo visto, Pain entendeu que eu não me importaria de matar qualquer um ali dentro.
Eu sobrevivo há anos e agora não seria diferente.
Mas com tudo isso, ele parecia estar tranquilo quanto a isso, era como se ele tivesse gostado do que ouviu.

Me soltei do braço de Pain e passei pela porta. Desci as escadas e cheguei até a cozinha na intenção de tomar meu café. Ali estavam Itachi, Konan, Kakuzu, Deidara e Sasori, me sentei ao lado de Konan pegando um copo e colocando café, logo em seguida pego uma torrada e começo a morder nela. Ainda não me sentia confortável com todos ali, ainda não os conhecia direito.

— Hanni. - Konan chama minha atenção. — Eu estava planejando fazer o almoço hoje, você quer me ajudar? - ela pede de maneira delicada.

— Claro! - respondi a olhando.

— Ótimo. - sorriu vitoriosa. — Eu tenho tantas ideias... - ela dizia de forma animada. Konan parece ter ficado feliz em ter mais uma mulher na casa.

Terminei o café e subi para meu quarto para arrumar o mesmo. Ao terminar, vou para a sala assistir um filme até chegar a hora de ajudar Konan. Me distrair um pouco, subi as pernas pelo sofá.

Logo um homem com o manto da Akatsuki entra na sala, quando olho seu rosto está coberto por uma máscara laranja.

Minha atenção foi tomada por aquela presença. Eu sentia ele me encarando, era como se seu olhar queimasse pelo meu corpo. Uma presença indescritível, mas ao mesmo tempo familiar. De um clã familiar.

— Então Pain a encontrou? - sua voz era grossa e imponente. — Espero que colabore. - se virou de costas e ia caminhando ao ver Deidara entrar pela porta ficou parado.

— Tobi está aqui? - o ignorou. — Hanni, quer dar uma volta? - perguntou Deidara passando pelo homem que agiu de forma estranha.

— DEIDARINHA!!! - disse Tobi em tom alto.

A voz que antes era imponente agora parecia de uma criança. Era como se ele tivesse mudado de personalidade, ou como se fossem duas pessoas diferentes em minha frente.

— O que foi Tobi? - Deidara questionou.

— Vamos sair em missão de novo, bem que você podia ser meu amigo, não custa nada... - ele agia feito uma criança. — A Hanni vai sair com o Itachi então não terá como vocês saírem. - ele colocou o indicador na máscara como se fosse na boca.

— Eu já falei que não Tobi. - Deidara fazia uma expressão de estressado.

No fim, eu saí da sala já que não teria como assistir o filme, deixei os dois brigando sozinhos.
Caminhei pela casa, era a primeira vez que eu reparava na decoração. Algumas flores estavam em um canto, me abaixei olhando para o vaso e senti um frio percorrendo pelo meu corpo, logo senti uma mão no meu ombro, e por instinto torci a mesmo sentindo meu coração disparar.

— Calma, Hanni. - Deidara se pronunciou. — A Konan está te chamando. - disse enquanto balançava a mão, provavelmente sentindo dor.

— Ah. Obrigada! - segurei a mão do mesmo e comecei a fazer um ninjutsu médico retirando a dor. — Deidara, me descul... - ele me interrompeu.

— Não precisa se desculpar, Hanni. Está tudo bem. - sorriu e foi caminhando saindo dali.

Caminhei até a cozinha vendo Konan ali, ela já tinha começado e assim que percebeu minha presença começou a explicar o que faria no almoço e que faria uma das comidas preferidas de Pain. Ela dizia tudo com muito carinho. Foi aí que percebi que Konan gostava dele. Não sei é paixão ou apenas amizade, mas com certeza isso vem de longa data. Isso também explica ela ser a única a ter passe livre para ficar quase o dia todo em sua sala.

Começamos a preparar o almoço, depois de algumas horas tudo ficou pronto, Itachi, Pain, Deidara, Tobi e Kakuzu desceram para almoçar.

O almoço foi todo em silêncio. Eu esperei por Tobi tirar a máscara mas ele apenas pegou seu prato e subiu para seu quarto. Terminei de comer e subi para meu quarto, vesti uma roupa qualquer, coloquei o manto por cima e desci, Itachi já me esperava na porta, quando me viu ele já foi saindo, sem se despedir de ninguém.

Itachi é um homem de poucas palavras, eu diria...

Caminhamos por mais ou menos uma hora e ele não disse uma única palavra comigo, sempre que eu pensava em puxar assunto ele parecia ler a minha mente e virava o rosto.

— O que vamos fazer na vila da folha? - pergunto e ele continua em silêncio. — É que o Pain não me disse exatamente qual seria a missão.

— Um pergaminho. - apenas disse em poucas palavras mas o suficiente para que eu entendesse.

— E  é realmente necessário a presença de dois ninjas para pegar um único pergaminho? - perguntei irônica. — Aliás, só fazemos isso? Desde que entrei não tive um assassinato, nem uma tortura, nada.

— Não subestime a folha, nunca! - me olhou de canto enquanto dizia essas palavras.

Eu já lutei com alguns ninjas da folha e sinceramente, nem eram tudo isso. Gaara era mais forte que a maioria ainda em nossa infância.

Entramos em um atalho em uma floresta porém eu conhecia esse caminho.

— Uchiha, se fossemos pelo rio chegaríamos lá em menos de três horas, aqui pode demorar até dias. - disse fazendo ele suspirar tedioso.

— Eu sou da folha, conheço todos os caminhos. - ele me olha de canto de olho. — Vamos realizar outras missões que estão acumuladas pelo caminho.  - por fim entendi.

Caminhamos o resto da tarde até que chegamos em uma aldeia pequena. Itachi decidiu que iríamos passar a noite ali. E também a vila da folha ficava pouco mais de um dia de caminhada. Entre essa vila e a folha haviam mais duas, as que provavelmente faríamos missão também.

— Um quarto por favor.  - disse Itachi a recepcionista. A mulher logo entrega a chave.

— Você? - ela questionou a mim.

— Ela vai ficar comigo. - disse ríspido e saiu caminhando enquanto eu o segui.

Subimos alguns lances de escada enquanto sentia meu estômago roncar, a fome se aproximava cada vez mais.

— Que fome! - reclamei. Mas Itachi não disse uma única palavra. — Queria comer... - digo novamente ao entrar no quarto.

Tirei o manto ficando apenas com minha roupa do dia a dia e me joguei na cama. Itachi se sentou na poltrona cruzando as pernas e apenas me encarou.

— Tem um restaurante aqui perto, vamos lá comer - disse enquanto tirava seu manto.

Concordei e fomos até o restaurante, Itachi pediu peixe enquanto eu pedi macarrão ao molho branco. Não demorou muito para que fôssemos servidos, comemos rápido e Itachi sempre olhava aos arredores. Ao terminar, pagamos a conta e voltamos caminhando novamente até o hotel.

Itachi sempre se recusava a conversar comigo. Com o tempo eu acabei me acostumando e deixei isso de canto. Não fazia questão em tentar conversar com ele também.

O Uchiha saiu do banheiro sem camisa com algumas gotas de água pelo abdômen e os cabelos soltos.

Que homem gostoso!

— Hanni... - ele chama minha atenção. — Se quiser pode vestir minha camisa, vai ficar mais confortável do que essa roupa que você está usando. Gesticulou com o dedo apontando para onde ela estava.

— Claro. - sorri. — Obrigada! - era a primeira vez que ele demonstrava alguma gentileza.

Peguei a camisa dele e caminhei até o banheiro, deixei a água morna cair pelo meu corpo mas não pelo cabelo. Ao terminar, me sequei e vesti a camisa de Itachi. Quando sai ele estava deitado na cama fitando o teto.

— Você só pediu um quarto, onde vou dormir? - questionei. — Me recuso dormir em poltrona. - cruzei os braços.

— Deita aí no canto da cama. -ele diz sem olhar para meu rosto. — Só não me chuta a noite.

Com receio, me deitei no canto da cama e Itachi jogou o cobertor em cima de mim. Eu não sou acostumada a ter companhia durante a noite, não faço a mínima ideia em como vou passar essa noite. As únicas vezes que tive companhia foi com aquela pessoa, inclusive...

Itachi me lembrava muito uma certa pessoa...

Sasuke Uchiha...