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Sentiu constrangimento ao ver metade do café derramado na camisa acinzentada que ele usava, enquanto o resto, estava no chão a sua frente. E por mais ruim que essa situação fosse, o sorriso que se formava entre os lábios do moreno não foi desfeito.

⎯ Bokuto, você tem algum paninho ai ou coisa parecida? -o platinado negou com os olhos arregalados, que estavam vidrados na camiseta do outro.

⎯ Está tudo bem. -o moreno disse, fazendo-me olhá-lo mais uma vez.

⎯ Claro que não está. Quer saber? Eu compro outra camisa pra você e te pago um café... -ele soltou um riso aberto, o que interrompeu minha seguinte fala.

⎯ Está tudo bem, de verdade. -o mesmo olhou para a camisa, e em seguida, para você. ⎯ Não é nada que um banho não resolva.

⎯ Se você diz. -suspirei em seguida, insistir não iria funcionar e suna voltou a falar no mesmo momento.

⎯ Estavam indo a algum lugar?

⎯ Nenhum, estávamos apenas caminhando. -bokuto respondeu com seu sorriso de sempre, fazendo suna resmungar um "hum".

⎯ [Nome], certo? -você assentiu em resposta. ⎯ Sei o seu nome, mas não sei o seu número. Pode me passar? -ele pediu após retirar o celular do bolso e lhe entregar, mesmo em surpresa com uma coisa tão repentina.

⎯ Aqui. -o entregou sorrindo pouco constrangida ainda, ele pegou e guardou mais uma vez. talvez ele quisesse cobrar pelo seu erro mais tarde e você apenas esperava que não fosse nada muito sério.

⎯ Enfim, vou deixá-los em paz. Até outro dia. -ele sorriu se despedindo sem uma resposta nossa, e seguiu caminho após passar por vocês.

Bokuto a provocou pela metade do caminho, fazendo piadas idiotas com o fato de que Suna pediu o seu número. Você mal estava acreditando que alguém como ele pediu o seu número, mas também não deixará de se sentir sortuda.

Ao chegar em frente ao apartamento, se despediu do platinado que disse que ia ao mercado antes de voltar para a moradia, você deu de ombros e subiu as escadas até a seu apartamento, onde se deparou com o falso loiro novamente logo à frente da porta, que sorriu ao ver você se aproximando.

⎯ Seu passatempo é ficar me esperando? -brincou, fazendo ele sorrir ao revirar os olhos.

⎯ Digamos que sim. -rebateu com a resposta, se afastando da porta e dando passagem para você destrancar a mesma. ⎯ Como foi o seu dia hoje?

⎯ Nada muito divertido. -não ousaria falar do moreno de olhos amarelados para ele, jamais. ⎯ Caminhei com Bokuto um pouco e voltei sozinha. -abriu a porta e entrou com ele logo atrás de você, em seguida fechou. ⎯ E o que fez hoje?

⎯ Senti sua falta. -respondeu com a voz baixa dos tempos passados, era adorável.

Ao se virar para se voltar perante os afazeres, seus rostos ficaram tão próximos que ambas as respirações se encontraram. Você não conseguia olhar diretamente nos olhos do garoto, diferente dele que além de olhar apenas seus olhos, reparava no seu cabelo e na sua pele, o que o deixava admirado toda vez que passava os olhos por tais cantos.

Os segundos se passavam e ambos não se mexiam, ainda sentindo as respirações um do outro. Até que em algum momento ele apenas decidiu se aproximar, o que fez você lentamente fechar os olhos.
Sentiu os lábios dele sobre os seus, o que a fez se derreter por inteira em um beijo calmo que não emanava nada além de fios de arrepios sobre sua pele. Ele necessitava do seu beijo, dos seus lábios sobre os dele.

Assim que ele pediu passagem com a língua, você não hesitou em conceder, o que fez o garoto passar as mãos pela sua cintura,a trazendo para mais perto com a força total entre suas mãos e colando ambos os corpos. Você passava suas mãos pela nuca dele, vez ou outra fazendo-as sobirem até os cabelos dele enquanto ele descia as dele até o seu quadril.

A separação foi algo difícil para ele, mas necessária devido a falta de ar de ambos.
Ele manteve as mãos no seu quadril e você desceu as suas até os ombros dele onde apertou de maneira leve ainda recuperando o fôlego perdido.

⎯ Eu espero que você não se arrependa. -a voz baixa era seguida ainda pouco ofegante, fazendo você soltar um riso baixo antes de responder.

⎯ Já foi feito de qualquer maneira, não teria como voltar atrás mesmo se eu quisesse. E eu não quero.

O rosto dele desceu para seu pescoço, onde apoiou no local. Você podia sentir a respiração ali, fazendo mais uma vez, os arrepios deliciosos tomarem conta de você pela segunda vez.

⎯ Suas curvas são boas. -sussurrou, logo você separou devagar ambos os corpos, sorrindo pouco.

⎯ Seu beijo é bom, você é bom. Puta merda em. -acariciou os fios loiros, onde o olhar dele desceu e subiu pelo seu corpo inteiro, sabia onde isso iria chegar, mas agora não era o momento. ⎯ Eu preciso ver algumas mensagens, mas fique a vontade. E volta sempre. -ele lambeu os lábios e você soltou um riso ao vê-lo morder os mesmo em seguida. queria beijá-lo mais uma vez.

Enquanto rolava pelas notificações apagando a maioria, seus olhos vidraram nas mensagens do número desconhecido, e você logo reconheceu quem era devido a foto no perfil.

oii garota!

achei que não iria ter a coragem pra te chamar, mas aqui estou.

vamos marcar um encontro qualquer dia, eu gostaria de te conhecer melhor.

recusar não é uma opção muito aceitável para mim :)

- Puta merda. -resmungou, olhando de canto para o falso loiro que preparava algo na cozinha, logo voltou seus olhos para as mensagens rapidamente.

Acabará de beijar um cara e outro já estava te convidando para sair. Era algo que sua mente não conseguia processar muito bem, parecia que o universo estava contra você - ou com você, era difícil dizer.

Se sentia mal aceitando, mas ficaria pior se recusasse e logo mandou um simples "tudo bem". Após responder as mensagens anteriores dele, em menos de cinco minutos ele já havia respondido com um "ótimo" e perguntando se estaria livre no fim de semana, você logo respondeu concordando.

Respirou fundo e se deitou no sofá com o celular acima do peito, imaginando como seria o tal encontro. Mesmo que não esperasse nada muito chamativo, queria revisar todas as opções que tinha, afinal, estava solteira de qualquer forma.
Mas mesmo assim, uma leve dor sobre o seu peito trincou seu coração, te fazendo fixar o olhar no meio loiro, que era tão lindo.