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não esqueça do seu votinho

- É ele. - Taehyung estacionou o carro em frente a uma auto mecânica.

Park olhou atentamente para o homem de costas arrumando um veículo. Seu olhar percorreu em volta, retornando para Tae que estivera olhando-o com a sobrancelha arqueada.

O homem parecia distraído com seus afazeres, dando para ouvir claramente uma música alta e ferramentas chocando uma na outra, ecoando por toda a parte. Seus olhos cravaram no motor no chão, cogitando o que o homem pediria caso aceitasse, saberia que não iria sair tão barato como pensava, contudo não exageradamente absurdo.

Seu olhar voltará novamente para o amigo.

- Então vamos. - Retirou o cinto de segurança envolta de si.

- Jimin. - O garoto olhou para trás vendo um semblante preocupado do amigo. - Não o force, ok? Ele é bem temperamental e meio complexa em aceitar. - Proferiu em cautela fazendo Park anuir levemente, abrindo de vez a porta.

Caminhou mais destinado até o homem, com seus passos firmes, vendo-o consertar o carro que parecia aos poucos ficar em perfeitas condições para uso. Suas mãos pareciam querer suar minimamente, contudo sua coragem estava intacta e sua postura garantia que o homem cederia qualquer oferta vinda do garoto. Acreditara que fosse assim.

Alcançou-lhe parando ao seu lado, tomando cuidado para não ser atingido pelos movimentos ligeiros do homem apertando alguma coisa que Park não conseguia distinguir. O som alto ecoava por todo o ambiente, dificultando chamá-lo falhamente. Cutucou seu ombro cuidadosamente. O homem, entretanto, parou os movimentos, agora fitando o garoto franzindo rapidamente sua sobrancelha, analisando seus vestimentos até pairar em seu olhar.

- Mason Floyd, certo? - tendo ainda dificuldade, gritou para o homem ouvir.

Vigiando-o caminhar até em um pequeno rádio, desligando, virando seu corpo para o garoto ainda confuso por não saber quem poderia ser, porém cogitou que poderia ser um novo cliente.

- Sim, sou eu. - Se aproximou limpando sua mão de graxa em um pano branco que segundos atrás estivera em seu ombro.

Observou o homem olhar para o lado e acompanhando seu olhar, fitou Taehyung que agora estivera ao lado do garoto com um sorriso atencioso para o homem, parecendo acanhado, contudo disposto em estar ali ao lado do amigo. Acenou levemente para o homem mantendo seu pequeno e delicado sorriso.

- Oi, Mason. - Sua voz saira em um pequeno sussurro, porém pareceu o suficiente para o homem ouvir.

- Olá, Taehyung. - Estranhou a visita do garoto repentina, todavia feliz em vê-lo novamente ali.

- Eu preciso da sua ajuda. - o loiro entra na frente, tomando atenção de Mason para si.

O homem, no entanto, arqueou novamente a sobrancelha, sentindo-se razoavelmente surpreso pelas palavras diretas do garoto.

- Que tipo de ajuda? - A voz de Mason era notório sua curiosidade no pequeno diálogo que se transformou.

- Sei que você é um rolista e podemos fazer uma troca. - Continuou Park tendo ainda a confusão do olhar de Mason em sua direção.

- Pode me esclarecer a que ponto você quer chegar? - Indagou se aproximando vagamente para perto dos garotos, desejando ouvir melhor as palavras vinda do garoto de cabelos cacheados em mistura de liso.

- Quero que você faça entrega de uma carga e em troca posso te dar um carro que quiser. - Sugeriu, notando o homem ficar levemente interessado no acordo.

- Que tipo de carga?

Respirando fundo, fitando para o lado, encontrando um Kim atento na conversa, jogou as palavras, voltando encará-lo

- Droga. - Proferiu rápido.

- De quem é a droga? Não me diga que é de vocês...- Seu olhar intercalou para os dois garotos em sua frente.

- Jeon Jungkook...

O homem riu sem humor, mostrando estar desacreditado com que o garoto acabara de falar.

- Vocês sabem quem é Jeon Jungkook, não é mesmo? Esse homem é o próprio diabo em pessoa. Já mexi com muitos caras da pesada, mas nunca mexi com ele pelo fato de eu ter amor em minha vida. - Proferiu com pitadas zombeteiro, todavia poderia notar sua seriedade. - Eu não vou fazer isso. - Concluiu.

- Você não vai mexer com ele, você vai ajudá-lo...eu te garanto. - proferiu no mesmo segundo, desejando fazer o homem mudar de ideia.

- E qual é o tipo de ajuda?

- Você vai levar uma carga para ele, simples...e eu vou precisar de seu jatinho também. - Proferiu as últimas palavras em cautela, imaginando o homem rir e negar tudo. - Você vai se passar por outra pessoa e vai usar um outro jatinho que estará com a carga, enquanto o seu ficará no mesmo lugar, que será utilizado por outra pessoa que estará vazio...

- Espera aí, burguesinho, você quer que eu pilote um outro jatinho com a carga, se passando por outra pessoa, que no caso essa outra pessoa vai pilotar o meu jatinho que estará vazio? - Indagou buscando raciocinar a lógica do garoto.

- Você é mais esperto do que eu pensava. - Comentou o loiro.

- E qual é a probabilidade de eu sair ileso disso? - Desafiou-o com os olhos semicerrados, fazendo Jimin dar de ombro.

- Do tanto que você for dinâmico e esperto. Você só vai fazer o percurso que eles colocaram para você, feito isso, o resto eu resolvo. Apareça sã e salvo, com a carga entregue ao destino que você dera seu carro. - proferiu confiante.

- Burguesinhos, vocês estão brincando com fogo...mas eu topo. Me diga o que eu tenho que fazer e quando e onde vai acontecer esse evento. E eu já vou logo avisando - Sua voz mudou drasticamente para severo, deixando o clima um tanto pesado no olhar que transmitia. - Eu não vou querer carro baratinho não. Eu vou querer um motor potente com acabamento excelente com a estrutura que eu desejar.

- Faça o seu serviço para merecer. - Fitou os olhos do homem, expondo não sentir-se abalado por sua voz áspera e séria. - Tae me passou seu e-mail e lá te mandarei todas as informações. Posso contar com você? - Esticou seu braço.

Mason olhou para sua mão por alguns segundos, cogitando se de fato se arrependeria do acordo. Suspirou olhando para o lado, apertando a mão do garoto que agora estivera com um pequeno sorriso no rosto.

- Não me faça arrepender hein, leite em pó. Mexer com esses neguinhos não é tão fácil assim não, mas seja o que Deus quiser. - Podia ser notório sua voz desconfiada e atenta, sentindo aflito.

- Qualquer coisa entraremos em contato. - Afastou sua mão, acenando levemente com a cabeça. - Até mais. - Proferiu com um sorriso gentil nos lábios.

Afastou do local ouvindo ao fundo Horan despedir-se do homem, acompanhando em seguida o garoto logo atrás. Adentrou novamente no veículo soltando todo seu ar preso em seu pulmão, esvaziando seu rosto sério e confiante, como uma máscara a ser retirada.

Colocou seu cinto ouvindo Kim entrar logo em sequência. Encostou sua cabeça no encosto do assento, passando sua mão no rosto, podendo desacreditar que conseguiu convencer o homem sem falhar uma única vez, expondo todo seu encorajamento. Isso perceptivelmente ficara na história de toda sua vida.

- Você parecia tão confiante...você realmente conseguiu o carro? - Olhou para o lado fazendo uma pequena careta.

- Não. - Mordeu seu lábio vendo a reação perplexa de seu amigo.

- Você acabou de fazer um acordo milionário com Mason, pois sabemos que ele não vai pegar um carrinho qualquer, sem você ter um único dinheiro no bolso. Por acaso você é seu pai? - E repetidamente Parm fez uma careta ao ouvir a última frase, afastando seu corpo minimamente para trás.

- Eu penso, e isso já me torna diferente do meu pai. Eu ainda tenho metade da empresa dele. Vou pedir um carro e em troca vou passar para ele a empresa, já que não desejo ter. Vou  resolver dois problemas em uma só solução.

- Você realmente não quer a metade da empresa? - Kim proferiu ligando o carro, se retirando com o veículo. - Porque honestamente você teria uma ótima arma em sua mão.

O loiro suspirou.

- Eu não quero. Jungkook fez aquilo para ver meu pai uma fera, ele sempre faz as coisas com segundas intenções e eu não quero participar dos joguinhos fúteis dele. Eu não quero estar no meio dessa rixa e ser alvo de alguma coisa.

- Ou talvez ele fez isso porque confia em você. - O garoto proferiu dando de ombro, causando o menor querer rir do comentário do garoto.

- Ele não confia nem na própria sombra. - Mencionou. - Ele não passaria a empresa para o meu pai novamente, sei que ele não iria dar o gosto de ver Jinsung tranquilo e com a empresa toda na mão dele. Ele não iria ceder cem por cento. E passando a empresa para mim saberia que Jinsung continuaria uma fera.

- Então ele calculou tudo. - comentou em um pequeno sussurro, tendo seu olhar voltado para a trajetória a sua frente.

- Pelo o que parece, sim, Tae. - De alguma, Parm proferiu decepcionado, cogitando que tudo que Jeon faz é com intenções envolvendo perversidade. -Eu preciso grampear o celular do meu pai. - Comentou, recebendo um olhar brevemente do garoto ao lado.

- Posso tentar...andei praticando sobre fazer isso e já grampeei alguns celulares anos atrás. - Sugeriu. O loiro olhou-o boquiaberto, não precisando dizer uma única palavra para o louro sorrir de lado com a reação que recebia. - Qual é? temos que aprender a fazer algo clandestino. Você já hackeou o sistema do colégio uma vez. - Falou em sua defesa do olhar julgador que recebia.

- Porque o sistema estava vulnerável de segurança, qualquer um conseguiria. - Rebateu.

- Qualquer um que resultou de você fazer. Adorei a nota que veio em meu histórico, mas odiei a recuperação no final do ano. - pronunciou alheio, tendo uma pequena risada de Jimin lembrando do ocorrido.

Contudo, murchou seu sorriso ao recordar de horas depois de sua mãe no colégio enfurecida.

[...]

Bebendo delicadamente seu leite quente, encostado na mesa, ouviu a porta da sala abrir e em seguida fechou. Retornou beber o líquido em sua caneca, podendo imaginar quem poderia ser, uma vez que sua mãe já estivera em casa, em seu aposento, se relaxando depois de um dia exaustivo que teve.

O gosto do chocolate adentrando em sua garganta, se relaxando mais com o sabor que recebia, enquanto esperava o ser que saberia o que viria logo em seguida. Sua mente e corpo o esperavam ansiosamente.

Ouviu os passos voltarem com uma certa firmeza contra o chão, causando o garoto respirar profundamente, inspirando cauteloso e desejando que sua coragem não esvaziasse em segundos. O homem adentrou na cozinha com um olhar nada amigável. Certamente os documentos chegaram em suas mãos, expondo que Park Jimin era dono da metade da empresa.

- Por que fez isso? - Foi a única coisa que Jinsung proferiu.

Park terminou de beber seu chocolate quente, pegando o papel ao seu lado cuidadosamente para não amassar, notando o olhar do homem em cada gesto delicado do garoto, calado.

- O quão desprezível você é, Jimin? - o mais velho parecia ficar gradualmente enfurecido com cada palavra que saia de seus lábios.

- Poupe seus xingamentos. - Pela primeira vez naquele pequeno diálogo, Jimin se pronunciou. - Eu vou ser breve. - Umedeceu seus lábios, sentindo o gosto açucarado do leite. - Dê-me um carro na qual eu desejar e querer, em troca eu dou-lhe a metade da empresa. - Diz firme.

E no mesmo instante Jinsung sentiu vontade de rir e socar seu filho ao mesmo tempo, em um misto só. Aquilo que estivera fazendo era um golpe e Jinsung isso no pé de seu estômago.

- Eu não vou te dar um carro. - Determinou. Jimin no entanto fitou para o papel em suas mãos e logo para o homem em sua frente.

- O que é um carro perto da metade da empresa que você perdeu? Pois bem então, quando posso começar a trabalhar? - Perscrutou, sentindo pouco a pouco o homem em sua frente mudar de tonalidade.

Quando se sabe o ponto fraco de uma pessoa, tudo parece ficar magicamente fácil. Cogitou Jimin com sua face passiva.

- Você não vai trabalhar na empresa! Você não vai colocar os pés lá dentro! - Cada palavra que saia livremente dos lábios do homem, atingia um passo para frente, ficando face a face com o garoto que mantinha seu olhar endurecido, não desejando falhar naquele momento.

- Claro que irei, atualmente ela me pertence. - O garoto colocara a caneca sobre a mesa. Se desencostou da mesa e, com a folha em mão, saiu do campo de vista do homem, caminhando para fora do cômodo, sentindo sua angústia de estar falhando adentrar em suas veias cerebrais, martelando frequentemente.

- Ok, Jimin. - ouviu o mais velho proferir, parando-o de imediato seu andar, girando seu calcanhar, fitando o homem que agora estivera olhando-o. - Eu irei dar-lhe o que carro que deseja. Quando estiver em suas mãos, você vai assinar os documentos e com eles irá assinar os papéis das doações repassando a empresa para mim, o real dono.

Jimin sorriu de lado, sentindo sua mente esvaziar do conflito interno que estivera começando, desejando pular de alegria em perceber que estivera dando certo e aquele não era o fim de seus planos.

Park Jinsung iria perder, gradualmente. E seu próprio filho irá fazer isso.

- Tudo bem. Que dia posso escolher o carro? - Indagou interessado nas próximas palavras do homem.

- Na próxima semana. Essa semana estarei com a agenda cheia e não poderei ficar me preocupando no momento com isso, enquanto o dia não chega, mandarei o advogado da empresa preparar as coisas.

Anuindo, Jimin se aproximou, entregando-lhe um papel.

- Fique com isso, para se lembrar até lá que eu também sou o dono da sua empresa. - Sorriu genuinamente.

Com uma certa brutalidade, Jinsung retirou o papel de sua mão, podendo ser notório que aos poucos o homem estivera amassando o papel. O garoto deu de ombro pela atitude insignificante de seu pai, afinal, aquela fútil folha era apenas uma cópia da verdadeira.

Virou seu corpo se retirando definitivamente do cômodo, tendo, repetidamente, que soltar todo o ar de seu pulmão, todavia feliz em conseguir seu propósito.

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