☠︎︎0.4
➪não esqueça do seu votinho
- EU O ODEIO! QUERO MATÁ-LO! - Jimin ouvia seu pai berrar do outro cômodo.
Sentia pena de sua mãe por ter que aguentar tudo isso calada. O homem estava descaradamente exaltado, e o garoto não entendia o que era, só conseguia ouvir as palavras aos berros: "quero matar! Quero ver ele morto". Chegava a assustar o modo como seu pai falava, mas não se atrevia em querer saber o que era, perguntaria para sua mãe mais tarde, quando a poeira se abaixasse.
Ouviu alguma coisa bater, tomou um susto arregalando os olhos e logo ouvindo sua mãe pedindo para que ele se acalmasse e que tudo tinha uma solução. Jisung começou a retrucar com a mulher perguntando frequentemente qual era a solução, ouvindo-a falar que também não sabia. Jimin engoliu em seco, não querendo ficar ali e ouvir seus pais começarem a entrar em uma discussão que não entendia ao menos o que era. Era horrível ouvir seus pais discutirem, mesmo tentando fingir que aquilo não o preocupava.
Ouviu seu celular tocar. Pegou rapidamente vendo que era Taehyung ligando. Partiu para a sacada para que o próprio não ouvisse a discussão que estava se transformando ali dentro de sua casa. Atendeu a chamada.
- Pode dizer, Tae - sentou na cadeira que tinha no canto, começando a observar o fim de tarde.
- Temos uma outra festa - Park ouve o acizentado dizer animado, fazendo-o revirar os olhos. Lembrando do pequeno sermão de sua mãe, disse:
- Eu não sei se estou afim de querer sair - ouviu outro estrondo vindo do quarto ao lado.
- Cara, o que está acontecendo aí? - Kim pareceu preocupado, deixando sua alegria de lado.
Deu de ombro.
- Meus pais estão discutindo por motivos que nem eu sei. Espero que não seja por minha causa - comentou em sussurro, não querendo que seu pai entrasse ali naquela hora e ouvisse.
- Mas o que fizeram eles discutirem? Parece que eles estão discutindo feio, dá para ouvir os gritos de seu pai daqui.
- Na verdade nem eu sei. Ele já chegou todo nervoso e subiu para o quarto e minha mãe logo foi atrás e desde então começaram a discutir e até agora não para - outro berro podia se ouvir.
A vontade do loiro era ir em seus quartos e pedir para o seu pai não relar a mão em sua mãe, pois seja o que quer que fosse, Eun não tinha culpa. Ele estava preocupado com ela, com medo do homem fazer alguma coisa que a machucasse.
- Relaxa, cara! Se fosse com você provavelmente ele já teria feito algo, apesar que eu acredito que ele não colocaria a mão em você, mas que iria ouvir uns sermões, posso garantir! - Park riu anasalado pelo o modo que seu amigo lidava com aquela situação, contudo não tinha humor em seu sorriso
- Aqui em casa parece que está passando um furacão - comentou.
- E a tia Go, está ouvindo tudo?
- Sim.- Suspirou
- Coitada, não deve ser nada fácil ter que lidar com isso - negou, nem ele estava suportando, mesmo estando em outro cômodo, imagina sua mãe que estava no mesmo quarto que o seu pai - Eu sei que esse não é o momento, mas vamos, cara, é porque eu já tenho que marcar a sua presença.
- Que festa é essa, Tae?
- Vai acontecer numa boate. Dylan nos avisou que se chegarmos antes das onze entramos de graça, sua prima está organizando a boate, por isso que ele ficou sabendo da notícia.
Park se sentia por cima da hora, não sabia se aceitaria e no outro dia aguentaria os sermões de sua mãe ou negava e passava o final de semana inteira fazendo a vontade de seus pais. O convite era tentador, ainda mais que passou três finais de semanas sem poder sair direito nem para tomar um ar.
- Vai ser a última, Jimi, depois podemos dar um tempo - insistiu.
- Tudo bem, Taehy, eu vou! - rendeu na insistência do amigo - Quando vai ser?
- Nesse sábado, parece que fomos os últimos a ser avisados, pois segundo Dylan ele não estava conseguindo entrar em contato com algum de nós dois. Você realmente vai, né, Jimin?
- Sim, eu vou, Tae! Confirma realmente com ele para ver se isso não é falso, não quero ser barrado de novo por seguranças na porta, isso é vergonhoso - fez uma careta ao lembrar da experiência que tivera, ouvindo o amigo rir.
- Pode deixar, irei falar para ele. Agora vou desligar para ligar para ele. Depois nos falamos, até amanhã, Jiminie.
- Até.
O loiro tirou o celular de seu rosto ao ouvir o barulho indicando que a chamada foi encerrada. Olhou por um tempo para aparelho ainda pensando se seria uma boa ideia em de novo quebrar as ordens de sua mãe. Sabia que uma hora tinha que acabar com isso e talvez esperar sair de casa para assim poder começar a fazer o que bem desejar, mas por enquanto vivia preso a seus pais, perdendo toda liberdade. Desligou o aparelho ouvindo o silêncio novamente. As brigas foram cessadas. Não se ouvia mais gritos ou algo se batendo.
Cogitou que seu pai já tivesse se cansado em fazer todo aquele show para que a vizinhança ouvisse que estavam tendo confronto. Não ouvia nem mais conversa de sua mãe, tudo estava quieto, como se nada estivesse quase sendo tudo destruído há segundos atrás. Suas preocupações eram evidentes, ansiava por querer saber o que estava se passando e o motivo por todo aquele transtorno.
Não sabendo se ficaria no quarto para evitar seu pai ou desceria para o jantar, Jimin pensou que nesse momento a melhor opção seria ficar em seu quarto, até sentir que a poeira abaixou. Não queria discutir com o homem e resultar em uma GoEun a beira de um choro. Evitar seria sua melhor escolha naquele momento. A casa já parecia estar com problemas demais e não queria ser a causa completa para isso.
[...]
Acordou com o despertador tocando. O som entrava em seus ouvidos na tentativa de acordá-lo. Se espreguiçou mais sobre a cama, sentindo aquele toque um inferno de manhã. Bocejou ainda de olhos fechados, pensando em querer voltar a dormir. Abriu seus olhos dando de cara com o seu despertador que estava ao lado, marcando sete horas. Saiu da cama em um pulo, não querendo enrolar mais e acabar perdendo o horário.
No momento posterior que ouviu as discussões de seu pai, resolveu ficar no quarto. Não jantou e sequer sentia vontade de colocar algum alimento em sua boca, só queria que o tempo passasse depressa. Sua curiosidade ainda estava intacta. Pegou sua roupa e foi para o banheiro. Após alguns longos minutos se arrumando, estava pronto. Desceu as escadas sentindo sua barriga reclamar por refeição.
Partiu para a sala de jantar e, ao adentrar, deparou com seu pai lendo o jornal e sua mãe mexendo no celular. Ambos sentados na mesa. Se aproximou tomando seu lugar, sentindo um olhar severo de seu pai para si. Continuou mantendo seu olhar no que pegaria para comer, na qual sempre resultava em frutas e suco natural.
- Qual é o seu problema de não ouvir as pessoas? - a voz do homem ecoou pela a sala de jantar. Seu olhar ergueu para a figura zangada e de terno
- O que você está falando? - soou firme, agradecendo por não falhar no seu desentendimento.
- Agora decidiu ter Alzheimer? Desde quando sai com criminoso? - baixou seu jornal colocando ao lado de seu prato.
Ficou calado sem saber o que responder. Não queria dar uma resposta que acabasse não o agradando por ter respondido.
- Não sai com criminoso! - sua voz soou rouca mais que o normal, indicando que tinha acabado de acordar.
- Não foi isso que fiquei sabendo - a mulher agora prestava atenção no pequeno debate entre eles - Olha aqui, moleque, eu não te alimento e dou moradia para sair com criminosos. Eu já estou começando a me estressar com você, Jimin, e não é de hoje! Já falamos que não é para você sair dessa porra de casa, quantas vezes vamos ter que avisar sobre isso? Até sair sangue?
- Jisung, ele é seu filho! - Eun murmurou para que apenas o homem ouvisse, mas o loiro estava atento em tudo, cada palavra e gesto.
No fundo estava sentindo um medo de seu pai começar a aflorar dentro de si, mas não deixou transparecer, não iria dar esse gosto para o homem que parecia querer gritar e soca-lo. Bebeu um pouco de suco vendo-o olhar para a mulher ao seu lado prestes a explodir. Era fácil saber quando o homem estava nervoso, seu rosto mudava de tonalidade de pele rapidamente em tom avermelhado e seu maxilar trincado ficava levemente exposto.
- E é por justa causa que quero ver você longe desse homem! Eu estou apenas te alertando, na próxima não irei responder pelos os meus atos. É melhor você já abrindo o olho antes que eu estoure sua cara - pegou a maleta ao seu lado, se levantando.
Sem dizer nada, pegou outra fruta e começou a mastigar. Vigiou seu pai sair da sala de jantar. Ficou calado até ouvir a porta ser aberta e logo em seguida fechada brutalmente. Sua mãe suspirou. Moveu sua cabeça, agora o olhando. Seu olhar parecia um misto perdido e decepcionada, não sabendo se o olhar de fato era para ele, mas acreditou que sim. Observou seu corpo relaxar sobre a cadeira, mostrando estar totalmente derrotada por qualquer coisa que fosse.
- Agora você está vendo o porque eu não quero que você saia escondido? - sua voz era calma, porém firme.
- Por que ele está assim? O que aconteceu? - ignorou sua pergunta. Não adiantaria falar com ele.
- O homem que você saiu ontem, é o mesmo que está fazendo um inferno em nossas vidas. Fica longe dele, Jimin! - o alertou.
- Eu não saí com ele! - garantiu - Ele apenas queria dar carona e aceitamos, mas não sabíamos quem era.
Não estava mentindo em relação a si, ele não sabia como era Jeon Jungkook e o que de fato fazia. Taehyung parecia o conhecer pelos os boatos e o garoto nunca acreditava nada que envolvesse falatório da sociedade, sempre tinha alguma mentira inventada. Aquele homem que lhes deu carona parecia mais para um homem totalmente comum que para um criminoso. Chegava a ser engraçado para si ter a imagem do homem em sua mente e ver que ele era na verdade um criminoso.
- Ok, Jimin. Eu tenho que trabalhar e torcer para o seu pai não chegar uma fera hoje, não quero mais ouvir os gritos dele - pegou seu celular da mesa. Levantou e foi até o loiro, deixando um beijo em seu cabelo - Bons estudos. Não esqueça do que conversamos. Eu te amo!
E assim se retirou da sala, sem esperar por nenhuma outra resposta. Encostou mais sobre a cadeira ainda com as palavras de seu pai. Foi apenas uma carona, não via nada de errado nisso. O homem parecia ser bom e não tentou agredi-los ou abusar. Seja o que for, não estava ligando para o chilique de seu pai, o homem se estressa por qualquer mínima coisa, só basta respirar do seu lado que já vira motivo para querer gritar e explodir de nervos.
Levantou da cadeira decidindo ir a pé até seu colégio, não ficava muito longe e sua preguiça de tirar o carro da garagem falava mais alto. Não tinha levado materiais para casa, ultimamente os professores estavam evitando de aplicar tarefas e trabalho e ele achava excelente, pouparia de ficar levando peso e depois ter que lembrar no outro dia em levar novamente.
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