Pesadelo vivo

Nightmare
(now your nightmare comes to life)

Dragged ya down below
Down to the devil's show

To be his guest forever
(peace of mind is less than never)
Hate to twist your mind
But God ain't on your side
An old acquaintance severed
(burn the world, your last endeavor)

"Anjos deveriam despertar nos céus, mas o que acontece se um deles nascer nas brasas do inferno?" -- Queen The Vampire

O Luar frio logo cedeu para o dia sufocante. Quando o escudo baixou você pode ouvir os gritos de desespero que morriam junto aí frio congelante que em breve atravessaria as paredes e ceifaria cada vida que um dia importou para você.

.
.
.
.
.
.
.

Naquele dia você acordou mais suada que o normal devido o pesadelo, sentia dor de cabeça e seus olhos pensavam, após vestir-se tradicionalmente, reclamando do apertado espartilho seguiu para a sala de jantar onde sua mãe e Kaya conversavam.

-- Como se sente? -- A morena perguntou.

-- Bem, na verdade, me sinto melhor do que imaginei. -- Tomou um café entre conversas e aproveitou para percorrer a propriedade cheia de suaves e doces lembranças, seguia na direção do jardim, no entanto, quando um floco de gelo tocou a ponta de seu nariz, decidiu mudar o rumo, os batimentos passaram a acelerar conforme erguia a barra do vestido e corria pelos corredores e ao ver que o gelo subia por toda a propriedade formando uma espécie de cúpula que em breve se tornaria uma cripta, tornou-se consciente de suas ações.

-- Douma vai mesmo matá-los? -- Uma fina lágrima escorreu por seu rosto enquanto via a situação defronte, Kaya pousou a mão em seu ombro direito e você respirou fundo.

-- Sn não precisa ir, eu consigo manter essa proteção por mais um dia. -- Você sorriu.

-- Não adiantará, ele me quer e se eu fizer o correto nada ocorrerá com vocês, por favor não baixe o escudo. -- Abraçou a morena que retribui e depois de alguns minutos ergueu a face perfeita caminhando até a porta, ao passar pelo local se distanciando da propriedade minimamente, observou o loiro sentado em posição de lótus.

-- Pensei que não viria bela dama, somente se todo o gelo consumisse os seus.

-- E estou aqui, então vamos para casa. -- Caminhou até ele sentido o gelo prender seus pés na terra, conforme o demônio se ergueu.

-- Por que mudou de ideia tão rápido? Apesar da pergunta, o olhar mantinha se cínico, como se não precisasse de uma resposta.

-- Meus assuntos por aqui acabaram, minha mãe se recusa a dizer quem é o meu pai. -- Apesar de ser meia verdade, Douma não contestou, você era dele agora. Completamente dele, então não adiantava fugir ou sequer morrer, pois, continuaria nas mãos do demônio.

-- Vamos para casa Washi no Miko, ainda temos que conversar. -- Se aproximou derretendo o gelo e tomando-te nos braços. Quando ambos sumiram, das vistas dos demais, Kaya só conseguiu pensar em como queria ajudá-la a acabar com seu problema.

[...]

O palácio estava vazio, exceto por Nala que os recebeu. Você pode notar uma marca arrochada no pescoço dela, fora as visíveis presas.

-- Está livre hoje Nala, aproveite, ah compre vestidos novos. -- Douma sorriu dando a ele uma pequena bolsa com dinheiro e por mais que não quisesse se importar, algo dentro de si parecia queimar toda vez que pensava a respeito.

Espero que a concubina saísse para conversarem seriamente.

-- Você se deitou com ela não foi?

O loiro foi andando em direção das escadas seguido por você que a cada passo parecia tremer de ódio.

-- Até onde me recordo, você não me quer minha dama. Então por que te aborrece tanto o fato de eu tomar outras em seu lugar?

Toda essa falsa doçura, unindo aos seus sentimentos destoantes, fez com que virasse a mão na cara do demônio, que apenas sorriu por sua demonstração.

-- Está apaixonada querida? -- Segurou firme seu pulso te arrastando para o quarto e só parou para te atirar na cama.

-- Você não é digno de amor Douma. Nem mesmo sentimentos como piedade e pena devem ser dirigidos a você. -- O Lua apenas riu se aproximando e te encarando feito uma presa.

-- Pode até ser -- Puxou seu vestido pela barra esfregando entre os dedos antes de se deitar ao seu lado. Algo estava ressoando em ti e isso o fez repensar nas atitudes. -- Mas ainda é minha e estou sendo bem generoso com você, afinal poderia ter matado a todos eles. Então me diga Washi no miko, que versão minha você prefere, aquela que te fere e pode ser mortal ou a gentil que se devota apenas a uma única donzela?

Ele sabia da sua resposta.

-- O que você quer?

Douma sorriu se dando por satisfeito, mordendo o lábio inferior enquanto sorria lascivamente para você.

-- Quero propor um bom acordo. Não matarei ninguém da sua família ou lhe torturarei fisicamente

-- Se?

-- Se parar de me negar. -- Sentiu a mão direita subir por sua coxa, subindo o tecido do vestido.

-- Você é um pervertido, não honrou o primeiro acordo, quem garantirá que honrará esse?

Ele sorriu de lado erguendo o indicador direito.

-- Agora você sabe como contratos funcionam minha dama -- feriu a própria pele deixando o sangue escorrer.

-- Exijo que nunca mais toque em um fio meu.

-- Só se for por agredir não? Porque tudo o que eu quero é tocar em você Washi no Miko. Quero verter-me ao ponto de ficar embriagado com seus gemidos, sentir essa boca novamente só que dessa vez no meu corpo, quero esgotar as suas forças ao ponto de me implorar para parar e acima de tudo dobrar esse olhar arrogante e submetê-la a mim. -- Seu rosto estava quente e seu semblante chocado pela revelação.

-- Aceite de uma vez Sn -- Sussurrou beijando seu pescoço sentindo os pingos mancharem seu vestido, assim como a palma fria apertando sua coxa.

As palavras de Nefira e Hanâmi vieram a mente e de modo rápido balançou a cabeça, puxando o dedo do demônio.

-- Se você me machucar de alguma forma acordo desfeito.

-- Se me negar também. -- Ele completou e assim você tomou do sangue demoníaco sentindo tudo dentro de si queimar enquanto Douma revirava os olhos, ao se afastar ele mesmo te puxou em direção ao corpo tomando sua boca.

-- Você sabe o que eu quero Washi, então não farei cerimônias.

Sem deixar que respondesse, afundou a boca na sua, te fazendo ouvir o barulho do tecido sendo rasgado, mais um dos seus belos vestidos que iria para o lixo. Seminua encontrava-se diante dele que, libertou-se das roupas e puxou sua mão, pondo sobre o próprio pau ainda coberto, seus olhos se arregalaram. Uma coisa que você nunca fez foi tocá-lo intimamente, o demônio sempre vai até você e consegue exatamente o que quer e talvez seja por isso que ele inventou essa forma de render-te, sem sequer parar para pensar na quantidade de possibilidades que esse contrato abria. Você o apertou com vontade subindo a mão pelo abdômen sentindo o corpo tão firme e forte dia te dê si, o demônio estava extremamente impaciente, mas mantinha a face de "bom moço", mesmo quando você se afastou e ele puxou as cordas do seu espartilho lhe apertando.

-- Vai quebrar o contrato que acabou de assumir minha dama? -- Ironizou.

-- Não. Só não vou te tocar desse jeito. -- Ele riu com malícia ajeitando seu corpo na cama, o busto para baixo deixando a bunda bem exposta, onde ele bateu diversas vezes enquanto você sentia queimar, afastou suas bandas posicionando o membro na sua entrada antes de adentrar rudemente, a esquerda voltou aos fios da única peça que ficou em seu corpo. Douma passou a te foder enquanto dificultava sua respiração e você estava completamente presa, presa em uma teia de aranha e ludibriada pela mentira que tanto te entorpece feito veneno.

Sn Fubuki poderia ser extremamente inteligente para o mundo humano, mas, lidando com um demônio, não passava de uma mera criança astuta.

[...]

O loiro encarava seu corpo completamente marcado e adormecido na cama. Os olhos arco-íris trataram de travar sobre a pena branquinha que jazia ao lado do seu corpo, sem pensar duas vezes ele recolheu sorrindo:

-- Interessante -- Sussurrou, na mente dele não havia imagem mais bela, só faltava a sua mais completa rendição pela qual poderia esperar eternamente, afinal, você seria completamente dele. Douma se levantou após levar uma mecha do seu cabelo até o rosto absorvendo o seu cheiro, se vestiu e se afastou orgulhosamente...

-- Meus fiéis seguidores, fico feliz em avaliar seus pedidos, mas hoje terei de atencionar minha bela dama. -- Apoiou-se como o deus que era visto sendo adorado.

-- Lorde Douma, devemos preparar presentes?

Ele manteve a face impassível, mas por dentro reverberava em um sorriso maligno, era engraçado que quisessem dar presentes para a mulher que logo estaria morta para que o rei demoníaco nascesse e devastasse a humanidade.

"Como são ingênuos." Douma pensou.

-- Preparem sim, os mais diversos presentes, logo-logo teremos um filho.

A certeza do loiro causou ainda mais euforia no castelo e enquanto isso, você despertava lentamente sentindo as lágrimas escorrerem pela face, devido a mais um pesadelo, respirando fundo e enxugando a face tentou se levantar.

-- Que inferno, como meu quadril está doendo. -- Custou a ficar de pé, logo se arrastando para o banheiro e tomando um bom banho de banheira, evitando ao máximo tocar em certas partes de seu corpo e ao acabar, pela primeira vez vestiu um belo quimono branco sem peças extras por baixo, não se preocupou com os sapatos. Apenas prendeu os cabelos e desceu as escadas indo em direção à cozinha, procurou pela única pessoa por quem nutria confiança, Suki estava acompanhada para a sua surpresa. Gyutaro olhava para ela de maneira fascinada, observando-a cozinhar.

-- Desculpe atrapalhar.

-- Não atrapalha né! -- O Lua se levantou indo em direção à cozinheira beijando-lhe a destra. -- Voltarei depois. -- O sorriso apaixonado fez com que achasse tal momento uma graça.

-- Até mais, Sn. -- Gyutaro saiu da cozinha deixando ambas sozinhas e após suspirar diversas vezes Suki olhou para você.

-- Deseja algo lady? -- Ela não conseguia esconder o sorriso e nem queria de fato.

-- Na verdade, Suki eu preciso de algo para dor. -- Seu semblante está a envergonhado por ter de pedir isso e ela logo compreendeu sorrindo lentamente.

-- Entendo, que bom que fizeram as pazes. -- Suki se apressou em pegar alguns potes no topo das prateleiras. -- Honestamente não gosto de fazer isso, mas o Lorde visitou a concubina quando estavam brigados e por mais que eu não goste dela, tive de servi-la.

Tal revelação te deixou um pouco revoltada.

-- Aqui está o seu chá senhora, ele serve para amenizar as dores, mas, precisará de repouso.

Você sorriu agradecendo antes de tomar.

-- Não tenho tempo para isso, quero visitar cada canto desse lugar e ainda preciso ir à biblioteca.

-- Nesse caso beba mais. Quando estiver em sua leitura levarei outro.

Você concordou e só não pediu a ela para preparar o chá abortivo por já ter ingerido duas vezes em um curto espaço de tempo, mas se voltasse a se deitar com Douma, o que obviamente ocorreria, tomaria novamente.
Despedindo-se de Suki, seguiu pelos corredores contemplando a construção lentamente conforme sentia o corpo se acostumar com o efeito.

"Aquele desgraçado. Como eu pude gostar do que ele fez? Esse demônio está me corrompendo." Pensou conforme adentrava o grande salão, nele pode ver alguns fiéis que logo se curvaram e sorriam ao ter a sua presença, mas ao olhar para Douma tão a vontade sob o travesseiro na palma do Buda, soube que deveria fazer algo.

Sentia-se condicionada a essa loucura e rendida a certas ocasiões e isso tornava-se inadmissível.

-- Minha Washi, que bela visão. Venha, quero que participe desses pedidos. -- Você se aproximou estranhando as reações, mas, entraria no jogo.

-- Devo negar meu marido. Estou completamente indisposta, com licença. -- Fez uma curta reverência e ele sorriu te observando sair.

-- Aquele idiota... -- Sussurrou seguindo para a biblioteca, no caminho encontrou a loira em um quimono rosa florido bonito andando de cabeça baixa, até ter ver. Nala ergueu a face e sorriu falsamente ao passar por si.

-- Bom dia, senhora. -- Ela não precisava falar com você, passar de cabeça baixa já era o suficiente, mas não perderia a oportunidade e seu olhar de ódio chegou a deixá-la desconfortável, mas, se resolveria com Douma.

-- Douma está feliz com o seu retorno. -- Você não aceitou a provocação, em resposta mandou que te acompanhasse:

-- Sabe Nala, você pode se deitar com ele e fazer o que bem entender, mas, me desafiar ou querer o meu posto é algo que nunca ocorrerá. -- Você abriu as portas da biblioteca e antes de batê-las olhou nos olhos da concubina pela primeira vez: -- Esse posto seria demais para você.

Seu sorriso foi cínico ao fechar a porta e sentir uma raiva exacerbada, mesmo que julgasse ridícula, o foco nunca foi Nala e não se deixaria levar pela ligação, pelo menos por completo...

Deitada em um recamier com o livro em mãos, você encarou o texto sem muita expectativa, ainda se sentia entorpecida por tudo o que passou, seus pensamentos a respeito do sonho que teve, o mesmo que acabava lhe dando um pesadelo tão cruel ao ponto de compreender que estava presa em tal alucinação.

Sn Fubuki, vislumbrou a própria morte, tendo o corpo rasgado por garras e de dentro dele um ser demoníaco saía, o sorriso pingando malícia e o corpo completamente sujo por seu sangue e a frase que no fim te levou a acordar, após senti aquela mão fina e as garras se fechando em seu frágil pescoço humano.

"Não irá demorar muito..."

Seu corpo todo arrepiou fechando o livro, sentindo os batimentos ecoando alto, aos poucos deixou o livro de lado e se abraçou. O ambiente parecia extremamente frio como se Douma o congelasse e suas lágrimas desciam por seu rosto evidenciando o sofrimento, Sn massageou as têmporas sentindo-se em uma espécie de pesadelo vivo, ao qual parecia impossível de se libertar e antes que tantos receios e sensações desagradáveis pudessem continuar brincando com seu corpo e sua mente, os olhos arco-íris te observavam do vão da porta. Com o leque em mãos jamais veria o sorriso lascivo ou sequer a pena entre os dedos e para o lorde reter-te dessa forma parecia o suficiente e talvez, só talvez ele estivesse tentando a ir contra as vontades do mestre, afinal, gostaria de brincar um pouco mais com você.

You should have known the price of evil
And it hurts to know that you belong here, yeah

No one to call, everybody to fear
Your tragic fate is looking so clear, yeah
Oh, it's your fucking nightmare

────────────────

Pré-revisado

Música: Nightmare - A7x

A letra dessa música define tanto a situação atual da personagem...

Para que não restem dúvidas, a Sn quebrou o acordo primeiro quando fugiu dele, no capítulo seguinte ao acordo que ele não colocaria chifres nela. Fora que demônios são ardilosos e isso aqui é uma dark fantasy.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top