16.Éden manipulável
I took you home
Set you on the glass
I pulled off your wings
Then I laughed
O que é o paraíso se não o simples ato de ser livre? Mas ao lado do demônio será que isso é possível? -- Queen the Vampire
Andar pelo jardim te trazia paz, mesmo que ainda estivesse escuro e as velas não iluminassem bem, a Lua fazia um belo trabalho. Seu vestido preto arrastando pelo chão se contrapondo às belas flores de um local tão cruel.
Mas o que é a verdadeira crueldade afinal? Será que realmente sofria tanto quanto pensava ou só estava delirando?
Sua mente fria e cruel fornecia tantas perguntas e situações cada vez mais peculiares, apartando os desejos de seu coração cansado e agora pressionando o corte em sua mão, sentindo a dor, se agarrava a essa pequena realidade.
— O que foi que eu fiz para merecer isso? — se lamentou, sem perceber o movimentar das pequenas folhas em volta das flores ou o sorriso estupidamente largo na face alheia.
— Sn-chan! Eu te procurei por todos os lugares. — Pousou a mão em seu ombro, sorrindo.
— O que você quer, Douma?
— Olha só a evolução, minha dama! Gosto de como meu nome ficou em sua boca.
Sua respiração saiu cansada antes de finalmente olhá-lo.
— Não fique tanto tempo longe, pode se cansar facilmente no meu palácio ou se perder por ele, e ainda temos uma longa noite pela frente. — O sorriso lascivo te fez querer revirar os olhos, mas o demônio foi mais ágil em agarrar seu pescoço e olhar dentro dos seus olhos.
— Por duas vezes você me recusou e por duas vezes me aceitou tão bem que se perdeu. Uma hora terá que se decidir, Sn-chan! — E assim tomou seus lábios em um selar não retribuído.
O demônio te deixou e sua cabeça só recordou das palavras de Nefira: "Ele está aos seus pés, você só precisa tomar as rédeas da situação."
Como faria aquilo? Evidente que precisava de conselhos, mas não queria partir daquela solitude, pelo contrário, esmoreceria aqui mesmo e se transformaria em uma linda rosa se pudesse escolher. Dessa vez, ouviu passos pelo jardim e se assustou, já que Douma é bem silencioso.
— Quem está aí? — A mulher não demorou a aparecer, trajando um kimono rosa florido bem bonito, com os cabelos trançados e ornamentos de flor de Sakura pelo cabelo.
— Sou eu, Lady Fubuki.
— Nala. — Você revirou os olhos sem entender, afinal, a presença da loira era tão... insignificante.
— Vim ver se precisa de algo.
— Apenas que me diga como se envolveu com ele de tão boa vontade. — Foi direta, não gostava de mentiras. — Olha, Nala, sei que não gosta de mim, então não precisa mentir.
A loira se aproximou, o olhar exprimindo um pouco de raiva e até mesmo rancor indevido, quando na verdade não passava de inveja.
Sim haviam mulheres que queriam estar em seu lugar.
— A senhora tem a sorte que muitas queriam ter, mas não dá valor. Não consegue ver que estar com o lorde Douma é maravilhoso?
Você revirou os olhos.
— Me explique como estar com um demônio contra a sua vontade pode ser algo maravilhoso?
— A senhorita aceitou o casamento, dizer algo assim chega a ser blasfêmia! — Ela apontou a verdade enquanto você se erguia.
— Não ouse questionar o que não conhece!
— Ou talvez você deva aprender mais e entender que esse demônio não é qualquer um. — A loira saiu e você desejou tacar sua bota nela, mesmo que no fundo sua única raiva fosse para com Douma.
Risadas pelo caminho te fizeram suspirar, mas ao ver Nefira e Kotoa se aproximando, sentiu-se tão bem.
— Pelo visto a concubina já veio lhe importunar — Nefira comentou se aproximando.
— Ela queria estar em meu lugar — Sn respondeu tranquilamente.
— E deve tomar cuidado ou vai conseguir — foi a vez de Kotoa se sentar. — Nunca duvide de uma mulher apaixonada pelo poder. Douma é um demônio extremamente atraente e não precisa oferecer nada para seduzir uma bela dama, e gosta disso. Mas, no fim, todos querem poder, independente do fim.
Você suspirou. Tinha tantas perguntas.
— Como fizeram para lidar com eles? Me refiro aos seus demônios — comentou em um tom bastante abrangente.
— A que situação se refere? — Nefira questionou.
— A tudo.
— Veja bem, Sn, são contratos diferentes, não há como medir isso. Eu e Kokushibo temos mais de quatrocentos anos de casados.
Seus olhos se arregalaram. Quatrocentos anos unida a um demônio é muito tempo...
— Nunca tentou escapar?
— Não. Kokushibo honra cada linha daquele contrato desde que nos unimos.
Você piscou diversas vezes.
— Então vocês tiveram filhos? — Sua curiosidade estava latente e ela riu de leve.
— Meu contrato é completamente diferente do seu e não, nunca tivemos um filho. — Nefira desviou o olhar, jamais deixaria implícito que tinha o jovem Kaigaku como seu filho. Do contrário, sabia que Sn se sentiria ainda pior.
— E o seu, Kotoa? O que pode me contar dele?
A morena sorriu de leve.
— Douma foi um excelente marido, mas também me gerou muito medo e confusão, principalmente quando descobri o que de fato ele era. O rejeitei de primeira e não pensei duas vezes em fugir. Não o odeio pois ele foi o mal que restaurou minha vida e também não o perdoou pelo que me fez.
— E o que eu devo fazer? — Finalmente indagou. — Não quero nada com ele! — A afirmação pegou a ambas desprevenidas.
— Tem certeza, Sn? Ele parece mexer com você.
— Não, ele apenas me manipula! — Respondeu convicta.
— Então, quando subir para o seu quarto, tome o controle da situação. Deixe-o à beira da insanidade, e não estou me referindo a um mero prazer carnal. Aprenda a se mover pelo tabuleiro com graça, meu bem, e seja a rainha que derrubará o rei — Nefira afirmou, se levantando. Logo, ouviram mais vozes e o demônio de seis olhos parado ao lado do superior dois e três.
— Nefira, está na nossa hora.
A mulher simplesmente o ignorou antes de se aproximar de você e te abraçar. Depois ficou de pé e, ao estar perto do Lua Um, teve a cintura agarrada.
— Nossa, Kokushibo-dono está cada vez mais possessivo! — Douma ironizou.
— Isso não é da minha conta. Lady Hashibira, irei lhe acompanhar, lady Hanâmi deve me ver em frente à sua casa — Akaza informou.
— Cuide bem dela, Akaza-dono, ou não serei mais seu amigo — o loiro sorriu, recebendo um olhar de ódio.
— Não me dê ordens, maldito, aprenda a como tratar uma mulher para que elas parem de fugir de você — o rosado respondeu, oferecendo o braço a Kotoa que se aproximou de ti, te abraçando e depois partiu indo até o Lua Três e aceitando. Apesar de não aparentar, Akaza sempre foi muito gentil com as mulheres; já os homens covardes que encontrou pelo caminho tinham o destino interrompido.
— Vão pela sombra, até mais, minha linda dama — Douma saudou antes de olhar para você e se aproximar rapidamente. — Agora, minha Washi no Miko, vamos nos recolher.
Você negou.
— Quero degustar mais um pouco dos aperitivos do casamento, visto que não comi nada — de fato não mentia. Não conseguia encontrar sentido em seu casamento, e só esse fato foi o suficiente para embrulhar seu estômago.
— Que assim seja. Imagino que queira livrar-se dessas vestes pesadas — afirmou, tendo a sua certeza.
— Excelente. Mandarei que preparem a mesa enquanto você relaxa.
Não houve sequer discordância. Realmente sentia-se cansada por todo o processo, uma estafa que tão-pouco afetava seu corpo, não podendo dizer o mesmo sobre sua mente. Já em seu quarto compartilhado, foi até o armário procurando por peças mais leves, notando que o clima frio se tornara praticamente inexistente.
Sn tomou um bom banho de rosas, optando por não lavar os cabelos, visto que o fez nos últimos banhos, e assim vestiu uma camisola em tom areia, tão claro que se assemelhava a branco. Por cima, um robe bem fechado e os cabelos soltos; dessa vez estava calçada com sapatos felpudos, tendo certeza de que, pela maciez, eram feitos de lã de carneiro. Ao retornar para o quarto, as portas da varanda estavam abertas e a mesa completamente arrumada. De pé ao lado dela, Nala se mantinha em posição cortês, com os braços para trás olhando para frente.
— Cadê as outras damas de companhia que vinham me ver? — indagou incomodada por ser ela a estar aqui.
— O lorde Fubuki as dispensou, mas não se preocupe, sou mais do que o suficiente — o comentário soou intragável para você.
— Nesse caso, já pode se retirar e tenha uma boa noite — a loira não se moveu.
— Sinto muito, senhora, mas recebi ordens do lorde para o aguardar aqui — seu suspiro poderia ser ouvido até mesmo de dentro do quarto. Tentou não demonstrar abalo ao sentar na cadeira e observar os quitutes, tantas comidas deliciosas que não via a hora de degustar. A porta do quarto foi aberta e por ela o loiro passou, trazendo consigo uma embalagem vermelha em mãos, colocando-a dentro do bolso antes de te olhar.
— Nala, venha aqui — a loira se aproximou. — Por hoje está dispensada, mas talvez eu te procure amanhã à noite — beijou a destra dela, que, após pedir licença, saiu do quarto. Seu olhar de indignação para o demônio só aumentava, e ele se aproximou, passando a mão nos seus cabelos.
— Minha bela dama, ele segurou sua esquerda, há algo faltando nesses lindos dedos — e assim tirou a pequena embalagem vermelha, colocando-a à sua frente. — Mandei fazer especialmente para você — o loiro abriu a caixa e você se deparou com um lindo anel retorcido. Todo o comprimento da peça se assemelhava ao cabo das roseiras, até mesmo as folhas estavam detalhadas de maneira suave e, em seu topo, a lapidação da pedra vermelha esculpida parecia realmente uma rosa. Apesar da peça ser de ouro, mantinha-se discreta.
— Permita-me colocá-la — beijou seus dedos, mordendo o dorso da sua mão suavemente, e você respirou fundo antes de olhar nos olhos dele.
— Com uma condição — tais palavras deixaram-no animado. — Que haja com respeito. Você sentenciou Kai à morte por achar que eu o estava traindo, mas quer desfilar com uma concubina debaixo do meu nariz? Não aceito.
Veja bem, você não sentia ciúmes dele, mas estava exercendo seu direito de escolha com maestria.
— Quero as outras moradoras de volta e não quero ser questionada por alguém que não gosto. Já basta ter que aturar você.
Ele sorriu, passando o polegar por seu lábio antes de morder o próprio lábio inferior.
— Será feito — Douma pegou o anel e posicionou em seu dedo, aproximando seus rostos rapidamente, te fazendo prender a respiração pelo movimento inesperado. — Só tenha em mente que não sou Kokushibo-dono e não esperarei sua vontade por mais de trezentos anos — e assim deslizou a peça por seu dedo. Você sentiu um leve incômodo antes de elevar a mão e notar o sangue escorrendo. Logo depois sentiu o alívio e o fato de que não havia sequer um corte.
— O que você fez?
— Apenas me assegurei de que nenhum demônio sequer encoste no que é meu. Agora vamos comer — se sentou à sua frente, degustando uma generosa fatia de bolo enquanto você tentava compreender que porcaria ele havia feito. Em vão, lhe restou comer, escolhendo as refeições salgadas e finalizando com uma torta de merengue de morango. Quando satisfeita, simplesmente seguiu para o banheiro, limpando seus lábios e se higienizando antes de retornar para a cama, notando o loiro sentado sobre o lado que lhe correspondia:
— Se aproxime, Sn eu não mordo, a não ser que me peça, nesse caso te farei sangrar. — Ele sorriu de maneira tão pura e você simplesmente tirou o robe e se sentou na cama de costas, e não viu o olhar lascivo sobre ti contemplando seu quadril e sentindo uma vontade imensa de te agarrar.
— Sn-chan... — A sonoridade da voz era indiscutível, fazendo com que se lembrasse do dia em que ele praticamente te levou para a cama. Douma foi rápido para estar atrás de você, deixando as pernas uma de cada lado e fazendo carinho em suas costas, se aproximando do seu ombro direito e beijando sua pele. — Está tão cheirosa — sua pele se arrepiou, sentindo a alça descer.
"Isso não é possível, esse demônio brincou comigo, me torturou, como posso estar reagindo tão bem a esse toque?" Seu pensamento persistente insistia em dizer que algo estava errado e estava. Douma não era conhecido como o demônio da luxúria à toa e jamais faria um contrato que não lhe desse benefícios.
A mão esquerda passou a deslizar por seu pescoço, contornando-o de leve antes dele te beijar bem abaixo do lóbulo direito, as garras passaram a arranhar sua pele de leve, causando uma mistura de aflição e expectativa consideravelmente problemáticas de sua parte e seu corpo.Ah, o seu corpo parecia queimar, sendo capaz de sentir as garras do demônio deslizando pelo tecido fino chegando até suas coxas, onde fincou de leve no tecido, voltando a arranhar sua pele enquanto subia a peça, até ter o acesso livre às suas carnes fartas, ao qual estapeou lhe assustando pela recente queimação na lateral esquerda de sua perna, os dedos lentamente escorrendo por elas como se trilhasse um caminho até o meio e quando chegou a apertar a parte superior com força antes de abrir sua perna.
— Não vai me mandar parar, minha dama? — Roçou o nariz na linha de seu maxilar antes de deixar um selar em seu pescoço e sussurrar maldosamente em seu ouvido: — Ambos sabemos o que você quer.
E assim, os dedos dele desaguaram entre suas pernas, te masturbando lentamente. Sua única reação foi apertar o braço alheio com força, sentindo ódio por não controlar seu próprio corpo. Você mordeu o lábio para não explicitar o som que julgava extremamente impuro e, após retomar a compostura, fechou os olhos, respirando firme antes de encará-lo.
— Eu odeio você. — Douma sorriu, sabia que era verdade e em um movimento rápido te puxou para o centro da cama, escancarando suas pernas e subindo toda a sua camisola.
— Pode me odiar a vontade Washi no miko, mas isso não me impedirá de tê-la para mim e aparentemente você não consegue recusar.
A última coisa que viu foi o loiro se perdendo entre suas pernas antes de agarrar as grades da cama, fechando os olhos com força, sentindo seu corpo cada vez mais quente e sua boca cada vez mais maltratada por não querer gemer.
— Se renda de uma vez, Sn. — Seus olhos reviraram, sentindo a respiração quente em sua coxa direita que aos poucos foi ficando fria e, quando ele soprou quente, um leve tremor subiu por seu corpo, o sentindo te tomar com mais afinco. Não queria ser acometida por tanto prazer e muito menos demonstrá-lo, mas não tardou a sentir uma leve combustão em seu baixo ventre, além dos dedos dos pés formigando, fechou os olhos com tanta força que praticamente sentiu a cabeça doer ao chegar ao ápice.
Ele sabia que havia mexido ainda mais com sua sanidade, sentia-se escorrer enquanto observava seu tórax subir e descer e, acima de tudo, compreendia que era fácil subscrever suas memórias. Douma passou a mão com as unhas encolhidas em sua entrada, sentindo suas penas tremerem e querer fechar, no entanto, ficou de joelhos entre suas pernas, abrindo o kimono. expondo o corpo rígido e extremamente tensionado.
— Pode relaxar, minha dama, terei o maior prazer do mundo em te ouvir gritar.
Como se sua sanidade tivesse retornado, você o empurrou e se pôs de pé. Ele simplesmente deitou na cama, rindo de leve por sua atual irritação e face extremamente envergonhada.
— Eu não vou me deitar com você! — E assim caminhou até o sofá imenso que tinha naquele quarto, sentindo que as consequências seriam terríveis se saísse. Se deitou ali mesmo, tinha espaço para duas de ti bem esticadas, o demônio se ajeitou confortavelmente na cama e se cobriu.
—É só uma questão de tempo, minha bela e deliciosa dama.
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Sn confusa presa em uma atmosfera libidinosa...
Pré-revisado
Música: Change - Deftones
https://youtu.be/dj1AMcx-Izs
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