ㅤㅤ ❛ ˖ ݁ ˓ X. those who hallucinate ◞ ❜
𓄹⸼ ⊹ ִ notas iniciais: ⚠️ esse capítulo conta uma história que possui gatilhos como: automutilção, abuso infantil e estupro. ⚠️
porque eu cometi alguns erros bem graves
mas você faz o pior deles parecer aceitável
eu deveria ter percebido que isso era estranho
você só sai à noite
eu costumava pensar que eu era inteligente
mas você me fez parecer tão ingênua
o jeito que você me vendeu em partes
enquanto cravava seus dentes em mim, oh
sanguessuga, aproveitador
me sugando até secar como a droga de um vampiro
vampire, olivia rodrigo...
⋆ ࣪ ִֶָ10 ❤️🔥 – AQUELES QUE
ALUCINAM ◴ ׁ10 ۪
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( capitulo dez ) 𖠿 ׂ ぃ ᮫
"VOCÊ MERECIA MUITO MAIS do que isso", a voz de seu pai soou no ouvido de Dean quando por fim a dor de ter seus ossos restaurados passou, fazendo-o revirar os olhos e encarar o fantasma, ou alucinação, com puro ódio.
Madame Pomfrey olhou para o garoto com pena. Mesmo diante todas as longas horas para concertar cada osso quebrado, não reclamou da dor aguda ou sequer quis que a agressora fosse punida. Na verdade, parecia preocupado com a possibilidade.
— Esqueci de tomar meu antipsicótico hoje. — falou ele, deixando a enfermeira ligeiramente surpresa. — Por acaso aqui não teria algum, não é?
"Sério, Dean? Querendo se livrar assim de mim? Me deixou chateado." ele proferiu num tom sarcástico, seguido de uma risada. Dean apenas o ignorou, como se a voz direta em sua mente não reverberasse pelas paredes de seu cérebro.
— Não... sinto muito. — respondeu com dó do garoto. — Bruxos não costumam ter doenças do mundo trouxa. É o quê? Esquizofrenia?
Dean assentiu.
— Fui diagnósticado aos nove, depois de bem, um acidente nada traumático envolvendo meu pai. — a forma como ele falava, mesmo que não quisesse demonstrar, acabava deixando na entonação o tanto que era um evento doloroso para ele.
— É comum isso para nascidos-trouxas ou bruxos que não sabem o que são até a carta chegar. — revelou, prendendo a atenção de Dean. — Deixe-me advinhar, você vê apenas o seu pai da forma como acabou? — ele assentiu novamente. — Não é esquizofrenia. Para os bruxos, isso é considerado uma maldição do Karma. Quando um bruxo mata alguém e sente uma culpa excessiva, a lenda conta que a Entidade do Karma recria o morto para que assombre-o até que supere, ou então, sucumba a loucura de uma vez.
— Isso não é mais reconfortante que a Esquizofrenia... — soltou o moreno num riso nasal.
Dean sentiu um leve medo quando encarou a cara nada contente do fantasma com um buraco em sua nuca. Suas roupas velhas, sujas de sangue da noite em que tudo aconteceu. Não falou nada, apenas deixou que a aflição tomasse conta cada vez mais do corpo e mente. O Karma queria corroer tudo lentamente.
— Você é forte. — disse Pomfrey de repente. — Não gritou de dor quando te consertei quando até mesmo pessoas do sétimo ano ainda berram quando o faço. Você aguentou desde os nove anos esse agouro que com certeza está na sala aqui, não é? — balançou a cabeça. — Sei que vai achar uma forma de acabar com ele de uma vez por todas.
Aquilo mexeu bastante com Dean. Pensou e refletiu as palavras enquanto a Madame arrumava as coisas na enfermaria. Não havia mais nenhum acidentado ali no dia de hoje.
Não era difícil para ele ver qualquer figura mais velha que demonstrasse qualquer afeto, como algo mais paternal. Em seu caso aplicava-se a tantos homens quanto mulheres, visto que, seu pai fora morto num surto de tristeza de Dean provocado por ele próprio.
Se lembrava como antes dos nove anos de idade, chorava de medo quando o homem chegava do trabalho e o chamava a seu escritório para "conversar". E sim, o que revelarei é bastante traumático principalmente a uma criança, mas o homem abusava sexualmente de Dean.
Ele nunca entendeu o porquê fazia isso com ele. Sabia que com Hermione não e o aliviava, apesar de não doer menos quando acontecia. Ele chorava durante horas quando ele finalizava o "serviço", se perguntando o que fez para merecer tanta dor e humilhação. Nunca contou a sua mãe e nem Hermione, por puro medo do que seu pai faria caso descobrisse, então aguentou por muito e muito tempo sozinho. Isso, claro, sem contar como era obrigado a ser o escravo da casa ou como era espancado por simples capricho dele.
Sentia muito inveja de Hermione. Por isso o relacionamento deles nunca fora próximo. Via a mais como uma colega do que como gêmea. Óbvio que não tinha culpa de nada e nunca gostou das atitudes de punição para com ele. Mesmo assim, nada do que ele sofria, acontecia com ela. Os Granger sempre demonstravam o máximo de amor a Hermione e o máximo de desprezo a Dean.
Hermione sempre demonstrou apoio a Dean, e várias vezes pedia para que seus pais não batessem nele, e quando sozinhos, repetia que não eram tão cruéis assim e que tinha medo por ele e por ela. Querendo ou não, também era uma criança e somente presenciar uma parte dos abusos de seu irmão, já era o bastante para a fazer chorar como uma garotinha.
Dean odiava tanto aquela situação que se machucava em surtos de raiva que começaram após enteirar nove anos. Uma vez fez um corte tão profundo em seus braços que teve que estancar o sangue com papel higiênico, pois sabia que seus pais não o ajudariam, na verdade, zombariam.
Sempre se achou um intruso naquela família. Já criara várias teorias de que era adotado — embora não achasse nenhum motivo para adotar ele se não fosse o estuprar e tratá-lo como escravo. Seu corpo sempre pareceu mais maduro que de Hermione, tendo sua altura maior que a da mesma. Mesmo tendo doze anos agora, assim como Mione, uma parte de si imaginava que poderia ter até treze.
Quando tudo aconteceu e acabou matando aquele homem desgraçado, havia sido o final de mais uma sessão particular no escritório da casa Granger. Dean ficou com tanta dor que começou a chorar ali mesmo, fato que só acontecia quando tomava banho e ficava sozinho no quarto. O garotinho simplesmente levantou suas calças e caiu no chão, soluçando forte, pressionando suas mãos no rosto, não aguento mais sentir isso todos os dias. O senhor Granger se irritou com o barulho do choro dele e foi para o atacar. Fora como se tudo explodisse dentro de Dean e o escritório foi por água a abaixo. O homem voou em direção a um prego solto da madeira no canto da sala e morreu imediatamente.
Mesmo que o alívio momentâneo fosse muito bom, Dean ainda sentiu como a culpa poderia ser cruel quando se é em família. Odiou como se sentiu quando Hermione encontrou o corpo dele, como chorou. Embora para ele, fosse o próprio diabo, era um bom pai para Hermione querendo ou não. Isso fora um gatilho muito forte para ele.
Todos eles foram levados a delegacia. Dean tentava se esquivar de sua mãe, pois sabia que ela descontaria toda a raiva nele quando a tristeza cessasse. Dean não tinha nenhuma história para contar a delegada quando chegou a sua vez de depor, então, começou a chorar de tamanho nervosismo. Ansiedade de descobrirem que matou alguém, de Hermione descobrir e odiar.
A delegada a princípio achou que era a dor de perder o pai, contudo, passou a notar os hematomas em quase todo o corpo do garoto e desconfiou, principalmente de como reclamou e gemeu de dor ao se sentar na cadeira. Somou dois mais dois e o levou até o hospital. Teve que ser ela por Dean ter pedido para não incomodar sua mãe. Tinha medo de sua reação. A mulher que o garoto para sempre se lembraria do nome, Katarina Heign, de muito bom, apesar do medo de descobrir que suas desconfianças estavam certas. Em pouco tempo de conversa com ele conseguiu criar afeto. Imaginou que se estivesse certa, como alguém poderia fazer aquele tipo de coisa com ele.
Infelizmente, estava. A médica que o atendeu paralisou quando percebeu que o exame de abuso sexual fora extremamente fácil de ter o resultado pela obstrução séria na parte íntima dele. Dean lembrava-se como Katarina e a médica choraram quando ele revelou que passava por isso a mais de um ano.
Sua mãe fora interrogada, entretanto, alegou não saber nada. Dean não sabia dizer se estava mentindo ou não, não deu importância de qualquer forma. Hermione também teve que se submeter aos testes de abuso físico e sexual. Os médicos se surpreenderam ao notar que ela não tinha nenhum sinal disso.
Dean precisou ficar internado por uma semana para que se curasse fisicamente disso e dos outros hematomas. No meio dessa semana, as alucinações começaram. Se lembrava perfeitamente do medo e angústia que tomaram o seu ser. Nunca mais conseguiu dormir perfeitamente. A voz do demônio que ele era, estava sempre presente, mesmo depois dos antipsicóticos que foram receitados para ele pela psiquiatra.
E agora encarava mais uma pessoa que parecia sentir pena dele. Não ficava irritado ou algo do tipo, apenas questionava-se o quanto era ferrado para esse ser o primeiro sentimento quando alguém o conhecia mais a fundo. E o fato de seu coração palpitar quando recebia aquele tipo de atenção de mulheres mais velhas era pelo fato de que sua mãe, após a morte de seu pai, tornou-se a nova ele. Só não o abusava, mas espancamentos estavam bastante presentes na rotina.
Saber que nenhum remédio do mundo mágico faria aquele desgraçado sair dos seus sentidos o deixou pior ainda. E medo foi o que sentiu quando ficou sozinho com a alucinação no madame Pomfrey iria para seus próprios aposentos.
Sabia que não conseguiria dormir. Isso era um luxo que conseguia apenas quando seu corpo não aguentava mais de tanto cansaço, pois o medo dos pesadelos onde o abuso não acabava nunca, era maior. Com o tempo aprendeu a não parecer tão destruído pela falta do sono e assim evitar olhares de explicação. Não falava o que passou a ninguém. Nem mesmo Hermione sabia, nem do verdadeiro motivo de seu pai ter morrido e nem que ele o fez.
Hermione foi o visitar mais cedo. Pareceu bastante preocupada com o estado do irmão e Dean sentia-se agradecido por ter alguém como ela ali. Perguntava-se como reagiria quando soubesse toda a verdade que também tinha consciência que não viria da mãe e muito menos dele.
Dean não deixou que Mione xingasse Julie. Apesar de ser ela a causa de estar na enfermaria, sabia que tinha um motivo para isso ter acontecido. O olhar dela havia mudado como o seu mudou quando matou seu pai. Ele conhecia aquele descontrole. Só não entendeu o que causou. Pensava, de forma paranoica, que talvez tivesse feito alguma coisa errada.
Dean tinha um problema sério de não ver o seu próprio lado em discussões ou brigas. Fora sempre ensinado que ele não era importado e passou a acreditar nisso. Por nunca ter pessoas que se importassem consigo na vida, com excessão de Hermione, ou até mesmo amigos, para ele, tinha um motivo e o problema era ele. Em sua mente doente, deveria fazer o possível e o impossível para que aceitassem-o em sua vida. Deveria modelar sua personalidade para se encaixar, fazer com que, de alguma forma, fosse importante na vida das pessoas e jamais falar dos próprios problemas para não cansa-las.
E quando a Lua substituiu por completo o Sol, foi quando o seu inferno particular começou. A alucinação se tornava mais viva e o homem passava a poder o tocar. Nessas horas Dean só conseguia fechar os olhos e hiperventilar de puro medo. Por isso se tornava impossível conciliar qualquer sono.
Sua saúde mental estava uma merda completa. Não fazia nem três anos completos desde que tudo ocorrera e era óbvio que não conseguia esquecer ou superar nada disso. Querendo ou não, uma criança não tinha poder de vencer tudo aquilo sozinho independente de sua força. E sinceramente, Dean não parecia querer ajuda. Não queria mais humilhação como sentiu durante toda a sua vida ou em momentos onde teve que fazer o exame de estupro. Odiava com todas as forças a si mesmo por permitir por tanto tempo aquilo. Deveria tê-lo matado mais cedo. Estaria menos machucado. A ansiedade não seria tão presente e intensa. Sua auto-sabotagem não seria tão severa e não seria tão depressivo já naquela idade. Não teria tantos pensamentos suicidas ou não teria que vivenciar esse pesadelo para sempre.
As vezes, no escuro, seu pesadelo se tornava real e sua "punição" tomava uma forma realista demais. Era como se no meio da falta de sua visão, demônios surgissem para aumentar seu medo e angústia. Era como viver num inferno que mesmo derrotando o diabo, seus servos não paravam de subir pelo corpo dele como insetos parasitas rastejantes.
Todos sua negatividade e medo fora de repente tomada por uma pausa quando a porta da enfermaria se abriu. Dean fingiu dormir por não saber de quem se tratava, mas então ouviu uma risada que reconhecia muito bem.
— Você finge dormir muito mal. — disse Julie, fazendo-o rir e abrir os olhos azuis.
Depois de Hermione, quem veio fora Isabelle, Harry e Cassy. Sinceramente Dean não imaginou o porquê da loira com uma reputação de patricinha malvada queria o ver sendo que nem diálogo direito tiveram. Se surpreendeu quando ela pareceu ser alguém legal e interessada em falar com ele. Não teve a mesma reação quando Izzy contou a visão de Julie sobre o ocorrido. Já imaginava que poderia ser um descontrole causado por alucinação, sendo que ele próprio tem a mesma coisa. Aliviou-se por não ter feito nada de errado — apesar de Izzy ter achado essa uma atitude extremamente estranha já que nenhuma atitude te iria fazer merecer o que sofreu. Não perdeu tempo explicando sua mente a ela. Nem mesmo ele entendia a si próprio.
— Estava me perguntando quando você iria aparecer. — ele passou o olhar sobre a roupa dela, que ainda era a mesma de mais cedo, porém, estava bastante molhada, a fazendo tremer levemente de frio. Deduziu que por alguma razão estava lá fora, no tempo chuvoso e tempestuoso que insistia em ser avisado da presença pelas batidas no vidro da janela.
Dean pegou sua varinha com dificuldade e trouxe uma cama mais afastada para perto.
— Tem cobertores ali.
Julie ficou surpresa. Não imaginava qual seria a reação do garoto diante do ocorrido. Não imaginava que estivesse tudo bem e que agiria como se nada tivesse acontecido.
— Lumus! — Julie conjurou e uma luz com frequência baixa iluminou a ponta de sua varinha. Foi até o armário mais afastado e deu sorte de lá haver toalhas. Começou a secar seus cabelos ruivos embaraçados pela água que nele havia. Reparou que Dean fitava intensamente sua ação e de forma leve corou. — Que foi?
— É que seus olhos parecem dois diamantes quando iluminados pela luz desse feitiço. — respondeu com um sorriso no rosto, a fazendo sentir o rosto queimar. Ninguém nunca a elogiou e um desse a fazia agradecer pela iluminação ser baixa e não ser possível ele ver como sua face coloriu quase na cor de seu cabelo. — Ficou tímida, é?
— Cala a boca! — exclamou com vergonha, se virando e enfiando a toalha novamente na gaveta em cima onde mais cobertores estavam armazenados. — Queria falar sobre...
— Não precisa — ele a cortou. — Izzy já explicou que você ficou maluca, viu e ouviu coisas de gente louca...
Julie arremessou um travesseiro nele.
— Eu posso ser mesmo, mas não fica me chamando disso — revirou os olhos, ao mesmo tempo que entendia o porquê ele estava tão tranquilo mesmo que ela o tenha colocado naquela cama com ossos quebrados. — Ainda assim, o que eu fiz foi bem... ruim...
— É, você me arregaçou. — riu mais ele, deixando-a incrédula.
— Não consegue levar nada a sério?
— Quase nada. — respondeu entre risadas da reação dela. — Se eu levasse tudo que acontece comigo a sério, teria pulado na frente de Julie Potter alucinada mais vezes.
Julie não pode evitar rir dessa vez, o xingando no processo.
— Isso é preconceito com minha esquizofrenia que estou recém descobrindo.
— Também tenho — revelou. Julie o olhou como se estivesse brincando. — É sério, começou quando em um acidente, quase como o seu de hoje, acabei ferindo fatalmente o meu pai.
Era a primeira vez que contava isso para alguém. Nem mesmo as pessoas que estavam responsáveis por ele na delegacia a anos atrás ouviram estas palavras saírem de sua boca. Não soube porquê, mas algo dizia que podia confiar naquela garota.
— Eu sinto muito... — disse Julie com pesar nos olhos. Dean imaginou que se ela soubesse 10% do que Joseph Granger era, jamais diria isso sobre sua morte.
— Não sinta. Ele era um desgraçado. Já foi tarde. — ele desviou o olhar, agora encarando o teto da enfermaria, que assim como o salão principal, também tinha um feitiço nas noites para que simulasse uma noite estrelada. Mesmo sendo só magia, era interessante observar cada uma ali.
Julie decidiu não julgar. Não sabia o que Dean teve que sofrer até que surtasse. Sinceramente achava agora que se passasse mais tempo na casa dos Dursleys acabaria acontecendo a mesma coisa.
— Desde àquilo eu vejo gente morta... — ele imitou a cena de Cole no filme o sexto sentido e todos que conhecessem Julie saberia que era impossível não gargalhar com isso. — Já assistiu esse?
— Claro! É um clássico! — disse limpando a água de seus olhos de tanto rir. — Por favor, não faz mais referência a filmes que sei que ninguém em Hogwarts viu. Vou acabar me apaixonando muito facilmente. — brincou.
— Olha só, então já tenho o segredo do coração de Julie Potter. — ele abriu mais o sorriso, no mesmo tom de flerte do comentário sobre os olhos dela. Na mesma hora se arrependeu do último comentário, corando de novo. — É tão facil te deixar "tímida", meu deus!
— Cala a boca! — exclamou novamente, o fazendo gargalhar. — Deveria ter te batido mais. Tá muito brincalhão para o meu gosto.
— Como já dizia Lana del Rey: "ele me bateu mas soou como um beijo". — Julie até tentou, mas foi impossível não rir tão alto que teve medo de alguém ir até a enfermaria.
— Meu Deus, não sabia que você era tão idiota!
— E você riu, é no mesmo nível ou até mais!
Julie aproximou mais sua cama da dele, a ponto de ficarem quase coladas. Começou a olhar para seu corpo, especificamente onde estavam seus machucados. Não tinha nenhum membro engessado, porém os locais onde se quebraram, estavam roxos. Ela levou sua mão para esses locais, passando levemente o palmo sobre eles, ouvindo os grunhidos baixos dele quando encostava no ponto machucado.
— Não entendo como fiquei tão forte para te machucar assim... — disse ela sem deixar de encarar todos os roxos, até ver um que estava em sua bochecha, dando-se ao fato de um dos golpes terem sido certeiros ali. A dor deveria ter sido bem grande. Julie se aproximou e deu um leve beijo no local, com o espírito de vingança acima de sua razão naquele instante. Sorriu satisfeita quando viu suas bochechas adquirirem a coloração rosa. — Ficou tímido, é?
— Que desgraçada vingativa... — riu ele, ainda próximo dela.
— Nunca mexa com uma Potter. — tentou falar uma frase de efeito mas não deu tão certo. — Não que eu tenha conhecido algum Potter com excessão a mim e meu irmão, que não é muito exemplo de alguém atrevido até então...
— Você já conta como uma família inteira.
— 'Tá me chamando de gorda?
Dean gargalhou com força. Julie o estapeou bem na onde estava roxo, obrigando-o parar e fazer um biquinho.
— Isso dói!
— É para doer!
Julie poderia ir embora agora que sabia que estava tudo mais do que bem com Dean, porém, antes mesmo dele notar que estava na enfermaria, viu como ele agia no meio do "sono". Imaginou que ele era como ela, repleto de pesadelos quando era deixado apenas consigo mesmo, embora estivesse certa, não sabia a gama. Assim mesmo, teve uma ideia.
De forma espontânea, pegou o travesseiro que anteriormente havia jogado nele e se deitou na cama, cobrindo-se e ajeitando o objeto em sua cabeça.
— Vai dormir aqui? — perguntou Dean, levemente confuso.
— Não to afim de ficar para fora porque sei que não vou saber o enigma do salão comunal. — deu de ombros. Não queria falar que era para ajudá-lo. Poderia não receber isso de uma forma positiva e de fato, não estava a fim de sair dali. — Antes de amanhecer eu vou embora. Tenho certeza que algum professor ou o diretor era me dar uma bronca fodida mesmo...
Dean não pode evitar sorrir feliz com aquela atitude. Independente do motivo, faria com que depois de anos, dormisse sem alucinações, pesadelos ou demônios do Karma o pertubasse. De alguma forma, sabia que a aura, energia, presença ou sei lá o que aquela garota tinha, impedia todas essas coisas ruins de o atravessar.
E não demorou mais dois minutos acordado, adormecendo como a criança de nove anos que fora traumatizada demais para nunca mais fazer algo tão normal e necessário sem que estivesse quase morrendo para tal.
E Julie não queria mais pensar no fato da personalidade de Dean a lembrar cada vez mais de Ethan, então logo dormiu também.
𓄹⸼ ⊹ ִ notas finais:
I. oi fml postei até cedo esse capítulo ihuuu. queria avisar que, sei que esse capítulo foi bem pesado, um dos mais que já escrevi e olha que poupei bastante detalhe. Eu espero que não tenha dado a impressão errada porque tentei descrever da forma menos pesada que consegui, evitando até a palavra usada ali.
II. eu também sei que as referências de cultura Pop, como a Lana, não existia nessa época, mas é uma fanfic e queria descontrair então apenas relevem esses fatos de data ai.
III. falem o que acharam do capítulo. Comentários, teorias e tals? Comentem tudo e principalmente, lembrem de votar!
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