﹙⠀XXVI.⠀﹚ Villainy and Violence

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★ ۫ ݂﹙DAG TORRANCE ﹚ㅤׅ ۫ㅤ݂ ५
𝐂αpítulo: "Vilania e Violência"

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A ESCURIDÃO DA CELA parecia ter se infiltrado em cada parte de mim, como se a sombra estivesse grudada na minha pele. O cheiro de ferro e concreto era inescapável, e o som das correntes me lembrava que estava preso em um
pesadelo do qual não conseguia acordar. As horas passaram lentamente, cada uma delas uma tortura. Eu pensava em Astrella, imaginando seu olhar, sua voz, o calor que ela trazia mesmo em meio ao caos.

Quando finalmente fui levado para o tribunal, a luz do sol bateu em meu rosto como um lembrete cruel da liberdade que havia perdido. O salão estava lotado, cheio de rostos ansiosos e olhos curiosos, todos esperando pela mesma coisa: o espetáculo de um homem acusado de crimes hediondos. Meus pensamentos se voltaram para Astrella. Como ela estaria se sentindo agora, sabendo que tudo o que construímos estava prestes a desmoronar?

Fui colocado na bancada dos réus, e a atmosfera era palpável. O juiz se acomodou, e eu percebi que todos os olhares estavam em mim. O advogado de defesa começou sua argumentação, mas eu mal escutava. O que me consumia era a presença dela. Astrella estava sentada ao lado de Killian, e eu podia ver uma tensão em seus ombros. Havia algo diferente nela, uma força, mas a insegurança ainda a rondava como um fantasma.

- O tribunal chamará a testemunha, Astrella Vaughn - anunciou o juiz.

Meu coração disparou. Ela se levantou, e o silêncio tomou conta da sala. Quando ela começou a andar, notei que seus passos eram firmes, mas suas mãos tremiam levemente. Algo dentro de mim se retorceu ao pensar no que ela poderia dizer.

Ela se virou para mim, e eu senti o peso do mundo nas minhas costas.

- Astrella, você não precisa fazer isso - tentei implorar, mas a voz saiu mais como um sussurro desesperado. A ideia de que ela poderia me trair era insuportável.

O juiz a encorajou a prosseguir. Ela respirou fundo e começou a falar:

- Dag Torrance é culpado. Ele cometeu crimes horrendos.

Cada palavra dela era como um golpe no estômago. As pessoas ao nosso redor começaram a murmurar, e eu senti o chão se abrir sob meus pés. Como ela poderia dizer isso? Como ela poderia me entregar assim, em público, para todos aqueles estranhos?

- Ele me forçou a me casar com ele - continuou Astrella, a voz firme, mas com um tremor que não podia esconder. - Eu sei o que ele fez. Ele me ameaçou. Eu não posso mais viver com esse medo.

O desespero tomou conta de mim. Astrella estava se afastando de mim, e a dor de sua traição era quase física. Eu queria gritar, queria que ela visse a verdade, mas a sala estava em caos. Eu não podia aceitar que ela estivesse me entregando assim.

- Você está mentindo! - eu disse, mas a sala estava cheia de murmúrios e olhares inquisitivos. Cada palavra que ela pronunciava era uma facada, e o vazio em meu peito se expandia.

O juiz a observava, e eu percebi que a verdadeira batalha não era apenas sobre as acusações que pesavam sobre mim. Era sobre nós, nossa relação, agora exposta para todos. O peso das suas palavras se tornava uma arma contra mim.

E naquele instante, percebi que precisava agir.

[. . . . .]

O som do martelo da juíza ecoava na minha cabeça, mas eu sabia exatamente como isso iria acabar desde o começo. As portas da sala de audiência se abriram, e a onda de murmúrios do público me irritava, mas eu mantinha a postura. Um leve sorriso desenhava-se nos meus lábios enquanto eu me mantinha na cadeira reservada aos réus, olhos fixos na mulher à minha frente, minha "esposa". Se assim você pudesse chamar.

Ela não ousava me encarar. Sabia muito bem o que estava em jogo aqui. Sabia o que aconteceria se ela tentasse alguma gracinha. A pressão na sala estava palpável, como se o ar estivesse sendo sugado. E eu adorava isso. Controlar o caos ao meu redor. Eles achavam que tinham o poder, mas estavam todos nas minhas mãos.

A juíza, uma mulher já nos seus sessenta e poucos anos, mantinha o rosto impassível. Mas eu vi nos olhos dela a hesitação. A cidade de Thunder Bay era pequena demais perto da minha, resistir à minha família. Prefeita. Senadora. Eu tinha a certeza que ninguém ali ousaria desafiá-las. Especialmente ela.

O advogado de defesa começou a falar, sua voz grave e metódica:

- Meritíssima, meu cliente se declara não culpado das acusações de assassinato. Contudo, ele admite responsabilidade pelos crimes de obstrução de justiça e coerção. Uma situação infeliz, que ele lamenta profundamente.

Eu observei a juíza me avaliar, como se ela tivesse algum poder real sobre o que ia acontecer ali. Francamente, tudo isso não passava de um jogo. E eu sempre venci.

Meus olhos desviaram para ela - a mulher que deveria ser minha testemunha de acusação. Minha "esposa" forçada. O jeito que seus dedos tremiam em seu colo me divertia. Ela sabia que, se abrisse a boca, eu acabaria com ela. Eu a tirei de seu mundo miserável e a coloquei no meu. Não havia nada que ela pudesse fazer para escapar.

Mas eu ainda... eu ainda queria fugir com ela. Merda.

Ela só tinha que seguir o roteiro.

- Sr. Torrance... - A juíza me encarou. - Está ciente das acusações que enfrenta? Assassinar dois homens a sangue frio, forçar uma mulher a se casar para silenciá-la... Como se declara?

Meu advogado me lançou um olhar rápido, uma pequena indicação para que eu deixasse ele falar. Mas eu já tinha jogado as minhas cartas.

- Inocente, Meritíssima - murmurei, firme, o som reverberando pela sala.

A promotoria levantou-se de repente, como se estivesse tentando lutar contra o inevitável.

- Isso é um absurdo! Os fatos são claros! Dag Torrance deveria passar o resto de sua vida atrás das grades. Assassinato em primeiro grau, coerção, cárcere privado... Não podemos fechar os olhos para a verdade!

Eu não pude evitar uma risada curta. A verdade? Eles realmente acreditavam que a verdade significava alguma coisa nesse tribunal? Naquele momento, eu sabia que já tinha vencido. A cidade de Medirian City era minha. Eu conhecia cada pessoa com influência suficiente para mudar o resultado. O poder sempre esteve com minha família, e eu não era o primeiro Torrance a escapar da justiça. Nem seria o último.

A juíza fez uma pausa, sua boca tensionada, os olhos buscando algo nas folhas diante dela. Tudo calculado, tudo cuidadosamente manipulado.

- Após ouvir ambas as partes, este tribunal encontra Dag Torrance culpado das acusações de obstrução da justiça e coerção. No entanto, o tribunal não considera que os assassinatos foram premeditados. Como tal, o acusado será condenado por homicídio culposo. A sentença é de 5 anos de prisão.

Cinco anos. Cinco malditos anos. Para eles, isso parecia uma vitória. Para mim, era nada. Um piscar de olhos. Eu já podia ver o futuro; não ficaria nem a metade desse tempo trancafiado.

O promotor começou a gritar, como se suas palavras tivessem algum impacto.

- Isso é uma farsa! Esse homem é perigoso!

A juíza bateu o martelo com força.

- O veredito está dado. Está encerrado.

O som metálico do martelo reverberou por um segundo, e então houve silêncio. Puro silêncio. Como eu gostava disso. Era o tipo de silêncio que vinha antes da tempestade. Eu olhei para minha "esposa" mais uma vez, seus olhos cheios de pavor e arrependimento. Ela sabia que o tempo estava correndo.

Cinco anos? Não. Eu voltaria antes disso. Ela não tinha ideia do que a esperava quando eu saísse.

Me levantei, os guardas vinham me escoltar. Um sorriso se formou em meu rosto enquanto eu olhava para ela uma última vez. Não demoraria muito até que eu a visse de novo. E quando isso acontecesse, eu faria questão de lembrar a ela quem estava no controle.

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