﹙⠀XXIX.⠀﹚ Feast of Falsehoods
𝒙𝒙𝒊𝒙. ⠀⠀⠀␥⠀⠀𝓐𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 𝓥𝙰𝚄𝙶𝙷
❆⠀𓈒 ׁ ˖⠀𝓕𝚎𝚊𝚜𝚝 𝒪𝚏 ℱ𝙰𝙻𝚂𝙴𝙷𝙾𝙾𝙳𝚂. ⠀֪ ʾ
UM PELO DINHEIRO, dois pelo show. Três por Astrella Vaughn.
Durante longos anos, mantive uma fachada impecável para protegê-la. Menti para o meu tio, para os meus primos, para toda a minha família. Sacrifiquei tudo para garantir que ela ficasse a salvo. E o que recebi em troca? Cinco malditos anos atrás das grades. Cinco anos pagando pelos crimes que ela teve a audácia de desfrutar sem um pingo de remorso.
Mas agora, as coisas mudaram. Não há mais onde se esconder. Ela é minha novamente, e não vai escapar desta vez. Vou destruir cada pedaço dessa vida medíocre que ela tenta reconstruir, até que não reste mais nada além de aceitação. Até que ela finalmente entenda: ela pertence a mim.
A vida de Astrella nunca foi mais do que um conto de fadas disfarçado, repleto de mentiras bem elaboradas. Mas agora, ela vai entender o que significa viver com medo, o que é ser controlada por alguém que conhece todos os seus pontos fracos. Ela vai entender o quanto eu posso ser implacável quando decido que algo me pertence.
A primeira vez que a vi depois de tanto tempo, estava tão... perdida. Ela ainda vestia aquela máscara de indiferença, como se nada tivesse mudado, como se eu não tivesse a força para reescrever as regras. Ela achava que poderia fugir daquilo que construímos, mas nunca percebeu que eu sou o único dono do jogo. Cada movimento dela, cada respiração, me pertencia. Ela só não sabia disso ainda.
Astra se deixou envolver pela fantasia de uma vida diferente, mas não se enganava: nada muda sem pagar o preço. E eu não sou um homem que se esquece de quem lhe deve.
Entrei apressado na sala, meus passos ecoando pelo ambiente. Fui até o fundo, tentando esconder o desconforto de estar atrasado. A verdade era que eu não podia deixar de ver Astrella na casa de Athos antes de tudo.
— Tá atrasado, filho — meu pai comentou, com os braços cruzados, seu olhar implacável.
— Eu sei. Mas, pelo menos, estou aqui, não estou? — retruquei, tentando disfarçar o incômodo.
Antes que meu pai pudesse responder, a porta se abriu. Kai entrou na sala, aquele sorriso travesso estampado no rosto, como se nada tivesse acontecido. Mas eu sabia muito bem o que estava por trás disso. Kai havia sido "preso" por um tempo, mas todos sabiam que aquilo não passava de um plano. O verdadeiro culpado pelo sequestro de Maevie estava longe de ser ele; tudo não passava de um teatro.
— E aí, gatoto — Kai disse com um tom de brincadeira, como se tivesse acabado de sair para uma caminhada no parque, não de uma prisão. — Aconteceu alguma coisa interessante enquanto eu estive fora?
Meu pai soltou um suspiro impaciente.
— Sabemos que você já está livre, Kai. Não precisa continuar com esse teatrinho.
Kai riu, sem se importar com a indireta. Ele sabia que estava jogando com todos. A prisão, os dias atrás das grades, era apenas parte do show, uma distração para manter as aparências. O plano havia funcionado perfeitamente até agora — Astrella acreditava que o culpado pelo sequestro de Maevie já tinha sido preso e solto por fiança, que o problema estava resolvido, quando na verdade tudo estava sendo manipulado desde o início.
Eu o observei com raiva, sentindo o peso da mentira sobre mim. Sabia que, no final das contas, tudo acabaria atingindo Astrella, e eu, como todos ali, fazia parte do jogo.
A porta se abriu novamente, e desta vez, quem entrou foi ninguém menos que Nikova Banks, minha tia. Ela entrou sem pedir permissão, como sempre, e nos ofereceu um sorriso — um daqueles sorrisos cheios de intenções ocultas.
— Sabem, a Rika acha que é maldade fazer isso com a garota. Winter também pensa o mesmo, e, bem, a Emmy se ama demais para se envolver nessa idiotice masculina — comentou ela, acomodando-se na poltrona com uma calma que contrastava com o tom venenoso de suas palavras. — Mas essa garota... ela fez meu marido ficar tanto tempo longe de mim e dos meus filhos, e ainda assim, quando estava se divorciando do meu sobrinho, teve a ousadia de transar com o meu filho. Eu diria que até parece filha do Michael, de tanta burrice.
Banks deu um passo em direção a mim, seus saltos batendo no chão com precisão. Ela parou perto de mim, perto o suficiente para que eu pudesse sentir sua presença de forma mais intensa, mas não intimidante. Ela parecia calma, mas eu sabia que não era o tipo de pessoa que gostava de perder.
— Você está aqui, mas ainda não entendeu tudo, não é? — disse ela, com a voz suave, mas sem esconder a autoridade. — Está tentando entender o jogo, mas ainda está um passo atrás. Vou te dar um conselho, querido: se continuar olhando para as sombras de outras pessoas, nunca verá a luz.
Eu a encarei. Não estava disposto a mostrar qualquer fraqueza.
— Eu entendi o suficiente — respondi, tentando manter a voz firme. — E o jogo que você acha que está jogando vai acabar. Vou tirar Astrella disso. Se alguém vai estragar a vida dela, essa pessoa vai ser eu. Não vocês.
Banks soltou uma risada baixa, como se estivesse divertida.
— Ah, você acha que pode protegê-la, não é? — Ela inclinou a cabeça, observando-me como se quisesse entender o que se passava na minha cabeça. — Mas ainda não percebeu? Astrella nunca foi a vítima. Ela sempre soube jogar as regras.
Eu senti uma pontada de raiva, mas tentei me manter calmo. As palavras dela, embora provocativas, tinham algo de verdade. Astrella sempre soubera como manipular a situação, como controlar as pessoas ao seu redor.
— Você acha que ela é mais do que realmente é, não é? — Banks continuou, seu tom impregnado de desdém, cada palavra cortando como uma lâmina. — Astrella não é o que você imagina. E quando perceber isso, será tarde demais para voltar atrás.
Ela fez uma pausa, inclinando-se ligeiramente para frente, como se pesasse suas palavras antes de soltá-las. — Se quer ser egoísta e buscar vingança sozinho, vá em frente. Mas, se deseja uma vingança bem feita, precisa da família.
Seus olhos se desviaram para trás, pousando diretamente no meu pai, como se quisesse enfatizar seu ponto.
— Não há como fugir da família. Sangue é sangue. E o sangue que corre no coração dela? Esse é inútil.
— Sangue é sangue, não é? — retruquei, minha voz cheia de sarcasmo, tentando esconder o desconforto que as palavras dela haviam causado. — Mas não se esqueça, Tia, que às vezes é preciso derramar sangue para quebrar correntes.
Ela riu, uma risada baixa e cheia de desdém, como se minha tentativa de enfrentá-la fosse uma piada.
— Você é um garoto corajoso, eu admito isso — ela disse, cruzando os braços e inclinando levemente a cabeça. — Mas coragem sem estratégia é suicídio. E, sinceramente, você parece mais disposto a se jogar no fogo do que a pensar com a cabeça. E eu te amo Dag, e não vou permitir suicidio.
Quando chegou ao lado dele, colocou a mão delicadamente sobre o ombro dele, o gesto tão possessivo quanto calculado.
— Seu filho tem potencial, mas não sabe jogar em equipe. — Ela disse, como se eu não estivesse ali. — Isso é perigoso, para ele e para todos nós.
Meu pai finalmente quebrou o silêncio, sua voz grave e controlada preenchendo o espaço.
— Banks, você gosta de brincar com fogo, mas se continuar cutucando, pode acabar se queimando. — Ele olhou para mim em seguida, os olhos firmes. — E você, precisa decidir de que lado está. A lealdade à família é o que nos mantém vivos. Não se esqueça disso.
Banks riu novamente, desta vez mais baixa, quase um sussurro.
— Não seja tão duro com ele. Ele só está tentando proteger o que acha que ama. Um erro comum — disse ela, pausando por um momento. Seus olhos brilhavam com algo perigoso, uma mistura de ironia e ameaça velada.
Ela inclinou a cabeça ligeiramente, o tom de voz agora mais afiado. — Mas vou te dizer uma coisa, querido: a vingança não vai te dar uma família. Sangue derramado não vai te trazer uma vida feliz.
Ela respirou fundo, como se medisse cada palavra antes de continuar:
— Se você quer vingança, eu vou te ajudar. Mas, se realmente a ama, deixamos as desavenças de lado. Nesse caso, ela será uma de nós.
Que capítulo, hein? Confesso que eu odiei tanto escrever isso que quase deletei umas três vezes... mas sabe como é, o plot tinha que sair de algum jeito. Então, foi isso.
Próximos capítulos? Ah, esses sim prometem! Revelações bombásticas, brigas intensas, mortes inesperadas (ou não) e aquele drama que vocês amam odiar. Aproveitem porque a loucura tá só começando.
Agora, papo sério: o engajamento anda tão baixo que quase vendi a alma pra ter um comentário a mais. Gente, não me abandonem, eu imploro. Comenta, vota, me manda um sinal de vida! Por favorzinho, tá? Ah, e obrigada pelos 5k! Vocês são tudo.
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