Min Yoongi

E lá estava eu, deitado na minha cama encarando o teto incrivelmente branco, totalmente sozinho. De alguma forma, realmente sufocante, eu me sentia sozinho, mesmo que antes eu não estivesse realmente acompanhado de Hoseok.

E por falar nele... onde deve estar? Em casa? É possível, ele é um tanto reservado. Ou será que está em alguma boate? Ele pode estar, talvez use algum tipo de documento clandestino e convença ao segurança de que tem 21 anos. Quem sabe não é? Ardiloso como é, eu não duvidaria.

Me viro na cama, deitando-me de lado e encarando o relógio empoeirado do criado mudo. São 22:03, bem eu sei que os clubes daqui fecham as 02:00 da manhã, se ele estiver por lá com certeza vai ter tempo o suficiente para fazer alguém cair em sua lábia. Quem sabe talvez já estivesse se atacando com algum qualquer em uma das cabines do banheiro da Lótus, ou então esteja galanteando alguma mulher no bar.

Ele só têm 18 anos, Yoongi! Manera na imaginação.

Solto uma lamúria, me virando de bruços e sentindo meus olhos arderem. Minha cabeça parece ter sido apertada mil vezes pelas mãos de Jimin, e meu corpo está um pouco mole. Talvez eu esteja doente. Hoseok Vagabundite. Conhecem essa doença crônica?

Talvez conheçam, do jeito que Jung Hoseok é famoso, eu não duvido.

Mas, sabe qual o pior disso tudo? É que ele nunca me prometeu nada, absolutamente nada. Nunca prometeu colocar um anel de diamante no meu dedo, nunca prometeu exclusividade, nunca prometeu me amar. Tudo isso eu projetei sozinho em minha mente e consequentemente acabei por criar e ter expectativas que nunca realmente foram sustentadas por ele.

Eu só queria não ter expectativas. Queria não esperar demais, e no fim só me decepcionar com tudo. Queria não ser tão caído por ele. Não, acho que é muito prepotente querer isso. Talvez eu só queira entrar na cabeça dele, sem confronto, sem os muros que me impedem de chegar até ele, e então ver, conhecer, saber sobre. Saber se, por menor que seja, ele já tenha sentido algo por mim.

Eu não poderia culpa-lo por muita coisa, a única coisa que eu poderia jogar em sua cara é o fato de ter me feito chorar algumas vezes, durante a noite. Depois que reconheci que gostava de Hoseok, chorei algumas vezes, decepcionado por já saber que ele não retribuíria meus sentimentos. Talvez tenham sido três ou nove vezes que me peguei deitado na cama, virado de lado em uma lamentável posição fetal enquanto chorava copiosamente como uma atriz de novela mexicana; alguma dessas vezes eu sentia o cheiro do perfume dele na minha cama, culpa das nossas transas insanas.

Todas as lágrimas que eu derramei, todo o sufoco que passei, toda a dor que tenho sentido, e a única coisa que eu queria era que Jung Hoseok estivesse nessa mesma porra de cama.

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