07, uma boa dupla

A NOITE HAVIA SIDO longa demais. Claire ouviu tudo o que Rafe e a garota fizeram no quarto ao lado, cada mínimo barulho. E apesar de sentir que deveria ter interrompido, a garota não o fez, não querendo dar motivos para que ele se achasse no direito de incomoda-la ainda mais.

Ao acordar quase na hora do almoço, Claire vê uma mensagem de seu pai em seu celular. Quando ela falou com ele sobre o ouro esperava uma reunião online e não que o empresário estivesse perto o suficiente para decidir aparecer de surpresa. A mensagem enviada de madrugada só havia sido lida agora, quase sete horas depois. Há essa altura onde ele estaria? A garota salta da cama e calça seus chinelos, correndo para o andar debaixo.

— Rafe! Rafe! — Claire grita, descendo as escadas em pulos.

Rafe, que estava sentado na mesa da cozinha tomando uma xícara de café acaba se engasgando com toda a gritaria. Ele se põe de pé, cambaleando para frente enquanto pensava em ir ao encontro da garota. Talvez alguém tivesse invadido ou até mesmo um rato... Se fosse um rato ele com certeza a deixaria sofrer por alguns minutos.

O garoto mal tinha dado cinco passos quando Claire entra na cozinha, com o maldito pijama azul que além de ser minúsculo era transparente o suficiente para exibir seus mamilos. Subitamente ele se sente um pouco engasgado de novo.

— Dá pra parar de andar seminua pela casa? — pede, usando o dedão para apontar para Sofia, sentada na mesa do café.

Quando Claire percebe que é a mesma garota da noite anterior sente uma pontada de raiva, afinal, o quão sério isso estava ficando?

— Eu estou de pijama — se defende, colocando a mão na cintura.

Rafe desce os olhos por seu corpo, se demorando mais em seus peitos. Os mamilos rosados e eriçados estavam marcados por baixo da renda azul, como um maldito convite para suas mãos e lábios... Porra, ele não podia ficar duro agora.

— E eu estou vendo seus peitos — diz, entredentes.

A garota sorri com o canto da boca.

— Então desvia o olhar.

Ele revira os olhos e dá de ombros, voltando a se sentar na cadeira. Sentado talvez seu pau duro não chamasse tanta atenção. Pra ele era ridículo a maneira que seu corpo respondia as provocações baratas de Claire, Rafe havia perdido as contas de quantas vezes trepou com Sofia pensando na garota do quarto ao lado. Querer tanto algo que não pode ter o deixava... Insaciável.

— O que você quer, karma? — pergunta, curioso pelo motivo de tanta gritaria.

Claire cruza os braços, olhando para a garota sentada da mesa do café.

— Não posso falar com ela aqui.

A desconhecida sobe os olhos até Claire, percebendo que ela era alvo do assunto. Um sorriso mínimo surge em seu rosto e ela se levanta, colocando a xícara na mesa.

— Bom dia pra você também — diz, passando por Claire e indo em direção ao Rafe. — Eu já vou indo...

Claire não consegue evitar fazer careta quando os dois se beijam, em despedida.

— Até mais — Rafe murmura com um sorriso.

Assim que a garota sai e Rafe olha novamente para Claire o seu sorriso desaparece. Ele estava começando a achar que todo o tesão só podia ter a ver com o ódio crescente que surgia em seu peito toda vez que a via, o ódio que só existia porque existiam tantas coisas que ele queria fazer com ela...

— Diz logo — pede, desviando o olhar de volta para o celular.

— Meu pai está vindo.

Certamente não era isso que ele esperava.

— O quê?

— Ele está vindo pra cá, Cameron — repete. — Hoje.

A notícia é tão chocante que faz o sangue de Rafe voltar a circular imediatamente, permitindo que ele fique de pé.

— Por que ele faria isso?

— Eu falei com ele que tínhamos um negócio e dei o azar dele estar em New Bern. Deve chegar a qualquer momento.

A garota também não estava feliz com isso. Ela e o pai tinham uma relação muito boa e próxima mas era incômodo o fato dele achar que era o dono dela. Como se Claire fosse uma de suas jóias preciosas que precisam ficar dentro de algum tipo de redoma. Ela não era o que o pai queria que fosse.

— A qualquer momento? — Rafe repete, ainda tentando assimilar o acontecido.

— É. Então avise ao Barry pra não pisar aqui, diferente de mim ele não gosta de marginais.

Rafe faz careta com a frase mas não tinha tempo para se incomodar com isso, precisava pensar logo no que falar e em como convence-lo de que todo aquele ouro era sim um bom negócio.

— Eu nem ao menos sei o que falar pra ele.

Isso definitivamente não era uma preocupação para Claire. Ela conhecia seu pai mas acima de tudo sabia que ele a amava e faria qualquer coisa por ela, se ela era uma pessoa confiante hoje é porque seu pai a ajudou com isso.

— Vai na minha, vai ser sucesso.

— É inacreditável! — Rafe exclama, passando pela garota em direção a sala. — Os empregados não estão aqui e a casa está uma zona!

— Eu ajudo — Claire grita, correndo até a porta do escritório. Com esse pijama dava pra ver quase metade da bunda dela e as coxas... Não tinha como se concentrar com ela assim.

— Não — Rafe diz, firme. — Você vai lá em cima vestir uma roupa decente, eu ajeito aqui.

— Grosso — ela resmunga enquanto vai em direção as escadas.

— Karma! — grita de volta.

Claire veste a primeira roupa que experimenta, satisfeita com o resultado. Arruma os cabelos, escova os dentes e passa um pouco de blush para esconder as imperfeições de sua pele. Em menos de dez minutos a garota está de volta a sala vendo Rafe saindo da cozinha.

— Está bom assim?

Para Rafe, Claire estava linda. Não que não estivesse sempre mas de uma maneira especialmente diferente, da maneira que se lembrava dela antes dos quatro anos distantes. Calça jeans preta, um top branco e all stars, o cabelo longo e castanho completamente solto e pouca maquiagem no rosto. Nada de decotes, roupa justa ou pernas expostas.

— Acho que nunca te vi de calças — provoca, não sendo capaz de formular um elogio. Não para ela.

Claire revira os olhos e passa por ele, se jogando no sofá.

— Há há, muito engraçado! — ironiza, colocando os pés na mesa de centro. — Nada de falar que eu estou metida nisso, se meu pai sonhar que estou atrás de dinheiro é capaz de me enjaular de vez. Ele sabe do poder que tem.

Rafe se senta ao lado da garota, também colocando seus pés em cima da mesa.

— Qual é o problema dele com isso afinal?

— Acho que ele não quer ficar sozinho... E óbvio que não quer que a empresa acabe nas mãos erradas. É uma droga que ele não tenha tido um filho homem.

O garoto dá risada, tomado por uma inveja profunda. Ele gostaria que seu pai não abrisse mão dele por nada no mundo.

— Já reparou que está reclamando por ser herdeira de uma multinacional milionária?

Claire se vira, olhando para ele.

— É. Garotas ricas também tem seus problemas.

Os dois gargalham juntos, se encarando numa distância perigosa. Rafe só conseguia pensar no quanto a desejava, no quanto seus lábios pareciam macios e no gosto que sua boca deveria ter. Já Claire estava tomada por um sentimento novo e que crescia mais e mais a cada dia, aquele tipo de sentimento que te dá frio na barriga.

Quando a campainha toca os dois voltam a realidade, desviando o olhar.

— Ah, deve ser ele — Claire murmura, um pouco atordoada. — Eu atendo.

— Por favor.

Claire sai em um pulo em direção a porta, tomada por certa adrenalina depois do momento com Rafe. Quando ela abre seu pai é revelado, logo atrás dele está Marcus, seu braço direito e fiel escudeiro. Um homem negro, alto e forte, que o acompanhava de cima pra baixo e era especialista em pedras preciosas. Uma dupla um tanto quanto indiscreta.

— Oi pai — Claire diz, abrindo um sorriso.

Seu pai leva suas duas mãos ao rosto da filha, as posicionando uma em cima de cada bochecha.

Princesse! — exclama, com um sorriso e beija o topo da cabeça da filha. — É bom te ver.

Jacques Bertrand era um homem bonito e atualmente beirava os cinquenta anos. Ele havia se casado com Rose quando a mesma tinha apenas dezessete, o que foi um escândalo para a sociedade parisiense graças a diferença de idade de quase quinze anos. Ambos haviam se casado pois estavam esperando um bebê e eram perdidamente apaixonados. Em poucos anos todo o amor virou ódio e o divórcio ocorreu quando Claire tinha apenas cinco.

Ela havia morado mais cinco anos com a mãe, até que ela se casou com Ward e Jacques decidiu intervir, afirmando que não queria sua filha perto de "mal elemento". Não se sabe o que ele disse ao juíz mas acabou funcionando.

— Entra — Claire pede, abrindo espaço para que os dois passem. — Oi Marcus!

— Claire — Marcus a cumprimenta com um sorriso, entrando na casa dos Cameron.

Claire fecha a porta atrás de si, pedindo a qualquer força que governe o Universo que seu pai não desse um show. Jacques era um cara excêntrico, tinha gostos caros e sempre foi rico, então não tinha papas na língua ou algum tipo de filtro. Ele era esnobe e esbanjava sempre um ar de superioridade em todas as suas falas.

— Lembra do Rafe né? — a garota pergunta, apontando para o garoto.

Jacques o olha de cima a baixo.

— E tem como esquecer? Como vai garoto?

Rafe dá um passo a frente, estendendo a mão para Jacques que reflete por alguns segundos antes de segura-la.

— Bem senhor Bertrand. Obrigado por vir.

Ele também troca um aperto de mão com Marcus. Rafe faz sinal para que eles se sentem no sofá e fica um pouco mais tranquilo quando Claire não se senta ao lado do pai e sim dele. Jacques corre os olhos pelo local como se procurasse algo.

— Onde está a Rose? — pergunta.

Rafe engole em seco, olhando de soslaio para garota ao seu lado.

— Ela... Não está aqui.

— E ela vai demorar?

— Ela está em Guadalupe pai — Claire diz de uma vez, para o desespero de Marcus que faz careta temendo pelo pior.

Marcus e Claire aguentavam muitos chiliques e a essa altura já haviam aprendido a se divertir com isso.

— E deixou você aqui sozinha com esse garoto? — questiona, cruzando a perna. — Ela tem algum problema?

— Eu estou ajudando o Rafe a fechar a empresa e vender algumas das propriedades.

— Por que o Ward não faz isso?

Dessa vez é Claire quem busca algum apoio em Rafe.

— Ele está morto pai — diz, mesmo sabendo que é mentira. Para o resto do mundo era verdade, então não importava muito. Quem sabe isso amolecia um pouco seu coração em relação a família Cameron.

Para a surpresa de todos na sala Jacques cai na risada.

— Bem, esse aí já foi tarde.

Rafe abaixa os olhos, encarando seu próprio colo e tentando se fingir de ofendido.

— Pai! — a garota o censura. Para ela pouco importava se Ward era uma boa pessoa ou não ou se Rafe era um pé no saco ou não. Ele era filho dele e não merecia ouvir esse tipo de coisa em nenhuma ocasião.

Jacques se controla, respirando profundamente depois de sua pequena crise.

— Desculpa garoto mas é verdade.

Claire cruza os braços.

— Isso não foi legal.

— Vou ligar pra sua mãe — decreta, passando a mão pelo cabelo. — Isso não pode ficar assim. Vocês são jovens demais para ficar sozinhos sem nenhum responsável presente.

— Nós somos adultos.

— Tenho minhas dúvidas — rebate, dessa vez colocando as mãos na têmpora. Para Jacques era inadmissível que Rose achasse que toda a situação era normal. — E foi por isso que tirei sua guarda da desequilibrada da Rose.

— A mamãe não é desequilibrada — Claire a defende.

— Não totalmente — Rafe ironiza, arrancando uma risada de Jacques.

Nesse momento o francês havia decidido que Rafe não era de tudo ruim.

— Certo, vamos logo com isso. O que você tem pra mim, garoto?

Claire assente para Rafe que então se levanta e pega a maleta em cima da mesa de centro, abrindo-a e a estendendo em direção a Jacques. Marcus pende um pouco para o lado, também interessado em ver o conteúdo.

— E de onde veio isso, tem muito mais — o garoto diz com um sorriso.

Jacques parece um pouco hipnotizado por alguns momentos e várias emoções passam por sua cabeça mas a predominante sem dúvidas é a surpresa. Aonde um garoto tão jovem teria conseguido tanto ouro assim?

— Onde arranjou isso? — pergunta, ainda sem desviar os olhos das pequenas e deformadas barras de ouro na sua frente.

— O que eu te falei pai? — Claire o lembra da ligação que haviam feito.

— Um ouro que estava escondido há muitos anos e que você encontrou — diz, apontando para Rafe.

O garoto assente.

— Eu pensei que talvez você tivesse algum interesse em comprar.

Jacques o encara, com uma das sobrancelhas erguidas.

— Sabe que sem a procedência o valor não vai ser igual, não sabe? Tendo a procedência o preço é bem maior.

Ele não era topo de cadeia atoa. Seus materiais eram puros, completamente assegurados e extraídos de lugares de confiança, por pessoas de confiança, lapidados praticamente por anjos. Cada um desses passos era indispensável para um produto top de linha. Sem a procedência, as jóias não seriam da linha premium e logo valeriam menos.

— De quanto está falando?

— Posso pagar 50 mil por quilo. É um bom negócio, duvido que consiga melhor.

— Duvido que o senhor consiga ouro de melhor qualidade — Rafe rebate.

Jacques se vira para Marcus, que a essa altura já havia tirado uma pequena lupa do bolso e analisa as pepitas com cuidado.

— Marcus?

— Parece verídico — Marcus responde. — Qualidade excepcional se me permite dizer.

Obviamente Jacques não estava esperando por algo assim vindo de um Cameron. Eles eram conhecidos por suas trapaças.

— 60 mil por quilo — Rafe sugere, tirando sua carta da manga. — E você leva uma Jadeíte de brinde.

O garoto estende a pedra na direção de Jacques. Ela tinha aproximadamente uns três centímetros quadrados, era bem grande e exibia tons hipnotizantes de verde. Uma das pedras mais caras do mundo. Jacques a segura entre os dedos, observando seus nuances contra a luz.

— Garoto... Pode se meter numa encrenca com isso tudo na sua casa, sabia? Uma encrenca das boas.

— É por isso que quero logo vender tudo.

— Quanto você tem?

— Mais ou menos 150 quilos e as pedras, é claro.

Jacques e Marcus ficam boquiabertos mas logo se recuperam.

— Eu fico com cinquenta — Jacques diz. — E a jadeíte.

— Fechado.

Jacques e Marcus se levantam, deixando o ouro e a pedra dentro da maleta.

— Mas vou ter que mandar meus joalheiros para analisar o ouro e quem sabe ver algumas de suas pedras.

— Com certeza — Rafe concorda, também se pondo de pé. — Fique a vontade.

— Eles vem amanhã. Se estiver tudo certo eles levarão o ouro e te darão seu pagamento.

— Em dinheiro?

A pergunta faz com que Claire, Marcus e Jacques gargalhem. A garota se levanta, se posicionando ao lado do pai.

— Regra número um dos milionários: não deixe todo o seu dinheiro no banco — ela diz. — É muito fácil de rastrear.

— É isso ai, princesse — Jacques aprova, a abraçando de lado. — Agora venha comigo. Precisamos conversar.

— Claro.

Os dois seguem até o quarto da garota. Jacques parece um pouco intrigado pela decoração um tanto simples para seu gosto. Ele não gostava de madeira, não gostava das janelas coloniais e definitivamente achava o acabamento da casa tenebroso mas nada se comparava aos pôsteres em frangalhos colocados pela parede do quarto de sua filha. Isso lhe dava arrepios.

Claire o encara, se divertindo por já ter uma ideia do que se passou na cabeça de seu pai ao entrar em seu quarto.

— Se esse garoto aprontar algo com você me avisa — Jacques diz, com seriedade. — Eu mando meu melhor atirador vir aqui acabar com ele.

— Não se preocupe, ele não é tão ruim.

— Ele é um garoto esquisito.

Claire cruza os braços, dando graças aos céus por Barry não ter dado as caras.

— Todos são pra você.

— Eu gostava do Eric.

— Eu sei mas eu não.

Um sorriso perverso surge nos lábios de Jacques.

— O Ward morreu mesmo?

— Dá pra parar de rir quando fala isso?

Isso só faz com que o sorriso fique ainda maior.

— É meio inevitável, desculpe. Que queime na porra do inferno.

Claire revira os olhos mas acaba concordando com o pai.

— É.

Os dois caem na risada, como se esse pensamento não fosse tão horrível quanto realmente é. Jacques a abraça, ele sentia falta da filha. Tudo que ele fazia na vida era por ela ou por seus negócios, nada mais, era tudo o que ele tinha.

— Não vai demorar para voltar pro papai certo? — ele pergunta, ainda agarrado a filha. — Estou com saudades.

— Eu também pai — Claire diz, afagando suas costas. — Talvez em um dois meses.

Jacques dá um passo pra trás, colocando teatralmente a mão no peito.

— Até lá já morri.

— Não seja dramático.

Os dois dão um sorriso um para o outro, um tanto cúmplices.

Je t'aime princesse.

— Je t'aime papa.

Jacques insistiu em levar todos para um jantar no melhor restaurante da ilha, regado a todo tipo de frutos do mar. A comida era boa, a música era agradável e o clima era bem favorável, principalmente para Rafe e Jacques que pareciam ter vários assuntos em comum. O empresário havia mudado de opinião a respeito de pelo menos um dos Cameron.

Perto das oito da noite os dois estão de volta a Tannyhill, já que Jacques tinha que pegar seu jatinho direto para Nova York, parece que havia uma exposição de jóias lá no fim de semana. Os dois jovens mal conseguiam conter sua empolgação no momento em que pisam dentro de casa.

— São três milhões de dólares Claire! — Rafe exclama, sentindo seu coração quase pular do peito. — Tem noção disso?

— Eu tenho — Claire diz, dando pulinhos com as mãos para cima.

— Você é uma gênia!

— Eu sei.

Rafe abraça a garota, a tirando do chão e a rodando pela sala. Os dois gargalham, um tanto eufóricos por seu primeiro negócio juntos ter dado certo, era emocionante para ambos, um passo a mais para a independência de ambos. Quem sabe assim eles alcançassem a felicidade. Claire envolve os braços em volta do pescoço de Rafe enquanto ele a coloca no chão, mantendo seus rostos tão próximos ao ponto de sentir sua respiração. Ela sentia o cheiro do perfume caro dele e seu toque quente contra sua pele, quase a queimando de dentro pra fora.

Rafe se aproxima lentamente mas Claire dá um passo para trás, se sentindo um pouco atordoada.

— Sabe o que isso pede? — ela pergunta, retoricamente. — Uma comemoração.

— Iate? — Rafe sugere.

Ela assente.

— E vinho. Muito vinho.

— Assalto a adega.

— Fechado.

Oi gente! Se tiver bastante comentário solto o próximo mais rápido :D

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