GENTE QUE SDDS EU TAVA DE VOCÊS

Dois meses sem att, eu sei 😢
mas a Unnie aqui conseguiu uma folguinha da minha lista de problemas e fiz essa att delicinha pra vocês❤✊

Muita coisa aconteceu nesses dois meses, a principal foi que
A.P. alcançou o seu PRIMEIRO FUCKING K'
aiaiqksusjwosjwksiwksnsuxjwks

🌟VEADA NOIS LACROU 1K!🌟
OBRIGADA

E o que dizer sobre o comeback? SHADOW veio pra arregaçar com tudo! Eu tô viciada! 😵 ❤

Agora sobre a nossa pitica:
Esse capítulo ficou maior do que eu planejava. Levei 4 dias pra escrevendo para que ele pudesse ser um "capítulo ponte" leve, mas ao mesmo tempo, detalhista. Reparem nas emoções dos personagens, haverá eventualidades e novidades nas entrelinhas.

Apreciem o nosso Taekook e bebam água durante a leitura!💙

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ㅡ O chá já está pronto. ㅡ vovó Ellen anunciou ao neto quando finalizou o preparo do chá. ㅡ É só esperar esfriar um pouco na chaleira e já pode servir ao Taehyung.

ㅡ Obrigado, vovó. ㅡ Jeon agradeceu, observando a anciã se locomover pela cozinha, enquanto estava sentado na pequena mesa de serviço do cômodo.

ㅡ Está tudo bem? ㅡ Ellen indagou.

ㅡ Tá sim, vovó. ㅡ respondeu de imediato enquanto encarava as próprias mãos.

ㅡ Não é isso que os seus olhos me dizem, Jungkook ㅡ questionou ㅡ O que está lhe preocupando?

ㅡ Bem... ㅡ iniciou ㅡ Muita coisa, amanhã já é o casamento... e o dia hoje foi muito corrido, vovó. E houve um pequeno acidente mais cedo, Taehyung caiu no mar gelado, ele pode acabar acordando resfriado amanhã. ㅡ esclareceu enquanto observava sua avó.

ㅡ Então cuide dele ㅡ orientou ao neto ㅡ Assim, o seu noivo vai amanhecer mais disposto.

"Cuide dele?? Eww".

ㅡ Eww ㅡ Jungkook resmungou reagindo com uma mínima careta, mas logo disfarçou, relembrando que ainda deveria encenar toda aquela história de casamento: ㅡ Éw, tem razão! Eu vou levar o chá pra ele! ㅡ desfez a carranca em um exibido sorriso forçado e se levantou da cadeira com planos de ir pegar a chaleira no fogão.

ㅡ Você gosta mesmo dele, não é? ㅡ chamou a atenção do neto dando um sorriso caloroso.

Em frente a chaleira, Jungkook travou, havia prendido a respiração por um momento. A tensão em seus ombros foi ligeiramente perceptível, surpreso com as palavras da avó, mas depois relaxou, lembrando que aquele pensamento da mais velha era exatamente o que deveria ser creditado por ela e por sua família.

Aliás, se estava se casando com alguém, era porque, no mínimo, gostava muito desse alguém. É a imagem-objetivo que todo mundo deve ter de um noivado, do seu noivado.

O problema era que seu pai sabia da verdade, da farsa.

A preocupação passou novamente pelos olhos do mais novo, e Ellen novamente percebeu-a.

ㅡ Eu tenho 89 anos, garoto, vejo as coisas de longe ㅡ falou inquisitiva, mas logo mudou o tom de voz para um pedido mais brando, citando o apelido carinhoso do neto: ㅡ O que está acontecendo, Kookie? Você realmente quer se casar? Jungkook, eu sou sua avó, sabe que pode falar comigo o que quiser, não sabe?

O jovem Jeon fitou-a vacilante, desconversando em seguida: ㅡ Pare com isso, vovó. Sabe que eu não tenho mais idade pra ser chamado de "Kookie", é infantil demais ㅡ bufou ㅡ E imagina se o Taehyung ouve a senhora me chamando assim? Ele vai ficar me chamando de biscoito da vovó! ㅡ reclamou fazendo uma careta, as ruguinhas marcando o nariz inconscientemente.

Vovó Ellen deu uma risadinha:

ㅡ Ele sabe que você é assim?

ㅡ Assim como?

ㅡ Implicante. Você demonstra o seu amor à ele em forma de implicância ㅡ deu um riso frouxo ㅡ Mas, o mais interessante, é que ele te corresponde na mesma implicância. Vocês são um casal muito bonito, do tipo que dá vontade de ter um amor igualzinho pra chamar de seu.

Vovó Ellen sorriu nostálgica, elogiando, esperando algum comentário do neto, que não respondeu. Jungkook apenas fitava as próprias mãos e seu olhar vagava entre elas e a manga da blusa moleton.

Na verdade, o moreno queria desmentir tudo o que sua avó dissera. Queria explicar que não havia gostar nenhum, que não havia sentimento algum entre ele e Taehyung. Que toda a implicância entre eles era de longa data e isso só existia apenas porque o Kim era um chefe insuportável! "Um demônio!", como todas as vezes o xingava para a família nas conversas por telefone, das quais pedia desculpas por não poder ir visitar Sitka ㅡ por culpa do chefe carrapato ㅡ, que tudo aquilo de casal feliz era uma encenação, e que as todas as caretas e desaforos entre os dois eram tão naturais quanto a luz do dia.

Mas, como poderia desmentir tudo? Como poderia contar para a própria avó que comentava sobre sentimentos, sem entregar que o casamento era uma farsa?

E pior, como desmenti-la sobre esse assunto de "sentimentos" se, horas atrás, ele e Taehyung estavam no barco abraçados, envolvidos numa bolha de emoções somente deles? Foram emoções sólidas e agradecimentos mudos, mas perceptíveis entre si.

Como desmenti-la? Se ontem mesmo, ele e Taehyung haviam se beijado em sua própria cama, e depois, cada um saiu para um lado oposto do quarto emburrados. Como negar que isso havia acontecido mesmo que o Kim o tivesse ordenado que esquecesse?

"O que há para negar?".
A mente de Jeon ecoava alta no seu silêncio.

Vovó Ellen percebendo que o neto iria permanecer em silêncio, retomou a falar:

ㅡ Vocês são jovens, e estão prestes a se casarem amanhã mesmo. E gostar de alguém é muito bom, mas gostar não é o suficiente para manter um casamento. Sempre que puder, demonstre seus sentimentos verdadeiros a ele, Jungkook. ㅡ  aconselhou. ㅡ Taehyung demonstra ser tão durão e carrancudo quanto você, mas é apenas o jeito dele de se impôr ao mundo. Talvez, você já deve conhecer o lado mais frágil dele que ninguém viu antes, o lado menos carrasco, mas, se não conhece, procure conhecer e apoiá-lo. Ele só é um garoto que teve que crescer rápido demais, a vida exigiu dele muita maturidade e competência, querido. Eu vi isso hoje no olhar dele.

E enquanto Ellen falava, Jungkook prestou atenção total nas palavras da avó, havia um visível misto de emoções passando pelo rosto do mais novo: surpresa, dúvidas, confusão e reflexões sobre o assunto.

Jungkook também ouviu atentamente com admiração e saudades. O garoto sempre fora muito ligado a avó paterna com quem cresceu, e já há três anos, não a via e nem conversava longamente com a mesma. Ele estava surpreso em como a mais velha conseguiu reter tantas informações sobre o Kim e sobre ele próprio em apenas alguns dias de convivência. Realmente, os mais velhos retém a arte do observar e a sabedoria da intuição.

"Ela tem razão, preciso prestar mais atenção em Taehyung..." pensou internamente o moreno, mas um lapso de auto esclarecimento mental o fez se contradizer "Espera?! Por que eu tô pensando nisso??!"

ㅡ Jungkook, meu filho, que cara é essa? ㅡ chamou a atenção do neto ao ver o rosto do moreno se concentrando em feição paralisada. Jungkook é alguém com a face de fácil leitura em suas expressões, tal como um livro aberto, mas a mente do garoto em seus lapsos de "face vazia" é um mistério.

ㅡ Anh? Quê? Não, não é nada. ㅡ sussurrou tentando tranquilizar a avó.

Ellen sorriu ternamente: ㅡ Então, tudo bem. Se não quer me contar, eu respeito, você já é um homem formado, tem o direito de ficar sozinho com os seus pensamentos, mas já está ficando tarde. Vá lá dá um cházinho para o seu dragãozinho, vá. Amanhã é um grande dia!

ㅡ Amanhã é o seu aniversário vovó!

ㅡ É só o aniversário de uma velha gagá! ㅡ brincou meneando com a mão ㅡ Não é todo dia que o único herdeiro dos Jeon's, se casa. Vá logo ver o seu noivo. Já, já, eu vou desgrudar vocês! ㅡ e saiu da cozinha.

"Desgrudar vocês??"
Pensou, mas decidiu não ligar muito psra uma resposta. Decidiu subir ao quarto levando o copo de chá.

Quando chegou à porta, lembrou-se de bater, porque, bem... apesar de ser o próprio quarto, estava dividindo-o com Taehyung, e este último precisava de privacidade.

"Mas há quanto tempo na minha vida, as coisas não estão mudando por causa do meu chefe? Uns três anos?". Questionou-se retoricamente.

Bateu na porta e anunciou sua presença: ㅡ Trouxe um chá pra você, posso entrar? ㅡ adentrou o quarto após receber a confirmação do Kim.

ㅡ Obrigado. ㅡ Taehyung agradeceu após pegar a bebida.

Jungkook franziu o cenho ㅡ Você está dizendo mais "Obrigados" hoje, em único dia, mais do que em todos outros três anos juntos, o que houve?

ㅡ Acho que uma experiência de quase-morte muda as pessoas. ㅡ Taehyung comentou sem humor, se apoiando preguiçosamente na parede.

ㅡ Você não sabe nadar?

ㅡ Sei, mas nunca havia nadado em mar aberto, eu entrei em pânico. ㅡ explicou bebericando o chá, disfarçando que não queria o beber.

ㅡ Você já estava em pânico antes de cair do barco ㅡ mencionou dando uma risadinha e recebendo uma careta do outro: ㅡ Tudo bem, não lhe culpo. 

ㅡ Obrigado pela parte que me toca! ㅡ ironizou pondo a mão no próprio peito dramáticamente.

ㅡ Então, já que você sabe nadar ㅡ Jungkook voltou ao assunto: ㅡ Acho que precisamos adicionar isso ao questionário da entrevista. ㅡ recomendou sentando na beirada da cama: ㅡ Eu não esperava que Min Yoongi viesse até Sitka nos vigiar.

ㅡ Eu não esperava que você desmentisse o seu pai ㅡ o acastanhado confessou fitando-o seriamente: ㅡ Por que fez isso?

ㅡ Eu já disse, entramos juntos nessa, não vou desistir da minha parte do acordo. ㅡ respondeu de imediato, cruzando os braços.

ㅡ Você é bastante resiliente em suas decisões ㅡ pontuou o Kim: ㅡ É por isso que você é o meu assistente pessoal na Golden Books. ㅡ finalizou dando um menear positivo.

ㅡ É por isso que eu sou seu assistente executivo e futuro editor promovido de departamento na Golden Books, senhor editor-chefe. ㅡ Jeon corrigiu-o lembrando do acordo.

ㅡ Droga, eu pensava que finalmente tinha conseguido te enganar! ㅡ Taehyung xingou, dando um riso frouxo.

ㅡ Não conte com isso! ㅡ devolveu a brincadeira também sorrindo.

A aura do momento estava tão leve, e isso era refletido na conversa descontraída que estava sendo feita por ambos. Um momento tão raro e tão singular como aquele era praticamente novo, e Taehyung percebeu isso, essa novidade de convivência. Um breve silêncio se instalou e os olhares vacilantes buscavam algum ponto fixo aleatório para fugir.

Jungkook visualizou a xícara de chá deixada de lado na mesinha do quarto pelo Kim e indagou: ㅡ Não gosta de chá?

ㅡ Como sabe disso? ㅡ questionou surpreso.

ㅡ Porque é questão de lógica, você é Kim Taehyung. Você não deixa nada pela metade, você sempre termina o que você começa, e isso vale também para os seus copos de café descafeínado. Você só faz algo se quiser ou se julgar necessário. ㅡexplicou dando de ombros: ㅡ Se não tomou o chá, é porque não quis ou não gosta.

ㅡ Sou tão admirável assim? ㅡ perguntou erguendo uma sobrancelha, convencido.

ㅡ E narcisista. ㅡ Jungkook ressaltou: ㅡ É preciso saber mais do que gerenciar relatórios para ser seu assistente. Sei muita coisa sobre você porque precisei me adequar além do cargo, eu precisei me adequar também a você, como funcionário e pessoa ㅡ explanou sendo sincero e analítico: ㅡ Apesar de tudo, ainda temos o questionário para finalizar e tem muita coisa que precisamos saber um do outro antes da entrevista.

Taehyung percebeu a aura de seriedade que havia se instalado, novamente, entre eles. Jungkook estava focado na questão da entrevista em que enfrentariam com Min Yoongi após o casamento quando retornassem a New York. Ele reconhecia que o Jeon estava sendo objetivo, cirurgicamente analítico, tal como se estivesse numa sala de reunião com o Kim na Golden Books.

Mas Taehyung não queria que aquele clima de conversa leve e descontraída se dissipasse tão logo, então, decidiu falar as primeiras coisas aleatórias que vieram em sua cabeça.

ㅡ Eu realmente não gosto de chá ㅡ iniciou: ㅡ Eu tenho alergia a amendoim, mas disso, você sabe. ㅡ deu um meio sorriso e continuou: ㅡ Eu amo assistir o canal do Animal Planet, e você pode até pensar "nossa, ele gosta daquele canal besta!" mas eu amo assistir bichinhos fofos nesse canal e no youtube também... ㅡ continuou a citar coisas, cabisbaixo, preferindo não fitar o moreno enquanto falava, e grato por Jungkook também o ouvir atentamente sem interromper nada: ㅡ Todo mundo gosta de flores, mas eu não, não gosto de flores porque me lembram o enterro dos meus pais. 

Levantou um pouco a cabeça, não podia demonstrar como ficava vulnerável assim. Decidiu mudar de assunto, ainda monologando sobre si: ㅡ Eu cheguei a ter aulas de dança no colegial e também fiz uma apresentação no show de talentos da escola. É uma das minhas melhores lembranças. ㅡ citou melhorando o ânimo na voz e sorriu: ㅡ Meu livro preferido é Orgulho e Preconceito; Jannet Austen. E foi ele que me levou a decidir ser um editor de livros, foi a coragem de Elisabeth que me inspirou, sabe, já leu ele? ㅡ indagou a Jungkook que apenas assentiu, ainda atento ao Kim.

Taehyung achou bonito como os olhos escuros estavam interessados no seu monólogo, ele sabe que os olhos não mentem, as pessoas demonstram os seus interesses pelo olhar, e o de Jungkook naquele momento era de curiosidade. Se sentiu confortável e apto para continuar citando suas similaridades para o Jeon:

ㅡ Eu amava andar de montanha russa quando era jovem, mas não sei se ainda gosto, faz anos que eu não ando numa. ㅡ confessou a própria dúvida e prosseguiu: ㅡ Faz anos que eu só tomo café descafeínado, mas eu aprecio um bom cappuccino, é raro eu tomar. A maioria das vezes que eu tomo cappuccino é quando eu estou sozinho e eu mesmo faço o meu. O gosto do cappuccino da cafeteria ao lado da Golden Books é doce demais, ew... ㅡ reclamou fazendo uma careta desgostosa: ㅡ Já experimentou o cappuccino de lá? ㅡ perguntou ao Jeon, tentando transformar aquele monólogo em diálogo.

ㅡ Já ㅡ o moreno respondeu de forma leve: ㅡ Mas acredite, de todas as bebidas da cafeteria da esquina, o cappuccino é a bebida menos doce do cardápio. ㅡ mencionou a própria percepção sobre as bebidas.

ㅡ Você já experimentou todos as bebidas de lá? ㅡ o Kim perguntou genuinamente curioso.

Jeon curvou os lábios num beicinho perceptível: ㅡ Não todas, mas quando tenho vontade eu quebro a rotina do café expresso e experimento os outros tipos de cafés do cardápio. ㅡ arqueou as sobrancelhas ao perceber o que estavam fazendo.

Eles estavam trocando curiosidades sobre si, um ao outro: Sem farsas, sem farpas, sem disfarces e sem pressões. E era bom, conhecer alguém assim.

Por mais que já convivessem há três anos.

E, de fato, eram coisas simples. Informações comuns que poderiam ser perguntadas na entrevista do departamento de Imigração. Eram coisas simples e pessoais, detalhes significativos que poderiam ir além do questionário, ou que talvez, nunca fossem citadas no questionário. Era bom ser transparente e tranquilo com várias coisas assim, ser ouvido sem receber olhares de julgamento, e também, oferecer um companheirismo sincero.

Era muito bom.

*Toc Toc*

Uma batida sutil na porta do quarto ressoou do lado de fora, levando a atenção dos rapazes para a porta.

ㅡ Jungkook, Taehyung? Podemos entrar? ㅡ pediu a voz de HyeJin do outro lado.

ㅡ Claro, entrem. ㅡ o moreno respondeu.

Timidamente, HyeJin e vovó Ellen entraram no quarto. A anfitriã mais nova anunciou: ㅡ Desculpa a intromissão, mas viemos separar os pombinhos.

Um vinco de dúvida apareceu nos rostos de ambos os rapazes, e Ellen esclareceu: ㅡ Amanhã é o dia do casamento de vocês, e não pensem que vão dormir juntinhos essa noite, porque não vão! Viemos separar os noivos em quartos diferentes para que vocês só se vejam amanhã em cima do altar! É a tradição!

ㅡ Ah, nossa! Eu não sabia disso! ㅡ  Jungkook exclamou.

Taehyung apenas assentiu em silêncio, estava um tanto embaraçado com o assunto ainda.

ㅡ Pois ficou sabendo agora! ㅡ assegurou Ellen: ㅡ Vamos Jungkook, você vai dormir no quarto de hóspedes hoje. ㅡ chamou o neto meneando com as mãos.

ㅡ E por que eu é quem tem que dormir fora do meu quarto hoje? ㅡ reclamou. 

"Já não basta ter que dormir fora da minha cama no meu próprio quarto, agora tenho que ficar em outro quarto também??". Resmungou essa última parte somente em pensamento, indignado.

ㅡ Jungkook deixe de ser possessivo com as suas coisas, amanhã o seu quarto passa ser o quarto do seu noivo também, oras! ㅡ Hyejin repreendeu-o em um tom brincalhão.

A constatação fez o mais novo parar de bufar e repensar a cláusula: ㅡ O que? Eu não vou dividir minhas coisas com o Taehyung!

As reclamações de Jungkook estavam fazendo com que HyeJin e Ellen ficassem surpresas e em visível dúvida: ㅡ Como assim você não vai dividir suas coisas com o seu futuro marido? ㅡ Hyejin questionou ㅡ Eu pensava até que vocês já morassem juntos em New York, vocês não moram juntos? ㅡ indagou confusa.

ㅡ Sim!

ㅡ Não!

Taehyung e Jungkook responderam juntos ao mesmo tempo, respectivamente, o que deixou as mais velhas confusas.

Hyejin preferiu escolher a resposta do filho, a negação, então perguntou novamente: ㅡ Ah, e vocês já escolheram onde vão morar quando voltarem pra New York?

ㅡ Já.

ㅡ Ainda não.

Novamente, responderam simultaneamente em respostas opostas, com Jungkook dando a última resposta. A confusão de respostas incoerentes do casal de noivos estavam deixando vovó Ellen e HyeJin ainda mais confusas.

Taehyung, tentando tomar o controle da situação (o que já era típico de sua personalidade), lançou a distração: ㅡ Jungkookie, vá dormir ㅡ alfinetou com um novo apelido ㅡ A partir de amanhã eu prometo que vou te emprestar todas as minhas camisas sociais e conjuntos moletons para você usar também, assim como todos os casais fazem! ㅡ sugeriu fazendo uma piscadela (que parecia mais uma careta), para que o moreno participasse da encenação.

Ao toque, Jeon reagiu: ㅡ Ai, minha nossa! Não vejo a hora de usar suas roupas da Gucci! Agora eu tô muito mais animado pra casar com você! ㅡ entrou no papel usando a voz atenciosa e irônica ㅡ Então, vamos todos dormir, né! ㅡ chamou a atenção da mãe e da avó para irem embora: ㅡ Vamos indo!

Quando Jungkook e suas progenitoras já estavam saindo do quarto, Taehyung o chamou: ㅡ Jungkook, espera!

ㅡ Ai, meu deus, gente apaixonada não desgruda da paixão! ㅡ vovó Ellen brincou: ㅡ Vá lá, Kookie. Vá dá boa noite a ele. ㅡ e se afastou deles juntamente com a sua nora.

Jungkook retornou para o quarto revirando os olhos: ㅡ Fala.

ㅡ Ela te chama de Kookie? Tipo, Kookie de Cookie? ㅡ o Kim insultou numa risada sapeca.

ㅡ Ah, não enche! ㅡ o mais novo resmungou coçando a ponta do nariz brevemente, com um pouco de vergonha do apelido: ㅡ O que foi?

ㅡ Nada. Eu só te chamei pra fingir que estamos nos despedindo, seu tapado!

ㅡ Ah, era isso? Eu vou embora! -- reclamou: ㅡ Eu não vou ficar aqui sendo xingado pelo meu noivo assim de graça não! Boa noite, Taehyung. ㅡ voltou para a porta saindo.

ㅡ Jungkook, você-? ㅡ o mais velho retomou a chamar, a voz em pausas longas: ㅡ Seu... noivo?

Jungkook então percebeu o que havia dito. Os olhos do moreno fitaram a expressão do outro, as orbes cor de ônix se prendendo na íris de avelã. Os olhos do Kim transmitiam uma emoção, um algo, que Jungkook não soube identificar.

ㅡ Jungkook, é hora de dar tchau! ㅡ a voz de HyeJin chamou novamente, ao longen no final do corredor, para ele fosse dormir.

ㅡ Eu-u... eu tenho que ir.

Foi tudo que o moreno disse antes de sair apressadamente e deixar Taehyung sozinho no quarto. O Kim à deriva de respostas que pediu, mas não obteve.

Jeon logo foi para o quarto de hóspedes e se arrumou para dormir.

Taehyung também se acomodou em ir dormir logo, sozinho no quarto em que foi acomodado, o de Jungkook. Se acomodou na cama e inspirou forte, inconscientemente inalou o cheiro suave que os lençóis possuíam, gostou da suave fragrância e se aconchegou ainda mais aos lençois. Inicialmente, deitou-se confortável, mas depois percebeu que a suavidade olfativa dali não era comum, era um cheiro próprio, o cheiro de Jungkook nos lençois. 

Claro! o Jeon havia dormido ali ontem, enquanto ele próprio foi dormir no edredom no chão depois do beijo!

Ah, droga! O beijo!
E que beijo!

Pensou tudo isto em secreto, e depois quase quis se jogar da varanda, tamanha era a própria raiva e vergonha de se permitir a lembrança.

"Não era pra nada disso ter acontecido!". Foi exatamente isso que ele disse na noite anterior para Jungkook.

Os pensamentos seguiam em completa desordem em ambas as mentes. Os questionamentos gravitavam em órbitas ao redor do mesmo sol da insônia, e nenhum dos dois, Jungkook ou Taehyung, conseguiram dormir naquela noite.

E mesmo que estivessem em quartos separados, a dúvida sobre como seria o futuro era a ordem estabelecida para ambos os homens. Os minutos se escorriam em horas, e as horas se desfaleciam em suspiros frustrados e solitários. Corações igualmente distantes e igualmente ansiosos.

É... não havia jeito, a ansiedade tirou um tempo para fazer prosa com o relógio.

Pode-se dizer que eles viram o sol raiar, pelo tanto de tempo que eles ficaram acordados, mas, como no verão do Alasca, o sol não tira férias, eles apenas ficaram vendo a madrugada passar em "claro" ㅡ literalmente.

Uma noite antes do casamento.

Restavam algumas horas restantes para a manhã do casamento começar, e não haviam dormido por pura ansiedade.

Bem... podemos dizer que Jungkook tirou um cochilo. O moreno finalmente havia dormido um pouco, apenas alguns quarenta minutos antes de ser acordado pelo celular, despertando-o para o horário necessário.

Mas Taehyung, não. O Kim vendo que não conseguiria dormir ㅡ e ele sabia o porquêㅡ, decidiu ir ler. O que era um hábito comum, seu trabalho como editor-chefe de uma renomada editora era isto; leituras e mais leituras. Incontáveis horas à finco realizando leituras, análises e resenhas sobre livros, rascunhos e pré-publicações.

Mas naquela noite, ele decidiu não mais ignorar aquela leitura. Decidiu se dedicar a leitura daquela pré-publicação que já há tanto tempo lhe pedia uma oportunidade para ser lida. Há três longos anos havia ignorado aquela pré-publicação e somente agora ele percebeu como era tão incrível.

Ela era incrível. Gostou do que leu.

Iria publica-lá.

Nem que fosse a sua última tentativa de auto redenção.

Então, num momento inesperado, seu celular despertou-o de seus devaneios internos, alertando que deveria levantar e fazer aquele novo dia acontecer.

Olhou pela janela que já há muito era iluminada pelo sol, e decidiu abri-la. A brisa matinal de graus negativos era muito fria, mas funcionou como um calmante natural para a mente conturbada do Kim.

Chegou o momento.

Hoje seria o casamento.

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