95 - Eu Escolhi Você
Itália, 2029
A noite estava silenciosa no pequeno vilarejo italiano. As ruas de pedra, iluminadas apenas pela luz amarelada dos postes antigos, pareciam testemunhas silenciosas do que estava prestes a acontecer no dia seguinte. No entanto, para Petra, aquela noite não parecia calma. O nervosismo que sentia era insuportável, e a única coisa que poderia acalmar ela era estar com Julia, nem que fosse por alguns minutos.
Ela sabia que não deveria sair de seu quarto. Marcela, Rosa e as outras estavam determinadas a mantê-la ali até a cerimônia, respeitando a tradição de que noivas não deveriam se ver antes do casamento. Mas Petra nunca foi do tipo que seguia regras quando se tratava de Julia.
Silenciosamente, ela abriu a porta do quarto e espiou pelo corredor. O hotel era pequeno, charmoso e tranquilo, o tipo de lugar perfeito para um casamento íntimo. As vozes das meninas vinham do andar de baixo, provavelmente ainda discutindo os últimos detalhes do evento. Respirando fundo, Petra tirou os sapatos para não fazer barulho e começou a caminhar na ponta dos pés pelo corredor.
Chegar ao quarto de Julia foi fácil. Abrir a porta sem fazer barulho, um pouco mais difícil. Mas, quando entrou e viu Julia sentada na cama, um sorriso brincalhão nos lábios, ela soube que tinha tomado a decisão certa.
— Eu sabia que você viria. — disse Julia, cruzando os braços e observando Petra com um olhar divertido.
Petra fechou a porta atrás de si e soltou um suspiro aliviado.
— É claro. Eu não ia conseguir dormir sem te ver. — disse antes de andar até a cama e se jogar sobre Julia, abraçando-a com força.
Julia soltou uma risada baixa e envolveu Petra nos braços, puxando-a para mais perto. O cheiro familiar de Julia, misturado ao perfume suave que ela sempre usava, trouxe um conforto imediato para Petra.
— E a Marcela deixou você sair do seu quarto? — perguntou Julia, rindo, enquanto fazia carinho nos cabelos de Petra.
Petra resmungou contra o pescoço da ruiva, sentindo o toque delicado das mãos dela em seu couro cabeludo.
— Marcela não sabe. E espero que continue assim.
Julia ergueu uma sobrancelha, puxando Petra levemente para encará-la.
— Então você fugiu?
— Eu fugi.
Julia sorriu, balançando a cabeça.
— Você sabe que se elas te pegarem, vão te arrastar de volta, né?
— Não me importo. Eu só precisava te ver.
Petra suspirou, fechando os olhos e se aconchegando contra Julia. O coração que batia acelerado momentos atrás agora estava mais calmo.
— Eu ainda não consigo acreditar que amanhã a gente vai casar. — murmurou Julia, deslizando os dedos pelo rosto de Petra.
— Nem eu. Parece um sonho.
— Se for um sonho, espero que ninguém nos acorde.
O silêncio confortável tomou conta do quarto, e Julia continuou a acariciar os cabelos de Petra, sentindo a respiração da noiva desacelerar. Por um momento, ela achou que Petra realmente iria pegar no sono ali mesmo, aninhada contra seu corpo.
Mas então, a porta do quarto se abriu, e duas figuras entraram de repente.
— Claro que você está aqui, Elizabeth! — Marcela apontou para Petra como se a tivesse pego cometendo um crime.
Kudiess, ao lado dela, cruzou os braços e balançou a cabeça com um sorriso travesso.
— Não ouviu o que a Marcela disse umas quinhentas vezes essa semana? Dá azar ver a noiva antes do casamento.
Petra gemeu em protesto e se agarrou ainda mais a Julia.
— Eu nem acredito nisso. Só mais cinco minutos, Celly…
— Sem chance. Você já teve tempo suficiente. Vamos, levanta. — Marcela disse, marchando até a cama e puxando Petra pelo braço.
— Não quero!
— Petra, não me faça te carregar.
Julia assistia à cena com uma mistura de diversão e pena por Petra.
— Acho que você está encrencada, amor. — disse ela, segurando o riso.
— E você não me ajuda, não?
— Nem um pouco. — Julia piscou.
Kudiess então decidiu intervir e ajudou Marcela a puxar Petra da cama.
— Vamos, fugitiva. — disse ela, rindo.
— Isso é sequestro!
— Isso é tradição. Agora, anda.
Enquanto era arrastada para fora, Petra olhou para Julia uma última vez.
— Te encontro no altar?
Julia sorriu, seus olhos brilhando com amor.
— Vou ser a de branco.
E com essas palavras, Petra foi puxada para fora do quarto, rindo e resmungando ao mesmo tempo.
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Petra, finalmente pronta, parou em frente ao grande espelho que ocupava uma das paredes do quarto. Ela segurava levemente a saia do vestido , um modelo simples, mas incrivelmente charmoso, que refletia sua personalidade despretensiosa e elegante. O tecido fluía suavemente, destacando sua silhueta de forma natural e delicada.
Marcela, que estava ajustando os últimos detalhes do véu, parou ao lado dela. Seus olhos estavam marejados, mas ela tentou disfarçar, ajeitando o próprio cabelo enquanto soltava um suspiro.
— Você está maravilhosa, Lizzie...
— Não começa, Celly. Se você chorar, eu choro junto, e o maquiador vai me matar! — Petra respondeu, rindo, mas com a voz levemente trêmula pela emoção.
Foi quando uma vozinha infantil cortou o momento.
— Titia Petra, você tá linda! — Antonella anunciou com doçura, segurando a barra do vestido de Nyeme enquanto olhava para Petra com olhos brilhantes de admiração.
Petra se ajoelhou para ficar na altura da menina e segurou suas mãozinhas delicadas.
— E você tá uma princesa! Sabia que você vai ser a dama de honra mais bonita da Itália?
Antonella deu uma risadinha tímida, enquanto Nyeme, que estava ajustando os brincos, sorria observando a cena.
— Ela vai roubar a cena, eu aposto, — Nyeme comentou, rindo, mas claramente emocionada.
— Você também já está chorando, Rosa? — Pri perguntou de repente, apontando para Rosamaria, que estava num canto do quarto, claramente tentando disfarçar que limpava os olhos.
— O quê? Claro que não! — Rosa respondeu, fingindo indignação, mas a voz saiu mais fina do que ela esperava. — Ah, me deixa, Priscila!
As meninas explodiram em risadas.
— Mas, sinceramente, eu acho que metade de nós vai desabar antes de sair daqui. — comentou Carol, ajeitando o vestido.
— Metade? Eu já tô segurando desde a hora que vi o vestido. — disse Jenna, colocando a mão no peito, teatral.
Nesse momento, a porta se abriu com força, e Miguel entrou no quarto, todo empolgado.
— Petra, eu precisava avisar que o fotógrafo tá perguntando se...
Ele parou no meio da frase ao ver Petra completamente pronta. Os olhos dele se arregalaram, e ele ficou estático por um momento, claramente impactado pela visão da amiga vestida de noiva.
— Meu Deus... você tá deslumbrante, Petra, — Miguel disse, a voz carregada de emoção.
Petra riu, corando levemente.
— Obrigada, Miguel. Agora fecha a boca, porque você tá parecendo bobo, — ela brincou, tentando aliviar a tensão.
— Ele tem razão, Petra, — Kisy acrescentou, sorrindo. — Você tá perfeita. Julia vai perder o fôlego quando te ver.
— Ela tem que segurar o fôlego, porque eu ainda quero ouvir o “sim” dela, — Petra respondeu, arrancando mais risadas das amigas.
Kudiess, que estava no fundo do quarto, se aproximou com um olhar sério, mas caloroso.
— Petra, eu sei que a gente já disse isso várias vezes hoje, mas vou repetir: você tá linda, amiga.
Houve um momento de silêncio no quarto, enquanto todas absorviam a intensidade do momento. Foi Antonella quem quebrou o clima de emoção, puxando a saia do vestido de Petra.
— Titia Petra, você vai casar com a tia Julia agora?
Petra se abaixou novamente, olhando nos olhos da menina.
— Vou sim, meu amor. Você está pronta pra me ajudar?
Antonella balançou a cabeça com entusiasmo, enquanto as meninas ao redor soltavam suspiros.
— Tá, mas antes de ir, alguém precisa retocar a maquiagem da Rosa, porque ela já borrou tudo, — provocou Pri, fazendo todas rirem novamente.
Rosa jogou uma almofada na direção de Pri, que a desviou com facilidade.
— Você não dá um minuto de paz.
O clima no quarto ficou ainda mais leve, e Petra respirou fundo, olhando mais uma vez para o espelho. Dessa vez, ela sorriu. O nervosismo ainda estava ali, mas havia algo maior: o sentimento de estar em casa.
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O céu de Itália estava tingido de tons dourados e alaranjados, como uma tela pintada por mãos divinas. O pôr do sol sobre o pequeno vilarejo era de uma beleza indescritível, iluminando a paisagem com uma luz suave e mágica. O ambiente estava preparado para algo grandioso.
Pierre, com sua postura impecável, caminhava ao lado de uma das madrinhas, segurando as alianças com uma reverência que só ele poderia demonstrar. Ele estava tão orgulhoso de ser o mensageiro daquele momento, seu olhar brilhando com a confiança de uma criança que entendia a grandiosidade do amor que ali estava sendo celebrado.
No centro do altar, Marco e Antonella, que eram figuras marcantes na vida de Julia e Petra, estavam prontos para celebrar sua união. Os dois se mantiveram confiantes para guiar as noivas através dos votos e promessas que agora se faziam necessárias.
Marco olhou para os convidados e começou a falar, sua voz profunda e serena reverberando no silêncio que tomava conta do local.
— Hoje, reunidos aqui, celebramos o amor. O amor que une duas almas, que transcende o tempo, que ultrapassa os limites da razão e vai além do que é visível. O amor é a base da vida, é a razão pela qual estamos todos aqui. Petra e Julia, vocês têm sido testemunhas e pilares do amor incondicional. Um amor que se constrói todos os dias, através da confiança, do respeito e da paixão. Hoje, vocês vêm aqui, diante de todos nós, para reafirmar esse compromisso.
Marco fez uma pausa, seus olhos fixos nas noivas, mas um brilho de emoção começou a embaçar sua visão.
— Por isso que estou aqui, com a alegria de celebrar esse momento com vocês. Mas, como todos sabem, o casamento não é só uma celebração de um amor que já existe. Ele é também uma promessa, uma construção diária, um compromisso com o outro que vai além dos momentos felizes.
O público estava em silêncio, absorvendo cada palavra. Alguns dos convidados enxugavam discretamente as lágrimas, enquanto outros olhavam para as noivas com admiração, sentindo o peso emocional do momento.
Antonella, ao lado de Marco, enxugou uma lágrima que teimava em cair, mas não hesitou em continuar.
— O casamento é uma jornada que exige amor, mas também coragem. A coragem de amar, a coragem de se entregar, de acreditar no outro e no caminho que se escolhe trilhar juntos. Hoje, celebramos não apenas uma união, mas a história de duas pessoas que enfrentaram desafios, medos e até elas mesmas para chegarem até aqui. Eu sei o quanto Petra e Julia lutaram para construir esse momento, o quanto enfrentaram suas diferenças, suas batalhas internas e externas, e ainda assim, escolheram o amor. Por isso, a cerimônia de hoje não é apenas uma formalidade; é o marco de um compromisso vivido intensamente, um reflexo da força, da paixão e da verdade que elas compartilham. É uma celebração do amor em sua forma mais pura e corajosa.
Antonella olhou para Petra e Julia, sorrindo, apesar da emoção transbordando de seus olhos.
— E hoje, como celebrantes, temos a honra de ser testemunhas desse amor.
Pierre, com sua seriedade de criança, avançou com as alianças em suas mãos, que brilhavam ao sol fraco que se escondia aos poucos entre as montanhas. As noivas se abaixaram para pegá-las com carinho.
— Obrigada, Pi. — sussurrou Petra para o garoto que sorriu orgulhoso.
Então, Marco continuou:
— Petra, Julia, ao trocarem essas alianças, vocês não estão apenas trocando um símbolo de compromisso, mas selando tudo o que construíram juntas até aqui. Essas alianças representam a força que vocês encontraram uma na outra, os momentos em que se apoiaram, mesmo nas adversidades, e o desejo de seguir lado a lado, enfrentando tudo o que vier. Elas não são apenas um ornamento, mas um lembrete diário do amor, da parceria e da coragem que fizeram vocês chegarem até esse momento. Ao colocá-las, vocês reafirmam a promessa de serem o porto seguro uma da outra, hoje e em todos os dias que virão.
Petra foi a primeira a pegar a aliança, suas mãos ligeiramente trêmulas, mas firmes no propósito. Ela respirou fundo e ergueu os olhos para encontrar o olhar de Julia. Por um momento, o mundo pareceu desaparecer ao redor delas, deixando apenas o brilho intenso da conexão que compartilhavam.
— Julia — começou Petra, sua voz carregada de emoção — desde o dia em que nossos caminhos se cruzaram, eu nunca poderia imaginar que você seria a pessoa que mudaria tudo na minha vida. Você me desafiou, me irritou, mas, acima de tudo, me fez querer ser alguém melhor. Hoje, eu prometo que vou continuar escolhendo você, mesmo quando for difícil, mesmo quando a vida tentar nos testar. Eu te amo com toda a intensidade que eu tenho, e com essa aliança, eu prometo estar ao seu lado, sempre.
Enquanto Petra deslizava delicadamente a aliança no dedo de Julia, o silêncio ao redor foi preenchido por suspiros emocionados e sorrisos contidos. Julia piscou rapidamente, tentando conter as lágrimas que começavam a surgir, mas não desviou o olhar, mantendo-se presa à intensidade das palavras de Petra.
Julia respirou fundo, tentando controlar a emoção que apertava seu peito. Seus dedos tremiam levemente enquanto segurava a aliança, e seus olhos permaneciam fixos nos de Petra, refletindo uma mistura de amor e vulnerabilidade.
— Petra — começou ela, a voz embargada, mas firme — você sempre foi uma força na minha vida, mesmo quando eu resistia a isso. Você me mostrou o que é lutar por algo verdadeiro, o que é se entregar sem medo, mesmo quando parecia impossível. Hoje, ao colocar essa aliança no seu dedo, eu não estou apenas prometendo o meu amor. Estou prometendo paciência, compreensão, e estar ao seu lado em cada batalha, em cada sonho. Eu te escolhi antes mesmo de perceber, e vou continuar te escolhendo todos os dias. Eu te amo, minha principessa.
Com cuidado, Julia deslizou a aliança no dedo de Petra, suas mãos se tocando por um breve momento que parecia conter o universo inteiro. As lágrimas finalmente escaparam de seus olhos, mas ela sorriu, um sorriso cheio de certeza, enquanto Petra a olhava com a mesma intensidade, como se fossem as únicas duas pessoas no mundo.
— Pode beijar, tia Petra! — exclamou Pierre, com um sorriso travesso no rosto, causando risadas entre os convidados.
Petra olhou para Julia, com os olhos brilhando de emoção, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu o pequeno Pierre puxar sua atenção novamente.
— Vai, tia, o pessoal tá esperando! — ele insistiu.
Julia olhou para Petra, seu sorriso se ampliando, e em um gesto espontâneo, segurou o rosto de Petra com as duas mãos, puxando-a para um beijo suave. O aplauso que se seguiu foi acompanhado de risos contidos e gritos de aprovação. O momento estava perfeito, a energia no ar estava carregada de uma alegria palpável, e os dois corações no centro daquele altar finalmente estavam unidos de maneira irrevogável.
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Julia entrou no quarto com o sorriso suave de quem sabia exatamente o que queria fazer. Ela estava de vestido mais simples agora, o brilho do grande dia ainda emanava nela, mas a tensão do evento já começava a dar lugar ao prazer de finalmente ter um tempo a sós com Petra. O vento suave da noite entrava pelas janelas abertas do quarto, mas o foco de Julia foi a figura de Petra que estava na janela, observando a festa no jardim do hotel.
— Você ainda não trocou esse vestido, amor — disse Julia, aproximando-se de Petra e a abraçando por trás, seus braços envolvendo a cintura da esposa com carinho e familiaridade.
Petra soltou uma risada, sentindo o toque de Julia e se virando para ela, os olhos brilhando com uma mistura de divertimento e cansaço.
— Eu estava assistindo o caos que tá lá embaixo. Ny foi colocar a Antonella pra dormir, então não tem ninguém pra manter esse povo na linha. — respondeu Petra, com um sorriso travesso no rosto,. — Kisy e Luzia já estão bêbadas, Ana e Diana estão malucas cuidando delas. Natinha e a Macris estão só assistindo.
Julia franziu as sobrancelhas, já imaginando a cena no jardim. A festa, organizada com tanto esforço para comemorar a união das duas, parecia ter tomado um rumo bem mais descontraído do que o planejado.
Julia com um sorriso divertido, completou:
— Ah, você não vai acreditar, mas eu vi a Rosa e a Gattaz competindo pra ver quem conseguia beber mais. E a Roberta estava lá, colocando pilha, é claro. Acho que elas estão tentando descobrir quem tem mais resistência alcoólica do que senso de responsabilidade.
Petra soltou uma risada, balançando a cabeça, antes de responder:
— E você acha que isso é o pior? Marcela se juntou ao Miguel, e agora estão dois desastres ambulantes. Eles estão espalhando tanta energia, parecem mais uma dupla de crianças em uma festa de aniversário, correndo por aí. Kudiess tá atrás deles, tentando manter a ordem, mas, honestamente, ela mesma está quase sem controle.
Julia bufou, visivelmente entretida pela bagunça que parecia estar tomando conta da festa.
— Thaísa disse que vai amarrar a Gabi em uma cadeira se ela não parar de beber — completou Petra, a gargalhada se fazendo presente em seu peito. — Só tem malucos nessa festa, Ju.
Julia soltou uma risada abafada. Ela apertou mais Petra contra si, como se quisesse guardar aquele momento íntimo só para elas.
— Meus pais estão encantados com Pierre e Antonella — começou ela, jogando um olhar cúmplice para Petra. — Disseram que vamos dar netos primeiro que Lukas e Evelyn.
— E o que você acha disso?
— Bem, se depender de mim, acho que podemos surpreender ainda mais. Quem sabe não damos logo uns dois ou três, só pra causar uma boa impressão? — Julia sorriu de lado.
Petra ficou pensativa por um momento, brincando com o cabelo, enquanto olhava Julia com um sorriso mais suave.
— Vamos contar? — perguntou Petra.
Julia balançou a cabeça de forma leve, pensando por um momento, antes de sorrir.
— Vamos. — respondeu ela, com o tom suave. — Eles vão adorar saber que terão mais crianças na família.
Petra não conseguiu evitar o riso, imaginando como a notícia seria recebida. Todos adoravam a ideia de mais crianças ao redor, e, sem dúvida, ficariam encantados ao saber dessa possibilidade.
— Amor, se você chega lá embaixo falando isso, vão achar que já estou grávida — brincou Petra, desviando o olhar para a janela novamente.
Julia a olhou de canto de olho, um sorriso sedutor dançando nos lábios.
— Você não está ainda, mas logo vai estar — disse ela com uma certeza que fez o coração de Petra bater mais forte, como se as palavras de Julia fossem mais que um desejo, mas um fato que estava apenas aguardando o momento certo para acontecer.
Petra suspirou, deixando que a suavidade da ideia tomasse conta de seu peito, mas logo um pensamento interrompeu o momento. Ela sabia que não podiam se apressar com as expectativas muito altas.
— Ju, lembra do que a doutora disse...
— Não devemos criar expectativas porque o processo pode ser demorado — completou Julia, sua voz baixa, mas com um toque de impaciência suave, como se a ansiedade já estivesse começando a crescer dentro dela. — Tô ansiosa. Já consigo imaginar quando funcionar, vamos ter um filho!
Petra sorriu ao ouvir a resposta de Julia, mas algo no tom da ruiva, no brilho nos olhos dela, a fez sentir uma ternura indescritível. Havia algo de encantador na maneira como Julia falava sobre o futuro delas, algo que a fazia se sentir mais próxima daquilo que parecia ser o maior dos sonhos, o sonho de começar uma família, de construir uma vida nova.
— Você é inacreditável — disse Petra, com um sorriso divertido, mas sincero. Ela se aproximou de Julia e deixou um beijo suave na bochecha da esposa, acariciando seu rosto logo após, tocando a pele dela com um carinho.
Julia, sempre atenta a cada movimento de Petra, olhou para ela com intensidade.
— Eu já disse o quanto você tá linda? Acho que vou querer casar a cada dois anos só pra te ver vestida assim. — disse Julia, afastando a mecha de cabelo de Petra que estava caindo em seu ombro e deixando um beijo suave ali, na pele exposta e delicada da esposa. O gesto foi simples, mas carregado de intimidade. Julia não podia se cansar de admirar sua beleza. — Você está perfeita nesse vestido. Imagina sem...
Petra deu uma risadinha abafada, mas logo tentou manter um semblante sério, embora o calor das palavras de Julia tenha a deixado sem resposta imediata. Ela queria aproveitar aquele momento com calma, saboreando cada segundo, sem pressa de retornar ao tumulto da festa.
— Amor... — murmurou Petra, sentindo um calor inesperado tomar conta de seu corpo ao perceber o olhar de Julia se aprofundando.
Julia continuou, com um sorriso travesso nos lábios, como se tivesse em mente algo que não podia mais esperar.
— Acha que vão perceber se a gente sumir por um tempo? — perguntou ela, seus olhos brilhando com desejo. O tom de voz suave, mas carregado de intenção, fez Petra arquear uma sobrancelha, imaginando o que a esposa estava sugerindo.
Petra olhou para ela, indecisa por um momento, mas logo a ideia começou a tomar forma em sua mente.
— Eu acho que ninguém vai sentir nossa falta por um tempo... — respondeu Petra, sua voz suave, mas provocante. — A não ser, é claro, que você queira voltar para o caos lá embaixo.
— Eu prefiro muito mais a ideia de desaparecer com você — disse Julia.
— Trancou a porta? — Petra perguntou, puxando Julia para si com um movimento suave, mas decisivo. Julia apenas acenou com a cabeça, seu olhar fixo em Petra.
Petra riu, tocando o rosto de Julia com as mãos, deslizando os dedos suavemente pela pele dela. O silêncio no quarto estava pesado, mas carregado de expectativa.
— Me diga, querida, você gosta muito desse vestido? — Julia perguntou, com um sorriso travesso, os olhos brilhando de desejo.
Petra riu, uma risada suave, mas cheia de um tom provocador.
— Você não está louca ainda... Esse aqui foi muito mais caro. Aconselho que tire como uma pessoa normal. — ela brincou, mas sua voz estava baixa, quase um sussurro.
Julia, sem perder tempo, puxou as alças finas do vestido de Petra, deslizando-as suavemente pela pele dela, começando a despir a esposa com uma delicadeza que contrastava com o desejo ardente que dominava seus movimentos. O vestido caiu lentamente, até que Petra ficou apenas com a lingerie que usava por baixo, a peça delicada em contraste com sua pele.
Julia a olhou, admirando cada curva, cada detalhe do corpo de Petra, o desejo transbordando em seus olhos.
— Caramba. — Julia murmurou, incapaz de esconder o encantamento, a admiração e a paixão que sentia. Ela aproximou-se mais, sentindo a necessidade de tocar Petra, mas algo a fez hesitar. O jogo entre as duas estava apenas começando.
Petra, com um sorriso que refletia uma confiança tranquila, segurou a cintura de Julia com firmeza, impedindo qualquer aproximação imediata.
— Não, amor. — disse Petra, com uma voz carregada de uma intenção que fazia o coração de Julia acelerar. — Agora é minha vez de brincar.
Antes que Julia pudesse reagir, Petra a empurrou suavemente, mas de maneira firme, até que ela estivesse encostada contra a parede do quarto. O contato com a parede fez Julia prender a respiração, sentindo a tensão crescente entre elas.
Julia olhou para Petra, os olhos desafiadores, mas também entregues ao que estava por vir. A energia no ar estava elétrica, e as duas sabiam que não havia mais volta. O jogo de poder, de controle e rendição, tinha começado.
Petra se aproximou, suas mãos explorando o corpo de Julia com uma intensidade que era única entre elas. Cada toque, cada movimento, era uma promessa silenciosa de prazer e entrega. Ela a olhou nos olhos, a intensidade de sua expressão mostrando que o controle agora estava em suas mãos.
— Você está pronta para me deixar liderar hoje, querida? — Petra perguntou com um sorriso maroto, sentindo a energia entre elas se intensificar.
Julia, sem hesitar, respondeu com um sorriso de cumplicidade, os lábios curvando-se num sorriso de antecipação.
— Sempre estou pronta para você, amor. — disse Julia, sua voz baixa, mas carregada de desejo.
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oi, vidas
lembram de quando elas não se suportavam?
aliás, elas são muito alinhamento milenar, é isso
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